Eu
sou um viajante e um trepador de montanhas; não me agradam as planícies.
Uma viajem há de ser, para cada um de nós, uma ascensão.
Em suma: cada qual se vive unicamente a si mesmo. [É
impossível que alguém viva a vida do outro, como o outro jamais
poderá viver a nossa.] [In: Also
Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen (Assim
Falou Zaratustra: um Livro Para Todos e Para Ninguém), escrito
por Friedrich Wilhelm Nietzsche.]
—
Vivi a vida da minha mãe,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida da minha avó,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida da minha irmã,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida da minha esposa,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu filho,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida da minha nora,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu neto,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida da minha sogra,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu Partido,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu vizinho,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu cura,
e esqueci de viver a minha.
Vivi a vida do meu amigo,
e esqueci de viver a minha.
Vivi
a vida do meu iguana,
e esqueci de viver a minha.
Vivi a vida de todo mundo,
e esqueci de viver a minha.
Quando
quis mudar o meu fado,
já não pude entrar na linha!
Iguana
O
que poderá nos suceder que
já não nos pertença? [Não
há por acaso no uni(multi)verso; tudo o que nos acontece fomos nós
que, um dia, de uma forma ou de outra, consciente ou inconscientemente,
por pensamentos, palavras e obras, engendramos.] Um dia, haveremos
de fazer a nossa viagem mais solitária e enfrentar o último
perigo! E o mais suave se tornará o mais duro. [E
o mais fácil se tornará o mais difícil.] Aquele
que sempre cuidou muito de si, acabará por se tornar enfermiço
pelo excesso de cuidado. Bendito seja o que endurece.
[Bendito seja o que Compreende.] Para
ver muitas coisas precisaremos aprender a olhar para longe de nós.
Na verdade, precisaremos passar por cima de nós mesmos, e ascender...
Ascender até as nossas próprias estrelas ficarem abaixo de
nós! Sim! Precisaremos estar prontos, para podermos começar
a nossa última soledade. Mas, o que poderá nos suceder que
já não nos pertença?
[O
que poderá nos acontecer que não esteja de acordo com a Lei
da Causa-Efeito?] [Ibidem.]
Não
cai um cagalhão no nosso bestunto que
não esteja acorde com a Lei da Causa-Efeito.
—
Andei por ceca e meca
e olivais de Santarém.
Adorava
ir à discoteca,
e
curtir uma boa viagem.
Depois,
tirava uma soneca,
e
delirava com um harém.
Quando
me formei, a beca
foi
dada por Don Alguém.
Mas,
me senti meio jeca,
meio
picciotto,
meio sem...
A caráter ou só de cueca,
eu vivia redizendo: amém.
E
não mudava a panqueca
nem
a fanhosez ronquém.
Tinha
cagaço de munheca
e
de não sair do aquém.
Sempre
tinha uma camueca,
e
era o mesmo nhenhenhém.
Como quem cisma que peca,
parei,
e nunca fui além.
Jamais enchi minha caneca,
e não me libertei também.
E terminei ficando careca,
sem nunca alcançar o trem.
Enfim, tudo deu em meleca,
e acabei como zé-ninguém.
Eta!
porra de vida
furreca,
sem
valer nem meio vintém.
E
fui entalado com bisteca,
no
pirogão de um ariquém.
No
éden, levei uma fubeca,
porque
queria uma virgem!
A
vida furreca de um Zé-ninguém!
Fundo
musical:
Don't
Worry 'Bout Me
Composição: Rube Bloom (música) & Ted Koehler (letra)
Interpretação: Frank Sinatra
Fonte:
http://web.weba.ru/
Páginas
da Internet consultadas:
https://giphy.com/
http://cobraselagartos.blog.br/ze-ninguem/
https://gifer.com/en/9Trg
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