—
Oh
boy! Neil Armstrong, americano de 38 anos, está na superfície
da Lua. Wow!
Eu
não era um grande apoiador da NASA. Eu nunca fui prestigiado pela
NASA. Eu tive muitas brigas com a NASA, devido a uma matéria ou outra
que criticava alguns aspectos do Programa. Na época, achei que eles
cometeram alguns erros graves no Programa. Eu falei para todos ouvirem,
e eles não gostaram disso.
Sobre
a
Guerra do Vietnã: — Agora,
parece mais certo do que nunca que a experiência sangrenta no Vietnã
é um beco sem saída. No
final de um Special Report, feito por ele, no regresso ao seu estúdio
em Nova Iorque, afirmou que aquele conflito só seria resolvido em
uma mesa de negociações, pois uma maior escalada da guerra
seria como abrir uma perigosa Caixa de Pandora, que
poderia resultar, num caso extremo, em um conflito de proporções
cósmicas.
Quanto
à Guerra do Vietnã,
os dois lados estavam muito sensíveis. Cada vez que você tinha
uma postura firme, você acabava se separando da aliança ou
da amizade de um grupo de pessoas. Quando assumi a posição
de que deveríamos escolher a paz e sair com honra, obviamente, muitas
pessoas se sentiram ofendidas.
De
1953 a 1957, na CBS, Cronkite apresentava um programa que relatava acontecimentos
históricos, utilizando o formato de uma reportagem. Sua famosa última
frase para esses programas era: — Que tipo de dia
era? Um dia como todos os dias, preenchidos com os eventos que alteram e
iluminam nossos tempos... E você estava lá.
Um
fantoche pode apresentar opiniões sobre pessoas e coisas que um jornalista
não se sinta livre para proferir.
Em
2006, o próprio Cronkite explicava, no jornal eletrônico Huffington
Post, a sua assinatura de encerramento do noticiário,
And that’s
the way it is (E é assim que coisas são): —
Para mim, ela representa o mais alto ideal de um jornalista – relatar
os fatos como os vê, sem pensar nas conseqüências ou nas
controvérsias que possam causar.
Conseqüências
e Controvérsias
Em
uma entrevista ao The Christian Science Monitor:
— Sou um apresentador, um transmissor de notícias, um 'anchorman',
um editor, não um comentarista ou um analista. Não sinto nenhuma
compulsão em ser um crítico ou uma fonte de opinião.
No
seu 90º aniversário, disse ao Daily News: — Gosto
de pensar que ainda sou perfeitamente capaz de cobrir um acontecimento.
Em
entrevista à revista Esquire, em abril de 2006: —
Quando a nave pousou na Lua, eu fiquei atônito, estupefato, como a
maior parte do mundo. Não conseguia dizer uma palavra. Eu acho que
tudo o que eu dizia era: 'Oba!, Jesus!' Nada exatamente imortal. Bom, eu
era não nada, senão um humano.
Sobre
o ataque às torres gêmeas do World Trade Center, dez dias depois
da tragédia:
a) —
Faça perguntas. O governo não vai dizer nada para você,
a menos que você fique colado no pé dele, exigindo explicações.
b) —
Se você não puder fazer as perguntas diretamente aos políticos,
exija que a imprensa as faça. É um direito seu estar informado
sobre o que está acontecendo.
c) —
É preciso pensar em alternativas a uma eventual invasão. Uma
resposta bélica é sempre a última instância,
não a primeira, e só deve ser utilizada quando todas as demais
possibilidades tiverem se esgotado.
d) —
É preciso se perguntar, e perguntar a quem tenha as respostas, quais
interesses estão sendo servidos quando se opta por uma invasão
a um país soberano, e até onde isso pode ir.
e) —
Permitir que o Governo aja livremente, sem qualquer limite, desrespeitando
normas e leis internacionais, faz com que a sociedade americana se torne
'cúmplice no crime'. Não adianta dizer que você não
tem nada a ver com isso; sua omissão também é uma atitude
e uma opção.
Certa
vez, o Senador Robert Kennedy, impressionado com sua popularidade, chegou
a sugerir que entrasse para a política. Resposta de Walter: —
Eu não compreendo
meu impacto ou sucesso. Faço jornalismo honesto e objetivo. Fazer
qualquer outra coisa seria falso.
Cronkite
foi um dos jornalistas selecionados pela Força Aérea dos EUA
para voar em um avião bombardeiro B-17 sobre a Alemanha. Anos depois,
confessou: — Eu
morria de medo o tempo inteiro. Fazia
o possível para não entrar em combate.
Em
um programa especial sobre a Guerra do Vietnã disse:
— Dizer que estamos próximos da vitória é acreditar,
diante das evidências, nos otimistas que estavam errados no passado.
Sobre
a morte do Presidente John Fitzgerald Kennedy, enquanto tira os óculos
para olhar o relógio na parede do estúdio da emissora: —
De Dallas, um boletim, aparentemente oficial: o Presidente Kennedy morreu
às 13 horas, hora central, 14 horas do Leste, cerca de 38 minutos
atrás. Fez, então, uma pausa, verteu lágrimas
discretas, recolocou os óculos e continuou: — O
Vice-Presidente Johnson já abandonou o hospital, em Dallas, mas se
desconhece para está se dirigindo. Presumivelmente, vai fazer, em
breve, o juramento para se tornar no 36º Presidente
dos Estados Unidos. Anos depois, diria em entrevista que se
arrependeu de ter mostrado emoção no ar.
Na
rota para o primeiro pouso na Lua do mundo, Armstrong e a tripulação
transmitiram uma informação fantástica, e eu estava
lá para ouvi-la. Armstrong afirmou ter visto um enorme objeto cilíndrico
que estava girando ou caindo entre a nave e a Lua.
Está registrado oficialmente nos arquivos de registro da NASA que
Armstrong indicou que foi tirar fotografias, mas o objeto desapareceu tão
depressa quanto ele o tinha visto primeiro. Neil Armstrong não é
um homem dado à imaginação fantástica e não
foi apenas um da tripulação que viu isto. Todos eles viram,
e você tem que respeitar esses homens. O astronauta Neil Armstrong
viu OVNIs durante a missão espacial, mas a NASA está mantendo
as evidências em sigilo.
Um
jornalista deve ter a paciência e a curiosidade de ler, com a maior
isenção possível, os jornais impressos do dia; esse
jornalista deve ter uma visão de mundo, dispor de uma cultura humanística
e histórica que lhe permita descobrir, mesmo em uma pequena anedota,
a sua importância trágica ou sua terrível comicidade;
deve ser alguém em condições de estar permanentemente
chocado pela realidade, mas com o poder de se apresentar diante dos telespectadores
sem que olhos e músculos reflitam qualquer tipo de comoção
indesejável; deve ser alguém
que acompanhe, na redação, o nascimento e o desenvolvimento
da notícia; deve ser
uma pessoa
capaz de sofrer, durante dez minutos, para escrever um bom texto de em duas
linhas e, ao mesmo tempo, improvisar com naturalidade e conhecimento de
causa uma locução de dois minutos sobre algum acontecimento
de última hora; deve ser
alguém
com ar de serenidade e respeito pelos outros; traços corretos, boa
voz, um ritmos dialogal de leitura e – exigência suprema! –
um ar inteligente.
Provavelmente,
hoje, assisto TV menos do que uma pessoa comum. Sou muito ocupado; não
assisto muito à TV durante o dia. Mas tento assistir ao telejornal
da noite diariamente; mas, toda vez que entram os comerciais, eu tento outro
canal.
Não
acho que a imprensa americana seja mais nacionalista do que a imprensa de
outros países.
O público deve ter dos jornalistas
a
imagem de são trabalhadores, independentes e conscientes.
Walter
criticou o Governo dos Estados Unidos de não estar à altura
das suas obrigações para com as Nações Unidas,
dizendo: O Governo
é liderado por um punhado voluntarioso de senadores que optam por
exercer seus objetivos políticos, estreitos e egoístas,
à custa da consciência da Nação. Eles
alcovitam e contam com o apoio da coligação cristã
e do resto da ala direita religiosa. Seu líder, Pat Robertson, tem
escrito que devemos ter um Governo Mundial, mas apenas quando o Messias
chegar. Qualquer tentativa de alcançar esta ordem mundial antes do
tempo deve ser o trabalho do Diabo! Bem, estou feliz de estar sentado aqui,
à direita de Satanás!
Cronkite
criticou o atual sistema de financiamento das campanhas eleitorais americanas
que permitem que os candidatos sejam comprados
por interesses especiais. Ele observou que todas as Democracias européias
apresentam os seus candidatos com extenso tempo livre. De fato
– salientou Cronkite
–
de todas as grandes
nações mundiais que professam ser democráticas, apenas
sete – apenas sete –
não oferecem gratuitamente tempo
livre. Isto, na época,
colocava os Estados Unidos ao lado do Equador, de Honduras, da Malásia,
de Taiwan, da Tanzânia e de Trinidad e Tobago. E concluiu:
— A incapacidade de dar tempo livre para as nossas campanhas políticas
põe em perigo a nossa Democracia.
Eu
me tornei amigo de Dwight Eisenhower.
Em
uma cerimônia nas Nações Unidas, Cronkite disse:
— Se quisermos evitar um eventual conflito catastrófico mundial,
teremos de reforçar, como
um primeiro passo, as Nações
Unidas em direção a um Governo Mundial padrão superior
ao nosso próprio Governo, com um legislativo, um executivo e um judiciário,
para cumprir e fazer cumprir os compromissos internacionais, as leis e manter
a paz. Para que isto possa se concretizar, claro, nós, americanos,
teremos que ceder um pouco em relação à nossa soberania.
Isto seria uma amarga pílula; precisaríamos ter muita coragem,
muita fé na nova ordem.
Eu
gostava de ver o jornalismo à moda antiga: honesto e direto.
Mas os jornais, aparentemente, hoje, acham que isto não vende mais.
Mas, os repórteres, em si, são bons.
Eu
diria que o jornalismo na TV, hoje, é bastante bom. Mas, lá,
eles têm o tempo tão reduzido, que bons repórteres não
podem fazer coberturas adequadas. Eles pegam uma matéria importante
– que deveria ser feita em um documentário de meia hora –
e tentam encaixotá-la
em noventa segundos. Esta matéria, assim, será seriamente
distorcida com esse resumo. É como tentar colocar um volume de 2
kg em um recipiente que comporta apenas 1 kg. Desta forma, você vai
fazer a coisa explodir.
Eu
estou financeiramente bem. Certamente não sou rico, mas não
tenho com o que me preocupar. Acho que não vou parar em um asilo
para idosos.
O
que mais me incomoda é que eu não estou mais na linha
de frente do cenário jornalístico. Também me incomodo
com a minha audição, que está se deteriorando, o que
dificulta que eu faça a cobertura das matérias. Às
vezes, tenho dificuldade para ouvir o que dizem. Espiritualmente, todavia,
acho que não estou incomodado. Estou preparado para seguir para a
próxima aventura, quando isto acontecer. Se eu tenho algum problema
espiritual, esse problema é que por quase toda a minha vida eu vi
a civilização como uma garrafa que está cheia só
até a metade, e estou começando a vê-la como vazia até
a metade. E existe apenas um motivo para isto. Nós fizemos muitos
progressos tecnológicos durante o último século, durante
os meus 81 anos. É incrível! Em nenhum outro período
da história aconteceu um desenvolvimento científico e tecnológico
como este. Na Medicina, no espaço, na produção... Em
todas as áreas... Comunicação, transportes... Tudo
está incrivelmente melhor. Mas, com tudo isto, com todas estas técnicas,
o homem ainda acredita que a melhor forma de resolver um problema é
matando um inimigo... Já se passaram milhões de anos desde
que saímos das cavernas... Chamamos isto de civilização.
Civilização? É assim que chamamos? Eu acho
difícil de acreditar. Sempre achei que, em algum ponto da minha vida,
com a formação das Nações Unidas, depois da
Segunda Guerra Mundial, o grande desastre, que isto seria o Governo Mundial,
e que iria, finalmente, nos unir, que não precisaríamos mais
de exércitos.
Ao final de sua última transmissão,
Cronkite disse: — Além disso, eu não estou indo embora!
Eu voltarei de vez em quando com reportagens especiais e documentários.
Não
Posso Deixar de Dizer...
O
homem se diz
criado
à imagem
e
semelhança de Deus...
Ánthrópos
hulikós?
Ánthrópos
psukhikós?
Ánthrópos pneumatikós?
Não,
não; nada condiz.
É
outra a sua linhagem.
Mas,
um dia, sim, será Deus!