COMO VEJO O MUNDO
(Parte I)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Albert Einstein

Albert Einstein

 

 

 

Este estudo (Parte I) teve por objetivo examinar (e comentar, editando aqui e ali, quando foi o caso) a obra Como Vejo o Mundo (Mein Weltbild), de autoria do humanista e físico teórico alemão Albert Einstein (Ulm, 14 de março de 1879 – Princeton, 18 de abril de 1955), um texto em que o autor volta os olhos para os problemas fundamentais do ser humanoo social, o político, o econômico e o cultural — e torna clara a sua posição diante deles: a de um sábio radicalmente consciente de que sem a liberdade de ser e de agir, o homem, por mais que conheça e possua, não é nada. Enfim, eu sei que Einstein não foi para o céu pela sua Teoria da Relatividade Geral nem pela explicação satisfatória que deu para o Efeito Fotoelétrico (que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física de 1921), mas, sim, pelos pensamentos humanitários e pelas reflexões filantrópicas divulgados nesta obra.

 

 

 

Fragmentos

 

 

 

Albert Einstein

Albert Einstein

 

 

 

A cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma — integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos.

 

Oh! Como temos que agradecer
aos que têm nos ajudado
a atualizar nosso Quadrado
e mudarmos o não-ser em ser!

Oh! Como temos que agradecer
aos que têm nos I
lluminado
a repintar o talante errado
para podermos ascender!

 

O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode querer o que quer. [Arthur Schopenhauer (Danzig, 22 de fevereiro de 1788 – Frankfurt, 21 de setembro de 1860), apud Albert Einstein.]

 

Eu sempre fiz o que quis,
porém, livre eu nunca fui.
Intolerante-fideísta-ajoelhista,
ora doía ai, ora doía ui!

 

Precisamos aprender a tolerar aquilo que nos faz sofrer.

Precisamos aprender a ver mundo com bom humor.

Precisamos aprender a não considerar o prazer e a felicidade como um fim em si.

 

Era peido de manhã,
churrasco no almoço,
tea for two à tardinha,
two for tea à noitinha,
orgasmo à meia-noite...
Sempre angu-de-caroço.
Repeteco
again tomorrow!

 

A Humanidade, de maneira geral, se apaixona por finalidades irrisórias que têm por nome a riqueza, a glória e o luxo.

Cada vida encarna a dignidade da pessoa humana, e nenhum destino poderá justificar uma exaltação qualquer de quem quer que seja.

Não quero e não mereço nada.

A violência fascina os seres moralmente mais fracos.

É a pessoa humana, livre, criadora e sensível que modela o belo e exalta o sublime, ao passo que as massas continuam arrastadas por uma dança infernal de imbecilidade e de embrutecimento.

A pior das instituições gregárias se intitula exército. Eu o odeio. Se um homem puder sentir qualquer prazer em desfilar aos sons de música, eu desprezo este homem. Não merece um cérebro humano, já que a medula espinhal o satisfaz. Deveríamos fazer desaparecer, o mais depressa possível, este câncer da civilização. Detesto com todas as forças o heroísmo obrigatório, a violência gratuita e o nacionalismo débil. A guerra é a coisa mais desprezível que existe. Preferiria me deixar assassinar a participar desta ignomínia. [Com relação a este tema, não pretendo dourar a pílula, já que eu entendo perfeitamente o sentimento de Einstein, pois, o horror e o desespero que ele passou e viu durante a 2ª Grande Guerra (que, de fato, começou em 1914 e só acabou em 1945), neste particular, moldaram sua sensibilidade. Na verdade, irei um pouco além, já que acredito que os três piores -ismos que esbarrondam a Humanidade são: o Capitalismo, o fideísmo e o militarismo. Por outro lado, também devo admitir que há sistemas, organizações e pessoas que são zilhões de vezes mais deletérios e insalubres à sociedade. Como os exemplos abundam por todo lado e estão a olhos vistos para qualquer cego ver, não citarei nenhum.]

 

 

 

 

A dignidade da pessoa humana está irremediavelmente aviltada pela obrigação do serviço militar, e nossa Humanidade civilizada sofre hoje deste câncer.

 

 

SoldadoSoldadoSoldadoSoldadoSoldadoSoldado

 

O bom senso dos homens é sistematicamente corrompido, e os principais culpados são: a escola, a imprensa, o mundo dos negócios e o mundo político.

Se alguém não conhece a sensação de beleza e de verdade ou não pode mais experimentar espanto ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.

 

 

A Merendinha do Zumbi

 

 

Mesmo que o meu esforço para compreender o mistério da eternidade da vida fique sempre desproporcionado, vejo a Razão se manifestar na vida.

Aquele que considera sua vida e a dos outros sem qualquer sentido é fundamentalmente infeliz, pois, não tem motivo algum para viver.

De acordo com uma única regra determino o autêntico valor de um homem. Esta regra é: em que grau e com que finalidade o homem se libertou de seu ego?

Todas as riquezas do mundo, mesmo nas mãos de seres-humanos-aí-no-mundo inteiramente devotados à idéia do progresso, jamais trarão o menor desenvolvimento moral para a Humanidade.

 

 

 

 

Sou realmente um ser-humano-aí-no-mundo quando meus sentimentos, pensamentos e atos têm uma única finalidade: a comunidade e seu progresso.

O progresso moral da sociedade depende exclusivamente de sua independência.

Uma ditadura só é tolerada quando o respeito da pessoa e o senso social estão agonizantes ou já mortos.

 

 

Três Macaquinhos

 

 

As organizações humanas, caso não se apóiem e se equilibrem sobre a responsabilidade das comunidades, são impotentes.

A memória das gerações passadas faz o ser-humano-aí-no-mundo crer no poder propiciatório dos ritos, para alcançar as boas graças de seres temíveis [deuses-providências] que [por ignorância + medo] ele próprio imaginou, criou e cultua.

 

 

Rezando

 

 

A Religiosidade Cósmica não tem dogmas nem corresponde a conceito algum de um deus antropomórfico, isto é, concebido à imagem do homem. Neste sentido, seres-humanos-aí-no-mundo como Demócrito de Abdera (cerca de 460 a.C. 370 a.C.), Giovanni di Pietro di Bernardone, mais conhecido como São Francisco de Assis (1181 ou 1182 1226), e Baruch de Espinosa (1632 1677) se assemelham profundamente. A Religião Cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica. Um cientista escrupulosamente honesto é um espírito profundamente religioso. Enfim, o espírito científico não pode existir sem Religiosidade Cósmica.

 

 

Teorema de Pitágoras


A condição de um ser-humano-aí-no-mundo domado pelo medo do castigo ou pela esperança de uma recompensa depois da morte é realmente lastimável.

Fazer desaparecer obstáculos não conduz automaticamente ao progresso moral da existência, quer social, quer individual. Esta ação negativa exige, além disto, uma vontade positiva para a organização moral da vida coletiva. E aqui a Ciência não poderá nos libertar. [Só o Silêncio Interior e a Voz que fala neste Silêncio poderão nos libertar.]

A proliferação de intercâmbios intelectuais mediocremente materialistas é uma espécie de gelo que paralisa as relações humanas.

 

 

O pior é que esse bloco de gelo
está muito difícil de derreter!


 

O terrível dilema da situação política internacional se explica pelo pecado de omissão de nossa civilização. Sem cultura moral, não haverá saída para a Humanidade.

 

Sei que sou omisso,
mas, quem não é?

Sei que sou neutro,
mas, quem não é?

Sei que sou negligente,
mas, quem não é?

Sei que sou distraído,
mas, quem não é?

Sei que sou displicente,
mas, quem não é?

Sei que sou irresponsável,
mas, quem não é?

Sei que sou uma besta,
mas, quem não é?
Sei que sou maria-vai-com-as-outras,
mas, quem não é?

Sei que sou inocente útil,
mas, quem não é?

A luta pela Verdade deve ter precedência sobre todas as outras lutas. [Em carta ao Ministro da Graça e da Justiça do Reino da Itália no Governo Mussolini Alfredo Rocco (Napoli, 9 de setembro de 1875 – Roma, 28 de agosto de 1935).]

Cada um deve participar na elaboração do espírito de seu tempo.

Que cada um reflita em sua [personalidade-]alma e em sua consciência, que cada um chegue a uma idéia baseada nas próprias leituras, e não ancorada nas conversas dos outros.

Não basta ensinar ao ser-humano-aí-no-mundo uma especialidade. É necessário que ele adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo e do que é moralmente correto. Os excessos do sistema de competição e de especialização prematura, sob o falacioso pretexto de eficácia, assassinam o espírito, impossibilitam qualquer vida cultural e chegam a suprimir os progressos nas ciências do futuro. Não existe outra educação inteligente senão aquela em que se toma a si próprio como um exemplo, ainda quando não se possa impedir que este modelo seja um monstro!

 

Sou físico nuclear,
trabalhei no Projeto Manhattan
e fabriquei o Little Boy.
Sei que sou um monstro,
mas, não me arrependo de nada,
e faria tudo de novo.
Hiroshima tinha que sumir
e japa tinha que morrer.
Sou físico nuclear,
trabalhei no Projeto Manhattan
e construí o Fat Man.
Sei que sou um monstro,
mas, não me arrependo de nada,
e faria tudo de novo.
Nagasaki tinha que evaporar
e japa tinha que morrer.
Sou...
Serei...
Não mudarei...
Ora, não me arrependo!
Faria tudo de novo!
Só três coisas eu lamento:
que o Fidel tenha durado tanto tempo,
que o Maduro não largue o osso
e que o João de Deus esteja em cana.

 

Todos nós somos mortais-imortais, porque, de alguma forma, criamos obras que nos sobrevivem.

 

 

Albert Einstein

Albert Einstein

 

 

Somente uma cooperação para além dos sentimentos poderá estabelecer algo de valor.

Em Hendrik Antoon Lorentz (Arnhem, 18 de julho de 1853 — Haarlem, 4 de fevereiro de 1928), um físico neerlandês, a ausência de fraqueza humana jamais deprimiu seus semelhantes.

 

 

Hendrik Antoon Lorentz

Hendrik Antoon Lorentz

 

 

Toda especialização impossibilita uma simples compreensão geral do conjunto da Ciência.

Talvez, a maior das ilusões plebéias seja o realismo ingênuo segundo o qual os objetos “são” a pura verdade de nossos sentidos.

 

 

Ilusão

 

 

Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que aquilo que aparenta ser é.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o que não parece ser não é.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que ditadura é o melhor remédio.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que mijo-de-cão é bom pra tédio.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
no suplício eterno.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em dragão e no inferno.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em promessa de político.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era justo ser somítico.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que existia saci-pererê.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que fazia jus a um jabaculê.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que seria perdoado.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que seria arrebatado.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em um deus onipotente.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
em azar de impenitente.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era correto confessar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era proveitoso dizimar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
na veracidade da Bíblia.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que era pecado a alegria.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o mundo iria logo acabar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que o jeito era se conformar.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
na condenação do acréu.
Iludido e babaquara,
eu acreditava piamente
que iria para o céu.

 

O culto da personalidade é sempre injustificado.

 

 

Josef Koba Stalin

 

 

Nada poderá ser mais prejudicial, para o prestígio da lei e do Estado, do que promulgar leis sem ter os meios para fazê-las respeitar. [Coisa muito comum em países dos Terceiro e Quarto Mundos. São as leis que não pegam. No Brasil, por exemplo, em certos municípios, já foram inventadas leis que proibiam a comercialização da melancia, o uso de máscaras em festas e até o uso da camisinha. Inclusive, houve uma lei que criou uma reserva para pouso de OVNIs, com 5 hectares, na serra do Roncador!]

A última Guerra (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945) provou que não há mais continentes isolados, mas, que os destinos de todos os povos estão hoje estreitamente imbricados.

Vivemos em um regime democrático, portanto, nosso destino pessoal e o destino da sociedade dependem inteiramente de nós. A vontade coletiva no sentido de uma paz internacional haverá de se inspirar em uma íntima convicção pessoal-coletiva.

Hoje, a guerra se chama aniquilamento da Humanidade. Protestar contra os armamentos não quer dizer nada e não muda nada. Só a supressão definitiva do risco universal da guerra dá sentido e oportunidade à sobrevivência do mundo.

O melhor meio para alcançarmos uma paz duradoura é a simples recusa do serviço militar. Mas, infelizmente, muitos bons pacifistas não gostariam de praticar o pacifismo desta maneira, invocando razões patrióticas.1

O destino da Humanidade civilizada repousa exclusivamente sobre os valores morais que consegue suscitar em si mesma. Se, na vida econômica, o egoísmo, “monstro sagrado”, acarreta conseqüências nefastas, na vida política internacional causa estragos ainda mais atrozes.

 

Minha primeira regra de vida:
Primeiro eu.
Minha enésima regra de vida:
Primeiro eu.
Minha única regra de vida:
Primeiro eu.

 

 

Go Fuck Yourself

 

Precisamos pôr um fim definitivo nessa coisa fedorenta, desumana e retrogressiva de só ter em vista o próprio proveito, imediato e desprezível, e passar a considerar primeiro o bem grupal e o proveito da comunidade.

Se quisermos uma vida livre e feliz, será absolutamente necessário haver renúncia e restrição.

 

Não renuncio a nada;
quero mais, muito mais.

N
ão abro mão de nada.
O que tenho com os ais?

Não restrinjo nada;
meu penico é de ouro.
Não desapenso nada;
eu não sou calouro.

A educação militar do povo só gera a morte dos direitos do indivíduo inerentes a esta pedagogia.

Ficar só em posição de defesa não oferece nenhum interesse estratégico.

Como é possível que homens políticos, sem nenhum escrúpulo e sem qualquer senso de responsabilidade, se apresentem como representantes da parte intelectual e moralmente superior das nações?

 

 

Recordando: Só Alguns Inescrupulosos

 

Não há nada mais lamentável e mais irresponsável do que a boa vontade e a capacidade de muitas personalidades se manter esterilizada por penosa resignação [ou por cômoda neutralidade].

Raros são aqueles que olham com os próprios olhos e sentem com a própria sensibilidade.

Possam os povos abrir os olhos e compreender o valor da renúncia nacional indispensável para evitar a mortandade de todos contra todos!

A diplomacia da conciliação, [da acomodação e da transigência] com os piores inimigos da civilização se chama crime contra a Humanidade, mesmo quando é defendida em nome da sabedoria política.

O que poderá esperar um povo que, em tempo de paz, se submete ao serviço militar? A luta de todos nós deve ser no sentido da liberação de qualquer obrigação-escravidão militar. Só a supressão radical do serviço militar obrigatório autoriza imaginar a educação da juventude no espírito de reconciliação, na afirmação das forças da vida e no respeito de todas as formas vivas.

Eis o abominável monstro de três cabeças: estupidez, medo, cobiça.

 

 

Monstro de Três Cabeças

Monstro de Três Cabeças

 

 

A indústria dos armamentos representa concretamente o mais terrível perigo para a Humanidade.

Armar-se significa exatamente isto: não aprovar e nem organizar a paz, mas, dizer sim à guerra e prepará-la. Sendo assim, não se pode desarmar por etapas, mas, de uma vez por todas ou nunca. A solução é clara: tudo ou nada.

Desarmamento e segurança só se conquistam juntos. A segurança não será real, a não ser que todas as nações assumam o compromisso de executar por completo as decisões internacionais. Nosso destino será aquele que escolhermos. [Negrito e sublinhado meus.]

Uma profissão de fé política: o Estado foi criado para os seres-humanos-aí-no-mundo, e não o inverso. [Portanto, nada poderá interessar a um Governo; tudo só poderá interessar ao povo.]

 

Isto é do interesse do Governo.
Isto não interessa ao Governo.
Isto é uma grande incivilidade:
retroalimentação da boçalidade.

 

A tarefa principal do Estado consiste nisto: proteger o indivíduo e lhe oferecer a possibilidade de se realizar como pessoa humana criativa.

Consentir em certos sacrifícios ao Estado só é um dever quando contribuem para o progresso humano dos indivíduos.

O maior obstáculo para a ordem internacional consiste no nacionalismo exacerbado, denominado, ilusória e simpaticamente, de patriotismo.

O serviço militar obrigatório é a principal causa da decadência moral da Humanidade. Quem quiser desenvolver o sentimento internacional e combater o chauvinismo nacional terá que combater o serviço militar obrigatório. O serviço militar obrigatório tem de ser combatido porque constitui o principal foco de um nacionalismo mórbido.

Aquele que desejar abolir de fato a guerra terá de intervir com energia, para que o Estado do qual é cidadão renuncie a uma parte de sua soberania em proveito das instâncias internacionais.

 

Já disse e repetirei:
a bulhufas renunciarei.
Eu quero mais é que pobre se exploda
e que a usura vire moda.

Nasceu gambiano por quê?
Nasceu haitiano por quê?
Vim ao mundo lá nas oropa
e to indo de vento em popa!

 

 

Justo Veríssimo de Santo Cristo

Justo Veríssimo de Santo Cristo

 

Se não for suprimida a educação do povo pelos militares e pelos patriotas belicosos, a Humanidade não poderá progredir.

É necessário que seja despertado nos seres-humanos-aí-no-mundo um sentimento de solidariedade que não se detenha nas fronteiras nem se deixe levar por tendências nacionalistas agradáveis.

O intercâmbio incondicional das idéias e das descobertas se impõe para um progresso harmonioso da ciência e da vida cultural.

É preciso, absolutamente, evitar que nossos pensamentos se mudem em preconceitos, formando um obstáculo à emissão de um juízo objetivo.

A burocracia leva a morte a qualquer ação.

A certeza de alcançar a segurança por meio do armamento nacional não passa de sinistra ilusão.

Não se poderá chegar a uma paz verdadeira, se se determinar que a política deva ser estabelecida exclusivamente pela eventualidade de um futuro conflito, sobretudo quando se tornou evidente que semelhante conflito, se viesse a ocorrer, significaria a completa ruína da Humanidade.

 

 

Esta era – em 1947 – e continua sendo
a preocupação do Domínio dos Arianni
.

 

A linha-diretriz de qualquer política deveria ser: o que nós poderemos fazer para incitar todas as nações a viverem pacificamente e tão bem quanto for possível? Portanto, os dois primeiros problemas a serem resolvidos são: a eliminação do medo e a desativação da defesa recíproca. Isto tudo só se resolverá se/quando for instalado um Governo Mundial restrito.

A coexistência pacífica entre os seres-humanos-aí-no-mundo se baseia, em primeiro lugar, na confiança mútua, e só depois sobre instituições como a justiça ou a polícia. Esta regra se aplica tanto às nações como aos indivíduos.

A suprema debilidade está em não fazermos nada, esperando que os outros ajam em nosso favor.

 

 

Carona

 

A herança cultural e científica que nos legaram as gerações anteriores e os frutos do trabalho dos nossos antepassados não devem, para nós, se tornar uma catástrofe, mas, uma oportunidade. Precisamos nos libertar da escravidão degradante do militarismo.

Por liberdade política entendo a liberdade de expressar publicamente ou por escrito minha opinião política, e por tolerância o respeito a toda convicção individual.

A natureza da concepção judaica da vida se traduz assim: direito à vida para todas as criaturas.

A tentação de fundar a lei moral sobre o temor é uma atitude deplorável e ilusória.

Servir a Deus equivale a servir à Vida. Não é por acaso que as reivindicações socialistas emanem, sobretudo, dos judeus.

Se se separa o Judaísmo dos profetas e o Cristianismo, tal como foi ensinado por Jesus, de todos os acréscimos posteriores, em particular aqueles dos padres, subsiste uma doutrina capaz de curar a Humanidade de todas as moléstias sociais.

Sacrificar-se a serviço da vida equivale a uma graça.

 

 

 

Continua...

 

 

 

_____

Nota:

1. Em 1795, o filósofo prussiano Immanuel Kant (Königsberg, 22 de abril de 1724 – Königsberg, 12 de fevereiro de 1804) escreveu e divulgou a obra A Paz Perpétua, na qual afirmou que a paz é um dever imediato, porém, não pode ser instituído ou assegurado sem um contrato dos povos entre si. Os artigos preliminares para que se obtenha uma paz efetiva entre os Estados são:

1º) Não se deve considerar como válido nenhum tratado de paz que tenha sido elaborado com uma reserva secreta de elementos para uma guerra futura.

2º) Nenhum Estado independente poderá ser adquirido por outro mediante herança, troca, compra ou doação.

3º) Os exércitos permanentes ('miles perpetuus') devem, com o tempo, de todo desaparecer.

4º) Não se devem emitir dívidas públicas em relação aos assuntos de política exterior.

5º) Nenhum Estado deve se imiscuir pela força na constituição e no Governo de outro Estado.

6º) Nenhum Estado em guerra com outro deve permitir hostilidades que tomem impossível a confiança mútua na paz futura, como, por exemplo, o emprego no outro Estado de assassinos ('percussores'), envenenadores ('venefici'), a ruptura da capitulação, a instigação à traição ('perduellio') etc.

Artigos definitivos para a paz perpétua entre os Estados, fundamentados em três princípios: liberdade dos membros de uma sociedade enquanto homens, dependência enquanto súditos e igualdade enquanto cidadãos:

1º) A Constituição civil em cada Estado deve ser republicana.

2º) O Direito das gentes deve se fundar em uma federação de Estados livres.

3º) O Direito cosmopolita deve se limitar às condições da hospitalidade universal.

Enfim, o escritor do Império Romano do século IV Publius Flavius Vegetius Renatus, conhecido como Vegécio, estava completamente equivocado quando propôs si vis pacem, para bellum (se quer paz, prepare-se para a guerra). Este absurdo precisa ser definitivamente transmutado em si vis pacem, para pacem (se quer paz, prepare-se para a paz). Enquanto fizermos a guerra estaremos, concomitantemente, assassinando e nos suicidando. Seja como for, enquanto persistir o serviço militar obrigatório, não será alcançada a Paz. Einstein foi um dos mais veementes defensores do desarmamento global imediato. Há algum tempo, (20/3/2001), os Deputados do Conselho Supremo da Fraternidade Rosacruz, no Manifesto Positio Fraternitatis Rosæ Crucis, manifestaram o pensamento de que ... as leis humanas devem ser o reflexo das Leis Divinas. Esta é a condição absoluta para que o ser humano seja feliz. Esta afirmação é absolutamente tolerante e irredutivelmente independente, ainda que não vinculada ou dependente de nenhuma teologia afirmada ou religião estabelecida.

 

Música de fundo:

Tea for Two
Compositores: Vincent Youmans (música) & Irving Caesar (letra)

Fonte:

http://download.midimi.org/midi-105603-download-
jazz-standardsdiversen-tea-for-two-1.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://bestanimations.com/

https://br.freepik.com/

https://gfycat.com/

https://giphy.com/explore/mushroom-cloud

https://www.fique-de-olho-digital.com.br/

https://tenor.com/

https://warosu.org/ic/thread/2928488

https://twistedsifter.com/

http://paxprofundis.org/livros/sivispacem/sivispacem.html

http://www.iconarchive.com/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hendrik_Antoon_Lorentz
,_in_1916_geschilderd_door_Menso_Kamelingh_Onnes.jpg

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Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.