Rodolfo
Domenico Pizzinga
Prefácio
da Carta 08
Liu
Xiaobo
Este
ano é o 100º aniversário da Constituição
Chinesa, o 60º da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, o 30º aniversário do Muro da Democracia e o 10º
ano desde que a China assinou a Convenção Internacional
dos Direitos Civis e Políticos. Depois de experimentar um prolongado
período de desastres dos direitos humanos e uma tortuosa luta
e resistência, os cidadãos chineses estão cada
vez mais e com maior clareza reconhecendo que liberdade, igualdade
e direitos humanos são valores universais comuns compartilhados
por toda a Humanidade, e que a Democracia, a república e o
constitucionalismo constituem o arcabouço estrutural básico
da governança moderna. Uma modernização ausente
destes valores universais e deste arcabouço político
é um processo desastroso que priva os homens de seus direitos,
corrói a natureza humana e destrói a sua dignidade.
Para onde a China se encaminhará no século XXI? Continuará
uma modernização sob este tipo de autoritarismo? Ou
reconhecerá os valores universais, assimilados em comum nas
nações civilizadas e construirá um sistema político
democrático? Esta é uma decisão fundamental que
não pode ser evitada.
Liu
Xiaobo (um dos signatários)

Observação:
Liu
Xiaobo é um intelectual e ativista pelos direitos humanos e
por reformas na República Popular da China. Desde 2003, é
presidente da seção chinesa do PEN club (Essayists
and Novelists), uma entidade internacional de escritores. Em
8 de dezembro de 2008, foi detido em resposta à sua participação
na assinatura da Carta 08, sendo formalmente preso em 23 de junho
de 2009 sob suspeita de
incitar à subversão contra o poder do Estado.
Foi acusado pelos mesmos motivos em 23 de dezembro do mesmo ano, e,
em 25 de dezembro, foi condenado a onze anos de prisão. Menos
de um ano depois, em 8 de outubro de 2010, foi-lhe atribuído
o Nobel da Paz. O Comitê Nobel Norueguês justificou o
Prêmio pela
sua longa e não-violenta luta pelos direitos humanos fundamentais
na China. Já o porta-voz da Chancelaria chinesa,
Ma Zhaoxu, criticou o comitê do Prêmio Nobel e disse que
a premiação era uma blasfêmia.
O Prêmio
Nobel da Paz deveria ser concedido àqueles que trabalham para
promover a harmonia étnica, a amizade internacional, o desarmamento
e os encontros de paz. Estes eram os desejos de (Alfred) Nobel,
declarou em um comunicado o Ministro das Relações Exteriores
chinês. Liu
Xiaobo foi condenado por violar a lei chinesa e sentenciado à
prisão pelos órgãos legais chineses.
Suas ações
vão contra o propósito do Prêmio Nobel da Paz.
Entregando o prêmio a esta pessoa, o comitê Nobel violou
e ultrajou o prêmio, acrescentou o Ministro das
Relações Exteriores chinês. Vencedor do Nobel
da Paz no ano passado, o Presidente dos Estados Unidos Barack Obama
ressaltou progressos econômicos realizados por Pequim, mas foi
categórico ao ponderar que a situação de direitos
humanos no País ainda está muito aquém do ideal.
Nos últimos
trinta anos, a China fez bastante progresso na reforma econômica
e melhorou a vida de seu povo, tirando centenas de milhões
de pessoas da pobreza, mas este prêmio nos lembra que a reforma
política não manteve o mesmo ritmo, e que os direitos
humanos básicos de cada homem, mulher e criança precisam
ser respeitados, disse Obama.
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Em
pleno século XXI,
é
uma vergonhosidade
–
faltante de qualquer honorabilidade –
que ainda
se desguampem
aqueles
que não encampem!
Em
pleno século XXI,
é
uma desafetividade
–
faltante de qualquer sensibilidade –
que ainda
se desalicercem
aqueles
que apenas tercem!
Em
pleno século XXI,
é
uma boçalidade
–
faltante
de qualquer inteligibilidade –
que ainda
se desprefiram
aqueles
que não firam!
Em pleno século
XXI,
é
uma deformidade
–
faltante
de qualquer conformidade –
que ainda
se punam
aqueles
que apenas (re)unam!
Em
pleno século XXI,
é
uma pravidade
–
faltante
de qualquer humanidade –
que ainda
se apocopem
aqueles
que não topem!
Em
pleno século XXI,
é
uma horrorosidade
–
faltante de qualquer claridade –
que ainda
se amordacem
aqueles
que não abracem!
Em
pleno século XXI,
é
uma obscuridade
–
faltante
de qualquer veridicidade –
que ainda
se increpem
aqueles
que apenas discrepem!
Em
pleno século XXI,
é
uma ininteligibilidade
–
faltante de qualquer dignidade –
que ainda
se excluam
aqueles
que não pactuam!
Em
pleno século XXI,
é
uma indignidade
–
faltante de qualquer generosidade –
que ainda
se estiolem
aqueles
que só V.I.T.R.I.O.L.(em)!1
Em
pleno século XXI,
é
uma puta ignobilidade
–
faltante
de qualquer benignidade –
que condenem
Liu Xiaobo
por ser
cordeiro; não um lobo!
Mas,
é neste século XXI,
que todos
nós devemos renhir,
insistir,
resistir e não desistir.
Nessun
dorma! Vinceremo!
Sì, all'alba vinceremo!2
Estes
são aqueles que...
1. Visita
Interiora Terræ
Rectificando Invenies
Occultum Lapidem.
Visita a Terra Interior; Transmutando Conhecerás a Pedra Cordial.
Este é o sentido Iniciático deste Enigma Místico-alquímico.
O crucibulum
(crisol) é o nosso Coração. Domine,
omnibus bonis
sum indignus. Domine, non sum dignus ut intres sub tectum meum; sed tantum
dic Verbo et sanabitur anima mea. Miserere nobis! Miserere nobis!
Dona nobis
pacem!
Senhor, eu sou indigno de
todos os bens. Senhor,
não sou digno que permaneças em meu Coração;
mas pronunciai a Palavra Perdida e
minh'alma será transmutada. Tende piedade! Tende
piedade!
Dai-nos a Paz!
Este
é o sentido Iniciático desta oração.
2.
Ninguém durma! Venceremos! Sim, ao amanhecer, venceremos.
Página
da Internet consultada:
http://occhi-viola.blogspot.com/
2010_05_01_archive.html
Fundo
musical:
Nessum
Dorma
Composição: Ária do último ato da ópera
Turandot, de Giacomo Puccini
Interpretação: Andrea Bocceli
Fonte:
http://www.docevenenomidivoices.com.br/
Outros_idiomas.htm