FRA – ENSINAMENTOS GNÓSTICOS XV

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Esta é a 15ª parte da divulgação que estou fazendo de uma pequena coletânea de fragmentos sobre a Gnose Iniciática, disponibilizados on-line na revista Gnose, sob os auspícios da Fraternitas Rosicruciana Antiqua. A consulta direta à estas publicações poderá ser feita no endereço:

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

 

 

Ensinamentos Gnósticos

 

 

 

Um Ritual Rosacruz não é simplesmente uma cerimônia, mas, sim, uma vida que deve ser vivida pelo verdadeiro discípulo.

 

A fé do estudante rosacruz tem por base a percepção íntima da Verdade.1

 

Ouroboros Eterno Retorno A cada fim corresponde um novo começo Dança Cíclica.

 

 

Ouroboros

 

 

O livre-arbítrio individual depende do maior ou menor bloqueio exercido pelo carma.

 

Faze o que quiseres (Lei do Livre-arbítrio), pois é a totalidade da Lei. Todavia, terás de dar conta de todos os teus atos (Lei do Carma).2

 

A Lei do Triângulo rege todos os fenômenos, tanto os do microcosmo quanto os do Macrocosmo.

 

 

 

 

Filosofia Gnóstica = Pensar por si + Andar por si + Crescer por si.

 

Makarioi hoi Ptokhoi tô Pneumati! Bem-aventurados são os Mendigos (Ptokhoi) do Espírito, os que procuram por si a elevação intelectual e moral – o Conhecimento Superior que levará, de vida em vida, à imanência divina.3

 

A Sabedoria [ShOPhya] começa a nascer no interior do homem quando ele humildemente reconhece a Luz da Verdade.

 

Na eternidade, não há 'primeiro' nem 'último'. Se reconheço o meu próprio Eu verdadeiro como Deus, somente sacrifico a mim mesmo sacrificado.

 

O que dá tudo está livre e desligado de todas as coisas; mas aquele que dá tendo por finalidade alcançar a Liberdade,4 não ganha nada, pois foi ainda movido pelo desejo de obter algo para si mesmo. Somente a percepção da santidade da Liberdade dá ao homem o poder da renúncia, e, então, essa Liberdade se converte em uma força, que de outro modo não poderia ser percebida.

 

Enquanto a alma se conservar presa a efeitos e desejos personalísticos não poderá compreender a justiça, que reconhece o direito, sem exceção, de todas as criaturas. Mas, aquele que se elevou, que não está mais ligado a nada individual, concebe perfeitamente a realidade existencial tanto de uma mosca como de um elefante.

 

 

 

 

O alimento da liberdade é o Amor, porque este fortalece para o Conhecimento. O símbolo da Liberdade se representa com a Cruz, a qual significa o auto-sacríficio, a morte do material e a libertação do Espírito por meio da união com a Divindade.

 

A concepção que cada um possa ter do Universo não altera em nada a existência do Universo.

 

Enquanto não nos reconhecermos5 como Seres Divinos e Imortais não seremos mais do que uma simples ilusão passageira.

 

A Espada Mágica é a razão. Todavia, o Magista não deve manejar a Espada, a não ser que a Coroa esteja em sua cabeça.

 

Cruz —› Cubo Desdobrado —› Pedra Filosofal.

 

Devemos manter o Eu Interior senhor das impressões. Não devemos permitir que o Círculo seja rompido pelas forças das trevas. Não devemos permitir que qualquer idéia nos arrebate.

 

É pela influência das imagens astrais que resulta a maioria de nossos atos [desconcertados, descomedidos, sem harmonia e sem ordem].

 

'Astra inclinant; non necessitant.' Recebemos influências de toda ordem e em todos os momentos, mas não somos obrigados nem a ceder nem a seguir estas influências.

 

O que estiver presente na mente com intensa lucidez de pensamento e visão interna concertada se manifestará na vida; cada modalidade de pensamento produz um fruto de sua própria espécie.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Forças Amigas nos rodeiam, prontas a se oferecerem a quem as invocar para realizar uma boa ação. É inteiramente possível atrair estas forças quando existe um desejo sincero de empregá-las, sem maculá-las com idéias egoístas.6

 

Quem é humilde e sinceramente busca a Iniciação será atendido. A Iniciação jamais é negada a quem A busca com sinceridade e humildade. O ser-no-mundo que busca o Caminho com o Coração sincero será ouvido, atendido e Iniciado.

 

É necessário libertar o espírito das funestas doutrinas que interceptam a evolução e preconizam a tristeza e a ina[ni]ção.

 

São inúteis os esforços quando não estão em harmonia com a Vontade que dirige as Forças.

 

Primeiro passo para a Iniciação: conhecimento e controle de si mesmo.

 

Meleto... Caifás... Inquisidores do Tribunal do Santo Ofício... Pierre Cauchon (Reims, 1371 – Rouen, Dezembro de 1442)... Tomás de Torquemada (Valladolid, 1420 – Ávila, 1498)... James Warren "Jim" Jones (1931 – 1978)... Todos charlatães! Charlatães, que com os embustes característicos da sua hipocrisia, levaram tantos inocentes à morte e conseguiram entravar, por tantos séculos, a evolução da mente humana.

 

 

Jesus, o Cristo, diante de Caifás
Matthias Stom (1600 – 1652)

 

 

Perante o tribunal da história, os charlatães só encontram uma única atenuante: a ignorância.

 

'Veritas Odium Parit.' A Verdade provoca ódio.7

 

Louvado sejas, tu que me guiaste ao Templo do Silêncio!

 

Perguntei ao Sol: — Como posso receber e absorver tua Força Vital?
O Sol respondeu: — Recebendo e aspirando meus raios em completo silêncio.
Perguntei à Lua: — De onde hauriste essa mágica força de atração?
A Lua respondeu: — Em dedicado e paciente silêncio.
Pedi ao Oceano: — Revela-me o teu segredo!
O Oceano respondeu: — Só em perfeito silêncio se espelha em mim o céu em toda a sua magnificência.
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Notas:

1. Mas, como as percepções íntimas da Verdade são diferentes, as compreensões, obviamente, têm que ser diferentes. Há e haverá sempre, em todos nós e para todos nós, uma dupla relatividade: percepção relativa da Verdade e compreensão relativa da Verdade.

2. Na realidade, não daremos conta apenas dos nossos atos, mas, também, dos nossos pensamentos e das nossas palavras. Efetivamente, daremos conta de tudo, inclusive do que deveríamos ter pensado e não pensamos, do que deveríamos ter falado e não falamos e do que deveríamos ter feito e não fizemos. Quem supõe que a conquista da Liberdade Illuminante é moleza é melhor ir já se desacostumando de ficar sentado no pudim. E o que é ficar ou estar sentado no pudim? É viver meio anestesiado e mais para indiferente, seja lá pelo injustificado motivo que for. Infelizmente, a opulência, geralmente, produz esta disposição emocional pudinzenta.

 

 

3. Para o biblicista São Jerônimo (347 – 420), que redigiu a Vulgata entre fins do século IV e início do século V, a pedido do Papa Dâmaso I (305 – 384), os bem-aventurados são os pobres de espírito, os boçalizados e embrutecidos que não sabem nem querem saber (e, se bobear, têm raiva de quem sabe umas coisinhas), os descansados e dorminhocos, enfim, são os que entregam sua salvação à vontade dos guias, dos imperantes e dos dominadores, submetendo-se resignadamente, por espírito tríplice de acomodação/conformismo, de humildade e de renúncia, a todos os dogmas, ordens, doutrinas, leis e prescrições. Sob nenhuma alegação, o Gnóstico não se conforma nem com a ignorância, nem com a submissão, nem com a pobreza de conhecimento, e, como Mendigo (Ptokhoi), busca o Espírito (Pneumati), procurando-O até encontrá-Lo.

4. Aquele que dá tendo por finalidade... Imperativo hipotético.

5. Mais do que nos reconhecermos como Seres Divinos e Imortais, precisamos, de uma forma ou de outra, realizar in Corde que somos efetivamente Seres Divinos e Imortais.

6. É como tenho dito: não estamos sozinhos nem desamparados. Todavia, se invocarmos ou convocarmos estas Forças Amigas para qualquer tipo de canalhice ou mesmo para um fim hipotético, é melhor tirar o cavalinho da chuva. Elas não nos auxiliarão nem para esquentar, se esquentar puder ou vier a alterar a estrutura cristalina de um simples cristal de gelo. Mas, se for para fazer o bem – desde que o bem possa ser feito! – estas Forças não são inacessíveis nem estão longínquas. Agora, para quem quiser praticar qualquer tipo de improbidade canalhocrática e degradante, há uma solução extremamente fácil: basta se tornar sócio da Loja dos Irmãos das Sombras.

 

 

Cristal de Gelo

 

 

7. Mas, não estaríamos errados, se disséssemos: Veritas invidia parit (A Verdade provoca inveja) ou Veritas medus parit (A Verdade provoca medo). Talvez, a própria crucifixão de Jesus tenha mais acontecido por inveja e por medo do que por ódio.

8. Pedi ao Deus do meu Coração: — Oh!, meu Deus! Por favor, liberta-me e mostra-me a Beleza do Universo.
O Deus do meu Coração respondeu: — Não posso. Enquanto não silenciares, continuarás agrilhoado e nada poderás perceber.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.clker.com/
clipart-closed-hand.html

http://www.lookeria.com.br/blog/
delicinhas/delicinha-pudim-de-leite

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-44.pdf

http://en.wikipedia.org/wiki/Matthias_Stom

http://www.lonvig.dk/cold-stores.htm

http://www.layoutsparks.com/
pictures/animated-34

http://www.fra.org.br/gnose/
gnose_106/index.html

http://marligo.wordpress.com/2010/04
/22/cacando-mosca/fly-animated/

http://www.gifandgif.eu/
animated_gif/Elephants/

http://www.fra.org.br/gnose/
GNOSE-43.pdf

http://www.fra.org.br/gnose/
gnose_107/index.html

http://www.fra.org.br/
gnose/gnose_103/index.html

http://www.fra.org.br/gnose.php

 

Música de fundo:

Grande Valse Brillante
Composição: Fryderyk Franciszek Chopin

Fonte:

http://www.piano-midi.de/chopin.htm

 

Direitos autorais:

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