Temos um arraigado e longo hábito de achar que determinada coisa é verdadeira e, por conseguinte, de considerar como objetiva uma necessidade subjetiva. [In: Prolegômenos a Toda Metafísica Futura (em alemão, Prolegomena zu Einer Jeden Künftigen Metaphysik, die als Wissenschaft Wird Auftreten Können), de autoria do filósofo Immanuel Kant.]

 

 

E assim, lamentável e escravizadoramente
– nesta 5ª Raça-raiz, desta 4ª Ronda, deste Maha Mânvântâra –
ainda analfabetos por conveniência, convicção e comodidade,
considerando verdade o que é inverdade e inexatidão,
existente o que é inexistente e fantasmagórico
e realidade o que é miragem ou ilusão,
ainda irracionalmente fideístas e de joelhos,
buchas de canhão,
inocentes úteis,
massas de manobra
e maria-vai-com-as-outras,
acreditamos servil, subserviente e piamente
em deuses fabricados pelos outros,
em demônios bíblicos inexistentes,
em paraísos teológicos fantásticos e excêntricos,
em infernos abrasadores sem ar condicionado,
em milagres impossíveis e irrealizáveis,
em negócios esquisitos e obscuros com deus,
em jeitinhos astuciosos de conseguir inconseguibilidades,
em salvações unilaterais hipotéticas e egoístas,
em remissões extravagantes e exóticas,
em privilégios impudentes, vantajosos e proveitosos,
em sacerdotes, reverendos, gurus, xamãs, pajés,
profetas, vaticinantes, benzedeiros e curandeiros marca barbante,
em águas consagradas (desconsagradas),
em feijões mágicos de mentirinha,
em montes e fogueiras santas de araque,
em glossolalizadores fajutos,
em abracadabristas canalhas, devassos e pulhas,
em magos negros travestidos de Magos Brancos,
ou seja, em impossibilidades unimultiversais.
Ora, isto tudo é mesmo muito lamentável e escravizador.

 

E, por isso, desgraçadamente,
ainda claudicantes e de muletas, fraquejamos intelectualmente
e subsistimos em um deserto de devaneios, sonhos e quimeras,
crendo em abominações execráveis e repulsivas,
condenando, preconceituando e separando os diferentes,

 

 

 

necessitando de coisas que desnecessitamos
e desnecessitando outras que, de fato, são necessárias,

 

 

                                               

Isto é desnecessário!

 

querendo que outros façam por nós
o que, necessariamente, nos cabe fazer,
não nos libertando de nós mesmos,
mantendo nosso Sol Interior encarcerado
e nosso Deus Interior amordaçado,
vivendo tristes e adoentados sem ,
morrendo sem Alegria, cegos e surdos sem ,
escravizados e agrilhoados ao senso comum irreflexivo
(renunciando ao livre-arbítrio e à razão)
e desconsiderando a (possibilidade da)
existência efetiva de uma ShOPhIa Unimultiversal a priori.

 

 

 

 

 

 

Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?
[(Cícero acusando Catilina no senado (Afresco de Cesare Maccari)]

 

 

Ou nos mancamos já e, conscientemente, operamos isto
ou, efetivamente, a entropia será inevitável e irreversível!

 

 

Inevitável e Irreversível Entropia

 

 

Inevitável e Irreversível Entropia

 

 

Inevitável e Irreversível Entropia

 

 

Quando se trata de juízos 'a priori', não é possível nos expormos a probabilidades insípidas (porque o que se pretende reconhecer 'a priori' é, por isso mesmo, declarado necessário), não sendo permitido jogar com conjecturas, mas, por outro lado, nossas afirmações devem ser Ciência ou, então, não serão nada. Por isto, primeiramente, deveremos nos esforçar para tornar possível e compreensível a Metafísica. [Ibidem.]

 

 

Scuola di Atene – Escola de Atenas – Platão e Aristóteles
(Do pintor italiano Raffaello Sanzio)
Resumidamente:
Mundo Inteligível ou das Idéias: LLuz e Libertação
Mundo Concreto e Sensível: Trevas, Dor e Prisão