Rodolfo
Domenico Pizzinga

Marsilio
Ficino
Conhece-te
a ti mesmo, ó Linhagem Divina vestida com trajes mortais. Despe-te,
eu te peço; separa o quanto puderes, e poderás o quanto
te esforces. Separa, digo, a alma do corpo, a razão dos afetos
dos sentidos. Verás logo – cessadas as brutalidades terrenas
– um Puro Ouro, e, afastadas as nuvens, verás um Luminoso
Ar. E, então, acredita-me: respeitarás a ti mesma como
um Raio Eterno do Divino Sol.
Marsilio
Ficino
Breve
nota biográfica:
O
Filósofo italiano Marsilio Ficino (1433 –
1499) é o maior representante do Humanismo Florentino. Juntamente
com Giovanni Pico della Mirandola (1463 – 1494), está
na origem dos grandes sistemas de pensamento renascentistas e da Filosofia
do século XVII. Marsilio Ficino traduziu diversas obras de
Platão e difundiu seu pensamento. A idéia teosófica
que o homem pode ascender na cadeia dos seres pelo exercício
de suas capacidades intelectuais, enfatizada por Marsilio, foi uma
profunda garantia de dignidade da existência humana na vida
terrestre. A raiz desta dignidade reside na afirmação
de Marsilio Ficino que somente
os seres humanos podem mudar a si mesmos pelo seu livre-arbítrio.
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Em
nós, em nosso imo Coração,
há
um Sol Divino que não se [o]põe.
Este Sol
é o
nosso Primo Irmão
–
um Irmão que sempre [se] dispõe.
Quer
seu Divino Sol conhecer?
Dispa-se
de tudo que for exterior.
Então,
logo você começará a ver
a LLuz
repletando o seu interior.
Oh!,
Sol! Illumine
o nosso viver!
Oh!, Sol!
Doe-nos a Veracidade!
Oh!, Sol!
Transmute o nosso ser!
Oh!, Sol!
Oferte-nos a Liberdade!