Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

 

Ego absolvo a peccatis tuis...

Quem tem o poder

de absolver o quê de quem?

Este presumido e nefelibático poder

Ego te punio...

 

Ego te prælevo...

Quem tem o poder

de prelevar alguém?

Quem tem o poder

de condenar alguém?

Ego te condemno...

 

Ego te anathematizo...

Quem tem o poder

de anatematizar alguém?

Quem tem o poder

de descomungar alguém?

Ego te libero...

 

Ego te impedio...

Quem tem o poder

de obstaculizar uma retribuição?

Quem tem o poder

de autorizar uma compensação?

Ego te auctorizo...

 

Ego coloro caverna tua...

Quem tem o poder

de colorizar a nossa caverna?

Quem tem o poder

de ab-rogar uma Lei Eterna?

Ego abrogo Lex Æterna...

 

Ego non possum redimere...

No Kosmos não há perdão;

há sempre oportunização.

No Kosmos não há punição;

há conseqüente educação.

Ego non possum infligere...

 

Ne-quem potest absolvere...

Oh!, haveremos de realizar

que somos responsáveis por tudo!

Oh!, haveremos de efetivar

que não existe um deus barbudo!

Ne-quem potest condemnare...

 


 

 

 

 

Não posso deixar de dizer o seguinte:

Há Padres e padres, Rabinos e rabinos, Aiatolás e aiatolás, Monges Brâmanes e monges brâmanes, Babalorixás e babalorixás, Ialorixás e ialorixás, Médiuns e médiuns, Iniciados e iniciados, Incréus e incréus coisas e loisas et cetera e tal. Mas, salvo melhor juízo, penso que a ninguém foi dado ou delegado o poder de perdoar ou de condenar. Quem somos nós? Se tanto, meros caminhadores de, mais ou menos, meia-claridade. Portanto, a todos nós cabe, sim, categoricamente, sempre caridar, sempre humildar e sempre misericordiar. Eu não conheço ninguém que já não tenha    e que não tenha tido uma     Enfim, Nicolau de Mira (séculos III e IV) existiu, sim; é o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega e foi iconizado como papai-noel – um velhinho corado, simpático e de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes. Mas, tenha a santa paciência e faça-me o favor: deus barbudo nunca existiu, não existe e não existirá! Quanto a mim, o que tenho feito, a cada dia mais, é procurar ser um homem sincero. Para isto, não preciso de nenhum deus barbudo extraCorde, mas respeito os que ainda precisam.

 

Fundo musical:

Cavalleria Rusticana (Intermezzo)
Compositor: Pietro Mascagni

Fonte:

http://www.kunstderfuge.com/piano-rolls.htm

 

Páginas da Internet consultadas:

http://api.ning.com/files/

http://www.duhaime.org/
LegalDictionary/P/Pardon.aspx