Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria, onde já não terei
que me curvar ante os pequenos? [Entenda,
aqui, pequenos como sendo todas as chamadas tentações, às
quais, normalmente, não resistimos, nos curvamos e cedemos.] [In:
Also Sprach Zarathustra:
Ein Buch für Alle und Keinen (Assim Falou Zaratustra:
um Livro Para Todos e Para Ninguém), escrito por Friedrich Wilhelm
Nietzsche.]

Desejos
Cobiças Paixões Preconceitos
—
Oh! Quando tornarei para
a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a minha covardia?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha neutralidade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha desfaçatez?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha cumplicidade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o meu tamanduá?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha tirania?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha meia-noite?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha Magia Negra?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as
minhas cobiças?
—
Oh! Quando
tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os meus desejos?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as minhas
paixões?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as minhas
prenoções?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha falta de caráter?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha xenofobia?
—
Oh! Quando
tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha homofobia?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha res
extensa?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as
minhas conspiratas?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as minhas
traições?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha sonolência?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha anestesia?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha escravidão?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os meus fingimentos?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha insinceridade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha crueldade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha vivissecção?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha pedofilia?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha separatividade?

—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha ofensividade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o meu fanatismo?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o meu nacionalismo?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os meus muros e os meus foguetes?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha má vontade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha intemperança?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha indolência?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha intolerância?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha avareza?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha mais-valia?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante
o meu compadrio?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante a
minha vanidade?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante todos os mais ou menos?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante todos os de qualquer jeito?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante todo o deixa-pra-lá?
—
Oh!
Quando tornarei para a
minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o carpe
mortem?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o fiat voluntas mea?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o meu Manipura?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o demônio que engendrei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o inferno que criei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as pontes que derribei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as misérias que gerei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as pobrezas que planejei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as ilicitudes que maquinei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os venenos que fabriquei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante todas as dores que premeditei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante as causas que arquitetei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os jacarés que inventei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o caput
mortuum que não transmutei?

Símbolo
Alquímico do Caput
Mortuum
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante os seres que matei?
—
Oh!
Quando tornarei para a minha Pátria,
onde não terei mais que me curvar
ante o eu-monstro-não-eu-não-sou-não-sei?
The
Picture of Dorian Gray
(Eu-monstro-não-eu-não-sou-não-sei)
_____
Nota:
1. O
Retrato de Dorian Gray (em inglês: The
Picture of Dorian Gray) é um romance filosófico
de autoria do escritor, poeta e dramaturgo irlandês Oscar Fingal O'Flahertie
Wills Wilde, ou, simplesmente, Oscar Wilde (Dublin, Irlanda, 16 de outubro
de 1854 – Paris, 30 de novembro de 1900). Publicado pela primeira
vez como uma história periódica em julho de 1890 na revista
mensal Lippincott's Monthly Magazine, os editores temiam que a
história fosse indecente, e sem o conhecimento de Wilde, suprimiram
cinco centenas de palavras antes da publicação. Apesar da
censura, O Retrato de Dorian Gray ofendeu a sensibilidade moral
dos críticos literários britânicos, alguns dos quais
disseram que Oscar Wilde merecia ser acusado de violar as leis que protegiam
a moralidade pública. Em resposta, Wilde defendeu agressivamente
seu romance em correspondência com a imprensa britânica. Wilde
revisou e ampliou a edição de revista de O Retrato de
Dorian Gray (1890) para uma publicação como um romance;
a edição do livro (1891) que contou com um prefácio
aforístico — uma apologia sobre a arte do romance e do leitor.
O conteúdo, estilo e apresentação do prefácio
se tornaram famosos em seu próprio direito literário, como
crítica social e cultural. Em abril de 1891, a Casa Editorial Ward,
Lock and Company publicou a versão revisada de O Retrato de Dorian
Gray. O único
romance escrito por Wilde, O Retrato de Dorian Gray existe em duas
versões: a edição de revista de 1890 e a edição
do livro de 1891, da história que ele havia submetido para a publicação
periódica na revista mensal Lippincott's Monthly Magazine.
Conforme a literatura do século XIX, O Retrato de Dorian Gray
é um exemplo de literatura gótica, com fortes temas interpretados
a partir do lendário Fausto [o protagonista de uma popular lenda
alemã de um pacto com o demônio, baseada no médico,
mago e alquimista alemão Dr. Johannes Georg Faust (1480 – 1540)].
Enfim, O Retrato de Dorian Gray é o tema de um
retrato de corpo inteiro de Basil Hallward, um artista que está impressionado
e encantado com a beleza de Dorian; ele acredita que a beleza de Dorian
é responsável pela nova modalidade em sua arte como pintor.
Através de Basil, Dorian conhece Lord Henry Wotton, e ele logo se
encanta com a visão de mundo hedonista do aristocrata: que a beleza
e a satisfação sensual são as únicas coisas
que valem a pena perseguir na vida. Entendendo que sua beleza irá
um dia desaparecer, Dorian expressa o desejo de vender sua alma, para garantir
que o retrato, em vez dele, envelheça e desapareça. O desejo
é concedido, e Dorian persegue uma vida libertina de experiências
variadas e amorais, enquanto isso seu retrato vai envelhecendo e registrando
todas as coisas ruins que corrompem a personalidade-alma de Dorian Gray.
Para concluir, sei lá, mas, vai ver que os críticos literários
britânicos da época – conservadores, caretas, presos
a convenções, quadrados, tradicionais e muquiranas –
sentiram suas sensibilidades e suas morais marca roscofe ofendidas, porque
viram nesta obra, tremendamente moral e educativa, os seus próprios
retratos dorianos,
e ninguém gosta de ver seu ratrato doriano
apodrecido como ele é exatamente.

—
A salvação
está no PJL – Partido
do Jacaré Liberal!


Oscar
Wilde, em Nova Iorque, em 1882
– Repositório: Metropolitan Museum of Art, Nova York, NY
–
(Foto de Napoleon Sarony)
Música
de fundo:
Der
Krieg Ist Aus
Compositor: Stephan Zacharias
Fonte:
https://useraudio.net/search/%D1%83%
D0%BD%D1%82%D0%B5%D1%80
Páginas
da Internet consultadas:
https://www.wikiwand.com/es/Caput_Mortuum
https://www.pngwing.com/pt/free-png-bshsq
https://www.alamy.com/
https://republicanos10.org.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Retrato_de_Dorian_Gray
http://lbaird.mtaspiring.edutronic.net/
wide-reading-2-the-picture-of-dorian-gray/
https://giphy.com/explore/walk-cycle
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