Na
obra
A Exteriorização
da Hierarquia, tema
transmitido telepaticamente pelo Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul
– um Iniciado da Sabedoria Eterna e um dos representantes da Hierarquia
– à Alice Ann Bailey, que o publicou, está escrito:
Na mais remota Antigüidade, no importante período
no qual o homem-animal fez a grande transição para a família
humana, veio à existência a Humanidade, desenvolvendo o germe
da individualidade, a semente da autoconsciência e o intelecto em
embrião. Este evento ocorreu de três maneiras: 1ª) a semente
da mente foi implantada pela Hierarquia em alguns dos homens-animais que
tinham aspirações, transformando-os em seres humanos, certamente
de ordem muito inferior, mas, ainda assim, homens.1
A partir de então, um ponto de Luz apareceu onde não existia
nada, pois, havia apenas uma difusa luz atômica, mas, nenhum ponto
central de Luz dentro da cabeça nem indício algum dos Centros
Superiores. Estes indivíduos, juntamente com a Humanidade mais avançada
que chegou ao Planeta nos dias atlantes (havendo se individualizado em outra
parte do Universo) constituem a Humanidade mais desenvolvida do nosso período
atual. Representam a cultura e a compreensão, onde quer que estejam
e seja qual for a classe ou raça a que pertencem; 2ª) em um
dado momento, a natureza instintiva do homem-animal foi subitamente estimulada
ou vitalizada; e 3ª) há um terceiro grupo de seres humanos que
não é o resultado deste processo, mas, o produto de influências
lentas da própria vida, ou seja, do impulso evolutivo inato na matéria
mesma, cuja consciência ainda é incipiente (por exemplo, analfabetos
e raças ainda selvagens que existem aos milhões na Terra).
Seja como for, somos todos estritamente humanos, e a condição
animal está desaparecendo. E, em concordância com a Lei, os
mais elevados incluirão os menos elevados, para que cheguem a ser
rigorosa e conscientemente humanos. Foi esta compreensão que inspirou
o Renascimento (impulso responsável pelo Humanismo moderno), no qual
subjaz a obra de Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de junho de 1712 –
Ermenonville, 2 de julho de 1778), o Grande Iniciado
[cuja obra magna é Do
Contrato Social,
na qual Rousseau expõe a sua noção de contrato social,
que difere muito das de Thomas Hobbes (5 de abril de 1588 – 4 de dezembro
de 1679) e de John Locke (Wrington, 29 de agosto de 1632
– Harlow,
28 de outubro de 1704). Para Rousseau, o ser-humano-aí-no-mundo
é naturalmente bom, sendo a sociedade, instituição
regida pela política, a responsável pela sua degeneração.
O contrato social, para Rousseau, é um acordo entre indivíduos
para se criar uma sociedade, e só então um Estado, isto é,
o contrato é um pacto de associação, não de
submissão.] Em vista disto, decidi fazer um despretensioso estudo
da obra Do Contrato
Social (em francês: Du
Contrat Social ou Principes du Droit Politique), publicada
em 1762, garimpando alguns fragmentos para compor este trabalho e oferecê-lo
a vocês para uma reflexão.
Breve
Biografia
Jean-Jacques
Rousseau, também conhecido como J. J. Rousseau ou simplesmente Rousseau
(Genebra, 28 de Junho de 1712 – Ermenonville, 2 de Julho de 1778),
foi um importante filósofo, teórico político, escritor
e compositor autodidata genebrino. É considerado um dos principais
filósofos do Iluminismo (movimento intelectual e filosófico
que dominou o mundo das idéias na Europa durante o século
XVIII – O Século
da Filosofia) e um precursor do Romantismo (movimento
artístico, político e filosófico surgido nas últimas
décadas do século XVIII, na Europa, e que durou por grande
parte do século XIX, tendo se caracterizado por uma visão
de mundo contrária ao Racionalismo – que afirma que tudo o
que existe tem uma causa inteligível, mesmo que esta causa não
possa ser demonstrada empiricamente, tal como a causa da origem do Universo
– e ao Iluminismo, e buscando estabelecer um nacionalismo, que viria
a consolidar os Estados Nacionais, na Europa).
Para
Rousseau, as instituições educativas corrompem o homem e subtraem
a sua liberdade. Para a criação de um novo homem e de uma
nova sociedade, seria preciso educar a criança de acordo com a Natureza,
desenvolvendo progressivamente seus sentidos e sua razão com vistas
à liberdade e à capacidade de julgar.
Para
concluir esta brevíssima biografia, reproduzo um pequeno excerto
de um texto publicado por Renato Moscateli, professor na Faculdade de Filosofia
da Universidade Federal de Goiás, em uma Página da Internet
(Teria Rousseau
Profetizado a Revolução Francesa?): Vejamos
as surpreendentes palavras que Rousseau inseriu no Emílio, seu célebre
tratado de pedagogia, publicado em 1762. Falando sobre a necessidade de
que o aluno ideal também seja educado para prover sua subsistência,
qualquer que seja sua posição social de nascimento, o autor
aconselha os leitores a não se guiarem imprudentemente pela conjuntura
presente das coisas: Vós
vos fiais na ordem atual da sociedade, sem pensar que essa ordem está
sujeita a revoluções inevitáveis, e que vos é
impossível prever ou prevenir aquela que pode observar vossos filhos.
O grande se torna pequeno, o rico se torna pobre, o monarca se torna súdito:
os golpes de sorte são tão raros para que possais acreditar
estar isentos deles? Nós nos aproximamos do estado de crise e do
século das revoluções. E acrescenta
em uma nota de rodapé: Eu
considero impossível que as grandes monarquias da Europa tenham ainda
muito tempo para durar; todas brilharam, e todo Estado que brilha está
em seu declínio. Não estaria claro nestas
linhas, com mais de duas décadas de antecipação, o
prenúncio da Revolução Francesa [1789 –
1799], cujos eventos
abalariam profundamente os alicerces da política européia
e, indiretamente, de todo o mundo dali em diante?
Do
Contrato Social
(Fragmentos
da Obra)
Sendo
os cidadãos todos iguais [ao
invés de igual, prefiro o vocábulo equivalente], em
virtude do contrato social, todos podem prescrever o que todos devem fazer
[todavia,
est modus in rebus!
Há um limite nas coisas (e para as coisas)!],
ao passo que ninguém tem o direito de exigir que o outro faça
aquilo que ele mesmo não faz [ou
exigir que o outro faça porque acha que é o melhor a ser feito,
como no caso da conversa entre esses dois paturebas aí embaixo. De
fato, um contrato social impositivo, autoritário, arrogante ou dominador
não é um contrato social efetivo. Não
existe essa coisa de um mandar e o outro obedecer. Isto é ±
como coisa de mãe que sente frio e quer porque quer que o filho ponha
um casaco.]
Obrigar-se
a obedecer a um senhor é abrir mão da própria liberdade.
Um
contrato que não contemple a soberania é ilegítimo.
Não
convém tocar jamais em um Governo estabelecido, exceto quando este
se tornar incompatível com o bem público.
[Isto aconteceu, por
exemplo, no Caso Watergate,
que foi um escândalo político sesquipedal ocorrido em 1974
nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar com a
renúncia do Presidente Richard Milhous Nixon (Yorba Linda, 9 de janeiro
de 1913 – Nova Iorque, 22 de abril de 1994), do Partido Republicano.]
Recordando
Recordando
Recordando
Recordando
Recordando
Recordando
Recordando
Não
existe no Estado nenhuma lei fundamental que não possa ser revogada,
nem mesmo o pacto social, porque, se todos os cidadãos se reunirem
com o fim de romper este pacto, ninguém poderá duvidar de
que tal rompimento não é legítimo.
Seria
absurdo não poderem decidir os cidadãos reunidos o que pode
cada um deles separadamente.
A
paz, a união, a igualdade são inimigas das sutilezas políticas.
Quando
o Estado, próximo de sua ruína, apenas subsiste através
de uma forma vã e ilusória, quando o laço social se
rompe em todos os corações, quando o mais vil interesse se
adorna afrontosamente com o nome sagrado do bem público, então,
a vontade geral emudece, e todos, guiados por motivos secretos, deixam de
opinar como cidadãos, como se o Estado jamais houvesse existido,
e são aprovados falsamente, a título de leis, decretos iníquos,
cujo único fim é o interesse particular.
— E assim, nasceu o mensalão!
E depois, brotou o petrolão!
Por fim, pintou a Lava Jato,
que está encanando cada rato!
—
Como isto sucedeu conosco?
Como tudo ficou tão fosco?
Herança dos tempos de chumbo:
lideranças ineptas –›
retumbo.
—
Onde foi parar o tramista?
Onde foi parar o vigarista?
Onde foi parar o patifão?
Todos em cana! Sem perdão!
—
Estamos cheios dos imorais.
Menosprezamos esses Cabrais,
que tanto nos envergonharam,
que tanto nos desaceleraram.
—
Está crescendo a Pátria!
Abra o olho, lesa-pátria,
porque o bons brasileiros
não fedem mais a cueiros.
—
E quem não acompanhar,
terá mesmo que aguardar.
O vir-a-ser já ancorou.
Ou trocar as cuecas ou...
Quem
será o próximo?
A
vontade geral não se debilita nem se corrompe. Ela é sempre
constante, inalterável e pura, mas, eventualmente, poderá
se subordinar a outras vontades, que a subjugam. [O
que isto quer dizer? Isto quer dizer que, intrinsecamente, somos bons e
puros. E por que intrinsecamente, somos bons e puros? Porque, in
potentia, todos nós somos Deuses, e Rousseau, como era
um Iniciado, sabia isso, ainda que, na época, não tenha podido
dizer genuína e literalmente isto. Ainda bem, que, hoje, isto já
possa ser anunciado, ainda que seja por poucos compreendido.]
Quanto
maior a harmonia reinante nas assembléias, isto é, quanto
mais as opiniões se aproximam da unanimidade, tanto mais a vontade
geral se revela dominante. Já os longos debates, as dissensões
e o tumulto anunciam o ascenso dos interesses particulares e o declínio
do Estado.
Em
virtude do vício inerente do corpo político, é costume
se ter, por assim dizer, dois Estados em um; e o que não é
verdade no tocante a dois juntos é verdade no que respeita a cada
um separadamente.
Petrolão
Quando
os cidadãos têm um único interesse o povo tem uma única
vontade. Quando os cidadãos tombam na servidão perdem a liberdade
e a vontade.
Não
há senão uma lei que, por sua natureza, exige um consentimento
unânime, e este consentimento é o pacto social, porque a associação
civil é o mais voluntário de todos os atos do mundo. Uma vez
que todo homem nasce livre e senhor de si mesmo, não há quem
possa, sob qualquer pretexto, sujeitá-lo, sem sua permissão.
A
vontade constante de todos os membros do Estado constitui a vontade geral,
e é devido a ela que os seus membros se tornam cidadãos e
livres.
Quanto
mais importantes e graves sejam as deliberações, tanto mais
a opinião vencedora deve estar próxima da unanimidade.
Quanto
mais presteza exige o negócio discutido, tanto mais se deve restringir
a diferença prescrita na divisão das opiniões.
A
ambição tudo frustra.
Não
se deve querer consolidar as instituições políticas
a ponto de levar o poder a suspender o efeito delas.
Não
se deve jamais esmagar o sagrado poder proveniente das leis senão
quando se trata de salvar a pátria.
A
primeira intenção do povo deve consistir em
que o Estado não venha a perecer.
Em
todos os povos do mundo, não é a natureza, mas, a opinião
[propaganda] que
decide a escolha de seus prazeres.
Quem
julga os costumes julga a honra, e quem julga a honra faz sua lei da opinião.
Quando
a legislação se debilita, os costumes se degeneram.
Colocando-se
Deus à testa de cada sociedade política, resultou a existência
de tantos deuses quantos povos havia.
Tudo
quanto rompe a unidade social nada vale; todas as instituições
que põem o homem em contradição consigo mesmo não
servem para coisa alguma.
Uma
religião que esteja alicerçada sobre o erro e a mentira, engana
os homens, torna-os crédulos, supersticiosos, e asfixia o verdadeiro
culto da divindade num vão cerimonial. Ela ainda é má,
quando, vindo a se tornar exclusiva e tirânica, leva um povo a se
fazer sanguinário e intolerante, de sorte a que apenas respire assassínios
e massacres, e creia cometer uma ação sagrada ao matar quem
não admita os seus deuses. Tal espécie de religião
coloca o povo em estado natural de guerra contra todos os outros, o que
é bastante prejudicial à sua própria segurança.
O
Catolicismo prega unicamente servidão e dependência.
Sem
discutir o valor das Cruzadas, longe de serem cristãos, os cruzados
eram soldados do clero, cidadãos da Igreja; batiam-se por seu país
espiritual, que ela transformara em temporal, não se sabe como. Bem
pesando as coisas, as Cruzadas foram uma volta ao Paganismo.
O
Direito, dado pelo pacto social ao soberano sobre os vassalos, não
pode ultrapassar os limites da utilidade pública. Os vassalos não
devem, portanto, prestar contas ao soberano no que respeita às suas
opiniões, a não ser na medida em que estas opiniões
importem à comunidade.
A
intolerância, se estiver implícita nos cultos religiosos, deve
ser excluída.
Intolerância
Não
há distinção entre intolerância civil e intolerância
teológica. Estas duas intolerâncias são inseparáveis.
Devemos
respeitar todas as religiões que se mostram tolerantes com as outras,
desde que seus dogmas nada tenham de contrário aos deveres dos cidadãos.
Quem quer que ouse dizer fora
da Igreja não há salvação deve
ser banido do Estado.
—
Fora da Igreja
não há salvação.
Fora
da Igreja
não há solução.
Fora
da Igreja
não há livração.
Fora
da Igreja
só há escuridão.
Fora
da Igreja
é dar osso ao cão.
Fora
da Igreja
não haverá perdão.
Fora
da Igreja
só há contramão.
Fora
da Igreja
não existe verão.
Fora
da Igreja
merece excomunhão.
Fora
da Igreja
não haverá bênção.
Fora
da Igreja
tudo é aberração.