ENSINAMENTOS ROSACRUZES IV

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Navegando e pesquisando na Internet, descobri três páginas muito interessantes que, sob a forma de setenta e duas perguntas e respostas, analisam a Filosofia Rosacruz, segundo o entendimento da Fraternidade Rosacruz de Max Heindel. Os temas tratam da vida na Terra, da vida após a morte e do renascimento. Como gostei muito do que li, resolvi partilhar com vocês estas pérolas do Rosacrucianismo Heindeliano sob a forma de alguns fragmentos selecionados e editados em cinco partes distintas. Esta é a quarta parte. Entretanto, se você tiver interesse em ler integralmente o conteúdo destas páginas, os endereços são:

http://www.fraternidaderosacruz.org.br/
livrosonline/Perg_Resp/perg_resp.htm

http://www.fraternidaderosacruz.org.br/
livrosonline/Perg_Resp/perg_resp2.htm

http://www.fraternidaderosacruz.org.br/
livrosonline/Perg_Resp/perg_resp3.htm

 

 

 

 

Rosacrucianismo Heindeliano
(Fragmentos)

 

 

 

Após a morte, iremos para Dimensões que hoje normalmente não acessamos. Se pudermos agora obter mais informações sobre as condições lá existentes, certamente isto nos beneficiaria muito. Em primeiro lugar, teríamos a vantagem de que tal conhecimento excluísse o medo da morte, pois nunca tememos o que conhecemos.1 Em segundo lugar, tendo conhecimento e aproveitando este conhecimento, teremos um comportamento perante a vida que não seria alcançado antes de várias existências futuras, assimilando diariamente o bem que fazemos e expurgando o mal. Assim, estaremos nos capacitando a abreviar a nossa evolução em milhões de anos e nos qualificando para sermos Auxiliares Invisíveis.

 

 

Conhecimento

 

A Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como a vida terá de ser vivida. Algumas oportunidades de crescimento espiritual serão apresentadas ao Eu em vários momentos da sua vida terrena. Se estas oportunidades forem aproveitadas, a vida prosseguirá normalmente. Se não forem, a vida será desviada, por assim dizer, para um beco sem saída, onde lhe será dado um fim pelas Hierarquias Criadoras, que destruirão o arquétipo no Mundo Celestial. Por isto, podemos afirmar que a duração de uma vida terrena é determinada antes do nascimento físico, mas poderá ser abreviada se negligenciarmos certas oportunidades. No caso de alguns poucos, quando a vida foi proveitosa e plenamente vivida, e a pessoa se esforçou totalmente para viver de acordo com as oportunidades que lhe foram dadas, há a possibilidade de ser adicionada mais vida ao arquétipo, e a existência poderá ser prolongada. Mas, isto ocorre em casos excepcionais.2

 

É possível encurtar o período entre a morte e um novo nascimento a fim de apressar a evolução para todo aquele que não se esquece de, diariamente, rever sua vida na ordem inversa, isto é, da noite para a manhã, considerando os erros cometidos e prometendo a si mesmo fazer o melhor para retificá-los, empenhando-se ao máximo para isto. Quando, na hora do exercício noturno, a pessoa revê o bem que realizou e promete se esforçar para agir ainda melhor no futuro, está assimilando também o bem praticado diariamente, e fará enormes progressos em termos de crescimento anímico. Tal indivíduo estará definitivamente trilhando o Caminho da Iniciação. Na realidade, não estará sob as leis normais que governam a Humanidade, pois é um auxiliar na evolução. Assim, ser-lhe-á dada a oportunidade de voltar a Terra nesta qualidade, bem mais cedo do que terá sido em condições comuns.

 

No outro mundo, nada é opaco ou sólido; não há calor ou frio, verão ou inverno. Não há luz, não há noite; somente um dia longo e brilhante. Em decorrência disto, notamos freqüentemente que aqueles que passaram pelo processo da morte, embora lembrem perfeitamente de sua vida passada na Terra, não têm nenhuma consciência de tempo a partir do momento em que morreram. Algumas vezes, perguntarão quanto tempo decorreu desde o seu passamento. Lá, só há um método para avaliar o tempo, usado pelo clarividente treinado em precisar acontecimentos quando está lendo na Memória da Natureza, isto é, observando as posições dos astros. Se o acontecimento que procura aconteceu em épocas históricas pode determinar imediatamente o ano da ocorrência prestando atenção em algum evento ocorrido na mesma época. Mas, quando tem de remontar a muitos milhares de anos como, por exemplo, quando deseja determinar a época das inundações atlantes, deve usar especificamente a precessão dos equinócios, o movimento retrógrado do Sol através dos doze signos do Zodíaco, um movimento que requer aproximadamente vinte e seis mil anos para se completar. Assim, poderá retroceder às épocas das inundações atlantes, contando quantos períodos de vinte e seis mil anos transcorreram entre a primeira e a segunda inundações, a segunda e a terceira e, em seguida, desde esta época até os dias de hoje. Se não tiver conhecimentos da ciência estelar, não poderá fazer isto. Esta é mais uma razão para que o estudante de ocultismo se familiarize com a Astronomia.

 

 

 

 

Um espírito passa tão facilmente através de uma parede ou outro obstáculo opaco ou denso quanto nós atravessamos o ar.

 

 

 

 

Há várias causas para a morte de crianças. Apresentaremos as principais. Quando um Eu volta à vida terrena, dirige-se a uma determinada família porque aí poderá obter o ambiente previsto para o seu desenvolvimento, podendo compensar parte dos equívocos gerados em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem alterações radicais em suas vidas e o Eu não mais consegue adquirir aí esta experiência ou compensar estes equívocos, é retirado e enviado para outro lugar onde possa conseguir as condições propícias para o seu crescimento. Ou poderá ser afastado por pouco tempo e renascer na mesma família quando as condições se tornarem mais adequadas para este progresso. Contudo, existe uma outra causa responsável pela mortalidade infantil. Situa-se em uma época bem mais remota, isto é, em vidas anteriores. Para podermos entender esta causa, é necessário saber algo a respeito do que ocorre no momento e imediatamente após a morte. Quando um espírito abandona seu veículo denso, leva consigo o Corpo de Desejos, a Mente e o Corpo Vital. Este último, naquele momento, contém as imagens da vida passada gravadas no Corpo de Desejos, que lhe são mostradas durante os três dias e meio que se seguem imediatamente à morte. O Corpo de Desejos torna-se, então, o árbitro do destino do homem. Os sofrimentos causados pelo expurgo do mal e a alegria sentida pela contemplação do bem praticado durante a vida, são transferidos para a próxima vida como consciência. Ela impedirá o homem de repetir os erros de vidas passadas e o estimulará a praticar o bem, que tanta alegria lhe proporcionou na vida anterior. Quando os parentes mais próximos da pessoa agonizante, presentes em seu quarto, irrompem em lamentações histéricas no momento do desenlace, e continuam assim por alguns dias mais, perturbam o espírito que, naquele momento, está ainda em contato muito íntimo com o Mundo Físico. O sofrimento dos entes queridos prejudica sensivelmente este momento, fazendo com que ele não seja capaz de concentrar firmemente sua atenção na contemplação da vida passada. A gravação imprimida no Corpo de Desejos não será tão profunda quanto deveria ser, se o espírito, ao passar por tal processo, fosse deixado em paz sem ser perturbado. Conseqüentemente, nem os sofrimentos serão tão educativos nem as alegrias tão reconfortantes como deveriam ser. Por isto, ao retornar à vida terrena, o Eu terá perdido certa parte da experiência da vida anterior. A voz da consciência não se fará ouvir com a intensidade necessária quando o Eu é perturbado pelas lamentações dos familiares e amigos. Para compensar esta falta, o Eu é geralmente levado a renascer entre os mesmos amigos que o prantearam, e deles é retirado quando na infância, sendo levado para o Mundo do Desejo. Naturalmente, uma criancinha não terá cometido quaisquer 'pecados' que necessitem ser expurgados, e, desta forma, o seu Corpo de Desejos e a sua Mente permanecem intactos. Assim, ficará esperando a oportunidade de um novo renascimento. Este tempo de espera serve para instruir o Eu diretamente sobre o efeito das diferentes emoções, tanto as boas como as más. Freqüentemente, um parente o encontra e toma conta dele, tendo a incumbência de lhe ensinar aquilo que perdeu devido às lamentações ocorridas. Também pode ser instruído por outros. Em todo caso, a perda é mais do que compensada, pois quando a criança retorna a um segundo nascimento, terá alcançado um crescimento moral tão pleno quanto o teria sob circunstâncias normais, se não tivesse havido lamentações no momento de sua transição.

 

Quando o homem, na morte, abandona seu veículo denso, a experiência da vida em si é esquecida, da mesma forma que esquecemos o processo de aprendizagem da escrita, mas retemos a faculdade de escrever. O extrato cumulativo de todas as suas experiências é retido pelo homem, formando a bagagem que levará no seu próximo nascimento. Os sofrimentos pelos quais passou vão soar como a voz da consciência, e o bem que realizou se manifestará em um caráter cada vez mais altruísta.

 

 

 

Precisamos entender perfeitamente isto: a Lei de Causa e Efeito sempre proporcionará uma compensação educativa e justa.

 

O Corpo Vital nasce no sétimo ano de vida. O Corpo de Desejos nasce mais ou menos na época da puberdade, no décimo quarto ano. A Mente nasce aos vinte e um anos, quando a criança se tornou um homem ou uma mulher e atingiu a maioridade, que se efetivará como maturidade aos vinte e oito anos.

 

 

 

 

À medida que a Humanidade alcançar uma melhor compreensão, conscientizando-se de que nunca somos tão responsáveis pelo nosso irmão como quando ele está se retirando desta vida, procurará permanecer em silêncio, orando com serenidade. Desta forma, estará ajudando enormemente quem está fazendo a transição, e contribuindo para que a mortalidade infantil se reduza, e não mais aconteça em uma escala tão ampla como atualmente.

 

Durante a vida, no estado de vigília da consciência, os veículos do Eu permanecem juntos, concentricamente. Mas, na morte, o Eu, provido da Mente e do Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso. Visto que as funções vitais terminam, o Corpo Vital também é retirado do Corpo Denso, e este fica inanimado sobre a cama. Um pequeno Átomo (Átomo-semente) é retirado do coração e o resto do corpo se desintegra no devido tempo.

 

O embalsamamento, a autópsia e a cremação são todos processos sentidos por quem morreu. Por esta razão, deveriam ser evitados durante os primeiros três dias e meio após a morte, pois quando o panorama estiver gravado integralmente no Corpo de Desejos, o Cordão Prateado se rompe, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo Denso e não há mais conexão com o espírito, que está livre para ingressar na vida superior.

 

Quando a cremação é realizada, o Corpo Vital se desintegra imediatamente, e como este é o depósito das imagens da vida passada, gravadas no Corpo de Desejos, seria uma grande calamidade que a cremação fosse realizada antes que decorressem os três dias e meio. A menos que fosse conferido algum auxílio ao morto, o espírito não poderia manter o corpo unido. Esta é uma parte do trabalho realizado pelos Auxiliares Invisíveis da Humanidade. Muitas vezes, são assistidos pelos Espíritos da Natureza, e outros destacados pelas Hierarquias Criadoras ou Guias da Humanidade. Há também uma perda quando alguém é cremado antes de se romper o Cordão Prateado. A impressão sobre o Corpo de Desejos nunca é tão profunda como deveria ser, e isto trará inevitáveis conseqüências para as futuras vidas.

 

À medida que o sangue passa através do coração, o registro de todos os nossos pensamentos palavras e atos fica indelevelmente inscrito sobre o sensitivo Átomo-semente, que está localizado no ventrículo esquerdo do coração, próximo ao ápice. As forças deste Átomo-semente são retiradas pelo espírito no momento da morte, e contêm o registro da vida toda em mínimos detalhes, de modo que, independente do fato de termos observado ou não os fatos de uma certa cena, eles aí estão registrados. E assim, se um homem perder a sua memória consciente e se tornar incapaz de lembrar à sua vontade acontecimentos passados, a memória subconsciente guarda-os todos e mostrá-los-á na ocasião apropriada.

 

Quando um ser humano morre, ele é exatamente o mesmo de antes, exceto que não possui mais o Corpo Denso. Por conseguinte, é perfeitamente capaz de atravessar uma parede ou até uma montanha. Mas não é capaz de passar através da Terra. É de conhecimento geral que, embora a maioria dos clarividentes e médiuns comuns seja capaz de relatar muito a respeito das cenas do Mundo do Desejo, há pouquíssimas informações acerca do interior da Terra. Os clarividentes comuns constataram que, ao tentar penetrar na Terra, ocorre algo semelhante ao homem quando se atira contra uma parede. Isto ocorre porque a Terra é o Corpo de um Grande Espírito e ninguém é capaz de alcançá-lo internamente a não ser através do Caminho da Iniciação. Há nove camadas de espessura variada na Terra ao redor do núcleo, que forma, por assim dizer, uma décima parte, e os Mistérios Menores são o meio de acesso que conduzem àquele núcleo mais recôndito. Existem nove graus nos Mistérios Menores. Em cada grau, o candidato se torna capaz de penetrar na camada correspondente da Terra, enquanto a décima Iniciação relaciona-se com os Mistérios Maiores, onde há quatro divisões. A primeira ensina tudo quanto o homem pode saber sobre o Período Terrestre. A segunda das grandes Iniciações traz-lhe o conhecimento que será adquirido por toda a Humanidade no final do Período de Júpiter. A terceira das grandes Iniciações traz-lhe a sabedoria a ser alcançada pela Humanidade no fim do Período de Vênus, e a quarta completa a sua evolução no presente plano. Ele ocupará a mesma posição que a Humanidade quando do término do Período de Vulcano. Então, saberá tudo o que a Terra irá conter nesta incorporação e em suas futuras manifestações. Os Mistérios Menores ensinaram-lhe também sobre a evolução pela qual passou nos três períodos anteriores ao nosso atual Período Terrestre. Estes são os segredos encerrados na Terra. Aí permanecerão até que o próprio homem possa abrir esta Porta de maneira correta. Assim, nenhum espírito, esteja no corpo ou desencarnado, terá acesso ao interior da Terra, até que as portas da Iniciação tenham despertado suas faculdades latentes.

 

Depois da transição, a pessoa é totalmente inconsciente do fator tempo.

 

Quando o espírito alcança os Planos mais Elevados, não sente mais o efeito das ilusões que, às vezes, o envolviam neste mundo. Cada um e todos se reconhecem como seres espirituais e se lembram desta vida terrena como se fosse um pesadelo. O espírito, ao entrar nestes Planos, desperta para a sua verdadeira natureza.

 

Quando um homem deixa este corpo, é exatamente o mesmo de antes. Não há nenhuma diferença, a não ser a ausência do Corpo Físico. O homem, no Mundo do Desejo, como guarda na sua consciência sua própria imagem exatamente como era aqui, este veículo tomará imediatamente a forma de seu Corpo Físico. Mas, na realidade, somente os que foram bons aqui serão bons lá.

 

A idéia de prêmio ou de castigo deveria ser afastada. No Universo, não existe prêmio ou castigo. O que acontece a uma pessoa é conseqüência direta de leis imutáveis, invariáveis.

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Não acho que nunca tememos o que conhecemos. Geralmente, tememos o que não conhecemos, mas tememos também muitas coisas que conhecemos. Mas, sem dúvida, o Conhecimento Iniciático minimiza muito todas as formas de temor. Há inevitabilidades para todos; a morte é uma delas. Todavia, saber um pouquinho o que se passa depois da morte ameniza o provável temor que dela temos.

2. Precisamos definitivamente compreender e admitir que nada acontece por acaso. Não há acaso no Universo. Para que haja uma moratória, um prolongamento de nossa existência, no mínimo duas coisas deverão concorrer: mérito e oportunidade. Viver por viver, entre outras coisa, digamos assim, não vale a pena. E, em um certo sentido, nascer é morrer, e morrer é viver. Se você compreender isto, não direi que ansiará pela morte, mas, certamente, o medo da morte (quase) desaparecerá.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://gifgifs.com/words/
welcome-signs/13631-hand_writing.html

http://en.wikipedia.org/wiki/User:StuRat

http://www.spookysites.com/
clipart/animated.html

http://commons.wikimedia.org/wiki/
Category:Animations_of_geometry

http://en.wikipedia.org/wiki/Precession

 

Música de fundo:

That Old Black Magic
Composição: Harold Arlen (música) Johnny Mercer (letra)
Interpretação:
Sammy Davis Jr.

Fonte:

http://beemp3.com/

 

Direitos autorais:

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