CAGLIOSTRO

 

 

 

Alessandro di Cagliostro

Alessandro di Cagliostro

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Introdução e Objetivo do Estudo

 

 

 

Este incompleto estudo apresenta para reflexão alguns fragmentos do pensamento de Alessandro di Cagliostro – Iniciado e iniciador, peregrino de andanças sem-fim, Alquimista, Místico, Mestre Maçom, médico, farmacêutico, curador de doenças do corpo e da alma, poliglota, venerado por nobres e por indigentes e, de alguma forma, vinculado ao Movimento Rosacruz do seu tempo, sempre cumprindo, por onde passava, um nobre ideal: Servir.

 

Sem qualquer dúvida, Cagliostro, que era possuidor de um grande poder e de uma sabedoria ímpar, foi um baluarte tanto para a Maçonaria quanto para o Rosacrucianismo. Seja como for, tudo o que Cagliostro fez, como adverte Madame Blavatsky, sempre esteve perfeitamente de acordo com as Leis Naturais, portanto, sem milagres. Há um axioma cabalístico que diz que o Mago pode se tornar o mestre dos Espíritos Elementais, desde que os supere em coragem e audácia em seus próprios elementos. Certamente, Cagliostro sabia como fazer isto. De qualquer sorte, a verdade a respeito de Cagliostro jamais será inteiramente conhecida. Não publicamente.

 

Enfim, devo advertir: leia este estudo com uma certa reserva, pois tudo o que se refere ao Grande Mestre Cagliostro está envolto em mistério, e eu próprio não estou absolutamente seguro de que todos os fragmentos selecionados, ainda que, em essência, corretos, sejam mesmo e efetivamente reflexões ou pensamentos cagliostrianos. Não estou, com isto, dizendo que eu duvide das fontes que consultei; apenas não tenho certeza absoluta de que as fontes nas quais foram buscadas as informações para a realização dos textos que pesquisei sejam rigorosamente autênticas e inquestionáveis. Creio que todos concordarão com o que eu disse logo acima: tudo o que se refere ao Grande Mestre Cagliostro está envolto em mistério. Mistério que o próprio Cagliostro estimulou e sempre auxiliou a fermentar! Bem, seja como for, espero que este estudo, que hoje estou divulgando, ajude a esclarecer algumas coisas, não só da vida de Cagliostro, mas do próprio Ocultismo como Ciência.

 

 

 

 

 

 

Breve Biografia de Cagliostro

 

 

 

De acordo com o próprio Cagliostro, ele viveu como uma criança chamada Acharat no palácio do Mufti Salahayyam em Medina. Seu governador, um Adepto Oriental chamado Althotas, disse-lhe que ele nascera de nobres pais cristãos, porém se recusou a falar mais. Referências casuais, contudo, levaram Cagliostro a acreditar que ele nascera em Malta. Althotas tratava-o como um filho e cultivava sua aptidão para as ciências, especialmente Botânica e Química. Cagliostro aprendeu a respeitar a religião e a lei em cada cultura e região. Quando criança, aprendeu os idiomas árabe e orientais e também muito sobre o Egito Antigo, onde, em certa ocasião, foi Iniciado.

 

Cagliostro – um homem ingênuo, extremamente bondoso e confiante na natureza humana – nasceu e viveu para fazer o bem, e sua existência foi dedicada ao serviço da Humanidade e à esperança da imortalidade espiritual. Mas, em 27 de dezembro de 1789, em pleno andamento da Revolução Francesa, que ele previu, foi citado perante a Inquisição pela Congregação do Santo Ofício, e o motivo, segundo o próprio Cagliostro, era por haver incorrido nas censuras e penas pronunciadas contra os heréticos formais, os dogmatizantes, os heresiarcas e os mestres e discípulos da magia supersticiosa.

 

E assim, em 7 de abril de 1791, os eunucos psicopatas e esquizofrênicos o condenaram à morte. Eis um excerto da sentença, publicada em 21 de março de 1791: Giuseppe Balsamo, condenado por muitos crimes e tendo incorrido nas acusações e penas pronunciadas contra os hereges, foi considerado culpado e condenado por essas acusações e penas, ao abrigo das Leis Apostólicas de Clemente XII e Bento XIV, contra todas as pessoas que, por qualquer meio, favorecem ou formam sociedades ou reuniões secretas da Maçonaria, bem como do Decreto do Conselho de Estado contra todas as pessoas condenadas por este crime em Roma ou em qualquer outro domínio papal. Entretanto, antes de o Papa sapecar o jamegão papal na sentença, um Estrangeiro apareceu no Vaticano, e foi imediatamente admitido em audiência particular. Após sua saída, o Papa comutou a sentença para prisão perpétua. Cagliostro foi enviado para o Castelo de São Leo, perto da cidade de Montefeltro, na Itália, e colocado no topo inacessível de um rochedo. No período em que Cagliostro esteve encarcerado, foram queimados publicamente, na Piazza della Minerva, em Roma, todos os seus documentos pessoais, as suas relíquias de família, os seus diplomas emitidos por Cortes estrangeiras, os seus trajes maçônicos e até o seu manuscrito sobre a Maçonaria Egípcia. Só não queimaram a mãe do Grande Mestre porque ela já havia falecido.

 

Finalmente, Roma anunciou que Cagliostro morrera em 26 de agosto de 1795. Aqui acaba a história, mas a tradição maçônica sussurra que Cagliostro escapou da morte. Fica a pergunta: até quando se insistirá em difamar os vivos e em manchar a memória dos mortos através de calúnias constantemente repetidas? Como afirma Carlos Pinto de Abreu, Cagliostro foi mais uma vítima de uma era de intolerância, em que uma parte significativa da Igreja, para manter e reforçar o seu poder, se opunha ferozmente a todos aqueles que contrariassem os seus dogmas. Não nos podemos esquecer que foi só no século XX que um Papa [João Paulo II] pediu perdão à Humanidade pelos abusos que a Inquisição cometeu – supostamente a serviço de uma fé inabalável e verdadeira. E é em profissões de fé de cariz inabalável e em crenças de verdades absolutas que assentam os mais radicais fundamentalismos que, aliados à intolerância e à violência, geram graves violações dos direitos humanos, guerras, sofrimento e, agora, o terrorismo.

 

 

World Trade Center
(Devemos perdoar; mas não podemos nos esquecer!)

 

Duas biografias completas de Cagliostro estão disponibilizadas nas Páginas:

http://br.dir.groups.yahoo.com/group/
SociedadeSecreta/message/10112?var=1

http://www.levir.com.br/inst-010.php


 

 

Pensamentos Cagliostrianos

 

 

 

Como potencialidade, Deus habita no homem (o Eu Superior), em todos os seres vivos e mesmo átomo.

 

Eu sofrerei ao pé da tartaruga.

 

Círculo da Necessidade —› uma serpente a morder a própria cauda.1

 

 

 

 

O Templo está em toda parte... A Palavra [Verbum Inenarrabile et Dimissum]... procurai-A em vós...

 

O poder só deve ser usado para o bem do mundo e não para a gratificação da curiosidade ociosa.

 

Oferecer de graça o que de graça se recebe.

 

Não posso falar positivamente com relação ao lugar onde nasci nem dos pais de quem nasci.

 

Foi aqui, em Malta, que eu, pela primeira vez, assumi o modo de vestir europeu, e com ele o nome de Conde Cagliostro.

 

Maçonaria Egípcia Regeneração Moral da Humanidade.

 

Fonte do meu Conhecimento: 'In verbis, in herbis, in lapidibus.' (Nas palavras, nas ervas, nas pedras).

 

Retirem-se em meditação por três horas diariamente, pois o conhecimento é adquirido pelo preenchimento de nossos Corações e mentes com a grandeza, a sabedoria e o Poder da Divindade, aproximando-nos Dela através de nosso fervor.

 

'Qui agnoscit mortem cognoscit artem. (Aquele que tem conhecimento sobre a morte conhece a arte de dominá-la).

 

Nós, os Grandes Cophtas, fundadores e Grão-Mestres da Suprema Maçonaria Egípcia em todas as quadrantes orientais e ocidentais do Globo, damos ciência a todos aqueles que verão o que está aqui presente, que em nossa estada em Lyon muitos membros deste Oriente que seguem o rito ordinário, e que carregam o título de 'Sabedoria', tendo manifestado a nós seu ardente desejo de se submeterem ao nosso governo e de receberem de nós a Illuminação e os poderes necessários para conhecerem e propagarem a Maçonaria em sua verdadeira forma e pureza original, atendemos aos seus pedidos, persuadidos de que, aos lhes fornecermos sinais de nossa boa vontade, conheceremos a grata satisfação de termos trabalhado para a glória do Eterno e para o bem da Humanidade. Em aditamento, instruímos cada um dos irmãos que andem constantemente no estreito caminho da virtude e que mostrem, pela propriedade desta conduta, que conhecem e amam os preceitos e o propósito de nossa Ordem.

 

O desconhecido Grão-mestre da verdadeira Maçonaria lançou seus olhos sobre os Philalétheanos. Tocado pelo sincero reconhecimento de seus desejos, ele se dignou estender sua mão sobre eles, e consentiu em lhes conceder um raio de luz dentro da escuridão de seu templo. É o desejo do Desconhecido Grão-mestre provar a eles a existência de um Deus – a base de sua fé, a dignidade original do homem, dos seus poderes e do destino... É por atos e fatos, pelo testemunho dos sentidos, que eles conhecerão Deus, o Homem e as coisas espirituais intermediárias (princípios) existentes entre eles, dos quais a verdadeira Maçonaria dá os símbolos e indica o verdadeiro caminho. Que eles, os Philaléthes, abracem as doutrinas desta verdadeira Maçonaria, submetam-se às normas de seus chefes e adotem sua constituição. Mas, acima de tudo, que o Santuário seja purificado. Saibam os Philaléthes que a Luz pode apenas descer dentro do Templo da Fé (baseada no conhecimento), não dentro daquele do ceticismo. Que lancem às chamas as vaidades acumuladas em seus arquivos, pois é apenas sobre as ruínas da Torre da Confusão que o Templo da Verdade pode ser erigido.

 

Saibam que não estamos trabalhando para um homem, porém, para toda a Humanidade. Saibam que desejamos destruir o erro – não somente um simples erro, porém todos os erros. Saibam que esta política é dirigida não contra exemplos isolados de perfídia, porém, contra todo um arsenal de mentiras.

 

Todas as religiões são iguais e a intolerância religiosa é desprezível.

 

A LLuz vem do Oriente; a Iniciação, do Egito.

 

 

 

 

Sempre se deve avançar, sempre se deve semear e sempre se deve deixar que os outros recolham a safra.

 

Eu não sou de época alguma nem de lugar algum. Fora do tempo e do espaço, o meu Ser Espiritual vive a sua eterna existência, e, se mergulho no meu pensamento remontando o curso das idades, se estendo o meu espírito para um modo de existência afastado daquele que percebeis, tornei-me aquele que desejo. Participando conscientemente do Ser Absoluto, regulo a minha ação conforme o meio que me rodeia. Meu nome é o da minha função, e o escolho, assim como à minha função, porque sou livre; meu país é aquele onde fixo momentaneamente meus passos. Datai-vos de ontem, se o quiserdes, realçando-vos com anos vividos por ancestrais que vos foram estranhos, ou de amanhã pelo orgulho de uma grandeza que não será, quiçá, nunca vossa. Eu sou, aquele que foi, que é, e que sempre será... Todos os homens são os meus irmãos; Todos os países me são caros... Como o vento Sul, como a brilhante luz do meio-dia que caracteriza o pleno conhecimento das coisas, e a comunhão ativa com Deus, venho do Norte, para a bruma e o frio, abandonando por onde quer que passe algumas parcelas de mim mesmo, gastando-me, diminuindo-me em cada demora, mas deixando-vos um pouco de caridade, um pouco de calor, um pouco de força, até que eu esteja finalmente detido e fixado definitivamente ao termo da minha jornada, à hora em que a Rosa florescer sobre a Cruz.

 

 


 

Não nasci da carne nem da vontade de seres humanos. Nasci do Espírito. Meu nome é coisa minha, e é este com o qual escolhi aparecer diante de vocês; este é o nome que quero. O nome da minha juventude, este eu o deixei como uma roupa velha que não tem mais utilidade para mim.

 

Todos os povos são meus irmãos; todos os países são amados por mim. Estou viajando para que, por toda parte, o Espírito possa descer e encontrar um lugar entre vocês. Peço aos reis, cujo poder eu respeito, apenas hospitalidade em seus países, e quando a recebo, trabalho para estimular, no que é possível, as boas ações.

 

No momento em que a Rosa floresceu na Cruz... Eu sou Cagliostro.

 

Um amor me atraía à todas as criaturas de forma impulsiva e me impulsionava e arremessava em direção à vida.

 

O mundo e a Humanidade necessitam da Força Libertadora de Deus.

 

Eu me tornei a pessoa que eu quero.

 

O prazer de ser útil será sempre minha única recompensa.

 

Amar e adorar o Eterno, de todo o coração; amar e servir ao próximo, fazendo-lhe todo o bem de que se for capaz; consultar a própria consciência, em todas as ações.

 

Venho do país de onde emana a LLuz.

 

União. Silêncio. Virtude.

 

Sou apenas um instrumento de que Deus se serve para vos dar aviso.

 

Ninguém pode fazer o bem sem fazer invejosos.

 

Pago o mal com o bem e luto para tirar o ser humano da miséria.

 

No Egito, recebi a Gnose que Illumina meu Ser Interior.

 

A imensa variedade das manifestações da Vida no seio da Ordem Universal revela às vossas consciências uma causa Primária Absoluta que procurais definir, apesar da insuficiência da linguagem humana. As palavras exprimem a sabedoria do mundo exterior (exotérico) mas não satisfazem à mente interior (esotérico); são, pois, a expressão de uma parte da verdade. Não mais busqueis a expressão simbólica da idéia divina, pois foi criada há sessenta séculos pelos Magos do Egito. Hermes Tot fixou-as em duas palavras: a primeira, Rosa, porque esta flor apresenta uma forma esférica, o mais perfeito símbolo da Unidade, e porque o perfume que exala é como uma revelação da Vida. Esta Rosa foi colocada no centro de uma cruz, figura que expressa o ponto onde se unem os ápices de dois ângulos retos cujas linhas podem ser prolongadas ao infinito, no triplo sentido de altura, largura e profundidade. Este símbolo é feito de ouro, porque, na Ciência Oculta, ouro significa LLuz e Pureza, e o sábio Hermes deu-lhe o nome de Rosa+Cruz, isto é, esfera do infinito.

 

O homem pertence à eternidade, mas perdeu a noção do divino que nele está encoberto; por isto, nem sempre estima seu próprio valor.

 

 

Varrer o chão não é desdoiro;
só varrer o chão é estagnar.

 

 

 

PARA AQUELE
QUE NÃO SE DEVE NOMEAR

 

 

 

Cores da Iniciação Martinista e Gnóstica

 

 

 

Paz. Paz no triângulo, na pirâmide e nos três pontos que conhecemos, reconhecemos, revelamos.

A paz das chamas dos Mestres passados nas três cores sagradas.

Reconhecemo-nos no vermelho do sacrifício que cimenta o casamento do branco e do negro, que ninguém jamais saberá separar até o fim dos tempos ocultos nos tempos. Estão abertas as asas do pelicano. Escancarado está o peito, dos Mestres a nós, aos discípulos.

Àqueles que chamaremos Mestres.

Aos irmãos.

H.M.T.

Livres os irmãos, livres os Mestres no desígnio que continua. Livres na espada, na máscara, na mão.

Quando foi pedido destruí-vos está conservado.

Mas os filhos da descendência da águia e da serpente, da flecha e da serpente, saberão reconhecer-se fora das celas.

Hoje, se atraem e se encontram na estrada com a carne viva dos Mestres passados. E unidos são luz.

O Templo foi destruído porque é imortal. Não tinha teto; hoje não tem paredes. É o mesmo que a mesa do Sol.

O Templo está em toda parte e os nossos passos serão sempre mais ligeiros.

Escolhei o tempo e o nome. Escolhei o homem. E imponde-vos pela força que possuís. Conhecei o Gesto e a Palavra. Sede livres, como livres foram os Mestres.

E apenas sobre o silêncio construí a Palavra.

Procurai-a em vós. Seja sempre a mesma da operação do Sol. No grande Templo renascido nasce o Templo do momento quando vos encontrastes. E jamais quebreis a corrente. Nós somos vossas testemunhas.

H.M.T.

Consumi-vos e vos enriquecereis.

Deixai profundas pegadas em vosso caminho, sempre de sul a norte, como o vento quer. Não vos volteis.

E estas são as quatro partes do mundo.

A primeira luz.

A corrente de luz.

A luz no punho.

A primeira luz que dareis.

Sede livres no fazê-lo. Escutai a chamada de quem quer. Sede livres no escolher. E do juramento fazei fogo pela liberdade de ser.

H.M.T.

Procurai os sepulcros. Não o tiveram os nossos Mestres, não os teremos nós, vós não os tereis. Eles vivem, procurai-Os.

Para aquele que não se deve nomear.

...

...

.........

.........

.......

...

...

(assinaturas do próprio punho)

LOUIS-CLAUDE DE SAINT-MARTIN S.I.I.

(......)

CONDE DE SAINT-GERMAIN R-C

CONDE DE CAGLIOSTRO G.C.

 

 

 

A todos os verdadeiros maçons, em nome de Jeová, o tempo é chegado em que se deve começar a construção do novo Templo de Jerusalém. Tal aviso é para convidar a todos os verdadeiros maçons 'em Londres e em Paris', para se reunirem em nome do Grande Chefe, que se apresentará mascarado, como sempre, se Ele representa na Terra uma divina Trindade, amanhã à noite, 3 do corrente do ano de 1786, às 9 horas, na taverna de Reilly [no aviso, em inglês, dizia: Great Queen Street] para se tratar de um plano de grande valor, colocando, assim, a pedra fundamental do Verdadeiro Templo Visível.

 

E a voz desconhecida me respondeu: 'Esta será vossa recompensa; mas ainda é necessário trabalhar.'

 

A imaginação é um dos instrumentos da reconstrução do ser humano. Considerando-se que a substância plástica da luz astral é de modo peculiar suscetível à manipulação de correntes imaginativas, e considerando-se que as imagens confeccionadas nessa luz produzem alterações perceptíveis, se a vontade for suficientemente forte para vitalizar estas imagens, o mago procurará aplicar estes fatos à sua própria esfera.

 

A luz astral é de natureza dupla. Há o aspecto astral básico – a chamada serpente enganadora, que é ocupado pelos cascões decadentes e os fantasmas – e o plano superior – no qual existe uma riqueza de imagens reais, idéias e sugestões espirituais. Elevar-se além da serpente astral até o astral superior constitui obviamente uma tarefa mágica primordial.

 

Visto que todos os planos da Natureza e todas as forças que se mantêm no Universo estão representados na constituição interior do homem, o plano astral, em seu aspecto duplo, se acha, do mesmo modo, dentro dele.

 

Advertem os Oráculos Caldeus: 'Não te inclines para baixo, para o mundo tenebrosamente esplêndido, onde repousam continuamente uma profundidade sem fé e Hades envolvido por nuvens, se deliciando com imagens ininteligíveis, precipitadas, tortuosas, um abismo negro sempre rodopiante, sempre desposando um corpo não-luminoso, amorfo e vazio... Não fiques no precipício com a escória da matéria, pois existe um lugar para tua imagem em um domínio sempre esplêndido.' É o 'domínio sempre esplêndido' que realmente diz respeito ao teurgo, já que nele estão as forças e os poderes que podem se revelar sumamente prestativos em sua busca.

 

O teurgo descobrirá que o que eram símbolos convencionais no mundo exterior são realidades dinâmicas que vivem sua própria existência no mundo do pensamento. E sua meta deverá ser investigar este domínio inteiramente na multiplicidade dos aspectos e departamentos que ele continuamente apresenta, visto que realmente coincide com os limites de seu próprio conhecimento consciente e subconsciente.

 

Parece haver uma relação absoluta entre símbolos e realidades visionárias no plano astral.

 

 

 

 

O resultado da visão obtida Illumina e corrobora o conhecimento do detentor do símbolo.

 

Quando as visões astrais não conferem nenhum conhecimento real, devem ser descartadas como meros exercícios técnicos mediante os quais se obtém competência. A habilidade tendo sido conquistada, e estas visões de experiência vital não sendo mais encontradas nem um novo conhecimento adquirido, desaparece o valor da prática.

 

Sabe-se que algumas pessoas tolas que são capazes de viajar no astral nada mais fazem, nada conquistando e sem nenhum benefício. Para elas, uma visão astral não tem significação espiritual, e a intoxicação astral é a forma insidiosa de corrupção espiritual, que então se apodera delas, e elas vagam perdidas, degenerando em meros 'vagabundos astrais'. Que o aprendiz registre isto no Coração: o astral tem que ser empregado ou para obter conhecimento definido ou para servir de trampolim, um degrau na escada celestial, rumo a planos ainda mais sutis; caso contrário, só haverá aí estagnação contínua, dominada pela intoxicação, emaranhada nos laços sedutores serpentinos que tentam o imprudente e o temerário.

 

O retorno ao corpo após uma visão deve ser objeto de muito cuidado e a devida precaução deve ser tomada. Ao entrar na estrutura física, deve-se deliberadamente respirar profundamente algumas vezes a fim de assegurar a estreita conjunção dos dois organismos, sugerindo-se, ademais, que se assuma fisicamente uma forma divina e se vibre um Nome. Não conseguir assegurar a união das duas essências do corpo de pensamento e o corpo físico pode redundar em desastrosas conseqüências.

 

Somente a experimentação, e nada mais, demonstrará se a aventura no empíreo é uma realidade suprema ou uma fantasia, mesmo admitindo-se que os passos preliminares tenham sido dados pelos canais da imaginação.

 

Quando a Illuminação e o êxtase invadem a esfera da mente, ocorre também a grande compreensão de que a própria alma é imortal; que a mente, a emoção e o corpo não passam de veículos desta alma – instrumentos a serem empregados a serviço de seu próprio alto propósito. Tudo é uma estrada para a comunhão com o Deus Interior.

 

Somente o corpo morre. A mente e as emoções também morrem. Mas permanece sempre inalterado e impassível o Anjo Divino da LLuz Sagrada, purificado pela prova, triunfante acima das mutações da vida e da morte – calmo, sereno e imperturbável no conhecimento de sua própria imortalidade.

 

 

 

 

 

 

_____

Nota:

1. Na mitologia céltica, a Tradição Druídica ensinava que a alma humana teria de passar por muitas encarnações em Abred – o Círculo da Necessidade ou da Evolução. Abred é a vida terrena. Segundo a Teosofia, a identidade fundamental de todas as almas com a Alma Suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida, é uma peregrinação obrigatória para todas as Almas (reflexos seus), se dá através do ciclo de Encarnação ou da Necessidade, conforme a Lei Cíclica e Cósmica. Em outras palavras: nenhum Buddhi puramente espiritual (Alma Divina) pode ter uma existência consciente independente antes que a faísca brotada da pura Essência do Sexto Princípio Universal, ou seja, a Alma Suprema, tenha passado por todas as formas elementares do mundo fenomenal deste Mânvântâra e adquirido individualidade, primeiramente por impulso natural, e, depois, por esforços próprios, conscientes e regulados por seu carma, ascendendo, assim, por todos os graus de inteligência, desde o Manas ínfimo até o supremo, desde o mineral e a planta até o arcanjo mais santo (Dhyani Buddha). A Doutrina Secreta fundamental da Filosofia Esotérica não admite no homem nem privilégios, nem dons especiais, salvo aqueles ganhos pelo seu próprio Ego, pelo esforço e mérito pessoais através de uma longa série de reencarnações. Por isto, dizem os hindus que o Universo é Brahman e Brahma, pois Brahman está em todos os átomos do Universo, sendo os seis princípios da Natureza o broto ou os aspectos diversamente diferenciados do Sétimo e Uno, única Realidade no Universo, cósmica ou microcósmica; e também porque as permutações psíquicas, espirituais e físicas do Sexto (Brahma, o veículo de Brahman) no plano da manifestação e da forma, se consideram, por antífrase metafísica, como ilusórias e mayávicas. A raiz de todos os átomos individualmente e de todas as formas coletivamente é este Sétimo Princípio ou a Realidade Una, não obstante, em sua aparência manifestada, fenomenal e temporal, tudo isto é tão-somente uma ilusão fugaz de nossos sentidos.

 

Bibliografia:

CARPI, Pier. As profecias do Papa João XXIII (a história da Humanidade de 1935 a 2033). Tradução de Rolando Roque da Silva. 2ª edição. Rio de Janeiro/São Paulo: DIFEL, 1977.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.ebah.com.br/content/
ABAAAAnIUAA/glossario-mitologia-celta

http://br.dir.groups.yahoo.com/group/
SociedadeSecreta/message/10112?var=1

http://www.allposters.com.br/

http://www.theosophy.org/

http://www.theosophy.org/Blavatsky/
Isis%20Unveiled/isis_unveiled1.htm

http://www.theosophy.org/Blavatsky/
Articles/WasCagliostroACharlatan.htm

http://www.4shared.com/get/tVBleN_W/
Alta_magia_-_Conde_Caliostro.html

http://br.groups.yahoo.com/group/
Arquivos-do-Oculto/message/3538

https://sites.google.com/site/portaldemaconaria/outros-temas
/cadernos-esotericos-origens-do-ritual-maconico-3a-parte

http://www.professores.uff.br/pitagoras/
mexas/cristo-cosmico/livreinici_mgc.html

http://dc184.4shared.com/doc/3Tf-C4n_/preview.html

http://www.clicnews.com.br/
misticismo/view.htm?id=130311

http://wkintergroup.org/

http://www.anaflavia.com.br/dicionarioesoterico
/misticos/condealessandrocagliostro.htm

http://veja.abril.com.br/idade/estacao/veja
_recomenda/120406/mentira_ironia.html

http://jairodelimaalves.blogspot.com/2010/01/
personalidade-alessandro-cagliostro.html

http://www.autoresespiritasclassicos.com/
Biografias%20Espiritas/C/Cagliostro.doc

http://www.vislumbresdaoutramargem.com/2011/
05/o-misterio-de-alessandro-cagliostro.html

http://www.gnosisonline.org/mestres-da-senda/cagliostro/

http://www.rosacruz.net/revista_artcagl.htm

http://www.levir.com.br/inst-010.php

 

Música de fundo:

Tenderly
Composição: Walter Gross (música) & Jack Lawrence (letra)
Interpretação: Nat King Cole

Fonte:

http://beemp3.com/