Somente
quando nos conscientizarmos de que o homem é o resultado do que pensa
é que teremos uma concepção de vida muito mais clara,
do que se levarmos em consideração apenas os atos dos homens,
pois cada ato é o resultado de um pensamento prévio.
Quando
tocamos um diapasão, se houver outro do mesmo tom por perto, não
somente aquele irá soar, mas o outro, por afinidade, também
começará a fazê-lo. Da mesma forma, quando emitimos
um pensamento e outra pessoa ao nosso redor tem um semelhante, estes pensamentos
se fundem e se fortalecem, para o bem ou para o mal, de acordo com a natureza
do pensamento.
Se
temos o hábito de gerar pensamentos maldosos, eles, por exemplo,
poderão ser atraídos por um criminoso. Semelhantemente à
uma solução saturada de sal, à qual basta adicionar
um único cristal para que a cristalização imediatamente
comece, da mesma forma, se um homem tiver a sua mente saturada com pensamentos
homicidas, o pensamento emitido por nós poderá ser a gota
que fará o cálice transbordar, destruindo, assim, a última
barreira que o impediria de cometer o ato.
Conscientizemo-nos
de que só quando tivermos cultivado as melhores qualidades dentro
de nós é que poderemos esperar encontrá-las nos outros.
Tanto
a simpatia como a antipatia têm a tendência de atrair um pensamento
ou uma idéia. Quando pensamentos maldosos invadirem as nossas mentes,
se os afastarmos com indiferença e concentrarmos a nossa atenção
em algo que seja bom e encerre um ideal, descobriremos, em pouco tempo,
que estamos livres da sua companhia e nutriremos apenas bons pensamentos.
O
homem, no início,1
se parecia com os Deuses, 'feito à imagem deles', macho e fêmea
– um andrógino.
O
propósito da evolução é nos tornar individualizados,
autoconscientes e separados durante a evolução; autoconscientes
e unidos durante os interlúdios entre manifestações.
O
espírito não é masculino nem feminino. Como regra,
manifesta-se nestas formas alternadamente. Todos nós temos sido tanto
homens como mulheres. Certas lições precisam ser aprendidas
pelo espírito do ponto de vista de uma mulher, e outras lições
só o serão através da encarnação em um
corpo masculino. Então, necessariamente, ciclicamente deverá
ocorrer a mudança de sexo.
Um
mito não é propriamente uma história fictícia,
mas é uma verdade velada, transmitindo, através de símbolos,
grandes princípios espirituais.
É
pela tentação que as forças espirituais vêm à
tona e a virtude se desenvolve.
É
um grande erro considerar a inocência e a virtude como sinônimos.
Devemos ser postos à prova. E assim, ou cederemos à tentação
e optamos pelo vício ou resistimos e desenvolvemos a virtude.
Um
'pecado' poderá ser expiado por um ato nobre correspondente. Arrepender-se
é o primeiro passo, mas é pouco.
Se
marido e mulher estão física, moral e mentalmente em condições
e possuem um lar onde um Eu encarnante pode ter a oportunidade de renascer
e adquirir experiência, eles deverão oferecer a substância
de seus corpos para prover este Eu de um veículo, recebendo-o em
seu lar como receberiam um convidado querido, gratos por poder fazer por
ele o que outros lhes fizeram.
A
função criadora não deveria ser usada com propósitos
sensuais, mas para a perpetuação da raça, como foi,
naturalmente, designada. Esta é a situação ideal; entretanto,
pode estar fora do alcance da maioria das pessoas no presente momento, como
o é a prescrição de amar os nossos inimigos. No entanto,
se não tivermos ideais elevados, não faremos progresso algum.2
Da
mesma forma que a luz se refrata nas sete cores do espectro, assim também
as Escolas Iniciáticas estão divididas em sete classes.
Cada
ente é completo em si mesmo, assumindo um corpo masculino ou feminino
em diferentes épocas a fim de aprender as lições da
vida. A característica diferenciada do sexo existe apenas durante
o presente estágio do seu desenvolvimento. O Eu existia antes do
sexo, e persistirá depois de ter decorrido esta fase de sua manifestação.
Em
um determinado estágio da peregrinação do homem, quando
foi atingida a autoconsciência, o homem deixou de ser um autômato
conduzido para se tornar um indivíduo senhor de si. Foi o começo
do livre-arbítrio, e com ele também teve início a necessária
e educativa Lei da Compensação.
Maior
liberdade de ação e melhor possibilidade de ascensão
são proporcionadas aos Eus renascentes que casam com estranhos, do
que quando o casamento se dá entre parentes.
É
absurdo supor que, por nascerem sob um mesmo signo do Zodíaco, as
pessoas terão o mesmo temperamento. Mesmo no caso de gêmeos
há diferença.
Em
geral, o Eu aceitará a oportunidade do renascimento, seja onde for
que esta se apresente.
No
caso das pessoas evoluídas, o sexo se torna um assunto de menor importância,
sendo que, em muitos casos, a escolha é deixada ao critério
do Eu quando procura o renascimento.
Já
passamos da época em que alguém ousaria fazer uma declaração
como a que foi feita por um erudito Reitor da Universidade de Cambridge,
há menos de um século, que o mundo foi criado em uma sexta-feira,
10 de outubro, 4004 a.C., às nove horas da manhã.3
Pais
sábios, que desejam proporcionar à criança todos os
benefícios, já começam antes do nascimento, antes mesmo
da concepção, a voltar reverentemente seus pensamentos para
a tarefa da qual irão se incumbir. Cuidam para que a união
que vai gerar o novo ser se realize sob influências estelares apropriadas,
isto é, quando a Lua estiver transitando por um signo que possibilite
a construção de um corpo forte e sadio, conservando eles mesmos,
tanto quanto possível, seus próprios corpos nas melhores condições
físicas, morais e mentais. Durante o período de gestação,
devem evocar constantemente a imagem ideal de uma vida saudável e
útil para o ser que se aproxima. Pais sábios devem estimular
o bem em seus filhos, e adotar os meios adequados para reprimir o mal, antes
que as tendências se convertam em realidades.
O
Corpo Vital nasce quando a criança atinge sete anos de idade ou quando
os dentes permanentes começam a romper as gengivas. O Corpo de Desejos
nasce, aproximadamente, aos quatorze anos, na época da puberdade.
A Mente surge aos vinte e um anos, quando o homem atinge a sua maioridade.
Embora
os órgãos tenham sido formados na época em que a criança
estava para nascer, as linhas de crescimento são determinadas durante
os primeiros sete anos. Se elas não se delinearem bem durante este
período, uma criança, que poderia ser saudável, tornar-se-á
um homem ou uma mulher doente.
Durante
a primeira fase setenária de sua vida, a criança deveria estar
cercada por música apropriada, por uma linguagem musical onde os
versos e as cantigas de ninar são particularmente valiosos. Embora,
muitas vezes, não tenham sentido, elas são portadoras de um
maravilhoso ritmo que é essencial, e quanto mais a criança
participa, mais forte e saudável ela crescerá.
As
duas palavras chaves que se aplicam neste período de vida (os primeiros
sete anos) da criança são: exemplo e imitação.
Nenhuma criatura debaixo dos céus é mais imitativa do que
a criança; ela segue, tanto quanto lhe é possível,
o nosso exemplo nos mínimos detalhes. Os pais que procuram educar
bem os seus filhos deverão sempre ser cuidadosos na presença
deles. É inútil lhes ensinar moralidade ou fazê-los
raciocinar neste período. A criança ainda não possui
nem Mente nem razão. O exemplo é o único mestre que
precisa e que entende. Não pode se esquivar à imitação,
do mesmo modo que a água não pode evitar de correr colina
abaixo. Quanto ao alimento, devemos ter cuidado em não fazer para
nós um prato e outro diferente para nosso filho, argumentando que
o que comemos não é bom para ele. Neste momento, ele não
poderá nos imitar, mas nele é despertado um secreto desejo
pelo alimento proibido, e cuja satisfação buscará quando
crescer. Os pais cuidadosos deverão se abster de alimentos e bebidas
que não desejam que seus filhos venham a ingerir.
Os
pais sábios devem se certificar de que as roupas estejam sempre folgadas,
pois neste período a criança geralmente está ainda
inconsciente dos seus órgãos sexuais, e a natureza imoral,
que desencaminha uma vida, tem sido primeiramente despertada pelas fricções
das roupas demasiadamente apertadas, particularmente no caso dos meninos.
O
castigo corporal é um fator preponderante no despertar prematuro
da natureza sexual, pelo que deve ser absolutamente evitado.
Por
volta dos sete anos, as faculdades da percepção e da memória
poderão começar a ser educadas. As palavras-chaves para este
período são: autoridade e aprendizado.
Geralmente, crianças-prodígio, se
forem estimuladas de tal sorte que o estímulo exija esforços
mentais extremos, poderão se tornar homens e mulheres de inteligência
abaixo do normal. Neste particular, deve-se permitir à criança
seguir as suas próprias inclinações.
Uma
criança jamais deverá buscar quaisquer informações
através de fontes duvidosas, porque seus pais, muitas vezes, tolhidos
por um falso senso de pudor, evitam esclarecê-lo devidamente.
Ser
bem-nascido e bem-vindo deveria ser o direito de toda criança.
A
geração em um reino é tão casta, pura e santa
como nos outros.
Os
moinhos da Consciência Cósmica moem devagar, mas moem extraordinariamente
bem, e, portanto, a Lei de Causa e Efeito não pode ser contrariada.
Se misturarmos
hidrogênio e oxigênio nas devidas proporções,
sempre obteremos água. Assim, a menos que haja outro fator que não
a mistura química do sêmen e do óvulo, haveria sempre
prole. E, quando não há, este fator desconhecido e invisível
é o próprio Eu reencarnante - que só se dirige para
o lugar que lhe agrada.
É infreqüente
uma criança herdar as características negativas dos pais.
Infelizmente, as pessoas parecem atribuir suas características negativas
à hereditariedade, culpando seus pais pelas suas falhas, não
obstante creditando a si mesmas o mérito das boas qualidades que
acaso possuam. O próprio fato de diferenciarmos o que herdamos daquilo
que nos é próprio, mostra que a natureza humana tem dois lados:
o da forma e o da vida. O homem, o pensador, vem para aqui equipado com
uma natureza mental e outra moral, que são exclusivamente suas, tomando
de seus pais apenas o material para o Corpo Físico. Somos atraídos
para certas pessoas pela Lei de Conseqüência e pela Lei de Associação.
O que induz o músico a procurar a companhia de outro músico
nas salas de concerto, os jogadores a se reunirem nos cassinos e nos hipódromos,
os intelectuais a se juntarem nas bibliotecas etc. são as mesmas
Leis que levam as pessoas de análogas tendências, características
e gostos a nascer na mesma família. Quando ouvimos uma pessoa dizer
'sim, sei que gasto muito, mas minha família
nunca foi acostumada ao trabalho, sempre tivemos empregados',
isto demonstra que basta a semelhança de gostos para justificar o
caso. Quando outra diz 'oh!, sim, sei que sou extravagante,
mas não posso evitá-lo, é mal de família',
vemos mais uma vez a Lei de Associação se manifestando. Por
conseguinte, quanto mais cedo reconhecermos que, se ao invés de usar
a Lei de Hereditariedade como desculpa para nossos maus hábitos,
procurássemos dominá-los e cultivássemos as virtudes,
seria muito melhor para nós. Não consideraríamos válida
a desculpa de um ébrio que dissesse 'não,
não posso deixar de beber; afinal, todos os meus companheiros bebem!'
Recomendar-lhe-íamos simplesmente que se afastasse deles o mais depressa
possível e procurasse auto-afirmar-se em sua individualidade. Aconselharíamos
também, a parar de se escudar atrás de seus ancestrais como
desculpa para seus maus hábitos.