AS DUAS PONTES

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Nesta existência, há muito pouca ebulição1

quando se escolhe a ponte da trivialidade.

Mas haverá dúvida, desalento e oscilação

 

Há sempre duas pontes: a fácil e a dificultosa.

O ser-no-mundo que reitera e escolhe a laboriosa

uma Nova Jerusalém haverá de, um dia, encontrar.

 

Mas, onde está localizada a Nova Jerusalém?

No outro mundo, em lugar desconhecido, além?

Bolas! Já disse e vou repetir: em nosso Coração.

 

Por que, enfim, dúvida, desalento e oscilação

quado se escolhe a Ponte que leva à Iniciação?

Nada é mais árduo do que desquerer e dizer não.

 

 

 

 

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Notas:

1. Ebulição, bem entendido, sob o prisma da consciência, isto é, sob os aspectos morais e/ou espirituais. Seja como for, a ebulição geralmente começa quando o ser-no-mundo pressente que está chegando a hora – a hora do pega pra capar, a hora do acerto de contas, a hora do é o que é, a hora em que não há nem xixi minha nega nem vem cá meu bem! Quando se estuda, por exemplo, a vida de Francisco de Paula Cândido Xavier, popularmente mais conhecido por Chico Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 – Uberaba, 30 de junho de 2002), é doridamente impressionante constatar o quanto ele ebuliu e padeceu por sustentar até o fim suas razões/percepções interiores. Há uma máxima do Chico, absolutamente irretocável e irretorquível, que recordarei agora: Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.

 

Música de fundo:

Time After Time
Sammy Cahn Jule Styne
Interpretação: Chet Baker

Fonte:

http://www.dilandau.com/baixar_musica/
time-after-time-chet-baker-1.html