Para
adquirir o Poder Mágico, duas coisas são necessárias:
libertar a vontade de toda servidão e praticá-la sob controle.
(Éliphas Lévi). [In:
Isis Unveiled: A Master-Key
to the Mysteries of Ancient and Modern Science and Theology (Ísis
sem Véu: Uma Chave-Mestra para os Mistérios da Antiga e Moderna
Ciência e Teologia), Helena Petrovna Blavatsky.]
Éliphas
Lévi1
—
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,2
mas, adorava um mensalão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava um petrolão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava a corrupção!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava majorar a diminuição!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava armar uma fuzilação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava não oferecer a mão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava cagar pra pobretão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava uma fraudação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava caipirinha de limão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava transar de camisolão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava contraditar o Alcmeão!3
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava cortar o cabelo do Sansão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava meter o pau no Salomão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava curtir o meu vidão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava morar numa mansão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava a mais completa inação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava apostar no pavão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava cuspir no calçadão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava jogar meleca no chão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava entupir a tubulação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava mentir na confissão!
—
Eu queria ser considerado um Magister
Dixit,
mas, adorava soltar um ventão!
—
Eu queria ser considerado um Magister
Dixit,
mas, adorava troçar de sacristão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava fomentar uma discussão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava comer um tubarão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava ficar borrachão!
—
Eu queria ser considerado um Magister
Dixit,
mas, adorava o bicho-papão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava um belo carrão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava um baita festão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava ser bandalhão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava apagar a luz do salão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava atrapalhar a pregação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava furar bolo com o dedão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava azedar o pastelão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava uma abandalhação!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava uma depravação!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava um corrimão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava a escuridão!
Eu queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava acolitar o macacão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava o bafo do dragão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava criar confusão!
Eu
queria ser considerado um Magister Dixit,
mas, adorava entortar erva-picão!
Nunca cheguei a ser um Magister Dixit;
apenas faturei ilusão!
Acabei solito, escalafobético e mal pago,
e bafuntei na contramão!
Hoje, eu só penso no tremendo estrago
que fiz na minha encarnação!
—
Eu vi! Eu vi! Tá
tirando meleca!
______
Notas:
1. Éliphas
Lévi (8 de fevereiro de 1810 – 31 de Maio de 1875), pseudônimo
de Alphonse Louis Constant, foi um escritor, ocultista e mago cerimonialista
francês.
2.
Magister dixit é uma expressão latina que significa
o Mestre o disse, e pode ser utilizada quando se procura construir um argumento
que se referira a uma autoridade tida como inquestionável. A questão
é: há alguma autoridade inquestionável? Onde? Esse
negócio de Magister
dixit é como a famosa frase Roma
locuta est, causa finita est. Roma falou, a causa está
encerrada. Magister
dixit era um termo usual no Império Romano, tendo sido
muito usado pelos professores de Florença e em toda a Itália
entre o final do século XV e início do século XVI,
para impor silêncio aos alunos que questionavam as teorias de Aristóteles
(Estagira, 384 a.C. – Atenas, 322 a.C.), que era considerado o Mestre
da Astronomia. Quando algum aluno da Universidade questionava alguma teoria
aristotélica, os professores o interrompiam proferindo a frase
Magister Dixit, e davam fim à querela. Neste sentido,
se tornou comum pronunciar esta expressão latina por muito tempo,
até que surgiu um sábio que viria a contestar e contrariar
quase todas as teorias de Aristóteles e também da Igreja Católica:
o físico, matemático, astrônomo e filósofo florentino
Galileo Galilei (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 – Florença,
8 de janeiro de 1642). Com experiências e testes, Galileo conseguiu
provar o contrário do que todos pensavam na época: que o planeta
Terra estaria fixo no centro do Universo com todos os corpos celestes, inclusive
o Sol, girando ao seu redor (Teoria Geocêntrica ou Sistema Ptolomaico),
porque uma das suas descobertas fora a de que a Terra não era o centro
do Universo, que Aristóteles defendia em uma de suas teorias. Agora,
pense no seguinte: se o Universo é ilimitado e esférico, qualquer
coisa que imaginemos – até um simples elétron ou uma
pulguinha – está no centro do Universo! Então, errando,
Aristóteles acertou!

Teoria
Geocêntrica ou Sistema Ptolomaico
3. Alcmeão
de Crotona (século V a.C.) foi um filósofo pré-socrático
e médico grego de Crotona e um dos mais importantes discípulos
de Pitágoras de Samos (cerca de 570 – cerca de 495 a.C.). Dedicado
à Medicina e às investigações das ciências
naturais, realizou a primeira dissecação de um cadáver
humano e desenvolveu uma teoria acerca da origem e dos processos fisiológicos
das sensações, sugerindo que os sentidos estariam ligados
ao cérebro, sendo a vida psíquica uma mera função
cerebral. Segundo escritos da época, foi o primeiro a relacionar
o cérebro com as funções psíquicas, a psyqué,
ao descobrir, por dissecação, que certas vias sensoriais terminavam
no encéfalo, tendo elaborado uma teoria da desarmonia como causa
de enfermidades. Por suas teorias, é considerado o precursor da moderna
Psicologia, tendo influenciado Hipócrates (460 a.C. – 370 a.C.),
que desenvolveu, com base em seus estudos, a Teoria dos Quatro Humores.
A Teoria dos Quatro Humores ou Teoria Humoral constituiu o principal corpo
de explicação racional da saúde e da doença
entre o século IV a.C. e o século XVII. Também conhecida
por Teoria Humoral Hipocrática ou Galênica, segue as teorias
dominantes da Escola de Kos, segundo as quais a vida seria mantida pelo
equilíbrio entre quatro humores: sangue, fleuma, bílis amarela
e bílis negra, procedentes, respectivamente, do coração,
do sistema respiratório, do fígado e do baço. Alcmeão
pode ter sido o verdadeiro descobridor das Trompas de Eustáquio,
além de ter sido um pioneiro da Embriologia. A ele se atribui a bela
frase: Os Deuses
têm clara consciência das coisas invisíveis; a nós,
enquanto humanos, nos é permitido apenas conjecturar.
Concebeu a saúde como isonômica do equilíbrio, ao afirmar
que o que conserva a saúde é o equilíbrio das qualidades,
que estariam simbolizadas em Posídon (Na Mitologia Grega, Posídon
assumiu o estatuto de deus supremo do mar, conhecido pelos romanos como
Netuno). Da Filosofia, transmitida sob forma de comentários, doxografia,
principalmente através da obra de Aristóteles (384 a.C. –
322 a.C.), se destacam dois pontos importantes:
•
a elaboração de uma tabela de pares de opostos, que funcionariam
como Princípio (Arché) da Natureza: limitado-ilimitado,
ímpar-par, unidade-pluralidade, direito-esquerdo, masculino-feminino,
repouso-movimento, reto-torto, luz-sombra, bom-mau, quadrado-oblongo;
•
uma compreensão da imortalidade da personalidade-alma, por concebê-la
em eterno movimento, à semelhança dos astros e dos Entes Divinos.

Alcmeão
de Crotona
Música
de fundo:
La Danza:
Tarantella Napoletana
Compositor: Gioachino Antonio Rossini
Interpretação: Luciano Pavarotti
Fonte:
https://mp3cc.biz/m/74683-luciano-pavarotti/
77835765-tarantella-napoletana/
Páginas
da Internet consultadas:
https://knowyourmeme.com/
https://giphy.com/
https://gfycat.com/gifs/search/devil+anime
https://ocatequista.com.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_humoral
https://pt.wikipedia.org/wiki/Alcme%C3%A3o_de_Crotona
http://www.apologistascatolicos.com.br/
https://brasilescola.uol.com.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Magister_dixit
http://geekness.com.br/
https://gfycat.com/
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