AÉCIO NEVES – Pensamento Político

 

 

 

Aécio Neves (e Tancredo Neves)

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo Deste Trabalho

 

 

 

Há alguns anos, publiquei o trabalho Dilma Rousseff (Propostas, Convicções e Memórias). Hoje, o objetivo deste trabalho é apresentar para reflexão alguns fragmentos do pensamento político do Senador pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) Aécio Neves da Cunha – do qual se tornou Presidente Nacional em 18 de maio de 2013 – e que disputará, com a Presidente Dilma Rousseff, no segundo turno, a Presidência do Brasil, na eleição de 2014. Ao ler este trabalho, se Aécio for eleito, você poderá cobrar dele o que ele tanto cobrou da Presidente Dilma e do PT nos últimos anos.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Aécio Neves da Cunha (Belo Horizonte, 10 de março de 1960) é um economista e político brasileiro, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Foi o décimo sétimo Governador de Minas Gerais entre 1º de janeiro de 2003 a 31 de março de 2010, sendo senador pelo mesmo Estado. Aécio é o candidato de seu partido à Presidência do Brasil na eleição de 2014.

Natural de Belo Horizonte, Aécio é graduado em Economia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É neto do ex-Presidente Tancredo Neves, com quem adquiriu suas primeiras experiências políticas. Em 1987, iniciou o seu primeiro mandato como deputado federal pelo Estado de Minas Gerais, exercendo o cargo até 2002, totalizando quatro mandatos. Presidiu a Câmara dos Deputados no biênio de 2001-2002, renunciando ao cargo em dezembro de 2002.

Aécio foi eleito Governador de Minas Gerais em 2002. Como Governador, teve bons índices de aprovação e foi reeleito na eleição de 2006, tendo desta vez a maior votação já registrada no Estado. Renunciou ao cargo de Governador em março de 2010, a fim de concorrer ao senado federal, sendo substituído pelo seu vice, Antônio Anastasia. Nas eleições de 2010, foi eleito o senador com a maior votação do Estado. Assumiu o cargo em 1º de fevereiro de 2011 e, em 2013, foi escolhido Presidente nacional do PSDB. Sua aprovação ao deixar o Governo do Estado de Minas Gerais foi de 92%, sendo que 76% consideraram seu Governo como ótimo ou bom.

Aécio foi considerado pela revista Época como um dos 100 brasileiros mais influentes em 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013. Como Deputado Federal e Senador, foi eleito um dos Cabeças do Congresso, lista produzida pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).

Dentre as honrarias que Aécio recebeu, duas sobressaem: Comendador da Ordem Nacional da Legião de Honra – França (13 de novembro de 2008) e Medalha Ulysses Guimarães (29 de outubro de 2013).

 

 

 

 

 

 

Pensamento Político de Aécio Neves

 

 

 

Só os valores democráticos são capazes de apontar o caminho a uma sociedade em crise de confiança, frustrada em seus sonhos e insegura com seu futuro. E, principalmente, indignada com a realidade que vivencia.

Pouco adianta a Presidente reafirmar no concerto internacional a posição do Brasil como País aberto, democrático, que respeita as regras internacionais, se, na prática, damos guarida a Governos autoritários que desprezam a Democracia e o estado de direito.

A Presidente [Dilma Rousseff] contradiz a diretoria anterior da PETROBRAS. É preciso que o Brasil saiba a verdade.

Se houve um encaminhamento equivocado por parte da diretoria internacional, como atesta a nota da Presidente da República, o esperado é que aquele que fez esse encaminhamento ou fosse demitido ou fosse investigado. Mas, ele foi promovido, no Governo da própria Presidente Dilma Rousseff, e ocupa a diretoria na BR Distribuidora. Isto é inaceitável.

Esse ‘modus operandi’ do PT não é mais aceito pela sociedade brasileira. Depois, o Governo se pergunta: por que as pessoas estão na rua? Por que essas manifestações? É porque as pessoas estão cansadas dessa ausência de respostas.

Não dá, novamente, para fazer aquilo que se tornou um mantra em todas as denúncias que ocorrem em relação ao PT: terceirizar responsabilidades. De “não sabia” em “não sabia”, o Brasil chegou onde chegou.

Qualquer pessoa que queira pensar o Brasil com seriedade para as próximas décadas tem que incluir a questão da sustentabilidade no seu programa. Qualquer ação de Governo deve ter a preocupação com a preservação ambiental.

 

 

 

 

Na administração pública, fazer mais com menos significa gastar menos com o Estado e mais com o cidadão.

Tenho muitos amigos na oposição. Amizade esculpida diariamente no respeito e na compreensão de que a cena política que representa a Nação não pode prescindir de nenhum dos seus protagonistas. Mais importante do que a existência da oposição é a sua persistência na luta pelo poder e na crítica ao poder estabelecido, que são fundamentais para o bom funcionamento da Democracia.

Tem político que adora dizer que mudou o Brasil, mas, quem muda o Brasil todo dia é o brasileiro que acorda cedo para chegar ao trabalho.

 

 

 

As coisas estão correndo bem. O resultado não precisa vir hoje, mas, tenho certeza que, em 2014, o sentimento de mudança irá prevalecer.

Na campanha, nossa candidatura irá canalizar esse sentimento dos que querem mudar o que está aí.

É urgente agir, com coragem e responsabilidade, para não permitir que o País retroceda e coloque em risco as conquistas que nos trouxeram até aqui.

O conhecido "jeitinho brasileiro" ameaça ganhar status de política de Estado, tal a freqüência com que tem sido usado como estratégia de repaginação dos indicadores macroeconômicos. Os exemplos vão se acumulando, dia-a-dia.

Para calcular a inflação, nada melhor do que contar com o controle político sobre preços administrados em setores estratégicos. E por que não atrasar a transferência de R$ 7 bilhões a Estados e Municípios, inclusive recursos voltados para a saúde pública, prejudicando milhões de brasileiros, para dar a impressão de que se cumpriu o superavit primário?

Neste campo, se instalou um autêntico vale-tudo, como a estarrecedora operação da Caixa Econômica Federal, ainda sob grave suspeição, na transferência de recursos de contas de caderneta de poupança pretensamente inativas para engordar o seu balanço. É a velha tática: "se colar, colou..."

O resultado da Economia brasileira certamente seria melhor se o esforço gasto em maquiar números fosse efetivamente aplicado no aperfeiçoamento da gestão. Instituições que guardam histórico compromisso com o rigor, com a transparência e com o profissionalismo, como o Banco Central, estão cada vez mais isoladas diante do descontrole fiscal generalizado e, não por acaso, patinam na implementação do ajuste necessário para amenizar o ambiente inflacionário.

Hoje, o Brasil é governado pelo improviso, pelo marketing. Se, a partir de 2001, sem entrar no mérito dessas decisões, o Governo optou por subsidiar a gasolina, por dar um estímulo à aquisição de carros, por dar sucessivamente isenções de IPI para a aquisição de carros, era necessário que, ao mesmo tempo, percebesse que, em um futuro próximo, teríamos um aumento extremamente expressivo da frota. Em dez anos, duplicamos nossa frota de automóveis, quadruplicamos a de motocicletas e não houve nenhum investimento estruturante em transporte de massa.

Nós precisamos reestatizar a PETROBRAS, entregar novamente a PETROBRAS aos brasileiros e aos seus interesses.

Estamos no limiar de um novo ciclo econômico do Brasil, disse o Ministro da Fazenda, para justificar o injustificável. A verdade é que, infelizmente, o Brasil está perdendo oportunidades preciosas de ativar o seu crescimento, como a Copa, pródiga em promessas de realizações e pífia em resultados, até o momento.

Os investimentos em infra-estrutura são praticamente inexistentes, em face ao que foi prometido. Em termos de desempenho, o que temos a mostrar à comunidade internacional, para nossa vergonha, é o segundo pior crescimento na América do Sul, atrás apenas da Venezuela.

A desconfiança generalizada da sociedade não é uma peça ficcional criada pelos críticos do Governo, mas, o resultado de uma gestão ineficaz, pouco transparente e incapaz de reintegrar o País a uma rota de desenvolvimento e de ampliação das conquistas sociais.

É urgente agir, com coragem e responsabilidade, para não permitir que o País retroceda e coloque em risco as conquistas que nos trouxeram até aqui.Uma das principais, a credibilidade, nem mesmo o "jeitinho brasileiro" foi capaz de assegurar. Esta, infelizmente, já perdemos.

O único caminho seguro para o futuro do Brasil é transformar a educação em prioridade de Estado, com ampla participação da população. Foi assim nas trajetórias de diversos Países, que deram o grande salto para o desenvolvimento. Em todos houve decisivos investimentos em educação e em qualificação profissional.

Pela sua relevância, o Bolsa Família merece ser não só institucionalizado, mas, também, aperfeiçoado. Além da iniciativa para fortalecê-lo, estou apresentando duas outras propostas para ampliar os seus benefícios de maneira substantiva.

Nesta segunda-feira, o PSDB pedirá esclarecimentos formais à CEF e, diante das explicações apresentadas, avaliará as medidas legais cabíveis para garantir os direitos dos poupadores brasileiros, assegurar o fiel cumprimento da legislação em vigor e responsabilizar judicialmente os responsáveis por esta possível apropriação indevida e ilegal de recursos poupados por milhares de brasileiros.

Criar condições para a ressocialização de detentos ultrapassa o respeito aos direitos humanos: é também medida eficaz de defesa da própria população.

 

 

 

 

Não há política pública mais transformadora do que a correta aplicação do dinheiro público com transparência e eficiência.

Semana passada, defendi a alocação exclusiva dos recursos do pré-sal para a educação brasileira.1

Não tenho dúvida de que a abertura ao investimento privado é o caminho certo para a recuperação da nossa combalida infra-estrutura . É nesta trilha que o Governo deve perseverar. Mas, é necessário que o programa seja mais transparente, equilibrado e, sobretudo, livre de ideologia e preconceitos. Assim, ele poderá dar certo, como todos esperamos, e o País precisa.

É preciso agora correr contra o tempo. O programa de concessões para desenvolver o setor de infra-estrutura parece ser a única carta que o Governo tem nas mãos para mudar o rumo da Economia. Mais uma carta, aliás, que o PT tomou de empréstimo ao programa do PSDB.

Deve preocupar muito o Governo, porque 66% da população querem mudanças profundas. Este é o dado consistente nesse momento.

Nos grandes espaços da comunicação de massa há um monólogo da Presidente da República, seja institucionalmente, seja através de uma bilionária propaganda de Governo. Tenho muita tranqüilidade. Acho que o sentimento é de mudança, e cabe a nós, do PSDB, mostrar que podemos ser a mudança com segurança no Brasil.

A verdade é que pagamos um alto preço pela ineficiência dos últimos anos. Com a infra-estrutura deteriorada, o País vem perdendo competitividade no cenário internacional. Por questões ideológicas, o PT impôs um calendário de atraso ao País.

Não há desperdício maior do que você começar uma obra, investir recursos nela e não terminá-la, porque aí o benefício não chega. O Brasil hoje é um grande cemitério de obras inacabadas.

Temos dois desafios hoje no Brasil. O primeiro deles é fazer o Brasil voltar a crescer, e voltar a crescer de forma sustentável. É isto que irá garantir a geração de emprego de melhor qualidade.

Todos nós devemos ser julgados pela coerência dos nossos pensamentos e atitudes.

Entre os grandes desafios que o Brasil tem, um possui conotação especial pelo significado que imprime à vida em sociedade: o da recomposição ética da atividade política.

Tenho viajado e conversado com pessoas de diferentes regiões e, por mais específicas que sejam as realidades de cada uma, há um sentimento comum de descrença, de indignação com os episódios que ocorrem à nossa volta. E todos eles se remetem à perda dos limites éticos que deveriam ordenar a vida em comunidade.

Os graves acontecimentos envolvendo políticos não depõem apenas contra indivíduos. Acabam por rebaixar a atividade política como um todo. Infelizmente, nos últimos anos, aos olhos da população, a política vem perdendo sua dimensão de instrumento transformador da sociedade.

Tenho dito que um dos maiores desserviços que o PT presta ao País é a insistente tentativa de legitimar a mentira como instrumento do debate e da luta política.

Na política, a mentira tem várias faces. Às vezes, se apresenta com uma mais suave, se finge inofensiva, em pequenas imprecisões ditas aqui e ali.

A mentira pode, ainda, se apresentar raivosa e destrutiva, estimulando a intolerância e o ódio. Na Internet, esforços gigantescos são organizados para caluniar e difamar adversários, vistos como inimigos a serem abatidos a qualquer preço em sua honra, em sua imagem pública. Para, em covarde alquimia, tentar transformar mentira em verdade.

Winston Churchill disse, certa vez, que, enquanto a mentira dá a volta ao mundo, a verdade ainda não terminou de calçar os sapatos para sair de casa. Pelo Brasil e por brasileiros de bem, como monsenhor Paiva, tomara que aqui a verdade consiga se apressar.

Sabemos que não há solução fácil. Mas, precisamos nos pôr a caminho.

Montoro dizia que ninguém mora no País ou no Estado, moramos nos municípios. E alertava: quanto mais longo o trajeto do recurso público até o seu destino final – o cidadão – maiores são as chances de desperdício e de desvios pelo caminho.

A questão de fundo ultrapassa a mera razão aritmética das finanças dos Governos e alcança um outro patamar de reflexão. Não há como superar pobreza, atraso e déficits gigantescos desconsiderando aqueles que deveriam ser parceiros da travessia para um novo patamar de desenvolvimento.

Apesar da convulsão nas áreas de saúde e de segurança, os recursos federais são incompatíveis com a dimensão e a gravidade dos problemas. Na saúde, a participação federal é declinante. Na segurança, 87% do total das despesas estão, hoje, a cargo de governadores e prefeitos.

Em 19 de novembro de 1983, há exatos 30 anos, Tancredo Neves e Franco Montoro, Governadores de Minas Gerais e São Paulo, posicionaram-se de forma decisiva a favor daquela que seria a mais importante campanha de mobilização popular do Brasil contemporâneo – as Diretas-Já.

O alerta de hoje encontra amparo na realidade de Estados e Municípios cada vez mais fragilizados e dependentes da benemerência do Governo Central.2

O crescimento da desigualdade é evidente: 1% dos brasileiros com rendimentos mais elevados ganham 87 vezes mais do que 10% dos brasileiros com os rendimentos mais baixos. Em 2011, esta diferença era de 84 vezes.

Também é preocupante a questão da renda e do trabalho. O apagão de mão-de-obra qualificada se aprofunda pela baixa escolaridade do trabalhador e pela sua frágil formação para o mundo cada vez mais exigente do trabalho.

Os novos dados do analfabetismo, que surpreenderam o País, somados à informações já reveladas por outras pesquisas e constatadas diariamente em todo o Brasil, mostram um Governo que vem menosprezando a mais poderosa alavanca de transformação social: a educação.

Quando o Governo do PSDB implantou os programas de transferência de renda – que continuam sendo fundamentais – na década de 1990, o objetivo era que fossem ponto de partida para conquistas sociais importantes e definitivas para as famílias cadastradas. O PT fez com que esses programas se transformassem em ponto de chegada. E, hoje, contenta-se com a administração da pobreza, ao invés de investir em formas efetivas para a sua superação.3

O PT submeteu a lógica de ações estratégicas para o País à conveniência do discurso político da legenda. Por isto, insiste em tratar a pobreza pela ótica exclusiva da privação de renda, quando o mundo caminha na direção de percebê-la como uma privação mais ampla, também de direitos e serviços. Esta visão, mais realista e mais justa com milhões de famílias, esbarra nos maus resultados da gestão federal em diversas áreas, na propaganda e no discurso salvacionista do Governo.

Por mais que a atual administração federal tenha criado o mantra de que acabou com a miséria no País, os brasileiros sabem que isto não é verdade. Precisamos ter coragem de fazer avançar as políticas sociais no País, para que elas sejam de fato instrumento de travessia na vida de milhões de brasileiros.4

Quando assumi o Governo de Minas, falei: ‘tenho uma prioridade, uma acima das outras, que é a educação’. A gente começou a estabelecer metas. Se aquela meta era alcançada, todo mundo que trabalhava naquela área recebia um salário a mais. A secretária da escola, a professora, a diretora, a servente. Houve um salto de qualidade na educação do Estado, e, hoje, a gente pode dizer que Minas tem a melhor educação básica do Brasil, segundo o MEC.

O que eu vejo é o Governo falando toda hora: não, a inflação está sob controle; não tem inflação nenhuma. Mas, e quem vive no dia-a-dia? O Governo tem que focar. Em primeiro lugar, cuidar da Economia, tem que garantir tolerância zero com a inflação. Não pode mais haver inflação. Esta foi a grande conquista da sociedade brasileira.

Tive o privilégio de, ainda muito jovem, com 24 anos, acompanhar de perto aquele período decisivo na vida de nosso País, e de, com ele [Tancredo Neves], aprender várias lições – uma, especialmente importante: a de que cada geração tem seu compromisso com a História. Por isto, é necessário que os líderes estejam sempre à altura dos desafios de seu tempo.

A intensidade daqueles dias me acompanha até hoje – na memória e no coração. Primeiro, as viagens pelo Brasil, os comícios das Diretas e a frustração pela não aprovação da Emenda Dante de Oliveira.5

Ninguém comemora prisão ou sofrimento de quem quer que seja.

Foi um trabalho de artífice, minuciosamente planejado por grandes brasileiros, para que a mobilização nacional daqueles dias pudesse garantir, de alguma forma, aquele que era nosso maior objetivo: o fim do autoritarismo. Nosso reencontro com a liberdade e a Democracia.

Muitas vezes, só o tempo nos dá a compreensão do que vivemos...

Para grande parte das pessoas, a transição democrática terminava ali, com a eleição de Tancredo. Mas, por mais que este fosse um marco fundamental, sabíamos que não era o fim do processo. Ainda existiam focos de resistência no regime militar, e fontes do Presidente eleito o aconselhavam a ser prudente e manter a vigilância.6

Tancredo sabia que repousava sobre seus ombros a responsabilidade pela transição democrática. Tinha consciência de que o País caminhava em terreno ainda frágil. Temia especialmente que a percepção sobre alguns problemas de saúde que estavam surgindo pudesse, naquele momento, servir como pretexto para as forças políticas que buscavam o retrocesso.

Há uma passagem do Antigo Testamento, reproduzida na capa do extinto Jornal da Tarde, na edição sobre sua morte, da qual sempre me recordo: E o Senhor lhe disse: 'Eis a terra. Eu a darei à tua posteridade. Tu a viste com teus olhos, mas não passarás a ela'.

Quem muda o Brasil é você que está estudando, ralando. O Estado tem que dar condições. Gastar menos com sua estrutura para gastar mais com as pessoas. O Governo não pode empatar a vida das pessoas, tem que ser parceiro. Mas, quem vai mudar a vida de cada um de vocês ou de cada um de nós, somos nós mesmos. É quem tiver a disposição de ralar e de enfrentar.7

Infelizmente, no Governo do PT, a convocação de cadeia de rádio e televisão com dinheiro público passou a ser uma peça de marketing, de propaganda do Governo, das suas ações e de críticas aos adversários.

Eu vou usar um termo, talvez uma frase, que sintetiza o que estou querendo dizer: abdica-se, mais uma vez, da defesa de interesses reais do Brasil, para privilegiar uma ação de marketing eleitoral.

Ao longo de sua história, o PT fez do combate ferrenho às privatizações uma de suas bandeiras mais ostensivas. Nos pleitos, vendeu ao eleitorado, com hipocrisia, a certeza de que as privatizações seriam um crime de lesa-pátria, uma entrega do patrimônio nacional a preços aviltantes.

O Governo do PSDB, em Minas, sempre esteve verdadeiramente comprometido com a Assistência Social. Com uma gestão de excelente qualidade, o Estado se tornou referência nacional na implantação do Sistema Único da Assistência Social.

Triste o povo que não conhece a sua História, pois, irá ter muito mais dificuldade para construir seu futuro.

Ao mesmo tempo que nos orgulham os ganhos formidáveis de produtividade no campo, é desoladora a descrença dos produtores na capacidade de o Governo Federal prover investimentos mínimos, em logística e em infra-estrutura, que garantam menores custos e maior competitividade no momento de escoar a produção.

Este é o terceiro ano consecutivo em que o Brasil cai no Índice de Competitividade Mundial, divulgado pelo International Institute for Management Development (IMD): em 2010, ocupávamos o 38º lugar; em 2011, o 44º; em 2012, 46º. Na edição 2013, o Brasil caiu mais cinco posições: está em 51º lugar entre 60 países.

 

 

 

 

A ausência de planejamento, o improviso e a prioridade dada ao marketing têm condenado os desafios do Brasil real ao esquecimento.

Os dados da evolução do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) no Brasil entre 1991 e 2010 demoliram, de uma vez por todas, uma das teses mais repetidas pela máquina de propaganda do PT: a de que o Partido detém a exclusividade e a primazia do combate à pobreza no País.

É deplorável, sob todos os aspectos, a atitude tomada pelo Governo da Presidente Dilma Rousseff no episódio envolvendo a transferência do senador boliviano Roger Pinto Molina para o País.

Ao expor à execração pública o diplomata Eduardo Saboia, o Governo Brasileiro se curva, mais uma vez, a conveniências ideológicas. Mais grave ainda, abandona as melhores tradições da nossa diplomacia.

Já o Governo da Presidente Dilma preferiu, mais uma vez, submeter-se às imposições do Governo Evo Morales, e jamais atuou efetivamente para solucionar o impasse diplomático e garantir ao senador Molina a concessão do salvo-conduto que as boas normas do Direito Internacional recomendam e impõem em situações assim.

O recente episódio envolvendo o senador Molina é apenas mais um de um triste retrospecto, que inclui a tíbia reação de Brasília à desapropriação de ativos da PETROBRAS, na Bolívia, em 2006. Prosseguiu com a deportação, em tempo recorde, de dois boxeadores cubanos durante os jogos Pan-Americanos de 2007, o apoio à tentativa de retomada do poder em Honduras por Manuel Zelaya, os afagos ao Governo Iraniano, a sanção imposta ao Paraguai após a deposição de Fernando Lugo da Presidência do País e a condescendência com que, sob orientação petista, nossa diplomacia trata o regime cubano e o bolivarianismo da Venezuela.

O PSDB manifesta seu irrestrito apoio à defesa da dignidade humana, ao respeito a valores universais do estado democrático e ao direito irrevogável de ir e vir reservado aos cidadãos de bem e condena de forma veemente a opção escolhida pelo Governo Brasileiro de se curvar a interesses menores, não condizentes com nossas melhores tradições diplomáticas.

A alarmante e dramática violência que se abate sobre a nossa juventude é uma tragédia de muitas faces, entre as quais se destacam os homicídios e os acidentes de trânsito, contados aos milhares por ano, e que justificam os temores e apreensões de tantos pais e mães. Outra preocupação é o alto desemprego entre os jovens, que destoa do discurso do pleno emprego tão alardeado pelo Governo. A taxa para quem tem entre 16 e 24 anos está quase três vezes acima da média, pontuando em 15%, o que confirma que ainda devemos aos jovens novas portas de oportunidades, para que possam construir suas vidas profissionais e conquistar sua preciosa autonomia.

Para os nossos filhos, o mundo virtual é o mundo real, e chama a atenção o crescimento de relatos de bullying,8 da cruel e gratuita exposição da privacidade provocada por amigos na Internet. Infelizmente, estão longe de constituir episódios isolados, e parecem apontar para uma triste e desrespeitosa banalização das relações humanas.

Para o PSDB, não é uma opção apresentar uma proposta alternativa, é nosso dever. Esse ciclo de poder do PT tem que acabar. Chega de engodo e enrolação.

Ao contrário dos nossos adversários, não nos contentamos com a administração diária da pobreza e da miséria. Trabalhamos para a sua superação. Por isto, a educação é tratada de forma prioritária. Temos ainda uma diferença profunda de compreensão do que é o Bolsa Família. Para nós, é um ponto de partida. Para o PT, um ponto de chegada.

Chegou a hora de nos reunirmos. Não me cansarei. Vou rodar este Brasil para dizer que nós temos a melhor proposta, temos os melhores quadros, nós prezamos valores. A ética e a eficiência têm que voltar a andar juntas neste Brasil.

Existe outro caminho surgindo: o caminho da seriedade, da competência, da decência. Que ecoe este brado: o caminho da competência é o caminho do PSDB. Viva a boa política, viva o PSDB.

É obrigação do PSDB ter um projeto novo de Brasil. Um projeto que passe pela refundação da Federação, com o resgate dos Municípios e dos Estados, por uma generosidade maior do Governo Federal no financiamento da saúde, da segurança, pela eficiência na busca dos investimentos para cada região. Temos uma responsabilidade enorme com o Brasil.

Queremos que o Brasil dê um salto de qualidade. Não podemos aceitar que o Brasil cresça na América do Sul apenas mais do que a Venezuela, como vai ocorrer este ano. No ano passado, crescemos mais apenas do que o Paraguai. Não é justo com os brasileiros. Nenhuma propaganda, por mais maciça, por mais bilionária que seja, como a propaganda oficial, vai mascarar a realidade.

Os jovens precisam ter oportunidades, precisam ser qualificados para entrar no mercado de trabalho de forma competitiva. Não é justo que o Governador Teotônio Vilela tenha que assinar um cheque de R$ 50 milhões todo mês e repassar à União, porque a União não quer renegociar a dívida dos Estados. Este dinheiro tinha que ficar aqui para investimentos em saúde, saneamento, educação, em qualificação dos jovens. O Governo do PT, a grande verdade é esta, vem fazendo muito mal ao País.

A Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) está sem um palmo de trilho colocado. A Transnordestina, programada para estar pronta há dois anos, dos 1.700 km não tem 300 km prontos. A Transposição do São Francisco é de doer o coração. Obras há três anos abandonadas. Isto não é normal. Obras custando duas ou três vezes o orçamento inicial e não concluídas. Isto é maior desperdício de dinheiro público que se pode ter. Ninguém vai me convencer que é normal uma obra como a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ser orçada em R$ 4 bilhões, já ter gasto R$ 30 bilhões e não estar pronta. Isto é assalto aos cofres públicos. O Brasil precisa de Governo eficiente para que não percamos definitivamente a nossa credibilidade.

Há uma geração que precisa ser ouvida para ser fortalecida em seus valores e identidades, desafio que se impõe à sociedade como um todo.

A mais recente exposição dessa mitologia está no discurso da Presidente da República na saudação ao Papa Francisco, em sua chegada ao Rio, quando apontou extraordinários resultados nos últimos dez anos na redução da pobreza, na superação da miséria e na garantia da segurança alimentar à nossa população.

É inacreditável até onde é capaz de ir o desrespeito do PT e da Presidente Dilma com Minas e os mineiros. A Presidente voltou a Minas, e sem ter o que apresentar, lançou como se novo fosse, o mesmo programa lançado diversas vezes pelo Presidente Lula e por ela mesma, e que, até hoje, não se transformou em realidade.

Como a Presidente e o PT podem ter tido a coragem de pisar o chão da História de Minas, e, ao invés de se desculpar por não terem cumprido o que anunciaram há quatro anos, mentir aos mineiros como se estivessem anunciando um novo benefício ao Estado?

A Diplomacia Brasileira já viveu dias melhores. As circunstâncias que forçaram a fuga cinematográfica do senador asilado Roger Molina, da embaixada em La Paz para o Brasil, derrubaram o pouco que restava da imagem de profissionalismo da nossa Chancelaria. Longe de ser fato isolado, o episódio se inscreve em um incrível rol de desacertos que se acumulam na gestão da política externa, desde que a ela se impôs um nítido viés ideológico.

O Brasil não reagiu, por exemplo, à expropriação das refinarias da PETRBRAS em Santa Cruz; colaborou para afastar o Paraguai do MERCOSUL, abrindo as portas à Venezuela chavista; apoiou, com eloqüência, o Governo Iraniano e achincalhou o instituto do asilo, ao deportar, em tempo recorde, dois boxeadores cubanos durante os Jogos Pan-americanos de 2007.

Ao enfraquecer o patrimônio ético e moral do asilo, que já salvou a vida de centenas de brasileiros vítimas de perseguição política, o País se apequena diante da comunidade internacional.

O esforço feito no passado para reinserir o Brasil no mapa global, com atuação relevante em temas importantes no âmbito multilateral, tem sido muito atingido. A verdade é que a política externa deixou de representar os interesses permanentes do Estado Brasileiro para defender o ideário do Governo de plantão.

O declínio da credibilidade do Itamaraty é um retrato lamentável de uma gestão submersa em questões ideológicas, e de um Governo que se supõe sinônimo de País, incapaz de perceber a diferença entre a conveniência de um e os interesses maiores do outro.

O novo somos nós. Porque aqueles que estão no Governo envelheceram. E nós temos que mostrar isto para a população brasileira.

O que está acontecendo com o Brasil? Trabalhadores, empresários, donas de casa, muita gente já não esconde a preocupação com os rumos do País e anda fazendo a mesma pergunta. Onde foi parar aquela euforia, inflamada por um discurso que apregoava um patamar de desenvolvimento jamais visto na nossa História?

Já não é possível esconder as fissuras na paisagem econômica. A geração de empregos registrou o pior julho dos últimos dez anos. A renda média do trabalhador vem caindo há cinco meses. O setor de serviços desacelerou, a indústria perdeu competitividade. Com a Economia patinando, viramos o "patinho feio" entre as nações emergentes.

 

 

 

 

O ciclo virtuoso do crescimento chegou ao fim sem as mudanças que o País tanto demanda. Desperdiçamos uma safra recorde de oportunidades durante a última década. E percebemos, agora, que faltam a aqueles que têm a responsabilidade de governar a energia e a competência necessárias para reagir.

O Governo queima credibilidade ao afrontar os fundamentos clássicos da administração e do bom senso. Como entender a manutenção de uma máquina pesada e cara, quando a qualidade da nossa infra-estrutura está em 107º lugar no ranking de 144 países do Fórum Econômico Mundial? Qual é nossa prioridade, afinal?

Retrato do descompasso, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é um inventário de obras inconclusas, com projetos ressuscitados para abastecer palanques políticos. Setores estratégicos da Economia pagam o preço de erros sérios de planejamento, como é o caso das hidrelétricas do Rio Madeira.

Cresce o incômodo com a falta de transparência. O Governo injeta bilhões no BNDES e não permite que a sociedade, que paga essa conta, conheça o destino deste dinheiro, alimentando as suspeitas de privilégios que não atendem aos interesses nacionais.

Fica evidente a distância entre discurso e realidade. Os mesmos programas são lançados diversas vezes, como se fossem novas iniciativas. O Governo, que se recusou assumir a sua parte no compromisso previsto na Emenda 29 e vem diminuindo há dez anos a sua participação nos gastos com saúde, é o mesmo que lança projetos improvisados, como o Mais Médicos, que não resolve os problemas, mas, alimenta o marketing oficial.

Para voltar a apostar no futuro, os brasileiros precisam recuperar a confiança no País. Para tanto é essencial que o Governo faça, pelo menos, o básico: controle a inflação, equilibre as contas públicas, priorize os gastos em educação, em saúde e em segurança e crie condições institucionais para que os investimentos privados floresçam. Acima de tudo, o momento requer uma gestão de responsabilidade.

Muitas vezes, a sensação que parece prevalecer é que quase tudo o que nos trouxe até aqui já não faz tanto sentido. Será? Lembrei-me de Ruy Castro e de suas crônicas recheadas de ironia e de inteligência, aqui mesmo nesta Folha, na qual, volta e meia, nos alerta para o reconhecimento que devemos a nomes importantes da nossa cultura.

Vivemos uma autêntica revolução, e ela nos coloca no portal de um mundo que inaugura novas relações sociais e humanas, provocadas por enormes transformações tecnológicas. Ainda que seja constatação verdadeira, quando apresentado e endeusado como valor absoluto, o novo acaba por transformar em obsoleto o que veio antes.

Duro é reconhecermos que certamente estamos muito aquém do que tantos brasileiros sonharam. E mereciam.

Mas, a resignação em adiar projetos e soluções para um tempo que ainda virá não deixa de ser uma forma de transferirmos indefinidamente responsabilidades. E de perdoarmos a nós mesmos, enquanto sociedade, por tudo o que ainda não fomos capazes de fazer.

Rumo a completar seu décimo primeiro ano no poder, e vendo sua popularidade se esvair, o PT, mais do que nunca, precisa agora se escorar nesse mito que ele próprio se incumbiu de construir. Nem mesmo os dirigentes da Legenda acreditam na sua veracidade, mas, continuam a reproduzir a cantilena, sobretudo, depois que o mito fundador, o do monopólio da ética, foi soterrado pelas condenações do mensalão.

Em artigo recente, o jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira chama a atenção para o tipo de prática política em que a versão é mais importante que a verdade, e em que militantes se dispõem a repetir mecanicamente as teses que vêm da cúpula partidária: Ao constatar que são frágeis, tentam salvá-las com seu entusiasmo e, naturalmente, com a raiva contra quem discorda. Infelizmente, o que Gabeira aponta, com correção e pertinência, é o que constatamos todos os dias, especialmente na Internet.

A Presidente da República não assumiu suas responsabilidades, tangenciou os problemas e buscou desviar o foco dos reais interesses expressos pela população.

Eu espero que ela (Dilma) possa ir amanhã, como é natural, participar deste evento de prefeitos. Porque tudo que o Brasil não precisa é de uma Presidente sitiada, que não pode participar de eventos como esse. A questão da Federação é central no Brasil que nós queremos construir. Transferir recursos para os Municípios e para os Estados de forma corrente é essencial.

Existe uma agenda no Congresso Nacional que trata da Federação – ampliação dos recursos do fundo de participação, renegociação da dívida dos Estados, fim da tributação do PASEP – que poderiam ser tomadas pela Presidente da República, bastando uma palavra à sua base. Mas, ela sempre adia esses problemas. E prefere o marketing, prefere medidas absolutamente paliativas que não tratam das questões na profundidade que precisam ser tratadas, como a questão da saúde pública, que precisa de financiamento e de gestão. E não de medidas absolutamente marginais ou setoriais como essas que nós estamos ouvindo hoje.

Nós temos uma proposta no Congresso Nacional que foi derrubada pela base de apoio ao Governo, seguindo uma orientação da Presidente da República: 10% das receitas brutas do orçamento federal para a saúde pública. Isto, casado com gestão, aí, sim, enfrenta-se com clareza o problema.

Durou menos de 24 horas a validade das declarações da Presidente da República na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, assegurando que a inflação não é motivo de preocupação e que as contas públicas estão sob controle.9

O cenário descrito na ata do Comitê de Política Monetária (COPOM), divulgada no dia seguinte, é outro – a inflação continua elevada e resistente, exigindo máxima atenção.A ata também contradiz a Presidente em relação às contas públicas. Enquanto a primeira mandatária garante que a política fiscal é robusta, o COPOM vê o balanço do setor público em posição expansionista, com crescente elevação dos gastos públicos, o que acaba elevando a pressão inflacionária.

A Presidente verá que se engana atribuindo as críticas ao seu Governo ao pessimismo generalizado da oposição, dos empresários e da imprensa. A preocupação de inúmeros setores decorre, na verdade, de reiterados erros da política econômica.

Nos últimos dois anos, a inflação do setor de serviços se manteve acima de 7,5% ao ano. A inflação dos alimentos, aquela que atinge e penaliza as famílias mais carentes, chegou, em junho deste ano, a quase 13% – muito acima da inflação média.

São passados onze anos de Governo do PT e a verdade é que, enquanto outros Estados, durante todos esses anos, receberam centenas de milhões do Governo Federal para seus metrôs, o de BH ainda não saiu do papel. A duplicação da BR-381, tantas vezes anunciada, se transformou subitamente em uma obra muito menor do que a prometida.

É também curiosa a obsessão da Presidente Dilma com o ex-Presidente Fernando Henrique. Por que o ex-Presidente incomoda tanto a Presidente?

A Presidente será sempre bem-vinda a Minas. Mas, esperamos que, da próxima vez, ela dê demonstrações de respeito não apenas ao ET de Varginha, mas, a todos os mineiros.

No que tange às contas públicas, o investimento federal, nos dois primeiros anos do Governo, ficou estacionado como percentual do PIB. De janeiro a maio deste ano, o gasto público do Governo Federal cresceu R$ 40 bilhões, uma expansão de 13%, o mesmo ritmo de crescimento dos primeiros cinco meses de 2012. No mesmo período, o crescimento do investimento público, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Tesouro Nacional, foi de só R$ 604 milhões.

Apesar do crescimento exponencial do gasto federal, o investimento ficou praticamente estagnado. A expansão concentrou-se nas despesas de custeio, que pressionam a inflação, apontando para uma menor economia fiscal no futuro.

O principal mal causado ao País por essa sucessão de equívocos está sinalizado, com todas as letras, no parágrafo 21 da ata do COPOM: o documento aponta como fator de restrição à retomada do crescimento a desconfiança das famílias e das empresas no Governo e em sua política econômica. Sem confiança, as famílias não consomem, os empresários não investem e a Economia não anda. Sem o diagnóstico correto, a terapia pode acabar agravando a doença.

Em sua breve e já inesquecível visita, o Papa Francisco legou aos brasileiros exemplos revigorantes e uma oportuna mensagem de otimismo, tão necessária neste ano de tantas dificuldades. Sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade! Foi sua exortação no Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

Quem viu o Papa Francisco pela televisão ou ao vivo nos lugares onde esteve pôde obter a personificação de um novo sentido de liderança, marcado por posições reformadoras emblemáticas e grandes simbolismos, nesta hora em que tantos questionamentos recaem sobre aqueles que têm a responsabilidade de dirigir instituições: dispensou protocolos de chefe de Estado, desfilou pelas avenidas em carro simples e com as janelas abertas e impediu as ostentações e os exageros de praxe, buscando mais sinergia com os fiéis, postura que adotou desde o primeiro momento em que foi escolhido como sucessor de Bento XVI. Se a juventude esteve no centro de suas mensagens, foi enfático ao advertir que a sociedade deve assegurar à ela as condições materiais e imateriais para o seu desenvolvimento, oferecendo fundamentos sólidos sobre os quais se deve construir a vida. Garantir-lhe segurança e educação. Transmitir-lhe valores duradouros, como espiritualidade, solidariedade, perseverança, fraternidade e alegria. Para quem tem filho ou filha na juventude, como é o meu caso, as palavras alentadoras de Francisco fizeram todo o sentido. Bote esperança e os seus dias serão iluminados, ele sugeriu aos jovens, em um de seus discursos. Vale, aliás, para jovens de qualquer idade. Houve oportunidade também para que ele demarcasse como enxerga a questão social nos dias de hoje. Quando eleito, meses atrás, o argentino Jorge Mario Bergoglio escolheu seu nome como papa em homenagem a São Francisco de Assis, indicando a ênfase que colocaria na defesa dos mais carentes. Na comunidade pobre da Varginha, no Rio de Janeiro, o Papa fez o apelo para que ninguém permaneça insensível às desigualdades e possa contribuir para acabar com as injustiças: A medida da grandeza de uma sociedade é dada pelo modo como esta trata os mais necessitados. O Papa Francisco mostrou-se bem sintonizado com as manifestações de junho no Brasil. Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, termos usados por ele, pregou a alternativa do diálogo e defendeu o respeito aos princípios éticos. O futuro exige de nós uma visão humanista da Economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza, disse. Este permanece sendo o objetivo em torno do qual todos devemos nos unir.

O que hoje se precisa fazer para estimular o médico a ir para as pequenas comunidades, para as periferias dos grandes centros, e esperamos que isso ocorra, é planejamento e investimento nessas áreas. É o reajuste do SUS, é salvar as Santas Casas, é criar um ambiente favorável para que os médicos possam fazer isso não por obrigação, mas, por opção.

Se é legítimo que a sociedade cobre soluções para os problemas brasileiros, é igualmente fundamental que não percamos de vista o que é de fato prioritário.

A Presidente não pode ser diariamente desafiada a demonstrar a viabilidade do seu nome para 2014 ou ser instada a priorizar uma agenda meramente eleitoral, quando o País espera o combate à inflação e ao baixo crescimento e soluções para a extensa pauta de reivindicações no campo dos serviços públicos em áreas essenciais. Muitas das medidas necessárias, talvez, não atendam os interesses políticos do seu Partido ou à lógica do seu marketing pessoal, mas, são fundamentais para o País e não podem mais ser retardadas.

Escolher um candidato é sempre prerrogativa de um partido ou das alianças que se formam. Entretanto, ao retirar o tapete sob os pés da Presidente, movido pelas conveniências da conjuntura, o PT, na verdade, contribui para debilitar ainda mais a sua gestão, com graves riscos para a governança. O que é um assunto aparentemente doméstico do PT passa a ser, portanto, uma preocupação de todos.

Imaginando que venceria por WO, o PT acabou atropelado pela força da realidade. Quando as pesquisas indicaram a queda brutal da intenção de voto na candidata, a legenda atirou o seu nome aos leões, ensaiando o coro pela volta do ex-Presidente Lula à disputa, enquanto sua base de apoio a tudo assiste sem esboçar qualquer gesto de solidariedade.

Por incrível que pareça, o maior problema que a Presidente Dilma Rousseff enfrenta não está nas manifestações de rua, na queda da popularidade ou nas vaias em eventos. Quem se dedica à vida pública sabe que faz parte da Democracia enfrentar adversidades como essas, por mais constrangedoras que sejam. A grande dificuldade vem do seu próprio partido, o PT. Nunca antes na trajetória de um chefe de nação foi tão oportuno invocar a máxima segundo a qual quem tem determinado tipo de amigos, não precisa de inimigos.

Nada tem impactado mais as receitas estaduais e municipais do que a constante redução do montante dos fundos, afetando diretamente a capacidade dos governadores e, sobretudo, dos prefeitos de atenderem os pedidos da população nas áreas de saúde, educação, segurança e saneamento.

É lamentável que, mais uma vez, a Presidente vire as costas para os Estados e, principalmente, para os Municípios brasileiros, deixando claro o descompasso entre o discurso e as ações do Governo do PT.

Em fevereiro, com nada menos que 20 meses de antecedência em relação ao pleito de 2014, o PT lançou a candidatura da atual Presidente e colocou em marcha, sem disfarce, sua campanha eleitoral, forçando o Governo a escolher entre a lógica da reeleição e os interesses do País.

Defendemos o fim das coligações proporcionais, para impedir a usurpação do voto do eleitor, que vota em um determinado candidato e elege outro, que não tem na sua atuação parlamentar qualquer sintonia com aquele que efetivamente recebeu o voto. Estamos defendendo aqui, algo que a meu ver é extremamente importante nessa mesma direção do fortalecimento dos partidos, que é o retorno da cláusula de desempenho. Os partidos, para terem funcionamento parlamentar, precisarão ter o respaldo de uma parcela mínima, pré-estabelecida, da população.E estamos aqui, depois de uma discussão muito profunda, e a partir dos exemplos que a própria Presidência da República atual e o Governo do PT têm dado, de priorizar a reeleição em detrimento do País, estamos defendendo o mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, sem direito à reeleição.

Eu acredito, sim, que o Congresso tem feito um esforço – mas, repito, aquém do necessário.

Nós, do PSDB, continuaremos cobrando do Governo Federal a agenda que interessa ao Brasil: transparência e seriedade na gestão pública.

Defendemos que o Governo Federal corte pela metade o número de ministérios, corte pela metade os mais de 22 mil cargos comissionados. No quesito transparência, que mostre para o Brasil quais são os gastos da Presidência com cartões corporativos, que mostre aos brasileiros os gastos, agora tratados como sigilosos, das viagens presidenciais – até do ponto de vista emblemático, simbólico, para mostrar que trata essa questão das manifestações com respeito.

Vamos continuar insistindo no financiamento de 10% dos recursos brutos do orçamento para a saúde, 10% do PIB para educação, não-contingenciamento dos recursos de segurança pública, do Fundo Penitenciário e do Fundo Nacional de Segurança para integração maior com os Estados e com os Municípios, e que os investimentos em mobilidade sejam priorizados.

Defendemos que o Governo sepulte, de uma vez por todas, esse malfadado projeto do trem-bala, que custará cerca de 50 bilhões de reais, e priorize os metrôs das grandes capitais – que, infelizmente, no Governo do PT, nos 10 anos e meio do Governo do PT, não tiveram qualquer priorização por parte do Governo.

Se os partidos brasileiros, sem exceção, saem politicamente abalados do saudável vendaval de passeatas no País, um deles certamente se ressente mais: o PT.

Pressionado a oferecer respostas ao País, o Governo Federal improvisou uma constituinte restrita, rapidamente abandonada, e busca, por meio da proposta de um plebiscito de complexa elaboração, aprovar uma agenda que interessa muito mais ao PT do que ao Brasil.
Assim, o Governo Federal patrocina manobras que visam tirar o foco das legítimas reivindicações apresentadas pela população, oferecendo justamente mais daquilo de que os brasileiros demonstram estar fartos: desrespeito.

Um bom contraponto à intolerância de Marilena Chaui é um texto do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, de 2011. Nele, foi enfatizada a necessidade de maior diálogo com a classe média: O caminho não se constrói apenas por partidos políticos nem se limita ao jogo institucional. Ele brota também da sociedade, de seus blogs, tuítes, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo. Não existe só uma oposição, a da arena institucional; existem vários focos de oposição, nas várias dimensões da sociedade.

Sempre apoiamos a reforma política. Lamentamos que nesses dez anos o Governo, com a ampla base que tem no Congresso Nacional, praticamente 80% dos membros da Câmara e do Senado, não a tenha aprovado.

A Presidente da República quer dizer aos brasileiros que aquilo que os levou às ruas foram as propostas que interessam ao PT na reforma política. E não a calamidade da saúde pública, a falência da mobilidade urbana, em especial o transporte público, e o aumento da criminalidade. Mais uma vez, o Governo mostra que não entendeu absolutamente nada do que a população brasileira quis dizer. Questões pontuais como, por exemplo, até do ponto de vista simbólico, acabar com metade desses ministérios que atendem apenas aos companheiros. Acabar com metade dos 22 cargos comissionados para dar um exemplo ao Brasil. Enterrar o projeto do trem-bala, que custará R$ 50 bilhões, investindo esses recursos nos metrôs das principais centros urbanos. Garantir os 10% dos recursos para a saúde. Garantir os 10% do PIB para a educação. São essas as respostas que o Brasil clama.

A Presidente da República acorda de um sono profundo e apresenta ao Congresso alguns temas de reforma política que, se necessários são, e eu concordo que são, não respondem às demandas da população brasileira. Na verdade, o que a Presidente busca fazer é convidar o Congresso Nacional para um passeio de primeira classe numa cabine do Titanic.

O Governo erra muito e quem perde é a população brasileira. Infelizmente, estamos vendo passar o tempo e as questões centrais (mobilidade urbana, saúde de qualidade, diminuição desse número escandaloso de ministérios e de cargos em comissão, melhoria da qualidade da segurança pública) nada disso acontece no Brasil.

O que estamos assistindo, infelizmente para o Brasil, é o fim antecipado de um Governo que não consegue dar respostas, não consegue mostrar efetivamente que tem disposição. Em primeiro lugar, de reconhecer os seus equívocos, de fazer um mea culpa e iniciar uma fase nova. O Governo velho continua falando para um Brasil novo, que surgiu das ruas.

O que seria razoável, hoje, é o Governo assumir a sua responsabilidade. O Governo tem um mandato que só se encerra no final do ano que vem. O Governo tem que garantir financiamento para a saúde e para a educação.

O Governo tem que cortar os gastos supérfluos, tem que investir nos metrôs das capitais, tem que agir com ética e com decência. É isso que o Brasil quer. E nós, congressistas, temos, sim, que votar, dentre tantas questões, o tema da reforma política.

E nós da oposição defendemos que, votada a reforma política, possamos submetê-la a um referendo junto com as eleições do ano que vem. Isso é racional, isso é bom para o Brasil. O resto é engodo. O resto é um Governo que não tem coragem de assumir as suas responsabilidades.

A Presidente Dilma Rousseff cometeu enorme injustiça com o técnico Luiz Felipe Scolari ao dizer que seu Governo tem um padrão Felipão. Foi uma comparação infeliz, já que em nada os "times" se assemelham. A primeira grande diferença é que Felipão convocaria os melhores, e não os mais próximos ou os mais amigos. Por tudo que os brasileiros conhecem dele, sabem que não toleraria qualquer tipo de privilégio. Transparente como é, seria intransigente com os desvios, com a má conduta e com a corrupção. Corajoso, jamais jogaria só para a torcida, evitando decisões às vezes difíceis e impopulares, mas, necessárias. Onde o treinador está a sua liderança se estabelece naturalmente pelo respeito e pela competência. Suas firmes convicções nunca o impediram de aceitar críticas e reconhecer erros quando eles ocorrem. Se introduzido como paradigma para administração pública, o padrão Felipão mudaria importantes prioridades do Governo. Logo de início, certamente, armaria uma defesa intransponível contra a inflação. Seus volantes marcariam a corrupção sob pressão. A articulação do meio-campo se daria sob o regime de alta transparência e solidariedade de esforços. No ataque, a criatividade e o talento brasileiros ganhariam espaço e estímulo para aplicar goleadas nos nossos verdadeiros inimigos: a desigualdade, a ignorância, a violência, a injustiça e o baixo crescimento. Com um padrão Felipão correríamos dez vezes mais, de forma organizada, perseguindo objetivos claros. A leniência estaria fadada ao banco de reservas, a incompetência levaria cartão vermelho assim que entrasse em campo e o improviso não provocaria vaias nos estádios lotados. O estilo Scolari não canta vitória antes da hora, não permite salto alto e nem desrespeito ao oponente. Entende adversários como adversários, nunca como inimigos, e é capaz inclusive de reconhecer méritos neles. É duro, mas leal e verdadeiro. Exemplos como o do técnico Felipão são preciosos quando ultrapassam a fronteira do utilitarismo e da apropriação indevida, e incorporam valores como qualidade, espírito de equipe e convergência em torno de causas comuns. Sem esquecer o mais importante: o Brasil em primeiro lugar.

Eu, talvez até ingenuamente, acreditei na proposta de um pacto. Fui à tribuna, como Presidente do maior partido de oposição, apresentei uma agenda à Presidente da República. Uma agenda na qual muitos dos temas dependiam da sua própria vontade pessoal. E aguardava, obviamente, que a Presidente da República chamasse a oposição para dialogar. Se você quer um pacto com o País, você tem de chamar aqueles que tiveram quase metade dos votos nas últimas eleições. Não. Ela preferia fazer um pacto com aqueles que dizem amém. A Presidente chamou Governadores e Prefeitos de Estado e constrangeu a todos porque só ele teve direito à palavra. Não foi um diálogo. Foi um monólogo. Chamou um segmento da sociedade que o Governo controla. Muitos dos que recebem mesada do Governo. E ignorou segmentos políticos que representam metade da população brasileira. E voltou como um bumerangue. A proposta equivocada e o erro na verdade têm uma velocidade própria. E a Presidente da República está conhecendo a velocidade do erro. A Constituinte durou 24 horas e a proposta do plebiscito não durou duas semanas.

Defendemos, há muito tempo, o fim do voto secreto. Em todas as votações. Com uma exceção que eu pessoalmente acho que tem de haver. Na votação de vetos. Porque preservar o voto secreto na derrubada de um veto presidencial é preservar o Parlamento das pressões do Poder Executivo. Porque com o voto aberto na maioria grande que o Governo tem, é muito difícil de ser derrubado. Então, em todos os outros casos os votos devem ser secretos porque a lógica nos vetos é a lógica inversa. O voto secreto preserva a vontade do parlamentar, a decisão pessoal do parlamentar, e inibe essa decisão de pressões do Poder Executivo. Portanto, defenderemos, a partir da próxima semana, o fim do voto secreto em todas as votações, preservando no veto para que não haja pressão do Governo Federal.

A Presidente, me parece, não gosta do diálogo. Prefere o monólogo.

A agenda da reforma política é necessária; Hoje mesmo cobrei do Presidente do Senado Federal que coloque em pauta um projeto aprovado na Comissão de Justiça da Casa, que garante que todas as propostas de reforma política e eleitoral sejam submetidas a referendo. E que esse referendo ocorra no dia da eleição, no ano que vem.

Onde estão os investimentos em segurança contingenciados ano a ano pelo Governo? Onde está a vontade política de aumentar o financiamento da saúde que, nos últimos dez anos, diminuiu muito no Brasil? Onde está a vontade política de garantir que Plano Nacional de Educação seja cumprido, com 10% do PIB em educação? Não vi nenhuma resposta da Presidente da República à agenda das oposições. O que percebemos é que ela (Dilma) prefere o monólogo, prefere a foto, prefere o encaminhamento do marqueteiro oficial a ouvir as oposições, que representam praticamente metade da população. Aliás, hoje, pelas últimas pesquisas, já representam bem mais que metade da população.

Da nossa parte, estaremos aqui prontos para votar uma reforma política que vincule, que link, que aproxime os partidos políticos do sentimento da população brasileira.

Não dá mais para tentar esconder a escalada da inflação, como insiste em fazer o Governo Federal, tratando-a como se fosse um parente incômodo atrapalhando a festa da família. Não serão ataques à oposição que irão permitir que a inflação volte ao controle e que o Brasil supere o crescimento pífio.

Fica claro que o Brasil cor-de-rosa, pintado e cantado em verso e prosa na propaganda oficial, do Brasil sem miséria, das empresas batendo recordes de produção, da saúde e da educação avançando, não encontra correspondência na vida real das pessoas. Mudou o Brasil? Como? Com a estabilidade econômica, com o início dos programas de transferência de renda, com as privatizações essenciais à modernização da Economia Brasileira, com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essas foram as mudanças estruturais que ocorreram no Brasil. Avanços vieram depois, sim, mas, exatamente, no leito dessas mudanças ocorridas no Governo do Presidente Fernando Henrique.

O ex-Presidente Lula teve, pelo menos, dois grandes méritos: manter a política macroeconômica herdada do Governo anterior, desdizendo seu discurso, mas mantendo os conceitos de metas de inflação, câmbio flutuante, superávit primário, e o fato de ter adensado e ampliado os programas de transferência de renda. Uma virtude do Presidente. Mas, acho que hoje há um sentimento claro de que o Brasil precisa de um novo rumo, de um novo direcionamento.

Sou parlamentar com 30 anos de mandato, mas, qualquer manifestação que significa uma tentativa de apropriação de direcionamento objetivo deste movimento é um equívoco. Ele não é apenas contra o Governo, é uma insatisfação generalizada. Os serviços públicos são de péssima qualidade, o custo de vida aumenta a cada dia. A saúde, a educação e a segurança pública estão caóticas no Brasil. Então, há um sentimento difuso, hoje, e é um sinal da sociedade que deve ser reconhecido e recebido com muita humildade pelos Governantes. Acho um equívoco tanto alguém querer se apropriar deste movimento quanto também transferir responsabilidades para outros.

É preciso que a Presidente tenha serenidade para fazer um diagnóstico correto do que está levando à fragilização da Economia e à diminuição das expectativas positivas que existiam em relação ao Brasil. Não serão ataques fortuitos e absolutamente fora do tom à oposição que vão permitir que a inflação volte ao controle e que o Brasil supere o crescimento pífio que teve nos últimos dois anos. Desejo à Presidente da República muita serenidade nessa hora e que sua queda nas pesquisas eleitorais não afete seu humor, porque precisamos de uma Presidente serena e tranqüila para fazer a avaliação correta do que está acontecendo com o Brasil, para que tome as medidas corretas.

Vou estar de mangas arregaçadas, caminhando por toda Minas Gerais para que nós possamos continuar avançando, impedindo que qualquer retrocesso tome conta do nosso Estado.

Defendo que as coisas sejam naturais. Não acredito em imposições, em alianças forçadas que vêm de cima para baixo, pois elas não se traduzem em votos e em apoio da militância e das pessoas.10

Defendemos que o Congresso tenha uma agenda rápida para votar a reforma política e que depois seria submetida a um referendo. Isso me parece o mais razoável.

O Brasil não merece um messias. O Brasil é e será sempre de cada um e de todos os brasileiros.

Temos que lembrar da luta de Tancredo pela Democracia. Temos que dar um basta ao aparelhamento do Estado e aos que querem se perpetuar no poder.

Na política, você tem de ter convicções, senão não vai a lugar nenhum. Eu tenho as minhas, mas, se alguém me convencer, estou aberto. Só não dá para fazer as coisas sob pressão. Não adianta empurrar. Porque empurrando eu não vou. Eu tenho uma responsabilidade muito grande com Minas. Fizemos uma transformação radical no Estado, na cabeça das pessoas, nos servidores. Minas estava estagnada. Mas, hoje é o Estado que mais cresce no País. Vamos anunciar neste primeiro semestre R$ 50 bilhões de investimentos novos. São Paulo, com toda a pujança, vai anunciar R$ 37 bilhões. Nós estamos em um momento muito virtuoso, empresas vindo, empregos vindo. O interior mais pobre se desenvolvendo, a educação melhorando, e eu tenho responsabilidade pela continuidade disto. Se voltar o mesmo time que derrotamos lá atrás, o PMDB antigo, tudo o que nós fizemos aqui se perde, é muito fácil desconstruir.

A minha decisão não pode ser tomada a partir de opiniões pessoais, até de boas intenções de alguns companheiros. Elas são legítimas, mas, a minha decisão tem de ser tomada através de uma análise muito profunda que eu faço do cenário político.

Quem tem prazo não tem pressa.

Devemos estar preparados para responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o País ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres. Nossa tarefa não é dividir, é aproximar. E só aproximaremos os brasileiros uns dos outros através da diminuição das diferenças que nos separam.

Em Minas, costuma-se dizer que, em política, devem brigar as idéias, não os homens. Por isto, durante o meu Governo, o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do Governador do Estado, vem recebendo deputados, senadores, governadores e ministros de todos os partidos, inclusive da oposição. À luz do dia.

Hoje, de forma muito clara, estamos percebendo como é bom para a população, quantas vantagens tem a população, quando você planeja conjuntamente, quando se tem estratégias comuns que permitam um ganho de tempo, uma otimização dos recursos financeiros nos esforços de todos nós.

A integração das ações, da inteligência e das diligências da Polícia Civil e da Polícia Militar é o caminho mais curto para nós enfrentarmos com êxito o problema da segurança e da criminalidade.

Ao descrever sua participação ao lado do avô, o Presidente Tancredo Neves, sobre a transição da Ditadura Militar para a Democracia no Brasil: — Espectador privilegiado da mais bem construída articulação política já feita no Hemisfério Sul, que nos levou a retomada da Democracia.

Eu fui formado na Democracia, e o contraditório é não apenas importante, mas, necessário à Democracia.

O Brasil de hoje compreende, cada vez mais, que o futuro não está nas mãos de um homem ou de um grupo, não depende de um messias ou de um salvador da pátria. O futuro depende de todos e de cada um de nós.

Os Governos podem fazer muito quando atuam com responsabilidade e comprometimento, mobilizados por desafios e sonhos coletivos e se colocam ao lado dos cidadãos.

É hora de reunirmos a nação inteira, para a tarefa de promover as mudanças corajosas que a realidade exige. Essa tarefa ainda se encontra inconclusa. A depressão econômica, da qual somos vítimas agora, irá nos exigir sacrifícios ainda maiores nos próximos meses. O Brasil é um dos Países mais preparados para vencê-la, graças aos esforços de seu povo e de diferentes Governos. No entanto, ainda nos resta responder aos deveres que nos impõe a realidade.

O sal de nosso batismo, como povo, teve o sabor da liberdade. Não fomos educados para a dócil aceitação do despotismo, mas, sim, instruídos pelas vicissitudes a encontrar a paz no diálogo entre iguais.

O que buscamos são alternativas para os desafios do nosso tempo, reunindo a preocupação ambiental, e, aí, passamos pela reciclagem, com a preocupação social e a mobilização dos catadores de papel e recicladores.

A raiz dos grandes problemas brasileiros é a crescente e absurda concentração de receitas tributárias nas mãos da União.

Sobre a morte de Tancredo Neves: — O Brasil perdeu a grande oportunidade de ter um Presidente da dimensão do Brasil.

Não acho que a única herança que um pai de família queira deixar para seu filho seja um cartão do Bolsa Família.

O Governo Dilma não é um Governo de coalizão, é de cooptação. Vale tudo para ganhar um minuto de TV. O PSDB não teme adversários.

O Governo Dilma falhou. Falhou na condução da política econômica, na gestão do País e no aprofundamento dos programas nas áreas sociais.

Ao contrário do PT, não me contento com a administração diária da pobreza. Quero a superação da pobreza.

O PT é comprometido com esse corporativismo sindical que não quer avaliação. Tem horror de ser avaliado.

Os petistas tratam o Bolsa Família como um ponto de chegada no combate à pobreza. Nós queremos tratar o programa como um ponto de partida para um outro patamar, para a transformação social que todos buscamos para o País.

Comentando a quantidade de mulheres bonitas em uma festa no Rio de Janeiro: — Isso está uma loucura. Dá até para fazer uni-duni-tê.11

 

 

As Gatinhas do Aécio
(Uni-duni-tê, salamê minguê...
A escolhida foi você!)

 

 

 

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Notas:

1. Não há um só brasileiro que não saiba que, até hoje, terça-feira, 7 de outubro de 2.014, nenhum Governo – federal, estadual ou municipal – deu qualquer bola efetiva e concertada para os professores e para os profissionais da área da saúde (nutricionistas, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, osteopatas, profissionais de educação física, serviço social, fonoaudiólogos, dentistas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, biomédicos, farmacêuticos, entre outros). Se você observar, seja qual for o programa de televisão, seja o canal que for, as discussões e as análises políticas são tratadas, de maneira geral, em termos do que interessa ou do que possa vir a interessar ao Governo, à oposição, a um partido político ou a um político em particular, seja no que concerne a alianças, conchavos, trocas-trocas, tráfico de influência, apegos, apoios, vantagens, coligações etc., seja no que concerne a escândalos, malfeitos, delitos, desvios, maracutaias, corrupção etc., e quase nada ou nada mesmo do que possa realmente interessar ao povão brasileiro, que é tratado, pelos políticos em geral, com raras e honrosas exceções, como mera massa de manobra, povão este que é marionetado e manipulado ao sabor do vento que venta cá ou da marola que ondeia lá. Se mudassem o nome de Brasília para Fantasy Island, era capaz de muito pouca gente notar! O mais triste é que aqueles que poderiam mudar ou fazer mudar alguma coisa, normalmente, não têm o apoio nem o carisma necessário para tocar, magnetizar ou influir os Corações. São bem-intencionados, mas, não conseguem se eleger. E não conseguem se eleger, em grande parte, por causa dos resultados das pesquisas que são divulgados, porque a mediocridade não vota em candidato está lá na rabeira. Ideologia? Ora, isto é uma acirologia. Quem está aí para a aretologia?

 

 

 

 

2. E por que não se acaba já com essa benemerência de merda?

3. Eu não quero nem vou afirmar que seja o caso do PT, mas, claro, sempre deu mais voto dar o peixe do que ensinar a pescar. Só que o cara que gosta de ganhar o peixe e não quer aprender a pescar não se libertará nunca. Morrerá dependente do peixe que ele ganha e não pesca. Simples assim. Mas, os maus políticos adoram isto. Daí, o pé esquerdo de um sapato antes da eleição e o pé direito depois; a dentadura de cima antes da eleição e a dentadura de baixo depois; o fudelhufas antes e o cagahouse depois... E por aí vai.

4. Nesta matéria de travessia, também não adianta financiar um barco sem remos ou mesmo um caiaque com remos, para o infeliz cruzar o Oceano Atlântico. Tudo é questão de peso e medida.

5. Recebeu o nome de Emenda Dante de Oliveira Pereira de Carvalho a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº5/1983, apresentada pelo Deputado Federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) (Cuiabá, 6 de fevereiro de 1952 – Cuiabá, 6 de julho de 2006), que tinha por objetivo reinstaurar as eleições diretas para Presidente da República no Brasil, através da alteração dos artigos 74 e 148 da Constituição Federal de 1967 (Emenda Constitucional nº 1, de 1969), uma vez que a tradição democrática havia sido interrompida no País pelo golpe militar de 1964. A enorme pressão popular para que a Emenda fosse aprovada se transformou em um dos maiores movimentos político-sociais da História do Brasil, e logo recebeu o nome de Diretas-Já. De acordo com uma pesquisa do IBOPE, 84% da população brasileira era favorável à aprovação da Emenda. Apesar do alarido popular, a Proposta de Emenda Constitucional foi rejeitada pela Câmara dos Deputados no dia 25 de abril de 1984. Por se tratar de uma emenda constitucional, era necessário votos favoráveis de dois terços da Casa (320 deputados) para que a Proposta seguisse ao Senado. O resultado da votação foi: 298 deputados a favor; 65 contra; 3 abstenções e 113 ausências no plenário. Com a rejeição da Emenda, a eleição para Presidente da República de 1985 foi novamente indireta. Entretanto, articulações da oposição ao regime militar, em especial do PMDB, endossadas pela mídia e com forte apoio popular, racharam a base governista, que era maioria no Congresso Nacional, ocasionando a escolha do oposicionista Tancredo de Almeida Neves, do PMDB, (São João del-Rei, 4 de março de 1910 – São Paulo, 21 de abril de 1985), como Presidente da República. Encerrou-se, assim, um ciclo de cinco Presidentes militares, iniciado em 1964. Tancredo, porém, nunca viria a tomar posse, falecendo por sérios problemas de saúde no dia 21 de abril de 1985. Seu vice, José Sarney, tomou posse em 15 de março daquele mesmo ano, sendo também um dos responsáveis pelo processo de redemocratização do País, mesmo tendo apoiado os militares por vinte anos.]

6. Até hoje, século XXI, em 2.014, há uns filhos-da-puta-que-os-pariu têm saudades dos tempos de chumbo, do autoritarismo, da ausência de liberdade e das torturas!

7. Isto é equivalente ao que sempre costumo dizer: somos responsáveis por tudo.

8. Bullying (anglicismo, bullying) é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou por grupo de indivíduos, causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. O bullying é um problema mundial, no qual a agressão física ou moral repetitiva deixam marcas para o resto da vida. O agressor inferioriza e se impõe sobre o outro, na tentativa de o superar em termos físicos e psicológicos e de satisfazer seu ego. Quase sempre, não tem o suporte de uma boa educação, com conselhos e amparos apropriados. E é isto que mais o encoraja a fazer o que faz. Já a vítima, é alguém desamparado, na maioria das vezes, sem refúgio e com medo de tudo. Conforme enfatiza Carlos Rodrigues Brandão, através do outro, vejo quem sou, crio o outro para me tornar superior sobre ele. Em 20% dos casos, o praticante do bullying também pode ser vítima. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos, e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida.

9. Quem vai a supermercado sabe perfeitamente bem que, ao contrário, a inflação é motivo de superlativa preocupação. Quanto às contas públicas, bem, desde o tempo em que Adão era cadete, nunca tiveram qualquer controle. No Brasil a regra é: gastar mais do que é arrecadado. E dane-se o mundo, que eu não me chamo Segundo nem Tocafundo! O Brasil até parece uma querida amiga que eu tenho que padece de Transtorno Bipolar, e que, na fase maníaca (eufórica), além de se tornar verborrágica e muito fora-do-comummente sorrisonha, se puder, compra até foguete interplanetário e disco voador (com ou sem extraterrestrezinho dentro). Uma vez, ela quase comprou uma esdrúxula maquininha de amolar vento! É meio que a nossa PETROBRAS, que fez um mau negócio ao comprar, em 2006, uma refinaria em Pasadena, nos EUA, como admitem os dirigentes de ontem e de hoje da Estatal, segundo afirma Gustavo Patu. Não só porque o montante desembolsado supera em muito o atual valor de mercado da Refinaria; também não faz mais sentido refinar petróleo brasileiro para o mercado americano, agora que é preciso importar combustíveis para o Brasil. Há três hipóteses, não excludentes entre si, para explicar a trapalhada: 1) azar, na forma de reviravoltas imprevisíveis da Economia; 2) imperícia por riscos subestimados ou decisões equivocadas; 3) dolo, se funcionários e autoridades provocaram propositalmente as perdas para desviar recursos em proveito próprio. Sinceramente? Eu acho tudo isso um horror. Bem, pelo menos já não importamos mais (compulsoriomentalissimamente) ioiôs, bambolês de plástico, rádios de pilhas, comida para cachorro, meias de náilon, canetas esferográficas e máquinas de empacotar punzinhos.

 

 

Máquina de Empacotar Pum

 

 

10. Essa questão de coisa imposta (seja autoritária, seja totalitária) não é só em política; vale em tudo e para tudo.

11. E, dependendo da festa, dá até para fazer salamê minguê!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.fright-bytes.com/

https://czarniklife.wordpress.com/tag/aldona/

https://lizzyforeal.wordpress.com/page/8/

http://www.countrypickerpa.com/
country/about.ashx

http://www.the-site.name/

http://burroempacado.blogspot.com.br/

http://oficiodahistoria.blogspot.com.br/2009/01/
segunda-repblica-ou-repblica-populista_22.html

http://www.viomundo.com.br/denuncias/
ronald-barata-nao-ha-chance-de-golpe-no-brasil.html

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1433096-entenda
-o-caso-da-refinaria-da-petrobras-em-pasadena-eua.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Bullying

http://mybabymonsters.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Proposta_de
_Emenda_Constitucional_Dante_de_Oliveira

http://sol2611.wordpress.com/

http://www.clipartpanda.com/

http://www.astrologydating.com/pub/blog_post/
astrology-and-depression-the-role-of-the-moon

http://imgarcade.com/1/animated-lawn-mower/

http://pt.wikiquote.org/wiki/A%C3%A9cio_Neves

http://en.wikipedia.org/wiki/Nuclear_weapon_design

http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A9cio_Neves

 

Música de fundo:

Peixe Vivo
Interpretação: Fábio Caramuru

Fonte:

http://redmp3.ru/7990699/f-bio-caramuru-peixe-vivo.html

Observação:

Esta era música predileta do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (Diamantina, 12 de setembro de 1902 – Resende, 22 de agosto de 1976).

 

Direitos autorais:

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