Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

 

Sou professor e assevero:

só a Educação liberta.

Sou Rosacruz e pondero:

só a Educação desperta.

 

A Educação só desinteressa

aos senhores donos do poder,

pois – a eles – não interessa

que o ser-aí1 deixe de não-ser!

 

Oh!, crueldade infamante!

Oh!, desonrosa repulsão!

Oh!, malquerença insultante!

Oh!, ignominiosa abominação!

 

 

Mas, o abominábil de hoje

será o retribuidor de amanhã.

E, cá ou acolá, não há moloje

que reduza ou suspenda o afã.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. Ser-aí ou ser-aí-no-mundo é a tradução portuguesa do termo alemão Dasein (termo principal da Filosofia Existencialista de Martin Heidegger), muito usuado no contexto filosófico como sinônimo para existência. Na sua obra Ser e Tempo, Heidegger se põe a examinar a questão filosófica do ser. Que é o ser? Heidegger afirma que esta pergunta só pode ser posta e proposta pelo ser humano, pois nenhuma outra espécie é capaz de filosofar deste jeito. O ser humano é, portanto, um ente privilegiado: o ser humano, que é capaz de questionar o ser, que possui uma compreensão do ser. Este ente é o homem, que Heidegger chama de ser-aí – o homem enquanto ente que existe imediatamente no mundo. Ser-aí é o homem na medida em que existe na existência cotidiana, do dia-a-dia, junto com os outros homens e em seus afazeres e preocupações. Para investigar o ser-aí, impõe-se uma analítica existencial, que tem como tarefa explorar a conexão das estruturas existenciais que definem a existência do ser-aí. Pergunta: isto poderá interessar aos abominábeis senhores donos do poder? Resposta: não.

Nota editada da fonte:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ser-a%C3%AD

 

Fundo musical:

Unforgettable
Compositor: Irving Gordon
Intérpretes: Nat King Cole & Natalie Cole

Fonte:

http://www.midisvoices.com.br/