Os
Deuses existem, disse
o filósofo grego do período helenístico Epicuro de
Samos (341 a.C., Samos –
271 ou 270 a.C., Atenas), mas,
eles não são o que a turba supõe Eles sejam. Por
cerca de quinze séculos, graças às perseguições
brutalmente cegas dos grandes vândalos dos primeiros tempos da História
Cristã, particularmente do imperador
romano Flavius Valerius Constantinus
272 – 337)
e do imperador bizantino Flavius Petrus Sabbatius Iustinianus Augustus (cerca
de 482
–
565), a Sabedoria Antiga degenerou lentamente, até
mergulhar no pântano mais profundo da superstição monacal
e da ignorância. O pitagórico conhecimento
das coisas que são, a profunda erudição
dos gnósticos, os ensinamentos dos grandes filósofos honrados
em todo o mundo e em todos os tempos foram rejeitados como doutrinas do
anticristo e do Paganismo e levado às chamas. Com os últimos
sete homens sábios do Oriente, o grupo remanescente dos neoplatônicos
–
Herméias, Priciano, Diógenes, Eulálio,
Damácio, Simplício e Isidoro
–
que se refugiaram na Pérsia, fugindo das perseguições
fanáticas de Justiniano, o Reino da Sabedoria chegou ao fim. [In:
Isis Unveiled: A Master-Key to the Mysteries of Ancient and Modern Science
and Theology (em português,
Ísis sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da
Antiga e Moderna Ciência e Teologia), Helena Petrovna Blavatsky.]
Sabedoria
—
Como eu ficava triste,
eu achava que Zeus também ficava triste.
Como
eu, às vezes, chorava,
eu achava que Zeus, às vezes, também chorava.
Como
eu, às vezes, me lamentava,
eu achava que Zeus, às vezes, também se lamentava.
Como
eu, às vezes, vituperava,
eu achava que Zeus, às vezes, também vituperava.
Como
eu ficava alegre,
eu achava que Zeus também ficava alegre.
Como
eu gostava de brincar,
eu achava que Zeus também gostava de brincar.
Como
eu gostava da santa-branca,
eu achava que Zeus também gostava da santa-branca.
Como
eu, às vezes, me enganava,
eu achava que Zeus, às vezes, também se enganava.
Como
eu era muito bravo e mal-humorado,
eu achava que Zeus também era muito bravo e mal-humorado.
Como eu sentia frio,
eu achava que Zeus também sentia frio.
Como eu sentia calor,
eu achava que Zeus também sentia calor.
Como
eu tinha medo do macacão,
eu achava que Zeus também tinha medo do macacão.
Como
eu detestava os ateus,
eu achava que Zeus também detestava os ateus.
Como
eu, preconceituoso convicto, não tolerava gays,
eu achava que Zeus também não tolerava gays.
—
Como eu odiava terroristas,
eu achava que Zeus também odiava terroristas.
Como
eu apoiava o Neonazismo,
eu achava que Zeus também apoiava o Neonazismo.
Como
eu achava o Hitler um herói,
eu achava que Zeus também achava o Hitler um herói.
Como
eu aprovava o muro do Trump,
eu achava que Zeus também aprovava o muro do Trump.
—
Como eu aplaudia os foguetões
do Jong-un,
eu achava que Zeus também aplaudia os foguetões do Jong-un.
Kim
Rocketman
Jong-un
—
Como eu concordava com o petrolão,
eu achava que Zeus também concordava com o petrolão.
Como
eu não suportava o Juiz Moro,
eu achava que Zeus também não suportava o Juiz Moro.
Como
eu achava o Lula um injustiçado,
eu achava que Zeus também achava o Lula um injustiçado.
Como
eu achava o Cabral um perseguido,
eu achava que Zeus também achava o Cabral um perseguido.
Como
eu achava o Cunha um santinho,
eu achava que Zeus também achava o Cunha um santinho.
Como
eu achava o Bolsonaro porreta,
eu achava que Zeus também achava o Bolsonaro porreta.
Como
eu achava o Papa Francisco legal,
eu achava que Zeus também achava o Papa Francisco legal.
Como
eu aceitava as ditaduras,
eu achava que Zeus também aceitava as ditaduras.
Como
eu adorava os torturadores,
eu achava que Zeus também adorava os torturadores.
Carlos
Alberto Brilhante Doutor
Tibiriçá Ustra1
—
Como eu tinha horror de baratas,
eu achava que Zeus também tinha horror de baratas.
Como
eu tinha nojo de nabo,
eu achava que Zeus também tinha nojo de nabo.
Como
eu queria que pobre explodisse,
eu achava que Zeus também queria que pobre explodisse.

Chico
Justo Veríssimo
Anysio
—
Como eu achava o Gardelon 'muy
amigo',
eu
achava que Zeus também achava que o Gardelon era amigo.

Jô
Gardelon
Soares
—
Como eu achava que o Abravanel
era coisa nossa,
eu
achava que Zeus também achava o Abravanel coisa nossa.
Senor
Silvio Santos
Abravanel Coisa
Nossa
—
Como eu achava o Don Camillo
um barato,
eu
achava que Zeus também achava o Don Camillo um barato.
Fernand
Fernandel
Joseph Désiré Don
Camillo Contandin
—
Como eu era flamenguista,
eu achava que Zeus também era flamenguista.
Como
eu derrapava na pista,
eu achava que Zeus também derrapava na pista.
Como
eu precisava dormir,
eu
achava que Zeus também precisava dormir.
Como
eu roncava,
eu
achava que Zeus também roncava.
Como
eu precisava comer,
eu
achava que Zeus também precisava comer.
Como
eu precisava beber H2O,
eu
achava que Zeus também precisava beber H2O.
Como
eu namorava,
eu
achava que Zeus também namorava.
Como
eu, às vezes, odiava,
eu
achava que Zeus, às vezes, também odiava.
Como
eu queria coisas,
eu
achava que Zeus também queria coisas.
Como
eu castigava,
eu
achava que Zeus também castigava.
Como
eu premiava,
eu
achava que Zeus também premiava.
Como
eu perdoava,
eu
achava que Zeus também perdoava.
Como
eu, às vezes, não perdoava,
eu
achava que Zeus, às vezes, também não perdoava.
Como
eu, às vezes, implicava,
eu
achava que Zeus, às vezes, também implicava.
Como
eu presenteava,
eu
achava que Zeus também presenteava.
Como
eu, às vezes, era egoísta,
eu
achava que Zeus, às vezes, também era egoísta.
Como
eu, às vezes, duvidava,
eu
achava que Zeus, às vezes, também duvidava.
Como
eu, às vezes, abracadabrava,
eu achava que Zeus, às vezes, também abracadabrava.
Como
eu tinha alguns inimigos,
eu
achava que Zeus também tinha alguns inimigos.
Como
eu tinha preferências,
eu
achava que Zeus também tinha preferências.
Como
eu tinha certas ojerizas,
eu
achava que Zeus também tinha certas ojerizas.
Como eu pintava o 7, o 77 e o 777,
eu achava que Zeus também pintava o 7, o 77, o 777 e o 7777.
—
Como eu coçava o saco,
eu
achava que Zeus também coçava o saco.
Como
eu adorava Pasárgada,
eu achava que Zeus também adorava Pasárgada.
Como
eu abominava Saramandaia,
eu achava que Zeus também abominava Saramandaia.
Como
eu desestimava Maracangalha,
eu achava que Zeus também desestimava Maracangalha.
Como
eu tirava meleca,
eu
achava que Zeus também tirava meleca.
Como
eu dava pum,
eu
achava que Zeus também dava pum.
Como
eu fazia cocô e xixi,
eu
achava que Zeus também fazia cocô e xixi.
Como
eu, às vezes, ficava doente,
eu
achava que Zeus, às vezes, também ficava doente.
Como
eu, às vezes, mentia,
eu
achava que Zeus, às vezes, também mentia.
Como
eu havia sido criado por Zeus,
eu
achava que Zeus havia sido criado por um outro Zeus.
Como eu isto, aquilo e +
não sei o quê,
eu achava que Zeus também isto, aquilo e +
não sei o quê.
Ora, afinal de contas, convenhamos:
nós
não fomos criados à semelhança de Zeus?
Ora, por que nós só umas coisinhas,
e Zeus tantas outras coisonas tão diferentes?
Ora,
se somos todos filhos de Zeus,
Zeus
é igual a nós e nós somos iguais a Ele.
E
não me venha com esse papo que eu estou caduco,
porque
eu sou fã do Joaquim Nabuco.1
Zeus
e nós – os Zeuses
_____
Nota:
1. Carlos
Alberto Brilhante Ustra (Santa Maria, 28 de julho de 1932 – Brasília,
15 de outubro de 2015) foi um coronel do Exército Brasileiro, ex-chefe
do DOI-CODI do II Exército (de 1970 a 1974), um dos órgãos
atuantes na repressão política, durante o período do
ditadura militar no Brasil (1964 a 1985). Também era conhecido pelo
codinome Dr. Tibiriçá. Em 2008, Ustra se tornou o primeiro
militar condenado pela Justiça Brasileira pela prática de
tortura durante a ditadura. Embora reformado, continuou politicamente ativo
nos clubes militares, na defesa da ditadura militar e nas críticas
anticomunistas. Ele escreveu dois livros de memórias: Rompendo
o Silêncio (1987) e A
Verdade Sufocada (2006). Em sessão pública da
Comissão da Verdade, que aconteceu no auditório do Centro
Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, o
ex-servidor do Destacamento de Operações de Informação
– Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) de
São Paulo, o ex-sargento Marival Chaves, assegurou que o coronel
Carlos Alberto Brilhante Ustra, então capitão, comandava as
torturas na repressão. Marival afirmou que Ustra era o senhor
da vida e da morte e escolhia quem iria viver ou morrer. O ex-sargento
também contou que os corpos dos militantes políticos assassinados
em centros de tortura eram exibidos depois para os agentes no DOI-CODI.
— Eram exibidos
como troféu, ainda com sangue jorrando — disse
Marival, encerrando seu depoimento.
2. Joaquim
Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Recife, 19 de agosto de
1849 – Washington, 17 de janeiro de 1910) foi um político,
diplomata, historiador, jurista, orador, memorialista e jornalista brasileiro
formado pela Faculdade de Direito do Recife. Foi um dos fundadores da Academia
Brasileira de Letras. Na data de seu nascimento, 19 de agosto, comemora-se
o Dia Nacional do Historiador. Joaquim Nabuco foi um dos grandes diplomatas
do Império do Brasil (1822 – 1889). Foi educado por uma família
escravocrata, mas, optou pela luta em favor dos escravos. — O
verdadeiro patriotismo é o que concilia a pátria com a Humanidade,
certa vez, sentenciou.
Outras máximas de Nabuco:
•
Em nossa História,
não haverá nunca inferno nem sequer purgatório.
•
Desde muito moço,
havia uma preocupação em meu espírito, que, ao mesmo
tempo, me atraía para a política e, em certo sentido, era
uma espécie de amuleto contra ela: a escravidão.
•
Procurei na política
o lado moral. Imaginei-a uma espécie de cavalaria moderna –
a cavalaria andante
dos princípios e das reformas.
•
O verso é
a mais nobre forma do pensamento.
•
Primus in orbe
deos fecit timor. O temor primitivo criou os deuses na Terra.
•
A religião
não é obstáculo à alegria alguma, à liberdade
alguma. São os sistemas negativos, que, quando lançam semente
no espírito, o vão abafando lentamente, à maneira das
lianas, parasitas, que, de galho em galho, enlaçam a árvore
e a dissecam. [Infelizmente,
não há religião que não propenda para se tornar
um sistema
negativo.]
•
Os anos mais
gloriosos das grandes carreiras passarão, muitas vezes, sem registro,
e existências obscuras, sob o aspecto humano, merecerão páginas
inteiras. [Um exemplo disto
foi o caso de Arthur Bispo do Rosário Paes (Japaratuba, Sergipe,
10 de maio de 1909 ou, segundo outras fontes, 16 de março de 1911
– Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 5 de julho de 1989), um artista
plástico brasileiro, considerado louco por alguns e gênio por
outros, diagnosticado como esquizofrênico paranóide. A sua
figura se insere no debate sobre o pensamento eugênico, o preconceito
e os limites entre a insanidade e a arte no Brasil.]

Arthur
Bispo do Rosário Paes
•
Querer fundar uma
religião é o mesmo que querer criar uma língua universal.
•
O Bem é uma Sugestão Divina; a única feita ao homem.
•
O
pior parlamento é melhor do que a melhor ditadura.
•
A
história da escravidão africana na América é
um abismo de degradação e miséria que não se
pode sondar.

Joaquim
Nabuco
Música
de fundo:
Hymn
To Zeus (Ancient Greek Dorian Mode)
Composição: Michael Levy
Fonte:
https://mp3cc.biz/m/602368-michael-levy/115042
465-hymn-to-zeus-ancient-greek-dorian-mode/
Páginas
da Internet consultadas:
http://www.imagensanimadas.com/
http://lounge.obviousmag.org/
https://pt.wikiquote.org/wiki/Joaquim_Nabuco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Nabuco
https://oglobo.globo.com/brasil/ex-agente-do-doi-codi-diz-que
-ustra-torturava-que-era-senhor-da-vida-da-morte-8350197
https://www.behance.net/
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