UM
DIA
Rodolfo
Domenico Pizzinga
Dedicatória:
Pensei
em vocês
e, enternecido,
escrevi este rascunho.
Um
dia, inopinadamente,
sem prevenir,
de surpresa,
o que
era acidorresistente
perde
toda a sua fortaleza.
Um
dia, imprevistamente,
sem informar,
fala o mudo.
O sereno
vira adstringente,
o que
é obtuso vira agudo.
Um
dia, repentinamente,
sem avisar,
a morte chega,
para nós,
para um parente,
com mornura
ou noruega.
Para
o solito, espanto;
para o
Kosmos,
só a Lei.
Para o
solito, dor, pranto;
para o
Kosmos,
só a grei.
O
que era já não mais é;
quem
comanda é a solidão.
Oh!, vida
breve busca-pé!
Oh!, Deus
do meu Coração!
Mas,
o que morre revive
na Dimensão
de onde veio.
Nada seca;
tudo sobrevive.
Quem pode
existir alheio?