SEXTA CARTA ROSACRUZ

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

O Website da Fraternidade Rosacruz Max Heindel oferece para leitura em sua biblioteca on-line amplo e diversificado material sobre o Rosacrucianismo de vertente heindeliana. Nesta oportunidade, estou divulgando a Sexta Carta Rosacruz, que remonta ao século XVIII, escrita por um antigo membro da Ordem. Ao final, apresentarei alguns comentários.

 

 

 

 

Carta VI

 

Experiências Pessoais

 

 

A Natureza tem inumeráveis mistérios que o homem deseja descobrir.

 

 

 

 

Estão errados os que acreditam na existência de sociedades possuidoras de segredos determinados que, se quisessem, poderiam comunicar a outras pessoas não evoluídas espiritualmente. O homem que, por meio de favores, pretenda obter o Saber Verdadeiro, esse que só se conseguirá pelo desenvolvimento espiritual, deixará de se esforçar no adiantamento e, ao aderir a sociedades secretas na esperança de o obter gratuitamente, sofrerá total desengano.

 

No verão de 1787, estando eu sentado em um banco de jardim, próximo ao Castelo de Burgem, Munich, pensava profundamente neste assunto. Um estrangeiro, de aspecto digno e respeitável, vestido sem a menor pretensão, passeava por uma das áreas do jardim. Dir-se-ia que a tranqüilidade suprema de sua alma se refletia em seus olhos. Tinha cabelos grisalhos e o olhar tão bondoso que, ao passar diante de mim, instintivamente levei a mão ao chapéu. Ele também me saudou amavelmente.

 

Senti um impulso de o seguir e lhe falar, mas não tendo a menor desculpa para o fazer, contive-me. O estrangeiro desapareceu, mas no dia seguinte, mais ou menos à mesma hora, tendo eu voltado ao mesmo lugar na esperança de o encontrar, ali estava ele sentado em um banco, lendo um livro. Não me atrevendo a o interromper, passeei pelo jardim durante algum tempo. Quando voltei, o estrangeiro já não estava, mas tinha deixado um livro em cima do banco. Apressei-me a tomá-lo, esperando ter oportunidade de o devolver, e, com isto, ter a ocasião para conhecer o distinto personagem. Olhei o livro, mas nada pude ler porque estava escrito em caracteres caldeus. Só na página do título eslava escrita, em latim, uma breve sentença que dizia assim: 'Aquele que se levantar cedo para ir buscar da Sabedoria não precisará ir muito longe: encontrá-La-á sentada defronte da sua porta.'

 

 

 

 

Os caracteres do livro eram muito formosos, de um vermelho muito brilhante, a encadernação de um azul magnífico, com fechos de ouro. O papel branco finíssimo parecia emitir todas as cores do arco-íris, à maneira da madrepérola. Uma fragrância esquisita penetrava as folhas daquele livro!

 

Durante três dias consecutivos, ao meio-dia, fui àquele lugar, na vã esperança de encontrar o estrangeiro. Por fim, descrevendo o cavalheiro a um dos guardas, soube que era visto com freqüência, às quatro da manhã, passeando à beira do Isar, perto de uma pequena cascata, em um sítio chamado 'O Praler'. Indo ali, no dia seguinte, fiquei surpreendido ao vê-lo a ler outro livro parecido com o que eu encontrara.

 

Acerquei-me para lhe devolver o livro, explicando como tinha chegado às minhas mãos, mas ele pediu que o aceitasse e o considerasse como presente de um amigo desconhecido. Ao retorquir que não podia ler o seu conteúdo, excetuando os dizeres da primeira página, respondeu que tudo quanto dizia o livro se referia ao que aquela sentença expressava. Pedi-lhe que me explicasse e o estrangeiro, ao longo do passeio que, por algum tempo, demos pela margem do rio, contou-me muitas coisas importantes sobre as Leis da Natureza. Tinha viajado muito e possuía um verdadeiro tesouro de experiências. Ao nascer do Sol disse: — Vou lhe mostrar algo curioso — e sacou do bolso um pequeno frasco deitando na água algumas gotas do seu conteúdo. Imediatamente as águas do rio começaram a brilhar com todas as cores do arco-íris, até uma distância de mais de trinta pés da margem. Alguns trabalhadores das imediações se aproximaram para contemplar o fenômeno. A um deles, que estava enfermo, padecendo de reumatismo, o estrangeiro deu algum dinheiro e certos conselhos, assegurando-lhe que, se os seguisse, em três dias estaria bom. O operário agradeceu, mas o estrangeiro respondeu: — Não me agradeça, mas, sim, ao Poder Onipotente do Bem.

 

 

 

 

 

Ao entrarmos na cidade, convidou-me para um novo encontro, no dia seguinte, mas sem declinar o nome nem o lugar de sua residência. Encontrei-o no dia seguinte e dele soube coisas de tal natureza que ultrapassaram tudo quanto eu poderia imaginar acerca dos mistérios da Natureza. Todas as vezes que me falava das grandezas da criação, parecia estar possuído de um fogo sobrenatural.

 

Senti-me confuso e deprimido ante tão superior Sabedoria, e maravilhava-me ao pensar em como podia ter adquirido estes conhecimentos. O estrangeiro, lendo meus pensamentos, disse: — Vejo que ainda não vos decidistes a respeito da espécie de ser humano em que me qualificar, mas asseguro-vos que não pertenço a nenhuma sociedade secreta, embora conheça os segredos de todas as sociedades semelhantes. Amanhã vos darei mais explicações. Agora, tenho várias coisas que fazer.

 

Tendes negócios? — perguntei. Desempenhais algum cargo público?

 

Querido amigo — respondeu-me o estrangeiro — quem é bom encontra sempre em que se ocupar, e fazer o bem é o emprego mais alto que o homem poderá desempenhar.

 

Dito isto, partiu, e não o vi mais durante quatro dias. No quinto dia, chamou-me pelo nome às quatro da manhã, pela janela do meu quarto, e me convidou para um passeio. Levantei-me, vesti-me e saímos. Contou-me, então, algumas coisas sobre a sua vida passada e, entre elas, que, por volta dos 25 anos, travara conhecimento com um estrangeiro, que lhe ensinou muitas coisas e lhe ofereceu um manuscrito que continha ensinamentos notáveis. Mostrou-me o manuscrito, e o lemos juntos. Eis aqui alguns extratos do mesmo:

'Novas ruínas descobertas do Templo de Salomão – Assim como a imagem de um objeto pode ser vista na água, do mesmo modo os Corações dos homens podem ser vistos pelos Sábios. Deus te bendiz, filho meu, e te permite publicar o que digo, para que, assim, aos homens sejas benéfico. Filius Vitis (Filho da Vida), um dos Irmãos mostrou-me o Caminho para os Mistérios da Natureza, mas durante largo tempo me absorvi nas ilusões que flutuam nas margens deste Caminho. Finalmente, convenci-me da inutilidade de semelhantes ilusões, e abri meu Coração de novo aos cálidos raios do Amor Divino, do grande Sol Espiritual.

 

 

 

 

Então, reconheci a verdade: que a posse da Sabedoria Divina [SOPhIa] tem mais valor do que a posse do que quer que seja; que o saber humano nada vale, e o próprio homem nada é, se não se converter em instrumento para a Sabedoria Divina. Esta Sabedoria, desconhecida para o sábio do mundo, é conhecida por algumas pessoas. Oceanos separam o país dos sábios daquele onde moram os néscios. Tal país não será descoberto enquanto os homens não acostumarem os olhos à radiação da Luz Divina. Ali, no Templo da Sabedoria, há uma inscrição que diz: 'Este Templo é sagrado pela contemplação das divinas manifestações na Natureza.'

Sem Verdade não há nenhuma Sabedoria, nem existe Verdade sem Bondade. A Bondade raramente se encontra no mundo. Por isto, freqüentemente, as verdades e a sabedoria do mundo não são mais do que loucuras.

Estamos livres de preocupações e, com os braços abertos, recebemos os que vêm até nós trazendo o Selo da Divindade. A ninguém perguntamos se é judeu ou pagão. Tudo quanto exigimos é que se mantenha fiel à sua Humanidade. O amor é o traço de união entre nós, e por ele trabalhamos em prol da Humanidade. Conhecemo-nos uns aos outros pelas obras, e quem possui a mais elevada Sabedoria é o maior entre nós. Nenhum homem pode receber mais do que merece. O Amor Divino e a Ciência são-lhe dados proporcionalmente à sua capacidade para amar e para saber.

A fraternidade dos sábios é eterna e absoluta. O Sol da Verdade Eterna Illumina o seu Templo. O cristal é aquecido pelo Sol e esfria-se quando afastado da luz: do mesmo modo, quando a mente do homem é penetrada pelo Divino Amor obtém Sabedoria; porém, se se afasta da Verdade, a Sabedoria se extingue. As sociedades secretas e sectárias perderam a Verdade, e delas a Sabedoria desapareceu. Amam aos que servem seus particulares interesses, e empregam fórmulas e símbolos de que não compreendem a significação. De filhos que eram da LLuz, converteram-se em filhos das trevas. O Templo de Salomão construído por seus antepassados foi destruído. Não existe dele pedra sobre pedra. A maior confusão reina em suas doutrinas. As colunas do Templo ruíram e, no lugar do santuário, rastejam agora serpentes venenosas. Se desejas saber a verdade ou não do que digo, empunha o facho da razão e entra nas trevas. Contempla o trabalho das sociedades secretas realizado no passado e no presente, e, agora, só verás egoísmo, superstição, crueldade e assassínio.

O número dos seres humanos que vive enterrado nas trevas é de milhões, mas o número dos sábios é pequeno. Vivem em diferentes partes do mundo, a grande distância uns dos outros, mas estão inseparavelmente unidos em espírito. Falam diversas línguas, mas todos se compreendem porque a língua dos sábios é espiritual. Opõem-se às trevas, e ninguém mal-intencionado poderá se aproximar da LLuz porque suas próprias trevas o destroem. Os homens os desconhecem. Dia virá que, movidos como por um impulso do dedo de Deus, em um momento destruirão a obra secular dos malvados. Não busques a LLuz nas trevas nem a Sabedoria nos corações dos malvados. Se te aproximares da verdadeira LLuz, haverás de A conhecer, e Ela Illuminará a tua alma.'

 

Estes são alguns extratos do manuscrito. Continha muitas notícias sobre os Irmãos da Cruz e da Rosa de Ouro. Não me é permitido falar de tudo quanto nele aprendi. Mas, em resumo, depreende-se que os verdadeiros Rosacruzes formam uma sociedade espiritual que nada tem a ver com as sociedades secretas do mundo. Não constituem uma sociedade, no sentido literal da palavra, porque não têm estatutos, nem regras, nem cerimônias, nem cargos, nem reuniões, nem nada do que estrutura as sociedades secretas. É certo grau de Sabedoria que converte um homem em Rosacruz.

 

Porque é um Iniciado compreende praticamente o Mistério da Cruz e da Rosa – a Lei da Evolução da Vida. Seu conhecimento prático transcende toda teoria e conhecimento intelectual. É inútil meditar sobre questões místicas que estão além do nosso horizonte mental. É inútil tentar penetrar nos mistérios espirituais antes de nos espiritualizarmos. O conhecimento prático supõe prática, e só pode ser adquirido pela prática. Para obter poder espiritual é necessário praticar as virtudes espirituais da Fé, da Esperança e da Caridade. A única maneira de chegar a ser sábio é cumprir, durante a vida, seu dever. Amar a Deus em toda a Humanidade e cumprir seu dever, eis a suprema sabedoria humana, emanada da Sabedoria Divina.

 

Na medida que aumentam o Amor e a Sabedoria, aumenta o Poder Espiritual que eleva o Coração e alarga o horizonte mental. Lenta e quase imperceptivelmente, abrem-se os sentidos internos, adquire-se maior capacidade receptiva, e cada passo para o alto dilata o campo de visão. Dignas de lástima são as sociedades e as seitas que tentam obter o conhecimento das verdades espirituais por meio da especulação filosófica, sem a prática da Verdade. Inúteis são as cerimônias, meras exterioridades, se não houver compreensão da sua significação oculta. Uma cerimônia nada vale; é mera ilusão e um impudor, se não expressar um íntimo processo da alma. O símbolo, pelo contrário, é facilmente compreendido quando a íntima vivência é real. A incompreensão do significado dos símbolos e as conseqüentes disputas e diferenças de opiniões demonstram que as diversas seitas perderam o poder interno e possuem unicamente a forma morta.

 

A religião das seitas e das sociedades secretas funda-se no amor e na admiração egoístas do eu pessoal. É certo que algumas pessoas generosas e desprendidas aí se encontram, mas a maioria espera obter benefícios, roga por sua salvação e age tão-somente mirando recompensas. Por isto, vemos o Cristianismo dividido em centenas de sociedades, seitas e religiões diferentes, muitas se detestando e procurando prejudicar umas às outras. Vemos o clero de todos os países ansioso de poder político e de servir os interesses da sua igreja. Perdeu de vista o Deus Universal da Humanidade, e colocou em Seu lugar o ídolo do eu pessoal. Pretende possuir poderes divinos e emprega sua influência na obtenção de benefícios materiais para a sua igreja. E, assim, o Divino Princípio de Verdade é prostituído todos os dias e todas as horas nas igrejas, convertidas em mercados. O Templo da Alma está ocupado por mercadores, o Espírito de Cristo está ausente.

 

Cristo – a LLuz Universal do Logos Manifestado, a Vida e a Verdade – está em toda a parte; não pode ser encerrado em uma igreja nem em uma sociedade secreta. Sua Igreja é o Universo e seu Altar o Coração de cada ser humano que recebe a sua LLuz.

 

O verdadeiro discípulo de Cristo não sabe o que é desejo egoísta. Não se preocupa com o bem-estar de outra igreja que não seja aquela, suficientemente ampla, que possa conter a Humanidade inteira, não lhe importando as diferentes opiniões. Nem se preocupa com a salvação pessoal, e muito menos espera obtê-la à custa de outrem. Sentindo o amor imortal, sabe que ele próprio é imortal, reconhecendo que na consciência de Deus mergulham as raízes do seu Eu individual. O verdadeiro Filho da LLuz harmoniza a vontade, o pensamento e o desejo com o Espírito Universal. Pôr o Ego receptivo à Divina Luz, executar a Sua Vontade e, deste modo, se converter em instrumento do Poder de Deus manifestado sobre a Terra, eis o único meio de adquirir a Ciência Espiritual e de se tornar um Irmão da Cruz e da Rosa de Ouro.

 

Fonte:

http://www.fraternidaderosacruz.org/cartarc6.htm

 

 

 

 

Três Comentários

 

 

 

Citação 1: O homem que, por meio de favores, pretenda obter o Saber Verdadeiro, esse que só se conseguirá pelo desenvolvimento espiritual, deixará de se esforçar no adiantamento e, ao aderir a sociedades secretas na esperança de o obter gratuitamente, sofrerá total desengano. Esta afirmação daria um livro, mas tentarei resumir meu entendimento sobre ela. Primeiro: o Saber Verdadeiro não pode ser comprado nem será alcançado por alguém meramente por estar afiliado a uma religião ou a uma fraternidade. Mais complicada a coisa se torna quando alguém dá de misturar Misticismo Iniciático com religião e/ou quando resolve se afiliar a diversas fraternidades, com a esperança de encontrar o que ainda não encontrou. Cuidado! Neste campo, mistureba não dá certo. Também, dízimos, óbolos, doações, mensalidades, contribuições, cumprimento de obrigações, beija-mãos, genuflexões et cetera não Illuminam ninguém. E Iniciações não podem simplesmente ser compradas, como se compra meia dúzia de bananas. Um Iniciador Verdadeiro, na realidade, não promete nada e sequer abre a Porta; apenas, por mérito, quando é o caso, por assim dizer, empresta a Chave. Cada qual, se puder, com a Chave emprestada, que se esforce para abrir a Porta. E por aí vai, em uma espiral sem-termo. Resumo: o fato definitivo e insubstituível é que a Verdadeira Iniciação só acontecerá em nosso Coração. Em um certo sentido, nós somos o Iniciador e o Iniciado. Por outro lado, respeitar as autênticas Fraternidades Místicas, sim, sempre. Respeitar os que Sabem, sim, sempre. Mas, depender ou esperar que as autênticas Fraternidades e os que Sabem sejam complacentes com as nossas misérias e limitações é esperança vã. Não serão. E não serão complacentes muito mais do que por não quererem ser complacentes ou por julgarem não ser conveniente a complacência. Simplesmente estão impedidos de ser complacentes. Todavia, na Santa Hora, a LLuz se fará para aquele que foi sincero e se esforçou. Uma coisa que precisamos saber: o que mais um Adepto deseja é que todos se tornem como Ele. Foi por isto, por exemplo, que Jesus, o Cristo, encarnou. Encarnou tão-só por nós, por puro Amor; não por Ele. Jesus encarnou, enfim, para que todos pudessem encontrar e reconhecer o Cristo em seus próprios Corações.

 

Citação 2: 'Aquele que se levantar cedo para ir buscar da Sabedoria não precisará ir muito longe: encontrá-La-á sentada defronte da sua porta.' Levantar cedo significa todos os dias. Sabedoria é a SOPhIa do Deus Interno – o Deus de nossos Corações. Sentada defronte da sua porta significa em nossos Corações. Não encontraremos nada que preste do lado de fora, seja em templos, seja em igrejas, seja onde quer que seja. Os próprios rituais ajudam, mas não efetivam. Só mergulhando em seu interior, em santa dignidade, sem querer ou pedir nada, o ser-no-mundo, talvez, encontre as respostas. E por que talvez? Porque ele só poderá ter acesso ao que merecer e ao que puder compreender. Seria fútil e inútil acessar uma incompreensibilidade, que, no limite, poderia até enlouquecê-lo. Por isto, sempre paciência. Como disse Jean-Jacques Rousseau (Genebra, 28 de junho de 1712 – Ermenonville, 2 de julho de 1778), em La Nouvelle Héloise: A paciência é amarga, mas seu fruto é doce. E Jean de La Fontaine (Champagne, França, 8 de julho de 1621 Paris, 13 de abril de 1695), em O Leão e o Rato: Paciência e tempo dão mais resultado que força e raiva. E, ainda, Johann Christoph Friedrich von Schiller (Marbach am Neckar, 10 de novembro de 1759 Weimar, 9 de maio de 1805): Só aqueles que têm paciência para fazer coisas simples com perfeição é que irão adquirir habilidade para fazer coisas difíceis com facilidade.

 

 

Paciência

Representação Artística de Paciência

 

 

Citação 3: Cristo – a LLuz Universal do Logos Manifestado, a Vida e a Verdade – está em toda a parte; não pode ser encerrado em uma igreja nem em uma sociedade secreta. O Cristo Cósmico se manifestou em Jesus, o Alto Iniciado. Nós, que não somos Iniciados, e, se somos, somos são tão pequenos que nem sombra fazemos, o que poderemos esperar, o que poderemos almejar? Penso que esperar e almejar sejam desejos e ilusões irrealizáveis; no mínimo, são retardantes, pois esperançar ou desejar ardentemente, em princípio, não levam a nada e não catalisam nada. A Lei sempre foi, é e sempre será: Ora. Lege. Lege. Lege. Relege. Labora et Invenies. (Ora. Lê. Lê. Lê. Relê. Labora e encontrarás). Esta máxima está gravada na 14ª prancha Mutus Liber, 1677.

 

 

 

Ora. Lege. Lege. Lege. Relege. Labora et Invenies.

 

 

Enfim, como advertiu o escritor latino da Roma antiga Publílio Siro (85 a.C. – 43 a.C.): Patientia animi divitias occultas habet. (A paciência traz, em si, um tesouro oculto ou a paciência é um tesouro oculto). Todavia, pacientar não é se resignar bestamente. Às vezes, pacientar é indignar-se. Santamente, sem odiar e sem se revoltar! E, se for o caso e se for necessário, poderemos e deveremos expulsar do templo os vendilhões. Jesus entrou no Templo, e expulsou (de lá) todos os que vendiam e compravam. E derrubou as mesas dos banqueiros e as cadeiras dos que vendiam. E disse-lhes: — Está escrito que a minha Casa será chamada Casa de Oração; mas, vós fizeste Dela um covil de ladrões. (Evangelho de Mateus, XXI, 12 e 13). Isto é se indignar santamente, sem odiar e sem se revoltar! Já, por exemplo, discutir e brigar no trânsito por causa de uma barbeiragem é se indignar estupidificantemente. Enfim, na Santa Indignação, a pressão arterial1 sistólica e a pressão arterial diastólica praticamente não se alteram.

 

 

Nível
Pressão Sistólica
(mm Hg)
Pressão Diastólica
(mm Hg)
Pressão arterial normal
Abaixo de 130
Abaixo de 85
Pressão arterial normal alta
Entre 130 e 139
Entre 85 e 89
Hipertensão leve
Entre 140 e 159
Entre 90 e 99
Hipertensão moderada
Entre 160 e 179
Entre 100 e 109
Hipertensão alta
Entre 180 e 209
Acima de 110 e 119
Hipertensão severa
Maior ou igual a 210
Maior ou igual a 120

 

 

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Nota:

1. A pressão arterial é a força que o fluxo sangüíneo exerce nas artérias. Através de sua medição, dois valores são registrados: o maior, quando o coração se contrai bombeando o sangue (pressão sistólica), e o inferior, quando o coração relaxa entre duas batidas cardíacas (pressão diastólica). Hipertensão arterial ou pressão alta ocorre quando a pressão sistólica em repouso é superior a 140 mm Hg ou quando a pressão diastólica em repouso é superior 90 mm Hg ou ambos. Entretanto, uma medida isolada com valores altos de pressão arterial não significa que a pessoa tenha hipertensão arterial.

 

Música de fundo:

Lost Horizon
Composição: Burt Bacharach & Hal David
Interpretação: Shawn Phillips

Fonte:

http://beemp3.com/

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.uned.es/geo-1-historia-antigua-universal
/NOTICIAS/AKHENATON_Y_EL_MONOTEISMO.htm

http://www.wnybooks.com/
stb/sing_along.html

http://emedix.uol.com.br/
doe/car001_1g_hipertensao.php