Rodolfo Domenico
Pizzinga

É um
condicionamento paralisante
acreditar em um deus milagrento,
que mora em um céu
de delícias.
É um condicionamento
retardante
acreditar em um diabo
fedorento,
que vive a fomentar impudicícias.
É
um condicionamento abaixante
admitir uma supositória
salvação,
por ser virtuoso e bem-comportado.
É um condicionamento
aberrante
admitir uma conjectural
proscrição,
por infringir e ser malcomportado.
É
um condicionamento dissonante
pensar que, ao doar a
um maldotado,
estaremos emprestando
a deus.
É um condicionamento
acabrunhante
pensar que quem é
tuno e dobre
é comparticipante
do arrenegado.
É
um condicionamento acachapante
crer que, se nos tornarmos
celibatários,
purgaremos nossas personalidades-alma.
É um condicionamento
estupidificante
crer que do olimpo seremos
acionários,
se lutarmos para ser
pazes-de-alma.
É
um condicionamento acanalhante
imaginar que, se formos
gente fina,
granjearemos uma cadeira
no céu.
É um condicionamento
achincalhante
imaginar que, deixando
de ser sovina,
nunca jamais iremos para
o beleléu.
É
um condicionamento inquietante
estar a mirabolar hipoteticidades,
para tentar mitigar incompetências.
É um condicionamento
arrasante
estar a premeditar ingenuidades,
para tentar fugir das
conseqüências.
É
um condicionamento delirante
ficar fazendo promessas
e rezando,
para zerar a Lei da Causa
e do Efeito.
É um condicionamento
adulterante
ficar fantasiando e entressonhando,
que não compensaremos
cada defeito.
