É
bom ter um certo conforto físico, mas, exagerar neste conforto, atribuir
grande importância a ele, é estar com a mente sonolenta. Assim,
quando a mente está apegada a qualquer espécie de conforto
– por exemplo,
a um hábito, a uma crença ou a determinado lugar a que chama
"minha casa" –
começa a dormir. A mente que é muito ativa, alerta e vigilante
nunca se apega ao conforto; para ela, luxo nada significa. Enfim, o importante
é sermos interiormente muito simples, muito austeros, quer dizer,
não termos uma mente entupida de crenças, de temores e de
desejos inumeráveis, porque só então a mente será
capaz de pensar, de explorar e de realmente descobrir. [In:
A Cultura e o Problema Humano (título do original: This
Matter of Culture), de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
A
felicidade é uma coisa que não se encontra na esfera da consciência.
Portanto, buscar a felicidade é absurdo, porque só poderá
haver felicidade quando não mais a buscarmos. Pode-se cultivar a
humildade? Se, todas as manhãs, repetíssemos "serei humilde",
isto seria humildade? Ou a humildade surge, espontânea, quando já
não há mais orgulho, vaidade? Da mesma maneira, quando desaparecem
as coisas que impedem a felicidade, quando a ansiedade, a frustração,
a busca de segurança própria, deixaram de existir, há,
então, felicidade, e não é necessário procurá-la.
[Ibidem.]
Se
meramente aceitarmos o ambiente em que vivemos, se admitirmos as coisas
como são, se não nos revoltarmos, haverá, em nós,
sim, uma espécie de paz, mas, é a paz da morte. Todavia, se
lutarmos para romper o ambiente e descobrir por nós mesmos o que
é verdadeiro, encontraremos, então, uma paz de ordem diferente,
a qual não será mera estagnação, mera resignação,
mera submissão, mera inatividade, mera paralisação.
Se buscarmos a paz pela mera aceitação do ambiente em que
vivemos e pela mera admissibilidade das coisas como são, ficaremos
dormindo, e, neste caso, tanto vale estar vivo como morto. [Ibidem.]
—
Disseram-me para sempre aceitar,
e eu, zumbi-submisso, aceitei.
Disseram-me para nunca perguntar,
e eu, zumbi-submisso, jamais perguntei.
Disseram-me
para que me amoldasse,
e eu, zumbi-submisso, me amoldei.
Disseram-me para acreditar,
e eu, zumbi-submisso, acreditei.
Disseram-me
para jamais duvidar,
e eu, zumbi-submisso, nunca duvidei.
Disseram-me para ajoelhar,
e eu, zumbi-submisso, ajoelhei.
Disseram-me
para a mão beijar,
e eu, zumbi-submisso, a mão sempre beijei.
Disseram-me para me conformar,
e eu, zumbi-submisso, me conformei.
Disseram-me para me resignar,
e eu, zumbi-submisso, me resignei.
Disseram-me para não contestar,
e eu, zumbi-submisso, não contestei.
Disseram-me para não me sublevar,
e eu, zumbi-submisso, não me sublevei.
Disseram-me para não questionar,
e eu, zumbi-submisso, não questionei.
Disseram-me para apoiar,
e eu, zumbi-submisso, apoiei.
Disseram-me para concordar,
e eu, zumbi-submisso, concordei.
Disseram-me para nele votar,
e eu, zumbi-submisso, nele votei.
— E o tempo foi passando...
E
o inverno foi chegando...
E
a noite foi esfriando...
E
o gelo foi se formando...
E eu, zumbi-friorento,
com frio, fui avelhentando...
— E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre aceitando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi nunca perguntando...
E
eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre me amoldando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre acreditando...
E
eu, zumbi-pau-mandado,
vivi nunca duvidando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre ajoelhando...
E
eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre a mão beijando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre me conformando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre me resignando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre não contestando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre não me sublevando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre não questionando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre apoiando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre concordando...
E eu, zumbi-pau-mandado,
vivi sempre nele votando...
E assim, zumbi-pau-mandado,
sempre fiz o que me mandaram...
— E, como um zumbi-babaca
de Hell Street,
aparentemente livre estava,
mas, zumbi-cativo vivi,
aparentemente vendo estava,
mas, zumbi-cego vivi,
aparentemente ouvindo estava,
mas, zumbi-surdo vivi,
aparentemente falando estava,
mas, zumbi-tartamudo vivi,
aparentemente despreocupado estava,
mas, zumbi-atormentado vivi,
aparentemente independente estava,
mas, zumbi-sem-vontade-própria vivi,
aparentemente
autônomo estava,
mas, zumbi-inocente-útil vivi,
aparentemente
equilibrado estava,
mas, zumbi-alienado vivi,
aparentemente vivo estava,
mas, zumbi-morto-vivo vivi.
Aparentemente,
em paz eu estava,
mas,
foi na paz da morte
que vivi.
Música
de fundo:
Zombie Sound
Effects
Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=wg8u3AQj1Ac
Páginas
da Internet consultadas:
http://clipart-library.com/sad-man-gif.html
https://www.mathworks.com/
http://blog.willdotadams.co.uk/
http://photobucket.com/gifs/old%20man%20cane
http://rebloggy.com/
https://aminoapps.com/
https://giphy.com/
https://plus.google.com/1096591520
58408797294/posts/jZX4egaNtuF
http://photobucket.com/gifs/happy%20new
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