Rodolfo Domenico 
    Pizzinga
  
    
    
   
   
   
  
     
       
           
              
             
              
             
              
              
            Basta 
              ao ser-humano-aí-no-mundo saber que ele existe? Basta que 
              se forme um ser humano para que mereça o nome de Homem? Temos 
              a firme opinião e convicção de que, antes de 
              ser uma entidade espiritual autêntica, na verdadeira acepção 
              da palavra, o ente humano deve, por assim dizer, se criar de novo 
              [recriar] – 
              isto é, eliminar por completo da sua mente e do seu espírito 
              não só a influência dominante do egoísmo 
              e de outras impurezas, mas, também, a infecção 
              das superstições e dos preconceitos.  
               
              O preconceito difere muito 
              do que normalmente chamamos de antipatia ou de simpatia. No começo, 
              somos arrastados irresistivelmente e sem perceber para dentro dos 
              seus círculos escuros, pela influência peculiar e pela 
              poderosa corrente de magnetismo que emana tanto das idéias 
              como dos corpos físicos. Somos cercados por esta influência 
              e, finalmente, impedidos de sair dela devido à covardia moral 
              – o 
              medo [e também 
              a vergonha] da opinião pública. 
               
              É raro os seres-humanos-aí-no-mundo 
              observarem uma coisa, seja de modo certo ou errado, aceitando por 
              um ato livre a conclusão do seu próprio julgamento 
              [livre-arbítrio]. 
              Muito pelo contrário. Normalmente, a conclusão resulta 
              da adoção cega do modo de ver que predomina momentaneamente 
              entre aqueles com quem se associam. [Isto 
              se denomina imitação.] O membro de uma 
              igreja não pagará um preço absurdamente caro 
              pelo banco da sua igreja, nem um materialista irá ouvir duas 
              vezes as palestras do sr. Huxley sobre evolução, porque 
              pensam que é correto fazê-lo, mas, apenas, porque o 
              sr. e a sra. tal ou qual o fizeram, e tais 
              personagens são isto e aquilo. [Atualmente, 
              isto é conhecido como comportamento 
              de manada, um termo usado para descrever situações 
              em que indivíduos em grupo reagem todos da mesma forma, igualzinho, 
              sem tirar nem pôr, embora não exista direção 
              planejada nem convicção formada. Foi isto o que aconteceu 
              com a maioria do povo alemão, que aderiu às idéias 
              preconceituosas e racistas do mago negro herr 
              sieg scheiße 
              e ajudou a construir o Partido Nacional Socialista dos 
              Trabalhadores Alemães e o Terceiro Reich, projetado para 
              durar mil anos (de acordo com a propaganda gobeliana), mas, só 
              durou treze anos. E foi muito!] 
             
                
              
           
         
        
        
           
             
            O mesmo se aplica a todas as 
            coisas. Se a Psicologia tivesse tido o seu Darwin, ter-se-ia demonstrado 
            que, do ponto de vista das qualidades morais, a origem da Humanidade 
            está inseparavelmente vinculada à da sua forma física.1 
            Ao observador atento da sua mímica, o comportamento dos símios 
            domesticados sugere a existência de um parentesco entre eles 
            e os entes humanos, ainda mais marcante do que o sugerido pelos indicadores 
            externos que o grande antropólogo assinala. As inúmeras 
            variedades de macacos – 
            caricaturas de nós mesmos – 
            parecem ter sido criadas com o propósito de fornecer a 
            um certo tipo de pessoas que usa roupas caras o material necessário 
            para suas árvores genealógicas.  
             
            A ciência está 
            avançando a cada dia, e têm se avolumado grandes descobertas 
            na área da Química, da Física, da Organologia 
            [estudo, tratado e 
            conhecimento dos órgãos ou dos seres organizados] 
            e da Antropologia [ciência 
            do homem no sentido mais lato, que engloba origens, evolução, 
            desenvolvimentos físico, material e cultural, fisiologia, psicologia, 
            características raciais, costumes sociais, crenças etc.] 
            Os seres-humanos-aí-no-mundo cultos deveriam estar 
            livres de quaisquer tipos de preconceitos e de superstições; 
            entretanto, embora o pensamento e a opinião sejam agora livres, 
            os cientistas ainda são os mesmos homens de outrora. É 
            um sonhador utópico aquele que pensa que o ser-humano-aí-no-mundo, 
            em algum momento, se modifica com o desenvolvimento e a evolução 
            de novas idéias. O solo pode ser bem fertilizado e preparado 
            para produzir, a cada ano, uma variedade de frutos maior e mais abundante; 
            mas, se você cavar um pouco mais fundo do que a camada necessária 
            à colheita, irá encontrar no subsolo a mesma terra que 
            havia antes da primeira passagem do arado! 
           
              
            Fonte 
              destes fragmentos: 
               A Necessidade 
              de Reconstruir a Si Próprio,  
              de autoria de Helena Petrovna Blavatsky. 
              
            _____ 
            Nota: 
            1. Escrevendo 
              em 1879, quando foi publicada a obra Ísis 
              Sem Véu, Blavatsky está aqui, de certo 
              modo, prevendo o futuro. Sigmund Freud poderia ser chamado de o 
              Darwin da Psicologia. A Psicanálise Freudiana estava 
              completa e estabelecida no ano de 1902. 
               
             
           
         
         | 
    
  
   
   
   
  
    
  
   
   
   
  — Quis 
    mudar. Não consegui.
  Quis me libertar. 
    Continuei escravo.
  Quis 
    melhorar. Só diminuí.
  Quis ser delicado. 
    Continuei bravo.
   
  — Eram 
    muitos preconceitos,
  e eu não 
    me livrava das supertições.
  Eram 
    muitos desconceitos,
  e eu não 
    me liberava das deformações.
   
  — Eram 
    muitas infecções,
  e eu vivia doente 
    e desarmônico.
  Eram 
    mil e uma  fixações,
  e eu vivia aflito 
    e dessintônico.
   
  — Se 
    fosse ateu,
  pintava rapidinho 
    a cruel ateufobia.
  Se 
    fosse judeu,
  gritava no miolo 
    a velha judeofobia.
   
  — Se 
    fosse muçulmano,
  surgia depressinha 
    a atroz islamofobia.
  Se 
    fosse baiano,
  urrava no âmago 
    a pérfida 'baianofobia'.
   
  — 
    Se fosse saci-pererê,
  eu 
    dava um jeito e cortava a outra perna.
  Se 
    fosse um zerê,
  nem 
    a porrada eu emprestava uma lanterna.
   
   
   
    
    
  Aonde 
    o saci vai...
    A perna vai atrás!
   
   
  — Careca 
    e baixinho,
  eu não 
    me segurava: ia melindrando.
  Fanho e gaguinho,
  aí é 
    que eu saía logo arremedando.
   
   
  
    
  
  Dinofanho
    (Dinossauro Fanho)
   
   
  — Ignorante, 
    por sua vez,
  no mínimo, 
    eu chamava o cara de burro.
  Crente, por 
    pura altivez,
  eu espinafrava 
    à pampa, como um caturro.
   
  — E o 
    tempo foi passando,
  e eu, dia-a-dia, 
    ia ficando mais grosso.
  E o inverno 
    foi pintando,
  e eu, solitário, 
    ia roendo o meu osso.
   
  — Morri 
    sem compreender
  a unidade da 
    vida  – 
    a 
    unicidade de tudo.
  Morri 
    sem perceber
  o quanto eu 
    fui inconveniente e cabeçudo.
   
  — Hoje, 
    sozinho, fico matutando
  em como eu pude 
    chegar à 5ª Raça-raiz.
  Será 
    que continuarei avançanado?
  Será 
    que eu conhecerei a 6ª Raça-raiz?
   
  — Não 
    há nada pior
   
    
    
  Não há 
    nada melhor
  do que educar 
    e mudançar a nossa ori.1
   
   
   
  
  — To 
    trocando! To mudando!
    Quando o meu Sol raiar,
    a todos eu irei ajudar.
    Até um demônio infando!