Este
estudo (Parte I) teve por objetivo examinar (e comentar, editando aqui e
ali, quando foi o caso) a obra Como Vejo o Mundo (Mein
Weltbild), de autoria do humanista e físico teórico
alemão Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton,
18 de abril de 1955), um texto em que o autor volta os olhos para os
problemas fundamentais do ser humano — o social, o político,
o econômico e o cultural — e torna clara a sua posição
diante deles: a de um sábio radicalmente consciente de que sem a
liberdade de ser e de agir, o homem, por mais que conheça e possua,
não é nada. Enfim, eu sei que Einstein não foi
para o céu pela sua Teoria da Relatividade Geral nem pela explicação
satisfatória que deu para o Efeito Fotoelétrico (que lhe rendeu
o Prêmio Nobel de Física de 1921), mas, sim, pelos pensamentos
humanitários e pelas reflexões filantrópicas divulgados
nesta obra.
Fragmentos
Albert
Einstein
A
cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma —
integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos.
—
Oh! Como temos que agradecer
aos que têm nos ajudado
a atualizar nosso Quadrado
e mudarmos o não-ser em ser!
—
Oh! Como temos que agradecer
aos que têm nos Illuminado
a repintar o talante errado
para podermos ascender!
O
homem
pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que
quer. [Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788
– Frankfurt, 21 de setembro de 1860), apud Albert
Einstein.]
—
Eu sempre fiz o que quis,
porém, livre eu nunca fui.
Intolerante-fideísta-ajoelhista,
ora doía ai, ora doía ui!
Precisamos
aprender a tolerar aquilo que nos faz sofrer.
Precisamos
aprender a
ver mundo com bom humor.
Precisamos
aprender a
não
considerar o prazer e a felicidade como um fim em si.
—
Era peido de manhã,
churrasco no almoço,
tea for two à
tardinha,
two for tea
à noitinha,
orgasmo à meia-noite...
Sempre angu-de-caroço.
Repeteco again tomorrow!
A
Humanidade,
de maneira geral, se apaixona por finalidades irrisórias que têm
por nome a riqueza, a glória e o luxo.
Cada
vida encarna a dignidade da pessoa humana, e nenhum destino poderá
justificar uma exaltação qualquer de quem quer que seja.
Não
quero e não mereço nada.
A
violência fascina os seres moralmente mais fracos.
É
a pessoa humana, livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta
o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança
infernal de imbecilidade e de embrutecimento.
A
pior das instituições gregárias se intitula exército.
Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons
de música, eu desprezo este homem. Não merece um cérebro
humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer
desaparecer, o mais depressa possível, este câncer da civilização.
Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório,
a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é
a coisa mais desprezível que existe. Preferiria me deixar assassinar
a participar desta ignomínia. [Com relação
a este tema, não pretendo dourar a pílula, já que eu
entendo perfeitamente o sentimento de Einstein, pois, o horror e o desespero
que ele passou e viu durante a 2ª Grande Guerra (que, de fato, começou
em 1914 e só acabou em 1945), neste particular, moldaram sua sensibilidade.
Na verdade, irei um pouco além, já que acredito que os três
piores -ismos que esbarrondam a Humanidade são: o Capitalismo,
o fideísmo e o militarismo. Por outro lado, também devo admitir
que há sistemas, organizações e pessoas que são
zilhões de vezes mais deletérios e insalubres à sociedade.
Como os exemplos abundam por todo lado e estão a olhos vistos para
qualquer cego ver, não citarei nenhum.]
A
dignidade da pessoa humana está irremediavelmente aviltada pela obrigação
do serviço militar, e nossa Humanidade civilizada sofre hoje deste
câncer.
O
bom
senso dos homens é sistematicamente corrompido, e os principais culpados
são: a escola, a imprensa, o mundo dos negócios e o mundo
político.
Se
alguém não conhece a sensação de beleza e de
verdade ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já
é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.
A
Merendinha do Zumbi
Mesmo
que o meu esforço para compreender o mistério da eternidade
da vida fique sempre desproporcionado, vejo a Razão se manifestar
na vida.
Aquele
que considera sua vida e a dos outros sem qualquer sentido é fundamentalmente
infeliz, pois, não tem motivo algum para viver.
De
acordo com uma única regra determino o autêntico valor de um
homem. Esta regra é: em que grau e com que finalidade o homem se
libertou de seu ego?
Todas
as riquezas do mundo, mesmo nas mãos de seres-humanos-aí-no-mundo
inteiramente devotados à idéia do progresso, jamais trarão
o menor desenvolvimento moral para a Humanidade.
Sou
realmente um ser-humano-aí-no-mundo
quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade:
a comunidade e seu progresso.
O
progresso moral da sociedade depende exclusivamente de sua independência.
Uma
ditadura só é tolerada quando o respeito da pessoa e o senso
social estão agonizantes ou já mortos.
As
organizações humanas, caso não se apóiem e se
equilibrem sobre a responsabilidade das comunidades, são impotentes.
A
memória das gerações passadas faz o ser-humano-aí-no-mundo
crer no poder propiciatório dos ritos, para alcançar as boas
graças de seres temíveis [deuses-providências]
que [por
ignorância + medo] ele próprio imaginou, criou e
cultua.
A
Religiosidade Cósmica não tem dogmas nem corresponde a conceito
algum de um deus antropomórfico, isto é, concebido à
imagem do homem. Neste sentido, seres-humanos-aí-no-mundo como Demócrito
de Abdera (cerca de 460 a.C. –
370 a.C.), Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São
Francisco de Assis (1181 ou 1182 –
1226), e Baruch
de Espinosa (1632
–
1677)
se assemelham profundamente. A Religião Cósmica é o
móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica.
Um cientista escrupulosamente honesto é um espírito profundamente
religioso. Enfim, o espírito científico não pode existir
sem Religiosidade Cósmica.
Teorema de Pitágoras
A
condição de um ser-humano-aí-no-mundo domado pelo medo
do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte é
realmente lastimável.
Fazer
desaparecer obstáculos não conduz automaticamente ao progresso
moral da existência, quer social, quer individual. Esta ação
negativa exige, além disto, uma vontade positiva para a organização
moral da vida coletiva. E aqui a Ciência não poderá
nos libertar. [Só o Silêncio Interior e a Voz que
fala neste Silêncio poderão nos libertar.]
A
proliferação de intercâmbios intelectuais mediocremente
materialistas é uma espécie de gelo que paralisa as relações
humanas.
O
pior é que esse bloco de gelo
está muito difícil de derreter!
O
terrível
dilema da situação política internacional se explica
pelo pecado de omissão de nossa civilização. Sem cultura
moral, não haverá saída para a Humanidade.
—
Sei que sou omisso,
mas, quem não é?
Sei
que sou neutro,
mas, quem não é?
Sei que sou negligente,
mas, quem não é?
Sei que sou distraído,
mas, quem não é?
Sei que sou displicente,
mas, quem não é?
Sei que sou irresponsável,
mas, quem não é?
Sei que sou uma besta,
mas, quem não é?
Sei que sou maria-vai-com-as-outras,
mas, quem não é?
Sei que sou inocente útil,
mas, quem não é?
A
luta pela Verdade deve ter precedência sobre todas as outras lutas.
[Em carta ao Ministro da Graça e da Justiça do
Reino da Itália no Governo Mussolini Alfredo Rocco (Napoli, 9 de
setembro de 1875 – Roma, 28 de agosto de 1935).]
Cada
um deve participar na elaboração do espírito de seu
tempo.
Que
cada um reflita em sua [personalidade-]alma
e em sua consciência, que cada um chegue a uma idéia baseada
nas próprias leituras, e não ancorada nas conversas dos outros.
Não
basta ensinar ao ser-humano-aí-no-mundo uma especialidade. É
necessário que ele adquira um sentimento, um senso prático
daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo e do
que é moralmente correto. Os excessos do sistema de competição
e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de
eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida
cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro.
Não existe outra educação inteligente senão
aquela em que se toma a si próprio como um exemplo, ainda quando
não se possa impedir que este modelo seja um monstro!
—
Sou físico nuclear,
trabalhei no Projeto Manhattan
e fabriquei o Little Boy.
Sei que sou um monstro,
mas, não me arrependo de nada,
e faria tudo de novo.
Hiroshima tinha que sumir
e japa tinha que morrer.
Sou físico nuclear,
trabalhei no Projeto Manhattan
e construí o Fat Man.
Sei que sou um monstro,
mas, não me arrependo de nada,
e faria tudo de novo.
Nagasaki tinha que evaporar
e japa tinha que morrer.
Sou...
Serei...
Não mudarei...
Ora, não me arrependo!
Faria tudo de novo!
Só três coisas eu lamento:
que o Fidel tenha durado tanto tempo,
que o Maduro não largue o osso
e que o João de Deus esteja em cana.
Todos
nós somos mortais-imortais, porque, de alguma forma, criamos obras
que nos sobrevivem.
Albert
Einstein
Somente
uma cooperação para além dos sentimentos poderá
estabelecer algo de valor.
Em
Hendrik Antoon Lorentz (Arnhem, 18 de julho de 1853 — Haarlem, 4 de
fevereiro de 1928), um físico neerlandês, a ausência
de fraqueza humana jamais deprimiu seus semelhantes.
Hendrik
Antoon Lorentz
Toda
especialização impossibilita uma simples compreensão
geral do conjunto da Ciência.
Talvez,
a maior das ilusões plebéias seja o realismo ingênuo
segundo o qual os objetos “são” a pura verdade de nossos
sentidos.
—
Iludido
e babaquara,
eu acreditava piamente
que aquilo que aparenta ser é.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o que não parece ser não é.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que ditadura é o melhor remédio.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que mijo-de-cão é bom pra tédio.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
no suplício eterno.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em dragão e no inferno.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em promessa de político.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era justo ser somítico.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que existia saci-pererê.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que fazia jus a um jabaculê.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que seria perdoado.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que seria arrebatado.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em um deus onipotente.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em azar de impenitente.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era correto confessar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era proveitoso dizimar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
na veracidade da Bíblia.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era pecado a alegria.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o mundo iria logo acabar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o jeito era se conformar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
na condenação do acréu.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que iria para o céu.
O
culto da personalidade é sempre injustificado.
Josef
Koba
Stalin
Nada
poderá ser mais prejudicial, para o prestígio da lei e do
Estado, do que promulgar leis sem ter os meios para fazê-las respeitar.
[Coisa muito comum em países dos Terceiro e Quarto Mundos.
São as leis que não pegam. No Brasil, por exemplo, em certos
municípios, já foram inventadas leis que proibiam a comercialização
da melancia, o uso de máscaras em festas e até o uso da camisinha.
Inclusive, houve uma lei que criou uma reserva para pouso de OVNIs, com
5 hectares, na serra do Roncador!]
A
última Guerra (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945)
provou que não há mais continentes isolados, mas, que os destinos
de todos os povos estão hoje estreitamente imbricados.
Vivemos
em um regime democrático, portanto, nosso destino pessoal e o destino
da sociedade dependem inteiramente de nós. A vontade coletiva no
sentido de uma paz internacional haverá de se inspirar em uma íntima
convicção pessoal-coletiva.
Hoje,
a guerra se chama aniquilamento da Humanidade. Protestar contra os armamentos
não quer dizer nada e não muda nada. Só a supressão
definitiva do risco universal da guerra dá sentido e oportunidade
à sobrevivência do mundo.
O
melhor
meio para alcançarmos uma paz duradoura é a simples recusa
do serviço militar. Mas, infelizmente, muitos bons pacifistas não
gostariam de praticar o pacifismo desta maneira, invocando razões
patrióticas.1
O
destino da Humanidade civilizada repousa exclusivamente sobre os valores
morais que consegue suscitar em si mesma. Se, na vida econômica, o
egoísmo, “monstro sagrado”, acarreta conseqüências
nefastas, na vida política internacional causa estragos ainda mais
atrozes.
—
Minha
primeira regra de vida:
Primeiro eu.
Minha enésima regra de vida:
Primeiro eu.
Minha única regra de vida:
Primeiro eu.
Precisamos
pôr um fim definitivo nessa coisa fedorenta, desumana e retrogressiva
de só ter em vista o próprio proveito, imediato e desprezível,
e passar a considerar primeiro o bem grupal e o proveito da comunidade.
Se
quisermos uma vida livre e feliz, será absolutamente necessário
haver renúncia e restrição.
—
Não
renuncio a nada;
quero mais, muito mais.
Não
abro mão de nada.
O que tenho com os ais?
—
Não
restrinjo nada;
meu penico é de ouro.
Não
desapenso nada;
eu não sou calouro.
A
educação militar do povo só gera a morte dos direitos
do indivíduo inerentes a esta pedagogia.
Ficar
só em posição de defesa não oferece nenhum interesse
estratégico.
Como
é possível que homens políticos, sem nenhum escrúpulo
e sem qualquer senso de responsabilidade, se apresentem como representantes
da parte intelectual e moralmente superior das nações?
Recordando:
Só Alguns Inescrupulosos
Não
há nada mais lamentável e mais irresponsável do que
a
boa vontade e a capacidade de muitas personalidades se manter
esterilizada por penosa resignação [ou
por cômoda neutralidade].
Raros
são aqueles que olham com os próprios olhos e sentem com a
própria sensibilidade.
Possam
os povos abrir os olhos e compreender o valor da renúncia nacional
indispensável para evitar a mortandade de todos contra todos!
A
diplomacia da conciliação, [da acomodação
e da transigência]
com os piores inimigos da civilização
se chama crime contra
a Humanidade, mesmo quando é defendida em nome da sabedoria política.
O
que poderá esperar um povo que, em tempo de paz, se submete ao serviço
militar? A luta de todos nós deve ser no sentido da liberação
de qualquer obrigação-escravidão militar. Só
a supressão radical do serviço militar obrigatório
autoriza imaginar a educação da juventude no espírito
de reconciliação, na afirmação das forças
da vida e no respeito de todas as formas vivas.
Eis
o abominável monstro
de três cabeças: estupidez, medo, cobiça.
Monstro
de Três Cabeças
A
indústria dos armamentos representa concretamente o mais terrível
perigo para a Humanidade.
Armar-se
significa exatamente isto: não aprovar e nem organizar a paz, mas,
dizer sim à guerra e prepará-la. Sendo assim, não se
pode desarmar por etapas, mas, de uma vez por todas ou nunca. A solução
é clara: tudo ou nada.
Desarmamento
e segurança só se conquistam juntos. A segurança não
será real, a não ser que todas as
nações assumam o compromisso de executar por completo as decisões
internacionais. Nosso destino será aquele que escolhermos. [Negrito
e sublinhado meus.]
Uma
profissão de fé política: o Estado foi criado para
os seres-humanos-aí-no-mundo, e não o inverso. [Portanto,
nada poderá interessar a um Governo; tudo só poderá
interessar ao povo.]
Isto
é do interesse do Governo.
Isto não interessa ao Governo.
Isto é uma grande incivilidade:
retroalimentação da boçalidade.
A
tarefa principal do Estado consiste nisto: proteger o indivíduo e
lhe oferecer a possibilidade de se realizar como pessoa humana criativa.
Consentir
em certos sacrifícios ao Estado só é um dever quando
contribuem para o progresso humano dos indivíduos.
O
maior obstáculo para a ordem internacional consiste no nacionalismo
exacerbado, denominado, ilusória e simpaticamente, de patriotismo.
O
serviço militar obrigatório é a principal causa da
decadência moral da Humanidade. Quem quiser desenvolver o sentimento
internacional e combater o chauvinismo nacional terá que combater
o serviço militar obrigatório. O serviço militar obrigatório
tem de ser combatido porque constitui o principal foco de um nacionalismo
mórbido.
Aquele
que desejar abolir de fato a guerra terá de intervir com energia,
para que o Estado do qual é cidadão renuncie a uma parte de
sua soberania em proveito das instâncias internacionais.
—
Já disse e repetirei:
a bulhufas renunciarei.
Eu quero mais é que pobre
se exploda
e que a usura vire moda.
—
Nasceu gambiano por quê?
Nasceu haitiano por quê?
Vim ao mundo lá nas oropa
e to indo de vento em popa!
Justo
Veríssimo de Santo Cristo
Se
não for suprimida a educação do povo pelos militares
e pelos patriotas belicosos, a Humanidade não poderá progredir.
É
necessário que seja despertado nos seres-humanos-aí-no-mundo
um sentimento de solidariedade que não se detenha nas fronteiras
nem se deixe levar por tendências nacionalistas agradáveis.
O
intercâmbio incondicional das idéias e das descobertas se impõe
para um progresso harmonioso da ciência e da vida cultural.
É
preciso,
absolutamente, evitar que nossos pensamentos se mudem em preconceitos, formando
um obstáculo à emissão de um juízo objetivo.
A
burocracia leva a morte a qualquer ação.
A
certeza de alcançar a segurança por meio do armamento nacional
não passa de sinistra ilusão.
Não
se poderá chegar a uma paz verdadeira, se se determinar que a política
deva ser estabelecida exclusivamente pela eventualidade de um futuro conflito,
sobretudo quando se tornou evidente que semelhante conflito, se viesse a
ocorrer, significaria a completa ruína da Humanidade.
Esta
era – em 1947 – e continua sendo
a preocupação do Domínio dos Arianni.
A
linha-diretriz de qualquer política deveria ser: o que nós
poderemos fazer para incitar todas as nações a viverem pacificamente
e tão bem quanto for possível? Portanto, os dois primeiros
problemas a serem resolvidos são: a eliminação
do medo e a desativação da defesa recíproca.
Isto tudo só se resolverá se/quando
for instalado um Governo Mundial restrito.
A
coexistência pacífica entre os seres-humanos-aí-no-mundo
se baseia, em primeiro lugar, na confiança mútua, e só
depois sobre instituições como a justiça ou a polícia.
Esta regra se aplica tanto às nações como aos indivíduos.
A
suprema debilidade está em não fazermos nada, esperando que
os outros ajam em nosso favor.
A
herança cultural e científica que nos legaram as gerações
anteriores e os frutos do trabalho dos nossos antepassados não devem,
para nós, se tornar uma catástrofe, mas, uma oportunidade.
Precisamos nos libertar da escravidão degradante do militarismo.
Por
liberdade política entendo a liberdade de expressar publicamente
ou por escrito minha opinião política, e por tolerância
o respeito a toda convicção individual.
A
natureza da concepção judaica da vida se traduz assim: direito
à vida para todas as criaturas.
A
tentação de fundar a lei moral sobre o temor é uma
atitude deplorável e ilusória.
Servir
a Deus equivale a servir à Vida. Não é por acaso que
as reivindicações socialistas emanem, sobretudo, dos judeus.
Se
se separa o Judaísmo dos profetas e o Cristianismo, tal como foi
ensinado por Jesus, de todos os acréscimos posteriores, em particular
aqueles dos padres, subsiste uma doutrina capaz de curar a Humanidade de
todas as moléstias sociais.
Sacrificar-se
a serviço da vida equivale a uma graça.
Continua...
_____
Nota:
1. Em 1795, o filósofo
prussiano Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg,
12 de fevereiro de 1804) escreveu e divulgou a obra A
Paz Perpétua, na qual afirmou que a
paz é um dever imediato, porém, não pode ser instituído
ou assegurado sem um contrato dos povos entre si. Os artigos
preliminares para que se obtenha uma paz efetiva entre os Estados são:
1º) Não
se deve considerar como válido nenhum tratado de paz que tenha sido
elaborado com uma reserva secreta de elementos para uma guerra futura.
2º)
Nenhum Estado independente poderá ser adquirido por outro mediante
herança, troca, compra ou doação.
3º)
Os exércitos permanentes ('miles perpetuus') devem, com o tempo,
de todo desaparecer.
4º)
Não se devem emitir dívidas públicas em relação
aos assuntos de política exterior.
5º)
Nenhum Estado deve se imiscuir pela força na constituição
e no Governo de outro Estado.
6º)
Nenhum Estado em guerra com outro deve permitir hostilidades que tomem impossível
a confiança mútua na paz futura, como, por exemplo, o emprego
no outro Estado de assassinos ('percussores'), envenenadores ('venefici'),
a ruptura da capitulação, a instigação à
traição ('perduellio') etc.
Artigos definitivos
para a paz perpétua entre os Estados, fundamentados em três
princípios:
liberdade dos membros de uma sociedade enquanto homens, dependência
enquanto súditos e igualdade enquanto cidadãos:
1º)
A Constituição civil em cada Estado deve ser republicana.
2º)
O Direito das gentes deve se fundar em uma federação de Estados
livres.
3º)
O Direito cosmopolita deve se limitar às condições
da hospitalidade universal.
Enfim, o escritor do
Império Romano do século IV Publius Flavius Vegetius Renatus,
conhecido como Vegécio, estava completamente equivocado quando propôs
si vis pacem, para
bellum (se quer paz, prepare-se para a guerra). Este absurdo
precisa ser definitivamente transmutado em si
vis pacem, para pacem (se quer paz, prepare-se para
a paz). Enquanto fizermos a guerra estaremos, concomitantemente, assassinando
e nos suicidando. Seja como for, enquanto persistir o serviço militar
obrigatório, não será alcançada a Paz. Einstein
foi um dos mais veementes defensores do desarmamento global imediato. Há
algum tempo, (20/3/2001), os Deputados do Conselho Supremo da Fraternidade
Rosacruz, no Manifesto Positio
Fraternitatis Rosæ Crucis, manifestaram
o pensamento de que ...
as leis humanas devem ser o reflexo das Leis Divinas. Esta é
a condição absoluta para que o ser humano seja feliz. Esta
afirmação é absolutamente tolerante e irredutivelmente
independente, ainda que não vinculada ou dependente de nenhuma teologia
afirmada ou religião estabelecida.
Música
de fundo:
Tea for Two
Compositores: Vincent Youmans (música) & Irving Caesar (letra)
Fonte:
http://download.midimi.org/midi-105603-download-
jazz-standardsdiversen-tea-for-two-1.html
Páginas
da Internet consultadas:
http://bestanimations.com/
https://br.freepik.com/
https://gfycat.com/
https://giphy.com/explore/mushroom-cloud
https://www.fique-de-olho-digital.com.br/
https://tenor.com/
https://warosu.org/ic/thread/2928488
https://twistedsifter.com/
http://paxprofundis.org/livros/sivispacem/sivispacem.html
http://www.iconarchive.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hendrik_Antoon_Lorentz
,_in_1916_geschilderd_door_Menso_Kamelingh_Onnes.jpg
https://br.pinterest.com/pin/428897564505300354/
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http://www.animated-gifs.eu/
https://pixabay.com/
https://gifimage.net/
http://ridhabenkacem.centerblog.net/
https://www.domestika.org/
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https://cargo.site/
https://tenor.com/search/albert-einstein-gifs
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neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar
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que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei
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