ÁFRICA: SÉCULO XXI
Célestin Monga – Pensamentos

 

 

 

Célestin Monga

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo é uma pequena coletânea de alguns pensamentos de Célestin Monga, escritor da República dos Camarões e um dos maiores pensadores africanos da atualidade, autor do livro Niilismo e Negritude, e que teve suas obras traduzidas para diversos idiomas. Acho que vale a pena conferir.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Célestin Monga

Célestin Monga

 

 

 

Célestin Monga, natural de Camarões, é economista-chefe e assessor do vice-presidente do Banco Mundial em Washington, D. C. Durante sua carreira de 13 anos no Banco, ele ocupou posições no departamento de pesquisa, incluindo o cargo de economista principal na Europa e na Ásia Central e de gerente da equipe de revisão de políticas.

 

Monga possui diplomas do Massachusetts Institute of Technology (MIT), da Harvard University e da Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. Ele lecionou Economia e Ciências Políticas na Boston University (BU) e na Université de Bordeaux. Em Camarões, Monga comandou o maior banco comercial do País.Também participou do quadro de diretores do programa Sloan Fellows, no MIT, uma escola de negócios norte-americana.

 

Em 1991, se tornou popular após ter sido preso por criticar o presidente camaronês em um artigo que escreveu para o jornal Le Messager. Sua prisão causou vários protestos pelo País. Por vários anos, Monga escreveu artigos para jornais, principalmente fazendo críticas à política camaronesa. Por meio do seu trabalho, ele ficou conhecido como um dos maiores intelectuais do País.

 

Atuou como editor de Economia para uma aclamada enciclopédia de cinco volumes chamada New Encyclopedia of Africa. Dentre seus livros, estão Anthropologie de la Colère (A Antropologia da Raiva, em tradução livre), que recebeu o prêmio Outstanding Book Award, Sortir du Piege Monetaire (Sair de uma Armadilha Monetária) e L'argent des Autres (O Dinheiro dos Outros). Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas.

 

 

 

Pensamentos

 

 

 

Célestin Monga

Célestin Monga

 

 

Não estou muito preocupado porque os EUA e a China precisam e dependem um do outro.

 

Sobre países que desvalorizaram o câmbio: É uma estratégia de risco.

 

Se eu pudesse prever esse momento com total exatidão [quando a Economia americana irá se recuperar], eu seria mais rico do que alguns bilionários que têm ilhas no Caribe. O mercado de trabalho americano continua muito fraco. Desde o início da crise em 2008, mais de 7 milhões de pessoas perderam o emprego, e 8,8 milhões estão trabalhando meio período involuntariamente. Recentemente, o ritmo de demissões está se reduzindo, mas o crescimento da criação de vagas continua negativo, o que faz com que a taxa de desemprego esteja perto de 10%. Se você considerar os subempregos, terá taxas bem acima de 17%. Os preços das moradias subiram e o nível de estresse maior provocado pelos financiamentos explicam o cenário adverso de desemprego. Como a Economia americana é muito baseada em consumo, precisamos olhar para as expectativas. Parece que a confiança do consumidor está caindo nos últimos 12 meses. A capacidade de utilização da indústria cresceu para 74,7%, ou seja, 4,7 pontos percentuais acima do patamar em que estava há um ano atrás, mas ainda 6 pontos percentuais abaixo da média registrada entre 1972 e 2009. E mais: os investimentos nos EUA estão extremamente baixos. Refletindo essas condições, a retomada econômica deverá ser gradual, particularmente quando os estímulos dados forem retirados.

 

Meus pais eram cristãos. Mas eu estou preocupado com o meu trabalho. Meu trabalho é o meu deus.

 

 

 

 

Carta aberta a João Paulo II: Ao aceitar vir apertar essas mãos sujas de sangue, dar a comunhão a essas bocas cheias de mentira, ao aceitar benzer essas cabeças cheias de ódio, estareis a ferir cruelmente a fé de quem pensa que a Igreja Católica condena a mentira, a corrupção, a tortura e o assassínio. E dareis crédito ao rumor que corre nos Camarões, segundo o qual o vosso Deus se ri de nós.

 

Quando é sua responsabilidade defender os valores morais de uma sociedade, você tem que tomar uma posição firme contra qualquer violação dos valores morais. Você deve se envolver na luta para garantir o triunfo dos valores morais. Eu respeito os líderes religiosos, mas eu acredito que eles não conseguiram fazer o que era esperado deles.

 

Na África, a sociedade civil é composta por aqueles que gerenciam a ira coletiva.

 

Eu sou de Camarões, um país onde as pessoas são geneticamente otimistas, mesmo diante de situações econômicas, políticas e sociais adversas. Temos que ser assim. Senão, cometeríamos suicídio… Então, sou inclinado a não temer uma recessão nos EUA, mas devo dizer que, com os balanços dos bancos ainda não totalmente recuperados da crise, e com as perdas nos setores comercial e imobiliário, as condições financeiras podem continuar sendo um empecilho ao crescimento, particularmente para pequenos negócios que não têm como acessar os mercados de capitais. Além disso, a securitização de dívidas privadas continua inexistente, e esse era um canal de financiamento de grande importância para a concessão de créditos no período pré-crise. Uma contínua falta de securitização impõe uma restrição crescente ao financiamento e ao crescimento na América. A intervenção do Governo pode certamente ajudar, mas, como você sabe, dado o aumento do nível de endividamento, o espaço para fazer manobras é limitado, mesmo para a maior Economia do mundo. Além do mais, com eleições no Congresso, que acontecerão em algumas semanas, o calendário político nos EUA poderá não ser favorável a grandes estímulos.

 

Os povos africanos são desajustados sociais e jogadores marginalizados na construção da História.

 

O escritor americano Mark Twain denegriu as estatísticas e o 'quase místico' poder dos números usando uma citação, que ele atribuiu ao primeiro-ministro britânico do século XIX Benjamin Disraeli: 'Existem três tipos de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas!'. Pode parecer cinismo, mas é útil ter isso em mente, para que a gente não se empolgue muito com os números. É claro que os números são muito úteis, mas nunca são capazes de contar a história inteira. O Banco Mundial projeta um crescimento global entre 2,9% a 3,3% em 2010 e 2011, e entre 3,2% e 3,5% em 2012, quando a queda de 2,1% de 2009 seria revertida. Afrouxamentos monetários e fiscais substanciais foram dados, juntamente com outras políticas aplicadas diretamente nos setores imobiliário e financeiro, o que deu fôlego ao crescimento nos EUA. Mas a demanda privada ainda está frágil e continua bem abaixo dos níveis pré-crise.

 

Os responsáveis pela política cultural na África não se deram conta da chegada da Modernidade.

 

 

 

 

A recuperação da Economia global está sendo puxada pelos países emergentes. Agora vivemos em um mundo 'multipolarizado', como o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, já afirmou. A fatia dos países em desenvolvimento no PIB mundial (em paridade de poder de compra) aumentou de 33,7% em 1980 para 43,4% em 2010. Em poder de compra, a fatia da Ásia na Economia global aumentou de 7% em 1980 para 21% em 2008. Os mercados de ações da Ásia agora representam 32% da capitalização dos mercados mundiais, à frente dos EUA, que têm 30%, e da Europa, com 25%. Poucas semanas atrás, a China ultrapassou o Japão, e se tornou a segunda maior Economia do mundo. Muito da recuperação no comércio mundial se deve à forte demanda por importações entre os países em desenvolvimento. Na América Latina e no Caribe, 60 milhões de pessoas saíram da pobreza entre 2002 e 2008, e uma classe média crescente impulsionou as importações a uma taxa de 15% ao ano. A África Subsaariana poderá crescer a uma taxa média acima de 6% até 2015, enquanto o Sul da Ásia, onde metade da população pobre mundial vive, poderá, no mesmo período, crescer em torno de 7% ao ano. Não é possível resolver as grandes questões internacionais sem Brasil, China, Índia, África do Sul e outras Economias emergentes. Aqui estão as boas notícias: para os países ricos, as relações internacionais com países emergentes não são mais apenas um princípio moral de caridade e solidariedade: é algo do seu do próprio interesse. Países em desenvolvimento agora são novas fontes de crescimento e importadores de bens de capital e produtos e serviços do Norte. Eles representam novos mercados para criação de empregos, aumento de produtividade e crescimento dos países ricos.

 

Não se pode limitar o estudo dos países africanos à análise das suas estruturas sócio-políticas ou econômicas. Quanto ao futuro de Camarões, como nação, não se pode deixar de examinar quanto tempo a cultura popular será capaz de ser a última linha de defesa contra a investida da política étnica, contra a injustiça social, contra a privação material e contra a privação dos direitos políticos.

 

Com a crise econômica global de 2008, os países da África se sentiram traídos. Na última década, muitos deles tiveram que fazer reformas que foram muito difíceis. Trabalharam duro pela estabilidade macroeconômica e reduziram seus endividamentos. Fizeram programas de privatizações e abriram setores importantes da Economia, como as telecomunicações. Eles também reduziram o endividamento do setor público. Os investidores, tanto domésticos quanto estrangeiros, gostaram, e o investimento estrangeiro direto subiu para US$ 53 bilhões em 2008, contra US$ 2,4 bilhões em 1985, antes do início das reformas. Os países africanos testemunharam um período de crescimento econômico sustentável, apoiado, em grande parte, pelo crescimento das exportações. Mas a crise chegou e afetou essas pequenas Economias abertas por meio de vários canais: comércio e fluxo financeiro. Muitos países sofreram com a demanda menor por seus produtos no mercado global, o que afetou sua balança comercial, as taxas de crescimento e a situação fiscal dos Governos. Outros tiveram baixos níveis de investimentos diretos e remessas. Obviamente, isto penalizou os programas de redução da pobreza e criação de empregos. Mas ganhamos em experiência. Como disse Oscar Wilde, 'experiência é o nome que todos dão aos seus erros'.

 

Minha colega, Ngozi Okonjo-Iweala1, sempre surpreende seus ouvintes perguntando o seguinte: 'Que Economia de US$ 1 trilhão está crescendo mais do que o Brasil e a Índia, entre 2000 e 2010, em termos nominais em dólares, e que deverá crescer mais rapidamente do que o Brasil entre 2010 e 2015? A resposta é: a África Subsaariana. Em 2009, a crise levou a uma queda no crescimento da África de 1%. Mas a região deverá ter uma expansão de quase 4%, e até mais, em 2010 e 2011, mais rápido do que América Latina, Europa e Ásia Central. As coisas poderiam ser ainda melhores, se algumas questões fossem resolvidas. Do lado da demanda, um dos principais itens é a estabilidade cambial. A apreciação do franco CFA,2 por exemplo, que é a moeda usada por 14 países, sugere perda de competitividade e deverá reduzir o ritmo das exportações. Com o recente enfraquecimento do euro, os países do CFA vão ganhar alguma competitividade. Mas a questão fundamental de gerenciar o câmbio de forma sustentável continua em aberto. Do lado do abastecimento, também existem empecilhos, como a adequação da infra-estrutura e da regulamentação, do acesso a financiamentos e à qualidade de mão-de-obra. Felizmente, a mão-de-obra da África está crescendo, em contraste com o que ocorre no restante do mundo. O continente tem mais de 500 milhões de pessoas em idade de trabalho. Até 2040, o número vai exceder 1 bilhão — superior ao da China e da Índia. Com estratégias apropriadas de melhoria e um bom empurrão em infra-estrutura para atingir Economias de escala, que poderiam ser financiadas pelos países mais ricos como rentáveis investimentos de risco, a África poderia se tornar um grande pólo da Economia mundial. O presidente Lula entendeu isto bem quando promoveu a cooperação Sul-Sul. As empresas públicas brasileiras, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), têm excelente experiência técnica e um bom histórico em cooperação internacional. Investir em países em desenvolvimento agora é uma decisão inteligente porque os retornos serão grandes.

 

Eu, recentemente, usei a dialética 'do senhor e do escravo' do filósofo alemão Hegel para interpretar a simbiótica relação entre China e EUA. Muito tem sido dito sobre essa relação fascinante entre as duas maiores Economias do mundo, mas eu não estou muito preocupado porque ambas precisam e dependem uma da outra. A China é um mercado indispensável para a maior parte dos produtos americanos, desde agricultura, manufaturados e serviços. Para dar alguns exemplos: a China foi o maior mercado para a soja americana no ano passado, importando mais de US$ 9 bilhões. No setor de manufaturas, os EUA já exportaram perto de US$ 3,5 bilhões em aeronaves para a China só neste ano, e as exportações americanas de automóveis e peças para a China já cresceu mais de 200%. Acabo de voltar de uma viagem à China. Sim, existem bolhas em alguns setores, como o imobiliário. Mas, dado o nível de controle da Economia, eles conseguirão lidar com isso. O aumento das taxas de crescimento nas últimas três décadas é um reflexo do surgimento do paradigma da inovação tecnológica. A China adotou um estilo de aproximação pragmático e gradual em duas vias. De um lado, o Governo continua providenciando proteção a empresas não-viáveis em setores prioritários, e, por outro, liberou o investimento privado, as joint ventures3 e os investimentos estrangeiros diretos para segmentos de mão-de-obra intensiva. Enquanto essa estratégia permitiu que a China tivesse estabilidade e crescimento nas últimas três décadas, ela também trouxe uma série de problemas estruturais, particularmente na disparidade entre distribuição de renda, consumo, poupança e contas externas. Justin Lin, que é economista do Banco Mundial, é chinês. Eu concordo com sua avaliação de que o País precisa resolver este desequilíbrio estrutural removendo as distorções no segmento financeiro, nos recursos naturais e em serviços. Reformas específicas deveriam incluir a permissão para o desenvolvimento de pequenas instituições financeiras, incluindo bancos locais, para aumentar a oferta de serviços financeiros, em especial, acesso ao crédito para famílias do campo e pequenas e médias empresas de manufaturas e serviços, reforma da previdência para remover o fardo de aposentados do setor de mineração, um nível apropriado de 'royalties' sobre os recursos naturais e incentivo à concorrência em telecomunicações, em energia e no setor financeiro.

 

Eu não fiz muitos estudos sobre o Brasil para responder em detalhes se o País aumentou seus gastos e elevou a dependência de exportações de 'commodities'. Mas aprendendo com o trabalho de análises da equipe de Makhtar Diop, nosso diretor no Brasil, posso dizer que as políticas econômicas e as medidas anticíclicas ajudaram o Brasil. A crise financeira de 2009 teve um impacto relativo menor, com o país já se recuperando dele. O Brasil deverá crescer bem acima de 6% este ano. O País tem recursos naturais imensos e um forte potencial de desenvolvimento industrial, mas ainda sofre com uma vala entre pobres e ricos. Programas sociais inovadores e um crescimento maior da inclusão nos últimos anos foram gradualmente reduzindo a desigualdade.

 

Aprendi com Rudi Dornbusch – meu orientador em minha tese de graduação e um economista que é bem conhecido por todos os profissionais do Brasil a importância de uma política monetária estável e crível, de forma que ela seja tão chata e desinteressante que os participantes do mercado não tenham chances de especular. Mas a manutenção da competitividade externa também é muito importante, especialmente para uma Economia aberta como a do Brasil, que se beneficia enormemente de oportunidades do mercado global. O Brasil tem um Banco Central respeitado com excelentes profissionais.

 

A Economia global enfrenta muitos riscos importantes no médio prazo, incluindo a redução de fluxo de capitais, altas taxas de desemprego e capacidade ociosa excedendo 10% em muitos países. Dados recentes de consumo tiveram recordes negativos no Japão e também na zona do Euro. Na realidade, a despeito de ser lenta e desigual entre Economias da Zona do Euro, a recuperação ainda é muita incerta. Em parte, por causa da consolidação fiscal e das dificuldades enfrentadas pelo mercado de crédito. Não seria uma surpresa muito grande se alguns países interviessem no câmbio em uma escala muito substancial para limitar a pressão das forças do mercado sobre sua moeda. Mas é claro que essa é uma estratégia de risco. Sim, uma moeda subvalorizada ajuda o setor exportador, mas também significa importações mais caras para o mercado local. Esta estratégia reduz o poder de compra das famílias e pode ser injusta com outros países, levando à retaliação, o que obviamente não é bom para nenhum país.

 

Meu tio, que é do ramo imobiliário, sempre diz que você nunca deve comprar apenas uma casa, mas a vizinhança também. A metáfora se aplica às Economias em desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que a globalização cria oportunidades para pequenas Economias alcançarem as benesses do mercado mundial, estar localizado em meio a vizinhanças dinâmicas também dá excelentes oportunidades para o desenvolvimento regional. Estas Economias precisam ter uma estratégia real de melhoria de seu parque industrial e tecnológico, considerando suas vantagens comparativas. O fato de o Brasil estar crescendo por um longo tempo leva a melhores salários, o que eventualmente faz com que ele seja menos competitivo em determinados setores. Quando isto acontece, com salários mais baixos, os países vizinhos podem atrair essas empresas que terceirizam mão-de-obra para manter suas margens de lucro. Então, o sucesso do Brasil é também, eventualmente, o sucesso do Uruguai e da Bolívia. Já houve muita conversa sobre os Tigres Asiáticos. Talvez seja hora de pensar sobre 'os jaguares da América Latina'. Mas para a América Latina reivindicar seu lugar no cenário mundial, o Brasil precisa aumentar ainda mais seu papel como líder.

 

A África é uma região de Economias pequenas. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) africano foi de US$ 1,3 trilhão, ao passo que o Brasil, sozinho, registrou US$ 1,5 trilhão. Mesmo assim, há boas notícias. O continente está crescendo depressa e resistiu bem à crise financeira. Mais importante do que o PIB africano, porém, é a população. A África hoje tem um bilhão de pessoas, muitas delas são jovens e os países da região podem investir muito em infra-estrutura nos próximos anos.

 

Há mais países dispostos a fazer negócios na África. Hoje, China, Brasil, Índia e países árabes investem e financiam as empresas africanas. Isto não ocorria há 30 anos, quando só havia dinheiro no Banco Mundial ou no Fundo Monetário Internacional (FMI). Há reformas em andamento e as estratégias nacionais de investimento são mais racionais.

 

As oportunidades estão em todos os campos. Falando especificamente sobre o Brasil, o País tem uma grande experiência em agricultura. A capacidade técnica brasileira é fabulosa. A África possui terra e mão-de-obra baratas, mas não tem capacidade técnica nem financeira. Juntar as duas competências é uma estratégia de desenvolvimento realista.

 

 

 

 

Muitos países africanos fizeram a coisa errada nos anos 60. Eles decidiram desenvolver atividades muito à frente de suas possibilidades. Alguns quiseram construir fábricas de aviões em lugares onde não havia comida. É preciso que os africanos sejam realistas e escolham empresas condizentes com as vantagens comparativas da África, indústrias que possam usar o fator de produção que temos disponível e a mão-de-obra barata. Em vez de escolher indústrias de capital intensivo ou que precisam de tecnologias ultra-sofisticadas, podemos dar preferência a pequenas indústrias. A África ainda importa quase tudo. Muitas coisas que não requerem especialização podem ser produzidas localmente.

 

Há diversas Economias emergentes na África. A mais importante é a da África do Sul, mas há países de médio porte como Líbia, Guiné Equatorial, Gabão e Botsuana. São países onde o PIB 'per capita' está entre US$ 5 mil e US$ 10 mil. Outros dez países devem se unir a este grupo nos próximos dez anos. Além disto, a população africana é jovem, o que significa que haverá novos consumidores por muito mais tempo. É importante que o Brasil não perca esta oportunidade.

 

A atuação brasileira, na África, ainda está aquém do seu potencial. As companhias brasileiras estão focando países onde as pessoas falam português. É um bom começo, mas é necessário ir além e testar Nigéria, Camarões, Senegal e Quênia, porque há oportunidades em todos os lugares. As empresas deveriam ser mais agressivas porque as oportunidades estão lá.

 

A África poderá vir a se tornar o mercado externo mais importante para o Brasil. Mas isto precisa ser uma decisão estratégica das companhias brasileiras. O Governo Brasileiro pode até ajudar, mas a escolha cabe ao setor privado. Os empresários brasileiros precisam entender que os riscos são elevados, que o ambiente de negócios não é fácil e que há problemas de infra-estrutura, mas, quando você supera essas dificuldades, o ganho é enorme.

 

 

 

 

Então, por onde começar? Os empresários brasileiros e os empresários africanos devem decidir estratégias em conjunto, e sempre com a participação de câmaras de comércio e Governos. É preciso identificar as empresas corretas para cada país e os obstáculos que deverão ser superados. É importante decidir que indústrias devem ser desenvolvidas e quais produtos devem ser produzidos em cada país.

 

As empresas brasileiras podem terceirizar parte de sua produção; isto é uma das vantagens competitivas. O Brasil cresceu depressa, os salários subiram e alguns setores da Economia ficaram menos competitivos. Atividades que não são competitivas no Brasil podem ser transferidas para os países africanos, onde há uma mão-de-obra muito mais barata, e, em alguns casos, há boa infra-estrutura. Onde há carência de infra-estrutura podem ser construídas o que chamamos de zonas de exportação – pequenas áreas geográficas próximas a portos. Isto pode ser feito sem dificuldade.

 

A crise financeira afetou a África de várias formas. Muitos países são exportadores de 'commodities'. Quando veio a crise, a demanda por 'commodities' caiu. Do lado financeiro, alguns investidores nos Estados Unidos e na Europa, que estavam dispostos a trazer dinheiro para a África, mudaram de idéia. Além disso, muitos africanos que trabalham na Europa ou nos Estados Unidos enviam dinheiro para suas famílias. As remessas para o exterior representam uma parte importante dos orçamentos nacionais. Eu mesmo envio 30% do meu salário todo mês. Quando as pessoas perderam seus empregos, mandaram menos dinheiro, o que desequilibrou as contas. Já os bancos africanos sofreram pouco, pois não são muito conectados com o sistema financeiro internacional.

 

Países diferentes deveriam ter estruturas financeiras diferentes. Não acho que haja um modelo ótimo. Países pequenos e mais pobres não deveriam tentar desenvolver um mercado de capitais muito sofisticado ou bancos comerciais muito grandes. Estes países precisam de pequenos bancos locais, focados, de fato, em indivíduos e em pequenas empresas. Mas, isto não vem ocorrendo, pois muitos países africanos estão tentando copiar os países grandes. Estão obcecados em ter um mercado de capitais sofisticado, mas há pouquíssimas empresas capazes de ser listadas. Os investidores africanos não estão interessados em bolsa de valores. Este produto financeiro requer um desenvolvimento elevado. O que os países africanos de fato precisam é de bancos pequenos, com produtos e serviços muito simples. Na África, há grandes empresas, que podem acessar o mercado internacional a qualquer momento. É preciso criar um sistema financeiro e um sistema bancário que correspondam às necessidades de quem não tem essa possibilidade.

 

Os africanos têm muito para fazer, mas a comunidade internacional também deve fazer a sua parte. Veja o que aconteceu na Europa Oriental depois da queda do Comunismo. A comunidade internacional se apressou em apoiar os novos Governos democráticos na Polônia, na Estônia, na Ucrânia, e na Romênia. Não vimos isto acontecer na África. Existe um desprezo em relação à África. A comunidade internacional não olha para essa questão. As pessoas em Nova York, em Paris ou em Londres não pensam que a África mereça o mesmo respeito do que o Leste Europeu. Quando dez pessoas são mortas em uma manifestação na Ucrânia, vemos o Presidente americano Barack Obama condenando esse terrível ato. Se noticiarmos que 100 mil mulheres foram estupradas no Congo, não ouviremos Barack Obama condenar esta tragédia. Há diferenças de tratamento e uma falta de sensibilidade da comunidade internacional. Este é o principal problema.

 

Costumo dizer que a África possui quatro 'deficits'. O primeiro – o grande deficit – é o deficit de auto-estima, de amor-próprio. Os africanos não se levam a sério o suficiente devido à violência, à escravidão e ao colonialismo, que acabou há 50 anos, mas que ainda está na mente das pessoas. Os novos líderes se comportam como antigos colonizados. O segundo é o deficit de liderança. É preciso desenvolver pessoas com visão e estratégias realistas para levar os africanos aonde querem chegar. O terceiro é o deficit de conhecimento, um deficit de curiosidade intelectual, pois os africanos não são curiosos o suficiente. Ainda não tiramos vantagem das oportunidades de aprendizagem em todo o mundo geradas pela globalização. As pessoas, na África, podem viajar mais, vir para o Brasil, ir para a Índia, para a China, e aprender, mas não fazem. O último deficit é o de comunicação. É a incapacidade de lidar e de resolver os conflitos que existem em todas as sociedades, e que fazem parte da História da Humanidade. Na África, não nos antecipamos aos problemas. Não fazemos nada com relação aos pequenos conflitos e, quando percebemos, eles se transformaram em guerras civis.

 

Se você construir, por exemplo, uma fábrica de aviões em um local onde não há o conhecimento técnico necessário nem a mão de obra qualificada, haverá inúmeros riscos. E se não houver condições para manter a fábrica pelos próximos cem anos, então, não construa, ou você vai jogar dinheiro público fora. E este dinheiro vem dos impostos que as pessoas pagam, inclusive as pobres. É preciso ser muito cuidadoso.

 

Não encorajo investimentos em infra-estrutura, como a construção de estádios e sistemas de transportes, sem que antes seja feita uma rigorosa análise econômica. O ponto central é garantir a sustentabilidade das obras. É preciso assegurar que a quantia investida não gerará retornos negativos. Isto geraria gastos de manutenção que tornam a obra insustentável. Se estas preocupações forem consideradas, você não correrá o risco de construir elefantes brancos.

 

 

 

 

As pessoas esquecem que o dinheiro do Governo vem dos impostos que todos nós pagamos, incluindo as pessoas pobres. Sempre digo a meus colegas camaroneses que o dinheiro do Governo foi obtido com os impostos que a minha avó, uma senhora pobre de 90 anos, paga. Os Governos deveriam ser muito cuidadosos ao usar os recursos públicos. É preciso haver um debate aberto, envolvendo especialistas de diferentes pontos de vista, antes que as decisões sejam tomadas.

 

Quanto à Copa do Mundo de 2010, realizada na África do Sul, o saldo foi positivo. Entretanto, não foi em infra-estrutura. O que a África do Sul e o continente como um todo ganharam foi um grande benefício em termos de auto-estima. O campeonato mundial de futebol serviu para que a imagem negativa do continente fosse modificada. Todo mundo ficou surpreso ao ver um País, como a África do Sul, ser capaz de organizar algo de forma tão rigorosa. Os próprios africanos perceberam que, quando se empenham de verdade em algo, eles conseguem fazer, e tão bem quanto qualquer outro país. Esta foi a melhor parte. Não o turismo, não a infra-estrutura.

 

O grande mérito do Brasil nos últimos anos foi ter conseguido conciliar o desenvolvimento da competitividade com políticas para reduzir as desigualdades sociais. Uma das melhores coisas que Lula fez foi ao mesmo tempo lutar para que os negócios tivessem uma condição ótima para se desenvolver, com incentivos aos investimentos, e tentar resolver a questão da enorme distância entre os grupos sociais. Trata-se de um equilíbrio muito delicado e difícil de ser obtido.

 

Definir a sociedade civil é uma tarefa particularmente ambiciosa por causa da amplitude da literatura recente sobre o conceito. Sociedade civil é um (novo) espaço de comunicação e de discussão sobre o qual o Estado não tem nenhum controle.

 

Acredito que mais importante do que os líderes são as instituições porque os governantes vêm e vão. Para mim, um grande líder é alguém que faz de sua própria gestão algo secundário. Ele deve ser capaz de criar instituições mais fortes do que sua própria liderança. Portanto, por mais extraordinário que Lula possa ter sido, ninguém é insubstituível, e o povo brasileiro precisa perceber isto. Se ele foi um bom líder, provavelmente criou condições para tornar irrelevante a discussão sobre quem será o próximo presidente. O trabalho dele era tornar as instituições sólidas o bastante. Um governante forte precisa ter dons, mas seu maior talento deve ser o de criar condições que sobrevivam a ele.

 

Uma área na qual o Brasil faz um trabalho realmente bom é a agricultura. Isto é algo que a África deveria aprender. A África deveria ter foco em objetivos mais dependentes da mão-de-obra farta e barata que há no continente, do que no Capital, que é escasso. A agricultura é um exemplo ideal. Os africanos podem aprender com o Brasil a habilidade de desenvolver a agroindústria e o processamento de alimentos.

 

Todo camaronês pensa em si mesmo como um brasileiro, porque lá, como aqui, todos jogam futebol. Sei tudo sobre este esporte no Brasil, pois eu o acompanho desde criança. Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo e Júnior são os meus jogadores favoritos; acho que a seleção de 1982 representou a melhor fase do futebol brasileiro. Quanto ao fracasso da seleção na África do Sul, fiquei desapontado. Como um time daqueles, cheio de talentos, ficou sem o título? Nunca gostei do Dunga, nem como treinador, nem como jogador, e acho que aquele time e seus erros refletiam o estilo dele. Sei que o Dunga ama o Brasil e queria vencer, mas estou feliz que ele tenha ido embora... e desejo boa sorte a ele.

 

 

 

 

Nós vivemos em um mundo, hoje, que é globalizado, o que faz com que tudo o que acontece no Rio de Janeiro ou em São Paulo seja de conhecimento imediato em Douala, no Camarões, ou em Nairóbi, no Quênia. Muitas coisas que as pessoas fazem no Brasil são copiadas, imitadas, na África.

 

Os sons, os ruídos e as formas de arte musical africanos mostram o crescente ritmo de mudança social em curso. A arte não é apenas o vetor que transporta os nossos problemas para o mundo; mas, também, é uma maneira de nos informar o que o futuro reserva.

 

Duas coisas são muito difíceis de conciliar após uma ditadura: o dever de justiça (para apagar o passado sem dar a impressão que este passado é aceitável) e não se tornar refém de um rancor do passado, para que seja possível construir um país estável, no qual os grupos sociais se integram para edificar um futuro comum.

 

Em cinco anos, cinco milhões de pessoas foram massacradas na República Democrática do Congo. Cinco milhões de pessoas em um País cuja população total é inferior a setenta milhões de seres humanos! Seria como se no Brasil catorze milhões de pessoas fossem massacradas em cinco anos. Ninguém fala disto. Então, há uma lógica terrível de justificar o injustificável. Como temos o desprezo da comunidade internacional, nós, os africanos, internalizamos este desprezo e nos menosprezamos... É, de fato, um círculo vicioso. E, infelizmente, há também, e sobretudo, o autodesprezo das elites.

 

Patrice Lumumba4 foi um grande personagem da História da África, um homem admirável e corajoso, mas quando você analisa com atenção sua trajetória e seu trabalho políticos, percebe que ele foi extraordinariamente ingênuo. Não havia como mobilizar toda a população congolesa contra o poder colonial belga, sem se assegurar de ter feito um trabalho interno, junto a seus próprios partidários, junto às organizações da sociedade civil, junto ao exército, junto às pessoas que têm força, para se certificar de que estas pessoas estão do seu lado. Do contrário, você será morto, e será apenas um capítulo em um livro de história.

 

Quando se fala da sociedade civil africana, temos a surpresa de ver, principalmente, grandes organizações internacionais, – que, umas vezes, têm boas intenções, outras vezes, têm intenções mais obscuras e uma agenda que desconhecemos – manifestar quase exclusivamente interesses econômicos.

 

Em nenhum país do mundo, em nenhum país africano, em nenhum país em desenvolvimento, o Banco Mundial provê mais do que 3% a 4% do orçamento do Estado. Em geral, é de 1% a 2%. Isto quer dizer que 99% do dinheiro do qual o Estado dispõe vem do interior do país. Então, o problema não é o Banco Mundial; o problema é aquilo que é feito com o dinheiro, com sua estratégia. Você sabe aonde vai? Se não souber, o Banco Mundial não poderá ajudar. E, infelizmente, este é o problema de muitos países africanos.

 

A antiga colonização durou cinco séculos. Se você der um passeio nos países da África francesa e procurar o que esta colonização trouxe de concreto, não encontrará nada. Vá aos Camarões e procure uma estrada – não digo duas estradas, digo uma só estrada – não há. Não há uma estrada entre as duas maiores cidades do País: Douala e Yaoundé. Não há uma só estrada cinqüenta anos após a independência, e quase dois séculos depois da colonização. Então, o debate sobre a antiga colonização...

 

A negritude é a visão de um mundo negro, idílico e imaginário.

 

As pessoas que me oprimiram e que ainda oprimem a África são africanos, como eu. Então, não posso falar de negritude como uma reação ao outro, mas de uma reação ao ocidental, porque o ocidental, na minha reflexão, é periférico. Este é o ponto principal. Hoje em dia, não há uma forma única de negritude. Há diferentes maneiras de pensar a negritude. A África é complexa; não há uma negritude única, mas há, sim, uma infinidade de negritudes.

 

Na minha aldeia, quando você vai ver o Chefe e diz: — Eu tenho um problema e gostaria de uma solução. O Chefe não diz: — Ok, aqui está a solução. O Chefe diz: — Eu entendo, volte amanhã. E, à noite, ele se reunirá com o conselho de anciãos, ele se reunirá com a sociedade secreta, e colocará o problema, e eles irão oferecer soluções. No dia seguinte, ele lhe dará uma resposta. Então, um Chefe Africano tem de ser verdadeiramente um Chefe Africano.

 

 

 

 

Epílogo
– Um Verso de Pé Quebrado
5

 

 

 

Mão-de-obra barata é mais-valia;6

Mão-de-obra edificante é guindagem;

mão-de-obra dignificante é alforria.

Oh!, acuda-nos São Karl Heinrich Marx!6a

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. Ngozi Okonjo-Iweala (13 de junho de 1954) foi ex-ministra das Finanças e ministra dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, notável por ser a primeira mulher a ocupar este cargo. Ela serviu como ministra das finanças de julho de 2003 até sua nomeação como ministra das Relações Exteriores, em junho de 2006, e como ministra dos negócios estrangeiros até sua renúncia, em agosto de 2006. Okonjo-Iweala foi considerada como uma possível substituta para o ex-presidente do Banco Mundial, Paul Wolfowitz. Em 4 de outubro de 2007, foi nomeada como Diretora do Banco Mundial pelo presidente do Banco Mundial Robert Zoellick.

2. O Franco CFA é uma moeda corrente usada em doze países africanos, anteriormente possessão francesa (Camarões, Costa do Marfim, Burkina Faso, Gabão, Benim, Congo, Mali, República Centro-Africana, Togo, Níger, Chade e Senegal). E também é usado em Guiné-Bissau (uma antiga colônia portuguesa) e na Guiné Equatorial (uma antiga colônia espanhola), dando, no total, 14 países. Atualmente o Franco CFA, é dividido em duas moedas o Franco CFA Central (XAF) e o Franco CFA Ocidental (XOF). Embora o Franco CFA Central tenha o mesmo valor monetário do que o Franco CFA Ocidental, ele não é aceito em países que utilizam o XOF, e vice-versa.

3. Joint venture ou empreendimento conjunto é uma associação de empresas, que pode ser definitiva ou não, com fins lucrativos, para explorar determinado(s) negócio(s), sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica. Difere da sociedade comercial (partnership) porque se relaciona a um único projeto, cuja associação é dissolvida automaticamente após o seu término. Um modelo típico de joint venture seria a transação entre o proprietário de um terreno de excelente localização e uma empresa de construção civil, interessada em levantar um prédio sobre o local. Há várias empresas, de diversos setores da Economia, que investem nesse tipo de sociedade. As maiores joint ventures no Brasil e no mundo aconteceram nos ramos de tecnologia, automobilismo e alimentação. No Brasil, um bom exemplo de joint venture foi a Autolatina: uma união das empresas automobilísticas Volkswagen e Ford, que perdurou de 1987 até meados de 1996. Integrando as fábricas e as operações das duas empresas, a idéia era compartilhar os custos e potencializar os pontos fortes de cada uma, em uma experiência tentada também em Portugal com a AutoEuropa. A Autolatina envolveu os mercados brasileiro e argentino.

4. Patrice Émery Lumumba (Onalua, Congo Belga, 2 de julho de 1925 – Katanga, 17 de janeiro de 1961) foi um lider anticolonialista e o primeiro-ministro eleito em junho de 1960 da atual República Democrática do Congo, depois de ter participado da conquista da independência do Congo Belga em relação à Bélgica. Passadas apenas dez semanas da sua eleição, foi deposto juntamente com o seu Governo em um golpe de Estado, aprisionado e assassinado em janeiro de 1961, em circunstâncias que indicaram provável cumplicidade e apoio dos Governos da Bélgica e dos Estados Unidos.

5. Um verso de pé quebrado é aquele em que a métrica e/ou o ritmo não são perfeitos, faltando ou sobrando sílabas ou com a sílaba tônica fora do lugar.

6 e 6a. Mais-valia foi o nome dado por Karl Heinrich Marx à diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador, que seria a base do lucro, do agenceio, do ágio, do benefício, da benfeitoria, do emolumento, do foda-se você, da ganância, da gança, da ganhadia, do ganhame, do ganhamento, da ganhança, do ganho, da ganhuça, do interesse, do logro, da maquia, do maneio, do proveito, da usura, da vantagem et cetera e tal no sistema capitalista. Por isto, a invocatória: Acuda-nos São Karl Heinrich Marx! Bem, eu não tenho qualquer óbice contra as pretensões comunistas – particularmente no que concerne à versão materialista da dialética hegeliana aplicada ao movimento e às contradições de origem econômica na História da Humanidade – mas eu não sou comunista. Acuda-nos São Karl Heinrich Marx foi só uma rodolfice, uma espécie de licença poética, que – claro! – não seria aceitável fora do campo da Literatura!

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.peterlang.de/

http://www.arches.ro/revue/
no08/no8art14.htm

http://www.mytinyphone.com/
wallpaper/134127#myad

http://quexting.di.fc.ul.pt/
teste/publico95/ED950915.txt

http://cyberhistoria.blogspot.com/2008/09/
explorao-da-mo-de-obra-indgena-na.html

http://www.netanimations.net/gears.htm

http://modovestir.blogspot.com/2010/07/
gecko-joga-futebol-gif-animado-clique.html

http://action.web.ca/home/
somalicanadians/attach/reflections.pdf

http://etudesafricaines.revues.org/
index46.html

http://www.africa.ufl.edu/
asq/v3/v3i3reviews.pdf

http://www.martinjumbam.net/
2006/11/celestin_monga_.html

http://www.lightningfield.com/
cameroon/monga.html

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Patrice_Lumumba

http://globonews.globo.com/
platb/milenio/

http://portalexame.abril.com.br/
economia/brasil/

http://portalexame.abril.com.br/
economia/

http://portalexame.abril.com.br/

http://www.istoedinheiro.com.br/
entrevistas/37577

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Joint_venture

http://pt.wikipedia.org/
wiki/Franco_CFA

http://en.wikipedia.org/
wiki/Ngozi_Okonjo-Iweala

http://doisporum.com/?p=12060

http://pt.wikipedia.org/
wiki/C%C3%A9lestin_Monga

 

Fundo musical:

Cameroonian National Anthem

Fonte:

http://abmp3.com/download/3860353
-south-africa's-national-anthem.html