RESSURREIÇÃO

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

O que (sempre) foi será;

o que será (sempre) foi.

 

Hoje, se existimos-sem-ser,

a LLuz está na Ressurreição.

Só de nós depende o vir-a-ser,

e a Semente3 está no Coração.

 

Mas, o corpo não ressurge;

este conceito é uma distorção.

E não ressurgindo, não exsurge.

 

 

 

 

Tudo é um no imutável Um;

Dele provêm todos os entes.

Desde sempre, somos um;

 

Para além da separatividade,

todos realizaremos a Sabedoria.4

Prisão multimilenar —› Alforria.

 

Mas, alforria ímpar é egolatria,

e a liberdade é só uma ficção.

A coisa é semelhante à aletria

– que é e não é um macarrão.

 

Ou vamos todos ou nada feito.

Nada feito via individualidade.

A individualidade é um malfeito;

não gerará compreensibilidade.

 

 

 

 

 

 

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Notas:

1. Fong-soi ou Feng Shui é um termo de origem chinesa com tradição de mais de 4.000 anos, cuja tradução literal é vento e água. O Feng Shui, por muitos considerada uma ciência metafísica, representa o conhecimento das forças necessárias para conservar as influências positivas que (supostamente) estariam presentes em um espaço, redirecionando as negativas, de modo a beneficiar seus usuários. Os Mestres Taoístas que desenvolveram esta arte, não a utilizavam isoladamente; consideravam-na mais um instrumento de equilíbrio a ser utilizado em conjunto com outras práticas articuladas à Medicina Tradicional Chinesa, como a Acupuntura, a Meditação e o Tai Chi Chuan. O primeiro objetivo do Feng Shui é guardar e preservar as boas influências disponíveis no lugar, de modo a permitir que permaneçam e se distribuam suavemente pela edificação. O segundo objetivo é reduzir os efeitos negativos das diversas influências nocivas ao ou do local, presentes na sua construção ou frutos das alterações em seu entorno. O terceiro objetivo é implementar curas que possam produzir resultados em termos de saúde, bem-estar e harmonia para os moradores ou usuários do espaço tratado. Isto pode ser conseguido estimulando as características do espaço benéficas para as pessoas que habitam determinado ambiente, através de alterações arquitetônicas ou da forma, da cor e do posicionamento dos objetos ali presentes. Por outro lado, se mudança há, penso que ela seja tão-só por transmudamento interior e reintegração cósmica. Esta é a dupla mudança que efetivamente interessa. O resto... Quanto ao Universo, às vezes, tenho falado que ele é regido, entre outras, por duas Leis: mudança e movimento. Outras vezes, afirmo que tudo será como é e como sempre foi. Isto parece incoerência, mas não é. Pense nisto: o bezerro nasce sem chifres, mas é um boi em potência. Depois, nascem os chifres, e bezerro se transforma em boi em ato. Ou seja: o bezerro sempre foi um boi pequeninho. Mas, quanto ao Universo, como, efetivamente, ele poderia mudar? E, se o Universo mudasse, mudaria de quê em quê? De seis em meia dúzia? De anverso em reverso ou de reverso em anverso? Como? Quando? Por quê? Esta, reconheço, é uma das coisas mais intrincadas da Metafísica Iniciática – um Universo que não foi criado (pois, o nada não pode dar origem a alguma coisa), que sempre existiu (pois, o que sempre foi continua sendo e sempre será alguma coisa) e que não mudará (pois, alguma coisa não pode simplesmente desaparecer e se transformar em nada). E o Universo nunca mudou e não mudará singelamente porque nunca pôde, não pode e jamais poderá receber nem perder um de energia. Rearranjo, reacomodação, ciclicidade, sim; acréscimo, diminuição, destruição, não. Nihil novi sub Luna, nihil novum sub Sole e nihil novum super Terram. Não há nada de novo sob a Lua, não há nada de novo sob o Sol e não há nada de novo há sobre a Terra. Enfim, como, para nós, a monocordice é uma marasmice, sob um certo aspecto, pensando bem, isto é até meio que uma chatice. Mas, por outro... Só nos alforriaremos compreendendo e transmutando em nossa consciência aquilo (mâya: ilusão) que parece ser mas que não é.

 

 

Feng Shui

 

 

2. Cha koi (chacoi) = casa de chá, semelhante a um restaurante chinês, onde são servidos acepipes mirabolantes e chá. Dizem que o chá ajuda a digerir as petisquices e as mirabolâncias.

3. A ciência sabe que, seja qual for o poder que move o coração, não procede de fora, e, sim, de dentro deste órgão. Há uma câmara no ventrículo esquerdo, próxima ao ápice, onde existe um pequeno Átomo flutuando em um mar etérico vibratilmente superior. A Energia que vibra e existe neste Átomo, como a de todos os outros átomos, é a Vida indiferenciada de Deus – do Deus de nosso Coração. Sem esta Energia, o mineral não poderia modelar a matéria em cristais, nem os reinos vegetal, animal e humano poderiam formar seus corpos. Este Átomo é misticamente conhecido como Átomo-semente. A Energia Nele encerrada é que move o coração e mantém vivo todo o organismo. Todos os outros átomos, no resto do corpo, têm que vibrar em sintonia com Ele (a dessintonia é que produz as doenças). As forças dos Átomos-sementes impregnaram os corpos que o Eu habitou sucessivamente na sua marcha evolutiva. Como conseqüência, neste Átomo-semente estão escritas (gravadas) todas as experiências do Eu em suas vidas anteriores. Quando voltarmos a Deus, quando nos unirmos novamente com Ele, este registro, que peculiarmente é o registro do nosso Deus Interior, subsistirá, e, desta maneira, conservaremos na Unidade nossa individualidade eternamente. Nossas experiências serão transmutadas em faculdades: o mal se transformará em bem e este se transformará em poder, para produzir um bem ainda maior. O Cordão Prateado, que une os veículos superiores aos inferiores, termina no Átomo-semente, no coração. Quando a vida material chega a seu termo de modo natural, as forças do Átomo-semente se desprendem, passam pelo nervo pneumogástrico, pelo lado posterior da cabeça e pelo Cordão Prateado, junto com os veículos superiores. A ruptura do Cordão Prateado, no coração, assinala a morte física. Todavia, Ele, nem sempre, se parte de uma só vez; em alguns casos, demora vários dias. Seja como for, a Ressurreição é, digamos assim, espiritual, não física, e só poderá acontecer por mérito. E depende só de nós. Pensar em uma ressurreição física e/ou em uma ascensão física, seja lá de que maneira for e para quem quer que seja, é um disparatado contra-senso fideísta às avessas e aprisionador. Já pensou alguém ressurgindo e boiando no ar em plena Praia de Copacabana? O Carlos Drummond de Andrade, que está ali, sentadinho, bem no Posto 6, talvez recitasse: — E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou... E agora, José? José, para onde? Já, se aparecesse o Dumbo, voando com o ratinho Timóteo na cabeça, aí, Drummond – quem sabe? – dissesse: — Ó Dumbo, você 'pelaí'? Voando bem aqui? Em Copacabana? Vá voar mais pra lá! Vá voar acolá! Vá voar lá na África! Talvez, o Mandela que é um tarela, mas não mente, não apela e não crê em balela lhe dê u'a beringela! Mas, limpe a ramela!

 

 

Dumbo Voando
(sem o Timóteo na cabeça)

 

 

Esta nota foi editada da fonte:

http://www.fraternidaderosacruz.org/mh_podsec_cap21.htm

4. ShOPhYa = (300 + 6 + 80 + 10) = 396.

 

Páginas da Internet consultadas:

http://gifsanimados.espaciolatino.com/Disneya9a.htm

http://www.flordavida.com.br/HTML/geometria.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Feng_shui

 

Música de fundo:

Secreto Eterno

Fonte:

http://www.4shared.com/get/eSgDT8th/
Jesse_Crawford___Secreto_Etern.html