Rodolfo
Domenico Pizzinga
A
morte de todos nós não é
uma condenação
da alma pela eternidade,
a viver
em padecimento e em soledade.
A
morte de todos nós não é
a inevitável
gangrena de uma vida que viveu,
e que,
um dia, incidentalmente, desviveu.
A
morte de todos nós não é
uma emboscada
ferina, amaldiçoada e infame,
que amputa
liame por liame.
A
morte de todos nós não é
a inauguração
de uma cegueira interminável,
em um
não-sei-onde irrevogável.
A
morte de todos nós não é
uma decepção
tresloucada-não-anunciada
nem mesmo
o término da Estrada.
Sim,
a morte de cada um de nós é
que precisa
ser aprendida a ser Vivida.
Enfim,
a morte, para cada um de nós, é
meramente
uma mudança – uma transição.
Talvez
uma fusão com o Deus de nosso Coração!

Mas,
por ser ainda um quaternário bebé,
o ente
nasce, morre, renasce, remorre...
Porre-sem-fim-porre