FOI VOAR... CAIU DO NINHO!

 

Rodolfo Domenico Pizzinga


 

 

 

 

A Porta Mora à Espera
(Daniel Faria)

 

 

 

 

 

Já cavamos tantos alicerces. Já construímos tantos sonhos. Já trilhamos tantos caminhos. Já colhemos tanto pão. Já fomos luz. Já fomos sombra. Já fomos pedra, estrela, chão, alimento.

Agora, somos portas. Estamos sentados no degrau da vida à espera do momento certo para sermos mais do que portas, para sermos casa, para sermos gente com alma dentro. Estamos à espera. As portas esperam sempre qualquer coisa: que a noite acabe mais cedo, que a chuva não entre, que o vento não rebente as dobradiças que andam presas nos gonzos, que a felicidade venha nas asas do vento que bebe o mar, que alguém peça para entrar.

Somos portas paradas na berma das ruas. Às vezes, abertas; outras, trancadas; a maioria das vezes, no trinco. Assim, não corremos o risco de nos acusarem do egoísmo de que sofre a gente que mora dentro de nós. É que fechadas, fechadas, não estamos. Abertas também não convém: temos medo das tempestades que levantam os segredos que escondemos debaixo do tapete. Assim, encostadas, ficamos mais ou menos ao abrigo do Sol que rasga as sombras que projetamos nas paredes. Ficamos no mais ou menos, na tibieza que não compromete, que é nada mas que não parece. O segredo é não contar à rua que somos portas encostadas. Talvez, assim, nos guardemos dentro da concha, com a consciência aliviada do – era só empurrar! se alguém precisar de nós.

Somos portas paradas na boca das casas. Entreabertas. À espera de coragem para mostrar o por dentro da nossa vida. À espera de mãos com coragem para bater. À espera da força para deixar passar a Luz que vem dos lados do céu.

Somos portas. Afinal, a nossa missão é permitir passagens.

 

Fonte:

http://soprodaspalavras.blogspot.com.br/
2010_10_01_archive.html

 

 

 

 

Quem está fora do Caminho?

 

 

Negro, solito carvãozinho,

nos oferta o seu foguinho!

Com nós todos na Estrada,

vai devagarinho na andada.

 

O alto Quercus roburzinho,

já foi igualmente quinininho!

Hoje, forte como u'a rocha,

às vezes, serve de escocha.

 

Pobre, aflito passarinho!

Foi voar... Caiu do ninho!

Será que aprendeu a lição

ou, quem sabe, ainda não?

 

Bobo, triste homenzinho!

Tantas pedras no caminho!

Aqui, sem saber o porquê,

 

Sábio e Esconso Ventinho,

ama a todos do seu jeitinho!

Venta, quando pode Ventar;

mas, é tão-só para Empuxar.

 

Mais além, num lugarzinho,

só há Sol  –  tudo é carinho.

Lá, todos haverão de chegar;

lá, nós haveremos de festar.

 

Todos nós, venturosinhos

– livres dos desconcertinhos

e repletos de zil grasas –

voaremos sem ter asas!

 

E as portas, fechadinhas,

já não terão mais travinhas!

E os Deuses, tão distantes,

conosco serão consoantes!

 

 

 

E os Deuses, tão distantes...

 

 

 

Música de fundo:

Filosofia da Vida
Composição: Martinho da Vila, Marcelinho Moreira e Fred Camacho
Interpretação: Martinho da Vila

Fonte:

http://www.4shared.com/get/JAWUxEv4
/Martinho_da_Vila_-_Filosofia_d.html

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.webdeveloper.com/
animations/d.html

http://www.arthursclipart.org/
trees/trees/page_04.htm

http://www.predsci.com/corona/
nov2012eclipse/nov2012eclipse.html

 

Direitos autorais:

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