Rodolfo
Domenico Pizzinga
Cada
desvio é uma dor;
remanchar
é desnorteador.
Quem se
demora ou adia
perde
a Hora, perde o Dia.
Poderá
ser por omissão,
poderá
ser em comissão,
a noite,
em casa de noca,
gelará
igualito
cu-de-foca.
Oiçam
doutores mucufas:
não
irá atenuar nenhufas
trazer
sobre si um gasalho
ou se
esconder no caralho1
Açaí
é bom com tapioca;
cárie,
só metendo a broca.
Para consertar
um malfeito,
é
preciso dignidade e peito.
Puta
que pariu três vezes.
Puta que
pariu mil vezes.
Não
à andorinha que pariu,
mas ao
puto2 que malpariu.
E,
por malparir, cada puto
–
que pensa que é astuto –
haverá,
sim, de samsarizar,
choramingando
sem parar!
Cada
desvão é abaixante;
demorar-se
é desvairante.
Puto:
destravanque agora,
ou você
perderá a Aurora!
Aquarele
a Primavera;
ela é
mais do que à vera!
Ouça
a voz da rua árabe;
ela é
mundial, interárabe!
A
zumbir, como mosquito,
contrito
e aflito, aproposito:
— Um dia, tocará o clarim,
e as baixuras terão fim!
—
As excisadas Gontijos
festejarão felizes
os rijos,
pois, a Primavera, afinal,
extirpará, de vez, este mal.3
_____
Notas:
1. Historicamente, segundo
a Academia Portuguesa de Letras, caralho (Leo Spitzer propôs o étimo
latino-vulgar não-documentado caraculum;
mas, de acordo com o filólogo e romanista Joan Coromines o caralho
tem origem pré-romana) é a palavra com que, muito antigamente
– mais ou menos no tempo em que Adão era cadete – se
denominava a pequena cesta que se encontrava no alto do mastro principal
das caravelas, de onde os vigias perscrutavam o horizonte em busca de sinais
de terra. O caralho, devido ao fato de sua localização estar
em uma área de muita instabilidade – pois se localizava no
alto do mastro principal da caravela – era o ponto onde se manifestava,
com maior intensidade, o rolamento (ou movimento lateral) da caravela. Então,
como parece ser evidente, os caralhos podiam ser pequenininhos, pequenos,
médios, grandes ou gigantescos, sempre proporcionais ao tamanho do
mastro principal e à conformação da própria
embarcação. O caralho também era utilizado como lugar
de suplício para aqueles marinheiros da pá virada, que cometiam
a bordo alguma caralhice por demais encaralhante. O grumete castigado era
enviado para cumprir horas (e, a depender da encaralhação
cometida, até dias inteiros) bem lá no alto da cestinha encaralhadora,
e, quando descia, estava tão en[caralha]joado,
que, por receio de ter que voltar para o alto do caralho, se mantinha tranqüilo,
bem-comportado e completamente desencaralhado, sem nenhum estímulo
para voltar a encaralhar a paciência do capitão da caravela.
Daí, ter surgido a expressão de mandar alguém para
o caralho (ou para a casa do caralho). Muy
amigo quem manda alguém
para aquela cestinha!
Nota editada das fontes:
http://www.faculdademental.com.br/
colunaCanalha2.php?not_id=0001644
http://vidadecachorro.wordpress.com/2007/11/02/
o-que-significa-%E2%80%9Ccaralho%E2%80%9D/
2. Puto, em Portugal,
é menino, filho, criança. Não serão ainda putinhos
os que são contra à criação, agora, de um Estado
Palestino independente?
3. A mutilação
sexual feminina consiste na extração do clitóris. É
uma prática comum em certas comunidades, principalmente com relação
às meninas, geralmente para inibir o prazer sexual, e para evitar,
na adolescência, uma promiscuidade presumida. A extirpação
do clitóris é chamada de clitoridectomia (clitorectomia ou
clitoridotomia) e a mutilação pode ter vários graus
e maneiras, podendo ser permanente ou temporária. Pode ser acompanhada
da eliminação de parte ou de todo o lábio vaginal,
procedimento chamado excisão. De modo generalizado, estas práticas
de remoção são chamadas circuncisão feminina.
Há uma forma de mutilação – infibulação
(ou fibulação) – mais grave que consiste na costura
dos lábios ou do clitóris, impedindo a menstruação
e, freqüentemente, levando a mulher à morte. Algumas comunidades
islâmicas e outras não-islâmicas do norte da África
e do Oriente Médio praticam a mutilação sexual nas
meninas, e vêm chamando a atenção do mundo ocidental
por conta disto. Contudo, são relatados casos de mutilação
sexual feminina em todo o mundo, inclusive em países desenvolvidos.
Nota editada da fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Mutila%C3%A7%C3%A3o_sexual
Fundo musical:
Biladi
(Meu País) é o Hino Nacional da Autoridade Nacional Palestina.
Foi adotado pelo Conselho Nacional Palestino em 1996, de acordo com o Artigo
31 da Declaração de Independência da Palestina, de 1988.
Said Al Muzayin (também conhecido como Fata Al Thawra) o escreveu
e o maestro egípcio Ali Ismael compôs sua música, sendo
conhecido então como Hino da Revolução Palestina. Anteriormente,
desde 1936, Mawtini
(Minha Pátria) era utilizado extra-oficialmente como Hino Palestino.
Mawtini
é um poema popular, escrito pelo poeta palestino Ibrahim Touqan por
volta de 1934. A melodia original foi composta por Muhammad Fuliefil, e,
ao longo dos anos, foi se tornando popular no mundo árabe.
Fonte:
http://www.4shared.com/get/fR--16bM/02
Palestinian_National_Anthem_.html