Rodolfo Domenico Pizzinga
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Por que azucrinar o outro?
Por que inquietar o outro?
A catequização é detestável.3
A doutrinação é insuportável.3a
Discursar e fazer apostolado
sobre lá e o Cordão Prateado?4
Por que impingir e constranger
o outro a aceitar o seu saber?5
Fidelidade e Serviço. Tão-só!
Probidade e Compromisso. Tão-só!
Falar o indispensável; servir muito.
Trabalhar ad semper, sem intuito.6
Um pequeno conhecimento
poderá se comutar em tormento,
e, também, se revelar perigoso
e, principalmente, desamoroso.7
Não merece louvação ou parabém
aquele que aporrinha alguém
Pior se são ranhetices espirituais.
Se já edificamos nosso Templo8
devemos apenas servir de exemplo.
O outro não pode ser afrontado
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Notas:
1. Este poema foi estruturado e inspirado no texto O Magno Mistério da Rosacruz de autoria da Max Heindel e disponibilizado pela Ordo Svmmvm Bonvm. Para lê-lo, dirija-se a:
http://svmmvmbonvm.org/magnomistrc.htm
2. SRIMAD BHAGAVAD GITA (Bhagavan Sri Krishna). Obra completa traduzida do texto original com 26 Capítulos e 754 Slokas. 1ª edição. Tradução, resumo do Mahabhárata, glossário e artigos complementares por Haydée Touriño Wilmer. Rio de Janeiro: Editora Vozes Ltda, 2002.
3 e 3a. Mais detestável e mais insuportável ainda é quando ambas vêm – nazifascística e totalitariamente – a reboque e carregadas de intimidações, descultos e ofensas. Em certas religiões, mutati$ mutandi$, ai de quem não pagar o dízimo! Ai de quem contrariar ou discordar do manda-chuva! É persuasão pelo medo e lavagem cerebral para nenhum torturador botar defeito!
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4. No texto O Magno Mistério da Rosacruz, Max Heindel (23 de julho de 1865 – 6 de janeiro de 1919) ensina que o Cordão Prateado permanece sem se romper por um período de aproximadamente três dias e meio depois que o espírito deixa definitivamente o Corpo Denso. Ele não deve ser perturbado enquanto o panorama da vida que acaba de findar está sendo gravado no Corpo dos Desejos, que servirá de árbitro de sua vida no Mundo Invisível.
5. Saber? Quando muito, um presumido saber! Impingir e constranger o outro a aceitar o seu saber pode ser resumido em duas palavras: autoritarismo vaidoso. Quem realmente sabe, nada fala; quem fala, quem gosta de fazer discurso, habitualmente, é porque nada sabe. Isto não significa que você tenha que manter silêncio sobre tudo. Entretanto, falar é uma arte. A regra é simples: se você sentir, perceber, que vai constranger ou ofender o outro, não fale. Seja como for, suas intuições e seu aprendizado, basicamente, são pessoais. É impossível se transferir uma experiência pessoal. Logo, em princípio, falar é inútil.
6. Trabalhar ad semper, sem intuito e sem hipoteticamente esperar qualquer prêmio ou recompensa. Quem faz o que quer que seja esperando alguma coisa acabará por se decepcionar; se esperar sentado, acabará criando um baita calo na bunda. O que a mão direita faz, que a esquerda não saiba! Aos incautos, recordo: Abrahão esperou o quê? Buddha esperou o quê? Jesus esperou o quê? Muhammad esperou o quê? Querendo ou não querendo, acabaremos por aprender, pela compreensão ou pela dor, que o Kosmos não é nem premiador nem punidor.
7. Para aquele que presume ter um grande conhecimento e para o infeliz que é constrangido a ouvir baboseiras, um pequeno conhecimento poderá se comutar em tormento, e, também, se revelar perigoso e, principalmente, desamoroso. O desfavor educativo é que todas as baboseiras geram filhotes; e os filhotes geram mais filhotes. O resultado? Ainda que educativos, treva em cima de treva, preconceito em cima de preconceito, abastardamento em cima de abastardamento. Em uma palavra: prisão.
8. Edificamos? Construímos mesmo? Estará pronto e acabado nosso Templo interior? E aí? Arre, quanto falar-falar-falar! Arre, quanta vaidade! Arre, quanta ignorância! Arre, quanta intransigência! Arre, quanto abestamento! Arre, quanta intolerância! Em uma palavra: prisão.
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Música de fundo:
3am
Fonte:
http://www.geocities.com/
SiliconValley/Vista/5377/music.html
Página da Internet consultada:
http://www.dimensao3.com/forum/
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