ALTA MADRUGADA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Era noite; alta madrugada.

(re)apareceu para me invitar,

para, numa boa, prevaricar.

 

Saia! Não topei. Óbvio.

Não sou mais um pacóvio.

Coisa passa, coisa retorna,

do antanho vem um sorna.

 

Se puder, ele engazopa;

mas tudo vai de quem topa.

Topou? Já sabe: se ferrou.

Mais longe ficará o Eu-sou.

 

E a quista manumissão idem.

Prevaricadores não progridem.

Para lograrmos a Illuminação,

só amputando a samsarização.

 

Mas, o fartum não é só este.

Quem prevarica é um cafajeste

hipotético, capenga e pestífero.

Com que alma será amorífero?

 

Porventura, isto é novença

ou, para todos, é sabença?

Para tudo, é sim ou sopas;

é preferir veras ou gazopas.

 

Quem maisquiser gazopas

e preferir golpinhos e opas

colherá malogro de malogro

e beberá o fel do seu ogro.

 

É funesto, mas, fazer o quê?

Todavia, tudo tem um porquê.

Ainda que não existam fados,

 

 

— Queres os reinos do mundo e a glória deles?
Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.

 

 

 

 

 

Música de fundo:

Temptation
Composição: Arash Labaf

Fonte:

http://www.emp3world.com/
mp3/90560/Arash/Temptation

 

Páginas da Internet consultadas:

http://colunas.globorural.globo.com/planetabicho/
2011/10/06/cobra-canibal-engole-adversaria/

http://www.ultimatebusinesscards.com/
products/animation_business_cards.asp

http://maverickphilosopher.typepad.com/
maverick_philosopher/2011/08/temptation.html