PENSAMENTOS DE ZIRALDO

 

 

 

Ziraldo

Ziraldo

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Texto

 

 

 

Este texto é uma pequena coletânea dos pensamentos do pintor, cartazista, jornalista, teatrólogo, chargista, caricaturista e escritor Ziraldo – um artista cuja obra está no DNA da cultura brasileira.

 

 

Nota Biográfica

 

 

 

Ziraldo

Ziraldo

 

 

 

Ziraldo Alves Pinto (Caratinga, Minas Gerais, 24 de outubro de 1932), é um cartazista, chargista, pintor, dramaturgo, escritor, desenhista e jornalista brasileiro. Criador de personagens famosos, como o Menino Maluquinho, é, atualmente, um dos mais conhecidos e aclamados escritores infantis do Brasil.

 

Ziraldo passou toda a infância em Caratinga, indo concluir seus estudos no Rio de Janeiro, em 1949. Seu talento no desenho já se manifestava desde essa época, tendo publicado um desenho no jornal Folha de Minas com apenas 6 anos de idade.

 

Ganhou notoriedade ao se estabelecer na revista O Cruzeiro e posteriormente no Jornal do Brasil. Seus personagens (entre eles Jeremias, o Bom; a Supermãe e o Mineirinho) conquistaram os leitores.

 

Em 1960, lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, Turma do Pererê, que também foi a primeira HQ a cores totalmente produzida no Brasil. Embora tenha alcançado uma das maiores tiragens da época, Turma do Pererê foi cancelada em 1964, logo após o início do Regime Militar no Brasil. Nos anos 70, a Editora Abril relançou a revista, desta vez, porém, sem o sucesso inicial.

 

Ziraldo foi fundador e posteriormente diretor do periódico O Pasquim, tablóide de oposição ao Regime Militar, uma das prováveis razões de sua prisão, ocorrida um dia após a promulgação do AI-5.

 

 

 

Pensamentos de Ziraldo

 

 

 

Ler é mais importante do que estudar.

 

 

O Menino Maluquinho

 

 

Livro: gênero de primeira necessidade.

 

Adulto vive tendo saudades da vida que passou. Criança tem saudades do futuro.

 

O livro é o alimento da alma.

 

 

 

O jovem pai chegou ao pediatra, bastante aflito, com uma criança no colo: — Doutor, meu filho está com seis meses e não abre os olhos!

O médico examinou bem, virou-se pro rapaz, e falou: — Quem deve abrir os olhos é o senhor, meu amigo. Isso aí é filho de japonês.

 

O que tentei foi fazer exatamente uma transposição de linguagem: dizer com caricaturas o que Drummond disse com palavras.

 

Lá no fundo do sertão, o casalzinho namorava sentadinho no banco, na porta da cafua. No céu, uma Lua linda, os dois, sem assunto, sentados ali, um ao lado do outro, caladinhos. De repente, o Zé vira pra Maria e fala: — No que que ocê está pensando, Maria?

— No mesmo que ocê, Zé.

E o Zé, com um sorriso maroto: — Ocê é indecente, hem!

 

Todo equívoco humano é satirizável. Enquanto houver ser humano com suas carências, inseguranças e dúvidas, haverá sátira.

 

Tá lá o velho morrendo. De repente, ele chama o filho e diz: — Meu filho, tou sentindo um cheiro de pão de queijo.

— Mas é pão de queijo mesmo pai. (Essa se passa em Minas Gerais, é bom explicar.)

— É sua mãe que tá fazendo, filho?

É, pai.

Ah, meu filho, ninguém faz um pão de queijo melhor no mundo. Que cheirinho bom, meu Deus. Que saudade me dá, meu Deus. Vai lá na cozinha, meu filho, vai. Vai lá e traz uns pãodequeijim pra mim.

Vou, meu pai.

Uns minutos depois, e o rapazinho volta sem pão de queijo.

Cadê, meu filho?

Mamãe não quis dar.

Por quê?

Diz ela que são pro velório.

 

Quem pensa que Deus é brasileiro pode estar certo: Ele se mudou.

 

No Brasil, homem público é o masculino de mulher pública.

 

Conseguimos a vitória que é a Democracia, mas, não é só isso que precisamos.

 

Todos os canalhas foram crianças infelizes.

 

Engraçado: o telefone deu certo no mundo inteiro. No Brasil, não pegou.

 

Escrever é a arte mais difícil de se desenvolver.

 

O importante é motivar a criança para leitura, para a aventura de ler.

 

Só jogue no rio ou no mar o que o peixe pode comer.

 

 

Cagalhão não se joga nos rios ou nos mares
(para quem não sabe, cagalhão é uma baita
maçaroca de bosta de consistência sólida, e
aquático que se preza não come cagalhão)

 

Quem mostrou a bunda em Caras jamais mostrará a cara em Bundas.

 

Não fossem os amigos de infância e o espelho, a gente nunca saberia que está ficando velho.

 

Quando se tem 20 anos, a gente vive querendo saber quem transa com as garotas de 20. Aos 30, descobre.

 

Millôr Fernandes: Ele foi um grande filósofo brasileiro. Ele fazia uma piada, mas nunca fazia uma piada barata, não era um trocadilho, era uma coisa profunda.

 

Tenho uma tese: uma criança feliz vai gerar, no futuro, um adulto legal.

 

A anedota é um bom caminho para se entender as pessoas.

 

A família brasileira não lê. Nós temos a Internet, que pode ser a fonte da vida e do conhecimento, mas, o computador é usado como brinquedo. Muitos pais não percebem, mas seus filhos se tornaram idiotas.

 

Bote um livro na mão do seu filho e ensine o domínio da leitura. Se ele não dominar isso, só vai dar certo se souber jogar futebol ou dar porrada muito bem para entrar nesse UFC.1

 

Liguei a TV de madrugada outro dia e vi dois seres se esfregando. Achei que fosse pornografia. E aí o chão começou a se encher de sangue, como se tivesse rompido o hímen. Só depois percebi que era essas lutas.

 

Não tenho um talento como o de Thalita Rebouças ou da autora do Harry Potter. Eu parto de uma idéia simples, como uma ilustração, e tento fechá-la com chave de ouro, como fazia quando trabalhava no marketing.

 

O livro é o objeto mais perfeito da História da Humanidade. Você carrega a História em suas mãos, sente o cheiro do papel. O tempo que você vira uma página é um tempo que percorre na História. O livro contém vida, e isto não pode ser substituído por algo frio e digital.

 

Os tempos e as tecnologias podem mudar, mas a criança não muda nunca.2

 

Ser criança é brincar muito, aventurar-se, descobrir, viver essa fase maravilhosa de nossas vidas.

 

Desde que nasci, isto é, desde quando tenho consciência de minha existência, desenhava em todos os lugares: na calçada, nas paredes, na sala de aula. Posso afirmar que a minha infância foi muito boa. Rodei pião, joguei bola de gude. Achei ótimo brincar de cabra-cega, pular carniça (brincadeira também chamada de pula-sela), soltar pipa. Tudo por minha conta. Foi um barato! Fui muito feliz; se tivesse sofrido um pouquinho mais, tava aí escrevendo romances poderosos.

 

No meu tempo de criança não existiam essas comemorações. Todo dia era o "Dia da Criança".

 

Os tempos mudam, e cada geração há de criar sua própria forma de felicidade que, no futuro, vai achar melhor do que a que as gerações de seus filhos estarão vivendo.

 

Cada época com seus usos, cada roca com seus fusos. Bons foram os tempos do meu avô, quando um menino sabia o que eram fusos. Só que não sabia o que era 'chip'... O mundo mudou, mas os jovens são os mesmos. É só dar uma boa causa, que eles vão fundo. O que está faltando aí é uma boa causa; todo mundo está entorpecido pelo consumismo.

 

A pior postura do homem é o comodismo. Tem uma frase do Cervantes, do "Dom Quixote", em que ele diz que seu repouso é em um campo de batalha. Comigo é por aí.

 

O Batman e o Capitão América eram os meus amigos na infância.

 

Comecei a comprar gibi adoidado, comprava tudo. Isso apesar de a Igreja Católica ser ortodox[íssim]a na época, e proibir a leitura de gibi, porque dispersava os conhecimentos da Bíblia.

 

O segredo da vida é viver intensamente as energias.

 

A Internet só serve a quem tem curiosidade, buscando. Se você não tem nada a procurar, não tem curiosidade de ir além, a informação pela informação é inútil. Conversa-fiada.

 

O PT se deixou contaminar, então, larguei; agora sou PSOL. Eles ainda não se contaminaram; vamos ver o que acontece. Eles ainda têm pureza política; o PT virou só mais um partido. Mas, já foram a coisa mais importante que aconteceu na ditadura. Criou essa figura do Lula – esse fenômeno.

 

Acho o Lula um Ali Babá e seus aloprados, uma turma absolutamente descartável. Com um peteleco, o Brasil se livra deles. Agora, os herdeiros das capitanias hereditárias, esses são imbatíveis. Jamais nos livraremos deles. Como o Lula não é o representante direto dessa raça, tenho muito mais simpatia por ele que pelos amigos do FHC.

 

Estou arrastando um pouco o pé, e temo que isto desperte compaixão. Quando chego ao aeroporto e vejo todo mundo me olhando, dou uma parada, encho o peito e ataco de Jonh Travolta. Chego morto de cansaço no táxi, mas o cara que me vê, fala: 'Olha lá, o Ziraldo parece o Jonh Travolta'.

 

Artista tem que fazer arte, e burocrata tem que burocratar. Não pode colocar médico no Ministério da Saúde. Tem que colocar um bom administrador.

 

A gente chega aos 80 anos com o mesmo susto que a gente chega ao Natal. Em janeiro, você começa o ano; em outubro você vê o primeiro Papai Noel, e pensa: 'meu Deus, já é Natal?'

 

Descobri hoje uma frase antológica: 'A Natureza seria realmente sábia, se a cabeça do homem envelhecesse junto com o corpo. Isto é o que deveria acontecer.'

 

Só existe um medo no mundo: o medo da morte.

 

É preciso viver com muita intensidade para não ficar com conversa boboca.

 

Velho fissurado é velho que não viveu a vida. A cabeça do homem deveria envelhecer junto com o corpo. Igual o Oscar Niemeyer.

 

'Eu ainda hei de comer essa moça'. Isso é a coisa de velho cafajeste.

 

A probabilidade de eu fazer 100 anos é mínima. Só 10% dos caras que faz 80 anos chega aos 90. No cemitério, só tem cara que morreu com 84, 85.

 

Pergunta da repórter: — Você é um homem conservado. É vaidoso? Acha que aparenta a idade que tem?

Ziraldo: — Conservado é a puta que te pariu. Mas, menina, eu era muito bonitinho, e nem sabia.

 

A diferença entre uma criança e um velho, é que o tempo da criança passa muito depressa, mas os anos passam muito devagar. Você demora uma eternidade para fazer 17. Aí quando você faz 80, os dias custam a passar, mas, os anos passam numa velocidade incrível.

 

Se alguém fala: "Oh, Ziraldo, seu trabalho é uma bosta". Eu respondo: "Ah, vai pra puta que te pariu. Como é que meu trabalho é uma bosta?"

 

Eu tenho a solução para a educação brasileira. O que está errado é o ensino fundamental. A coisa mais importante é colocar livro nas mãos das crianças. Elas têm que ler, escrever e contar. A sociedade toda deve se mobilizar para que a leitura seja como respirar. O sujeito analfabeto não arranja emprego. Hoje, a forma de vencer na vida é se jogar bem futebol ou lutar nesta merda que inventaram agora [UFC]. O cara que não sabe ler é um aleijado, um deficiente físico. Vamos parar de ensinar besteira. Agora tem esse negócio de promoção automática. Ora, criança não é cabo, sargento; não tem que ser promovida.

 

Xuxa deveria incentivar mais a leitura. Mas nunca se esforçou para isso.

 

A escola deve optar pelo ensino da palavra, fazer a criança descobrir que palavra não é grunhido.

 

A História da Humanidade mudou com a invenção do tipo móvel. O que é chamado de invenção da imprensa, por Gutemberg, foi, apenas, isto: fazer um carimbinho para cada letra e juntar este carimbo para levar ao prelo. Uma pequena idéia que mudou a História da Humanidade. O livro saiu dos conventos e foi para a rua. Em quinhentos anos, o ser humano – que não conseguia se mover a não ser andando, desde que começou a andar a pé (põe milhares de anos nisso) chegou à Lua. Tudo porque o livro foi para a rua. A chamada revolução tecnológica, centrada na Internet, vai mudar o mundo na mesma medida. É um marco igual, em minha opinião. De futuro e conseqüências inimagináveis.

 

A escola fundamental brasileira deveria ensinar quatro coisas às crianças, até que elas estivessem equipadas para receber o ensino curricular. As quatro coisas são: ler, escrever, contar e entender o que é ser cidadão. O resto, a vida, o ginásio e a universidade, ensinam. O Brasil devia decidir o seguinte: a partir de hoje, nenhuma criança brasileira cresce sem dominar esses quatro aspectos. No final do século, não teríamos um só analfabeto no Brasil. E teríamos um povo capaz de escolher com lucidez o seu destino.

 

 

 

 

A criança deve ler de tudo: livros de histórias, livros que contam casos, gibis etc. Tudo que possa despertar a curiosidade das crianças para a vida e para o mundo. Livros! Qualquer livro!

 

Duas cadeiras fundamentais na escola, em minha opinião: Formação das Palavras e Gostar de Ler.

 

Toda criança grande é um imbecil. Um irresponsável. Bons momentos mesmo são os da vida adulta. Por isso, é preciso viver com intensidade para, quando velho, não ficar se lamentando: falta isso, falta aquilo. Se tivesse comido as mulheres que podia nos bares certos, o Itamar não ficava naquela fissura no camarote.

 

Se a Pfizer tivesse feito uma pílula para a libido em vez de um remédio para ereção [Viagra® = Citrato de Sildenafila] ia ficar dez vezes mais rica. Está cheio de velho aí que simplesmente não quer sexo. Dá muito trabalho; mexe com a rotina. E quem já usou sabe: sem estar a fim, a pílula azul não funciona. Mas, é claro, se a mente continua jovem, o aspecto físico não há como ignorar. Eu mesmo estou com falência múltipla dos órgãos.

 

 

 

 

Ter 80 anos é algo que a gente só entende quando chega lá. Não adianta livrinho.

 

Hoje, quando eu vejo umas fotos minhas dos 40, percebo: porra, eu era mesmo bonito. A viúva sabia... Foram 49 anos de convivência diária. Vida que segue... Casei com minha prima e atual mulher. Filha de um tio que foi muito importante para mim: ele me levou à zona pela primeira vez, em Caratinga, Minas Gerais, em completa segurança e respeito. Depois, no Rio, conheci as francesas da Lapa.

 

Eu trabalho a rejeição mal pra burro. Sempre fui muito exibido: saía do trabalho, ia para a vida. Fui jurado de tudo que é festival. O povo aplaudia calorosamente, mas, me lembro de uma vez em que um sujeito ficou sério e não aplaudiu. Isso me deixou arrasado; eu precisava saber o porquê, e nunca soube. Agora, estou numa fase de aceitação. Não tem ninguém falando mal de mim.

 

Em um País que tem 90% de analfabetismo funcional,3 o pessoal devia era estar preocupado em fazer uma revolução em que nenhuma criança cresça sem aprender a ler, escrever, contar e interpretar.

 

Não sou 'workholic',4 não. Gosto de fazer o que faço.

 

A Internet é um antro de débeis mentais. A Internet vai mexer mais com o mundo do que a imprensa – de uma maneira extraordinária, fantástica. Hoje, não há uma informação que você procure que não esteja na Internet! É inacreditável, uma coisa absurda. Mas, o mau uso que fazem da Internet é o mau uso que a Humanidade faz da vida. A Humanidade não sabe viver direito! A maioria dos seres humanos quer comprar feito. Não cria nada.

 

O mundo caminha por causa dos cinco por cento que estão preocupados com o próximo, com o mundo, com o futuro.

 

Não se deve deixar o computador no quarto do filho de jeito nenhum! O computador tem de ficar em um lugar onde todo mundo passa. Porque você não sabe com que companhia o seu filho está andando. Acontece que – de madrugada – metade do mundo está acordada.

 

Sua posição de achar que os direitos são iguais e que capacidade igual tem de ter a mesma remuneração, toda essa consciência de como deve ser esta convivência perfeita, você chega a ela pela razão, não pelo instinto.

 

Se dois homossexuais querem viver juntos, sejam mulheres ou sejam homens, têm todo o direito. Os dois têm direito a todos os benefícios de uma união equivalente ao casamento, mas deveria se chamar “união legal”. Sou a favor de “união legal” de homossexuais. Claro! Total e completamente. Mas não chamem de casamento. Porque não é casamento!

 

Aracy de Almeida era namorada de Fernando Lobo. Um dia, numa boate, ela passou diante de uma mesa em que estava Fernando Lobo, que a havia abandonado. Fernando Lobo disse: — Olá… Aracy parou e disse: — Não sou mulher de olá.

 

No Brasil, os escritores que escrevem para crianças são tão importantes – ou mais – do que a maioria dos escritores que escrevem para adultos. O Brasil tem o elenco de escritores para crianças mais importante do mundo.

 

Somos todos iguais, cheios de problemas, dificuldades, dores na coluna e carências afetivas.5

 

A obra tem duas pontas: a feitura e o entendimento. Uma obra só fica pronta quando o decodificador a “decifra”.

 

Todo dia eu tenho uma idéia para salvar o mundo. Todo dia! No princípio, elas me angustiavam – “meu Deus, não há nada que eu possa fazer” – mas, hoje, isto não acontece mais. Eu sei, meu Deus, que não há nada que eu possa fazer.6

 

Eu não sou daqueles caras que dizem “como eram bons aqueles tempos em que a gente era criança”. Não tem nada disso. O que os meninos têm hoje para brincar e alimentar a fantasia é fantástico. Naquela época, você tinha que inventar seus próprios brinquedos,7 e nenhum fascinava tanto como os jogos de hoje. O ser humano pode ser feliz em qualquer lugar, em qualquer época. E é sempre bom ser criança, sempre, sempre...

 

Velho de 80 anos é sinônimo de ancião. Eu sou velho, que coisa impressionante!

 

A mágica que eu inventaria seria assim: qualquer pessoa que tivesse problema, eu “tum”, resolveria.

 

O futuro é feito de muitos “hojes”. Hoje é hoje, amanhã vai ser hoje, depois de amanhã vai ser hoje. Todo dia que nasce é hoje para você. Você tem de ser feliz hoje, para ser feliz a vida inteira.

 

Eu queria viver a história dos meninos dos planetas... Passear por todos os planetas, convivendo com os amigos em todos eles.

 

O que salva [a educação] é o heroísmo de alguns professores. Mas, uma educação que precisa de heróis está perdida. E não é só salário. A classe é muito mal assistida pelo Governo. Não há congresso ou incentivo para reciclar o conhecimento. O ENEM [Exame Nacional do Ensino Médio] deveria avaliar o professor, não o aluno.

 

Bullying8 é uma importação dos americanos. A sociedade brasileira não tem esse tipo de intolerância racial. E você demonizar o cara que fica gozando do outro também não é bom; fica aquele negócio da autoridade defendendo o cagão. Todas as pessoas que conheci de muito sucesso foram molestadas na escola – Caetano Veloso, Lobão, todo mundo. Você vai arrumar proteção pro cara que se deixa ser sacaneado? Deixa ele se virar!

 

Gosto de inquietar adultos acomodados...

 

Nosso povo está sendo esvaziado pelo consumismo, pelo imediatismo, pelo comprar pronto. Ninguém quer criar, inventar, escolher o próprio caminho.

 

Um dos caminhos para tornar um país melhor é fazer dele um país de leitores.

 

Eu acho que eu faço um livro cúmplice; eu não faço um livro adulto dizendo a criança como ela deve ser. Eu faço um livro como se eu também fosse um menino, então, a criança se identifica com o personagem... E é assim que se deve escrever para crianças, colocando-se no lugar delas.

 

Parece até que sou uma porção de coisas, mas eu sou só isso: um cara que desenha e escreve com humor.

 

A Internet é a porta da igreja, no mau sentido. Por que o cachorro entra na igreja? Porque a porta está aberta. Por que o idiota entra na Internet? Porque ela abre a porta para todo mundo, e como tem muito idiota no mundo, ela está cheia. Mas, é a maior dádiva que foi dada ao ser humano, mais do que a gráfica de Gutemberg. Não há informação que não esteja ao seu alcance numa velocidade impressionante. Só tem lado bom, o que atrapalha são os idiotas.

 

Para estimular a leitura entre crianças e adolescentes, leia com eles. Discuta o livro que está lendo, leve-os para museus, livrarias, encha a casa de livros. Você não sabe que papo bom têm as crianças.

 

Os caras querem esta tal lei de imprensa para fazer a chamada censura branca. A retirada da biografia do Garrincha das livrarias prova que não precisa lei de imprensa. As pessoas que se sentiram ofendidas ou com direitos sobre a imagem do Garrincha utilizaram a justiça comum. Pode-se até achar que o juiz julgou mal, mas com essa lei, este tipo de juiz filho-da-puta e repressor, vai ter mais força ainda. Nos EUA, a 1ª Emenda da Constituição deles diz que não se fará leis sobre liberdade de expressão.

 

Algumas escolas e creches usam o nome O Menino Maluquinho sem autorização, mas, eu me sinto lisonjeado quando isso acontece. Inclusive, há uma escola em Montevidéu, no Uruguai, que leva o nome de Ziraldo. Este é o maior orgulho da minha vida. O que me incomodaria é se ninguém ligasse para o que eu faço depois de mais de quarenta anos de trabalho. Isso, sim, me deixaria magoado.

 

Existe uma diferença entre a mãe do interior e a mãe urbana. A interiorana prepara o filho para ser mais independente e batalhar a própria vida; já a urbana é mais possessiva.

 

Eu não sou propriamente contra a interpretação de textos nas escolas, mas, sim, a maneira como a coisa é administrada. Um texto possui várias leituras subjetivas, e o que geralmente ocorre nas escolas é que as respostas do livro do professor não oferecem flexibilidade suficiente, o que torna a coisa um verdadeiro absurdo. Por isto, eu digo às professoras: se querem que as crianças apreciem a leitura, esqueçam os exercícios de interpretação de texto.

 

É preciso se colocar na situação do outro antes de estabelecer qualquer julgamento severo em relação a ele, e, em se tratando de crianças, isto é fundamental. O Carlos Drummond inventou um verbo ótimo para estas situações: "outrar".

 

Eu envelheci vendo as novas gerações sendo impactadas com uma porrada atrás da outra. A capacidade de adaptação do ser humano ao novo é uma coisa impressionante... Não há limite para a adaptação humana. O que muda é o que está à volta do homem. Em essência, continuamos os mesmos.9

 

Quando não havia promoção automática, a escola tinha disciplina. Isso foi abandonado para tentar evitar a evasão. Mas não funcionou! O Governo deveria proibir o aluno de passar de ano antes que fosse comprovado que ele aprendeu a matéria.

 

Hoje, é preciso ter ‘professora maluquinha’, professora heróica. Eu conheci muitas, mas é a minoria. Sem professora heróica, o ensino básico não é nada. E isso tá errado. Se é preciso ter heroísmo, é porque o ensino básico está muito errado.

 

Um povo que não sabe ler não consegue nem votar. Mas tem professor do ensino básico que nunca leu um livro inteiro.

 

Eu tinha caderno de caligrafia! Mas, agora, caderno de caligrafia é brega. E aí a gente vê R maiúsculo no meio da palavra!

 

 

 

 

Vai muito dinheiro para a universidade e pouco para o ensino básico. E olha que nem são todas as universidades públicas que são boas. A de Cuiabá é terrível. Mas, realmente, as universidades recebem demais. O aluno custa dez vezes mais na universidade pública do que na particular. Quem sabe agora, com esse dinheiro que o Governo vai colocar no ensino básico [FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação], não melhora? Mas, é preciso saber aproveitar esse dinheiro, dar ênfase no ensino dos fundamentos. É preciso fazer como a Coréia [do Sul], que gasta muito com a educação básica. Todo mundo sabe que foi por causa disso que a Coréia foi pra frente. E no Brasil não se faz nada disso.

 

As piores escolas que eu vi foram no Nordeste, com certeza. O Nordeste é terrível. Tem escola que tem cem professores para cada aluno. É cabide de emprego.

 

No Brasil, tudo está por ser feito. Então, é preciso ter cuidado com o que se faz e o que se diz. Não se pode mentir ou enganar, pois se está falando com pessoas que estão ainda criando um País. A responsabilidade do cidadão existe como ser humano e não especificamente como escritor. Eu sempre carreguei bandeiras, como contra a ditadura militar, contra o Fernando Henrique, contra o Bush, contra a globalização, contra a corrupção, contra o desmatamento, contra a poluição das águas e por aí vai. Quando virei autor de Literatura Infantil, descobri que um artista, em um país como o Brasil, acaba fazendo de seu trabalho uma forma de missão. Escrever livros para um país sem leitores é meio complicado. Temos que tentar mudar este panorama. Acho que um dos caminhos para um país melhor é fazer dele um país de leitores. E é o que eu tento fazer.

 

Sempre desejei e continuo desejando um mundo melhor. Acho que, no mundo ideal, a criança seria o centro de preocupação da sociedade. Um mundo de crianças felizes seria o mundo do futuro sonhado.

 

Não tenho medo de nada; nem do ridículo.

 

 

 

 

 

 

Ode em Treze Versos

 

I

 

Digo eu, e digo assim:

Sujeitar-se é clownesco;

 

II

 

Como um ângulo reto,

o Ziraldo está correto.

é ler e bem decodizar.

 

III

 

O que é bem decodizar?

É ler sem pré-qualificar,

ante[pro]pondo Dialética

 

IV

 

Um tiquinho só não dói;

qualquer feito compensa;

a modorra só imprensa.

 

V

 

O Trabalho e a Paciência

são as Chaves da Ciência.

Para podermos nos libertar,

nós teremos que cavoucar.

 

VI

 

E o bom cavouco Illumina,

e mostra o Mapa da Mina;

Mapa que está no Coração;

 

VII

 

Todavia, evite o chabouco,

para não subsistir amouco.

Todo malfeito será desfeito,

pois, in Corde, é mal aceito.

 

VIII

 

Temos que compreender,

e urge expugnar o não-ser.

A alforria é já, não quando!

 

IX

 

Daí, só prazerar cheirando

– qual o Touro Ferdinando10

poderá desencadear alergia,

e não manumite da maresia!

 

X

 

Jacaré que dorme na água

vira bolsa da mãe-d'água!

Vira-bosta que não se vira

acaba paparoca de caipira!

 

XI

 

Com didática e carinho,

expliquei tudo direitinho.

Quem não compreendeu,

ore a São Judas Tadeu!

 

XII

 

Não pense que ele fará

ou que, por dó, desfará.

Quem deve mutar é você,

desde o ABC até o XYZ.

 

XIII

 

E não comece pelo XYZ;

primeiro A; depois B e C.

Não desista; meta bronca.

Não alveja quem enconca!

 

 

 

Não desista; meta bronca.
Não alveja quem enconca!

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. O Ultimate Fighting Championship (UFC) é a maior organização de artes marciais mistas do mundo. Inspirado por torneios de vale-tudo de origem brasileira, é atualmente comandada pela Zuffa Entertainment. Lutadores de Mixed Martial Arts, MMA como o esporte é conhecido, praticam diferentes artes marciais, tais como jiu-jitsu brasileiro, boxe, wrestling, muay thai, judô, karatê, tae kwon do, entre outras.

2. Aqui, não concordo com Ziraldo. Claro que as crianças mudam; como tudo, as crianças sempre mudaram e continuarão a mudar. Por exemplo, há algum tempo, têm nascido na Terra crianças-índigo e crianças-cristal, que possuem habilidades sociais mais refinadas, maior sensibilidade e desenvolvimento profundo de questões ético-morais, ainda que o sistema de classificação crianças-índigo e crianças-cristal seja rejeitado por conselhos de Pediatria e especialistas em educação infantil. As crianças-índigo são também comumente associadas à Geração Y (crianças de meados da década de 1970 até meados da década de 1990) sendo sucedida pela Geração Z (crianças nascidas de 1990 até 31 de dezembro de 1999 – geração que corresponde à idealização e nascimento da World Wide Web, também conhecida como Web e WWW). Enfim, como disse o poeta, romancista, músico e dramaturgo Rabindranath Tagore (7 de maio de 1861 – 7 de agosto de 1941), cada criança ao nascer, nos trás a mensagem de que Deus não perdeu as esperanças nos homens. Se isto é assim ou não é, não importa; mas, supondo que seja, como Deus iria fabricar hoje crianças macacudas e peludas semelhantes às que criou na Idade da Pedra?

 

 

 

 

3. Analfabeto funcional é a denominação dada à pessoa que, mesmo capacitada a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, sentenças, textos curtos e os números, não desenvolve habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas. Também é definido como analfabeto funcional o indivíduo maior de quinze anos possuidor escolaridade inferior a quatro anos letivos, embora essa definição não seja muito precisa, já que existem analfabetos funcionais detentores de nível superior de escolaridade. Existem três níveis distintos de alfabetização funcional, a saber: Nível 1: também conhecido como alfabetização rudimentar, compreende aqueles que apenas conseguem ler e compreender títulos de textos e frases curtas; e apesar de saber contar, têm dificuldades com a compreensão de números grandes e em fazer as operações aritméticas básicas; Nível 2: também conhecido como alfabetização básica, compreende aqueles que conseguem ler textos curtos, mas só conseguem extrair informações esparsas no texto e não conseguem tirar uma conclusão a respeito do mesmo; e também conseguem entender números grandes, conseguem realizar as operações aritméticas básicas, entretanto sentem dificuldades quando é exigida uma maior quantidade de cálculos ou em operações matemáticas mais complexas; e Nível 3: também conhecido como alfabetização plena, compreende aqueles que detêm pleno domínio da leitura, escrita, dos números e das operações matemáticas (das mais básicas às mais complexas).

4. Workaholic ou trabalhador compulsivo é uma expressão americana que teve origem na palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para designar uma pessoa viciada não em álcool, mas, em trabalho. As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta competitividade, pela vaidade, pela ganância, pela necessidade de sobrevivência ou, ainda, por alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo. Como resultado da influência de uma pessoa viciada em trabalho, pode-se perceber, geralmente, alguns fatores interessantes: o primeiro deles é que este tipo de pessoa não consegue se desligar do trabalho, e, mesmo fora dele, acaba por deixar de lado seu parceiro, filhos, pais e amigos. Os seus melhores amigos passam a ser aqueles que, de alguma forma, têm ligação com seu trabalho. De outro lado, este tipo de pessoa sofre por trazer para si uma qualidade de vida muito ruim, pois as pressões do dia-a-dia e a auto-estima exagerada fazem com que este tipo de profissional possa desenvolver insônia, surtos de mau humor, calvície, atitudes agressivas em situações de pressão ou desconformidade (com os resultados que esperava), que podem chegar a causar depressão, entre outros efeitos nocivos. Entretanto, uma das mais severas conseqüências é o medo de fracassar. Este medo condiciona e impulsiona o viciado em trabalho a buscar resultados cada vez melhores e/ou mais rápidos.

5. Não concordo que sejamos todos iguais. Somos todos inteiramente diferentes. Já expliquei isto à saciedade. Mas, problemas, dificuldades, dores na coluna e carências afetivas não dão em poste. Como tantos outros obstáculos, embaraços e impedimentos, são próprios da existência humana. A sabedoria está em minimizá-los ou, até, evitá-los, quando isto é possível. Eu, por exemplo, outro dia, caí e me esborrachei no chão. Apesar de não ter quebrado nada – ainda bem! – estou com dor no braço esquerdo até hoje. Quando comentei o fato com o meu acupunturista, disse: — Eu até que dei sorte, Paulo; não quebrei nada. E ele respondeu: — Você não deu sorte, Rodolfo; deu pouco azar. Pois é. Muito azar teria sido ter quebrado o úmero.

6. Penso que salvar o mundo não seja o caso; mas, fazer alguma coisa pelo outro, por menor que seja, seja tudo. Bem, cada um faz (ou deve fazer) o que pode no âmbito do que sabe. Uma vez, publiquei um texto em que sugeri, como simples exercício diário, parar em um momento qualquer do dia, durante cinco segundos, e mentalizar de todo Coração e com toda a força interior: Paz ao Mundo. É pouco? Depende. Se isto for realmente feito de todo Coração e com toda a força interior, funcionará como uma bomba nuclear de 1.000.000 de megatons, talvez até muito mais, sobre a maldade. Agora, vou complementar este exercício. Uma vez por dia, na rua, no trabalho, também durante cinco segundos, olhe para uma pessoa qualquer, e emita o seguinte pensamento, do seu Coração para o Coração da pessoa escolhida: Que se faça a Compreensão Libertadora. No final de um ano, de uma forma ou de outra, você, em silêncio, terá auxiliado 365 pessoas, e, em cada vez que praticou o exercício, terá gastado menos tempo do que gastaria tirando uma melequinha.

7. Comigo foi exatamente assim. Como éramos muito pobres – tão pobres que minha mãe, em uma certa época, foi até lavadeira – a maioria dos meus brinquedos quem inventava era eu mesmo. E assim, caixas-de-fósforo viravam carrinhos ou trens, quebra-nozes viravam foguetes, madeiras de caixotes de feira viravam espingardas, jornais velhos viravam chapéus, barquinhos ou aviões, maços descartados de cigarro viravam cintos etc. Mas, apesar de minha infância e adolescência terem sido muito boas, este miserê produziu certas distorções em minha personalidade que tive que obstinadamente corrigir. Entretanto, tudo foi clareando a partir do momento (em 1969) em que fui admitido como neófito na Ordem Rosacruz AMORC. Obrigado, obrigado, obrigado Antiquus Mysticusque Ordo Rosæ Crucis.

8. Bullying (do inglês bully, valentão, provocador e tirânico) é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executados dentro de uma relação desigual de poder. Em 20% dos casos as pessoas são simultaneamente vítimas e agressoras de bullying, ou seja, em determinados momentos cometem agressões, porém, também são vítimas de assédio escolar pela turma. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos, e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida.

9. Novamente, aqui, não concordo com Ziraldo. Sim, o que está à volta do homem muda, mas, não continuamos os mesmos – mudamos continuamente e mudaremos perpetuamente. Se continuássemos os mesmos, por exemplo, ainda estaríamos fazendo guerras com bigas e alabardas e não com armas sofisticadíssimas. O lado negro da mudança é o aproveitamento da Ciência e da tecnologia para fins de destruição.

10. The Story of Ferdinand (1936) é a obra mais conhecida do autor americano Wilbur Munro Leaf (1905 – 1976), cujas ilustrações, na época de seu lançamento, foram feitas pelo ilustrador americano Robert Lawson (1892 – 1957). O livro infantil conta a história do Touro Ferdinando, que prefere cheirar as flores ao invés de lutar em touradas. Convocado para atuar nas touradas, Ferdinando evita as provocações tanto do toureiro quanto da platéia, pois, para ele, era mais divertido a vida no campo e viver em paz com a Natureza. O livro foi lançado nove meses antes da eclosão da Guerra Civil Espanhola (entre 17 e 18 de julho de 1936 e 1° de abril de 1939). Mesmo assim, naquele período, adeptos do ditador Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde (1892 – 1975), Regente do Reino de Espanha, desde outubro de 1939 até sua morte, o classificaram como um livro pacifista, sendo proibido em muitos países que adotaram modelos fascistas de Governo. Por outro lado, devido à proibição por esses regimes, o pequeno romance foi promovido a condição de livro de ideologia esquerdista. Na verdade, a mensagem de Ferdinando, o touro, é clara nos dias de hoje: não ataca nem ideologias de direita nem agencia as de esquerda. Antes de tudo, é um livro infantil que promove ideais pacifistas. Leaf o teria escrito em uma única tarde, em 1935, sob encomenda do ilustrador Robert Lawson. Em 1938, a Walt Disney Company adaptou o romance com sucesso para um curta-metragem, que lhe rendeu o Oscar na categoria.

 

 

Touro Ferdinando

 

 

Páginas da Internet consultadas:

http://www.presentermedia.com/

http://livingmoonastrology.com/
tag/mercury-conjunct-venus/

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The_Story_of_Ferdinand

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http://reentrancias-ma.blogspot.com.br/20
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http://www.bigorna.net/index.php?
secao=entrevistas&id=1145418920

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http://www.fraseseproverbios.com/
frases-de-ziraldo.php

http://ziraldo.com/leitura/piadas1.htm

http://pt.wikiquote.org/wiki/Ziraldo

 

Música de fundo:

Vieni Sul Mar
Composição atribuída a De Martino & Frati
Interpretação: Enrico Caruso

Fonte:

http://pt.dilandau.eu/baixar-cancoes
-mp3/caruso-pavarotti/8.html

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.