Após
a morte, iremos para Dimensões que hoje normalmente não acessamos.
Se pudermos agora obter mais informações sobre as condições
lá existentes, certamente isto nos beneficiaria muito. Em primeiro
lugar, teríamos a vantagem de que tal conhecimento excluísse
o medo da morte, pois nunca tememos o que conhecemos.1
Em segundo lugar, tendo conhecimento e aproveitando este conhecimento, teremos
um comportamento perante a vida que não seria alcançado antes
de várias existências futuras, assimilando diariamente o bem
que fazemos e expurgando o mal. Assim, estaremos nos capacitando a abreviar
a nossa evolução em milhões de anos e nos qualificando
para sermos Auxiliares Invisíveis.
Conhecimento
A
Lei de Causa e Efeito é o árbitro que determinará como
a vida terá de ser vivida. Algumas oportunidades de crescimento espiritual
serão apresentadas ao Eu em vários momentos da sua vida terrena.
Se estas oportunidades forem aproveitadas, a vida prosseguirá normalmente.
Se não forem, a vida será desviada, por assim dizer, para
um beco sem saída, onde lhe será dado um fim pelas Hierarquias
Criadoras, que destruirão o arquétipo no Mundo Celestial.
Por isto, podemos afirmar que a duração de uma vida terrena
é determinada antes do nascimento físico, mas poderá
ser abreviada se negligenciarmos certas oportunidades. No caso de alguns
poucos, quando a vida foi proveitosa e plenamente vivida, e a pessoa se
esforçou totalmente para viver de acordo com as oportunidades que
lhe foram dadas, há a possibilidade de ser adicionada mais vida ao
arquétipo, e a existência poderá ser prolongada. Mas,
isto ocorre em casos excepcionais.2
É
possível encurtar o período entre a morte e um novo nascimento
a fim de apressar a evolução para todo aquele que não
se esquece de, diariamente, rever sua vida na ordem inversa, isto é,
da noite para a manhã, considerando os erros cometidos e prometendo
a si mesmo fazer o melhor para retificá-los, empenhando-se ao máximo
para isto. Quando, na hora do exercício noturno, a pessoa revê
o bem que realizou e promete se esforçar para agir ainda melhor no
futuro, está assimilando também o bem praticado diariamente,
e fará enormes progressos em termos de crescimento anímico.
Tal indivíduo estará definitivamente trilhando o Caminho da
Iniciação. Na realidade, não estará sob as leis
normais que governam a Humanidade, pois é um auxiliar na evolução.
Assim, ser-lhe-á dada a oportunidade de voltar a Terra nesta qualidade,
bem mais cedo do que terá sido em condições comuns.
No
outro mundo, nada é opaco ou sólido; não há
calor ou frio, verão ou inverno. Não há luz, não
há noite; somente um dia longo e brilhante. Em decorrência
disto, notamos freqüentemente que aqueles que passaram pelo processo
da morte, embora lembrem perfeitamente de sua vida passada na Terra, não
têm nenhuma consciência de tempo a partir do momento em que
morreram. Algumas vezes, perguntarão quanto tempo decorreu desde
o seu passamento. Lá, só há um método para avaliar
o tempo, usado pelo clarividente treinado em precisar acontecimentos quando
está lendo na Memória da Natureza, isto é, observando
as posições dos astros. Se o acontecimento que procura aconteceu
em épocas históricas pode determinar imediatamente o ano da
ocorrência prestando atenção em algum evento ocorrido
na mesma época. Mas, quando tem de remontar a muitos milhares de
anos como, por exemplo, quando deseja determinar a época das inundações
atlantes, deve usar especificamente a precessão dos equinócios,
o movimento retrógrado do Sol através dos doze signos do Zodíaco,
um movimento que requer aproximadamente vinte e seis mil anos para se completar.
Assim, poderá retroceder às épocas das inundações
atlantes, contando quantos períodos de vinte e seis mil anos transcorreram
entre a primeira e a segunda inundações, a segunda e a terceira
e, em seguida, desde esta época até os dias de hoje. Se não
tiver conhecimentos da ciência estelar, não poderá fazer
isto. Esta é mais uma razão para que o estudante de ocultismo
se familiarize com a Astronomia.
Um
espírito passa tão facilmente através de uma parede
ou outro obstáculo opaco ou denso quanto nós atravessamos
o ar.
Há
várias causas para a morte de crianças. Apresentaremos as
principais. Quando um Eu volta à vida terrena, dirige-se a uma determinada
família porque aí poderá obter o ambiente previsto
para o seu desenvolvimento, podendo compensar parte dos equívocos
gerados em existências anteriores. Mas, quando os pais fazem alterações
radicais em suas vidas e o Eu não mais consegue adquirir aí
esta experiência ou compensar estes equívocos, é retirado
e enviado para outro lugar onde possa conseguir as condições
propícias para o seu crescimento. Ou poderá ser afastado por
pouco tempo e renascer na mesma família quando as condições
se tornarem mais adequadas para este progresso. Contudo, existe uma outra
causa responsável pela mortalidade infantil. Situa-se em uma época
bem mais remota, isto é, em vidas anteriores. Para podermos entender
esta causa, é necessário saber algo a respeito do que ocorre
no momento e imediatamente após a morte. Quando um espírito
abandona seu veículo denso, leva consigo o Corpo de Desejos, a Mente
e o Corpo Vital. Este último, naquele momento, contém as imagens
da vida passada gravadas no Corpo de Desejos, que lhe são mostradas
durante os três dias e meio que se seguem imediatamente à morte.
O Corpo de Desejos torna-se, então, o árbitro do destino do
homem. Os sofrimentos causados pelo expurgo do mal e a alegria sentida pela
contemplação do bem praticado durante a vida, são transferidos
para a próxima vida como consciência. Ela impedirá o
homem de repetir os erros de vidas passadas e o estimulará a praticar
o bem, que tanta alegria lhe proporcionou na vida anterior. Quando os parentes
mais próximos da pessoa agonizante, presentes em seu quarto, irrompem
em lamentações histéricas no momento do desenlace,
e continuam assim por alguns dias mais, perturbam o espírito que,
naquele momento, está ainda em contato muito íntimo com o
Mundo Físico. O sofrimento dos entes queridos prejudica sensivelmente
este momento, fazendo com que ele não seja capaz de concentrar firmemente
sua atenção na contemplação da vida passada.
A gravação imprimida no Corpo de Desejos não será
tão profunda quanto deveria ser, se o espírito, ao passar
por tal processo, fosse deixado em paz sem ser perturbado. Conseqüentemente,
nem os sofrimentos serão tão educativos nem as alegrias tão
reconfortantes como deveriam ser. Por isto, ao retornar à vida terrena,
o Eu terá perdido certa parte da experiência da vida anterior.
A voz da consciência não se fará ouvir com a intensidade
necessária quando o Eu é perturbado pelas lamentações
dos familiares e amigos. Para compensar esta falta, o Eu é geralmente
levado a renascer entre os mesmos amigos que o prantearam, e deles é
retirado quando na infância, sendo levado para o Mundo do Desejo.
Naturalmente, uma criancinha não terá cometido quaisquer 'pecados'
que necessitem ser expurgados, e, desta forma, o seu Corpo de Desejos e
a sua Mente permanecem intactos. Assim, ficará esperando a oportunidade
de um novo renascimento. Este tempo de espera serve para instruir o Eu diretamente
sobre o efeito das diferentes emoções, tanto as boas como
as más. Freqüentemente, um parente o encontra e toma conta dele,
tendo a incumbência de lhe ensinar aquilo que perdeu devido às
lamentações ocorridas. Também pode ser instruído
por outros. Em todo caso, a perda é mais do que compensada, pois
quando a criança retorna a um segundo nascimento, terá alcançado
um crescimento moral tão pleno quanto o teria sob circunstâncias
normais, se não tivesse havido lamentações no momento
de sua transição.
Quando
o homem, na morte, abandona seu veículo denso, a experiência
da vida em si é esquecida, da mesma forma que esquecemos o processo
de aprendizagem da escrita, mas retemos a faculdade de escrever. O extrato
cumulativo de todas as suas experiências é retido pelo homem,
formando a bagagem que levará no seu próximo nascimento. Os
sofrimentos pelos quais passou vão soar como a voz da consciência,
e o bem que realizou se manifestará em um caráter cada vez
mais altruísta.
Precisamos
entender perfeitamente isto: a Lei de Causa e Efeito sempre proporcionará
uma compensação educativa e justa.
O
Corpo Vital nasce no sétimo ano de vida. O Corpo de Desejos nasce
mais ou menos na época da puberdade, no décimo quarto ano.
A Mente nasce aos vinte e um anos, quando a criança se tornou um
homem ou uma mulher e atingiu a maioridade, que se efetivará como
maturidade aos vinte e oito anos.
À medida
que a Humanidade alcançar uma melhor compreensão, conscientizando-se
de que nunca somos tão responsáveis pelo nosso irmão
como quando ele está se retirando desta vida, procurará permanecer
em silêncio, orando com serenidade. Desta forma, estará ajudando
enormemente quem está fazendo a transição, e contribuindo
para que a mortalidade infantil se reduza, e não mais aconteça
em uma escala tão ampla como atualmente.
Durante
a vida, no estado de vigília da consciência, os veículos
do Eu permanecem juntos, concentricamente. Mas, na morte, o Eu, provido
da Mente e do Corpo de Desejos, retira-se do Corpo Denso. Visto que as funções
vitais terminam, o Corpo Vital também é retirado do Corpo
Denso, e este fica inanimado sobre a cama. Um pequeno Átomo (Átomo-semente)
é retirado do coração e o resto do corpo se desintegra
no devido tempo.
O
embalsamamento, a autópsia e a cremação são
todos processos sentidos por quem morreu. Por esta razão, deveriam
ser evitados durante os primeiros três dias e meio após a morte,
pois quando o panorama estiver gravado integralmente no Corpo de Desejos,
o Cordão Prateado se rompe, o Corpo Vital gravita de volta ao Corpo
Denso e não há mais conexão com o espírito,
que está livre para ingressar na vida superior.
Quando
a cremação é realizada, o Corpo Vital se desintegra
imediatamente, e como este é o depósito das imagens da vida
passada, gravadas no Corpo de Desejos, seria uma grande calamidade que a
cremação fosse realizada antes que decorressem os três
dias e meio. A menos que fosse conferido algum auxílio ao morto,
o espírito não poderia manter o corpo unido. Esta é
uma parte do trabalho realizado pelos Auxiliares Invisíveis da Humanidade.
Muitas vezes, são assistidos pelos Espíritos da Natureza,
e outros destacados pelas Hierarquias Criadoras ou Guias da Humanidade.
Há também uma perda quando alguém é cremado
antes de se romper o Cordão Prateado. A impressão sobre o
Corpo de Desejos nunca é tão profunda como deveria ser, e
isto trará inevitáveis conseqüências para as futuras
vidas.
À
medida que o sangue passa através do coração, o registro
de todos os nossos pensamentos palavras e atos fica indelevelmente inscrito
sobre o sensitivo Átomo-semente, que está localizado no ventrículo
esquerdo do coração, próximo ao ápice. As forças
deste Átomo-semente são retiradas pelo espírito no
momento da morte, e contêm o registro da vida toda em mínimos
detalhes, de modo que, independente do fato de termos observado ou não
os fatos de uma certa cena, eles aí estão registrados. E assim,
se um homem perder a sua memória consciente e se tornar incapaz de
lembrar à sua vontade acontecimentos passados, a memória subconsciente
guarda-os todos e mostrá-los-á na ocasião apropriada.
Quando
um ser humano morre, ele é exatamente o mesmo de antes, exceto que
não possui mais o Corpo Denso. Por conseguinte, é perfeitamente
capaz de atravessar uma parede ou até uma montanha. Mas não
é capaz de passar através da Terra. É de conhecimento
geral que, embora a maioria dos clarividentes e médiuns comuns seja
capaz de relatar muito a respeito das cenas do Mundo do Desejo, há
pouquíssimas informações acerca do interior da Terra.
Os clarividentes comuns constataram que, ao tentar penetrar na Terra, ocorre
algo semelhante ao homem quando se atira contra uma parede. Isto ocorre
porque a Terra é o Corpo de um Grande Espírito e ninguém
é capaz de alcançá-lo internamente a não ser
através do Caminho da Iniciação. Há nove camadas
de espessura variada na Terra ao redor do núcleo, que forma, por
assim dizer, uma décima parte, e os Mistérios Menores são
o meio de acesso que conduzem àquele núcleo mais recôndito.
Existem nove graus nos Mistérios Menores. Em cada grau, o candidato
se torna capaz de penetrar na camada correspondente da Terra, enquanto a
décima Iniciação relaciona-se com os Mistérios
Maiores, onde há quatro divisões. A primeira ensina tudo quanto
o homem pode saber sobre o Período Terrestre. A segunda das grandes
Iniciações traz-lhe o conhecimento que será adquirido
por toda a Humanidade no final do Período de Júpiter. A terceira
das grandes Iniciações traz-lhe a sabedoria a ser alcançada
pela Humanidade no fim do Período de Vênus, e a quarta completa
a sua evolução no presente plano. Ele ocupará a mesma
posição que a Humanidade quando do término do Período
de Vulcano. Então, saberá tudo o que a Terra irá conter
nesta incorporação e em suas futuras manifestações.
Os Mistérios Menores ensinaram-lhe também sobre a evolução
pela qual passou nos três períodos anteriores ao nosso atual
Período Terrestre. Estes são os segredos encerrados na Terra.
Aí permanecerão até que o próprio homem possa
abrir esta Porta de maneira correta. Assim, nenhum espírito, esteja
no corpo ou desencarnado, terá acesso ao interior da Terra, até
que as portas da Iniciação tenham despertado suas faculdades
latentes.
Depois
da transição, a pessoa é totalmente inconsciente do
fator tempo.
Quando o espírito alcança
os Planos mais Elevados, não sente mais o efeito das ilusões
que, às vezes, o envolviam neste mundo. Cada um e todos se reconhecem
como seres espirituais e se lembram desta vida terrena como se fosse um
pesadelo. O espírito, ao entrar nestes Planos, desperta para a sua
verdadeira natureza.
Quando
um homem deixa este corpo, é exatamente o mesmo de antes. Não
há nenhuma diferença, a não ser a ausência do
Corpo Físico. O homem, no Mundo do Desejo, como guarda na sua consciência
sua própria imagem exatamente como era aqui, este veículo
tomará imediatamente a forma de seu Corpo Físico. Mas, na
realidade, somente os que foram bons aqui serão bons lá.
A
idéia de prêmio ou de castigo deveria ser afastada. No Universo,
não existe prêmio ou castigo. O que acontece a uma pessoa é
conseqüência direta de leis imutáveis, invariáveis.