ASSIM FALOU ZARATUSTRA

(Parte 8)

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo se compõe da 8ª parte de uma coletânea de fragmentos garimpados (e, eventualmente, ligeiramente editados e comentados) na obra Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém (em alemão: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen), escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, Reino da Prússia, 15 de outubro de 1844 – Weimar, Império Alemão, 25 de agosto de 1900), que influenciou significativamente o mundo moderno.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Friedrich Wilhelm Nietzsche

 

 

 

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, Reino da Prússia, 15 de outubro de 1844 – Weimar, Império Alemão, 25 de agosto de 1900) foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX, nascido na atual Alemanha. Escreveu vários textos criticando a religião, a moral, a cultura contemporânea, a filosofia e a ciência, exibindo uma predileção por metáforas, ironias e aforismos.

 

Suas idéias-chave incluíam a crítica à dicotomia apolíneo/dionisíaca, o perspectivismo, a vontade de poder, a morte de Deus, o Übermensch (Além-homem, Super-homem ou Sobre-homem) e o eterno retorno. Sua filosofia central é a ideia de afirmação da vida, que envolve o questionamento de qualquer doutrina que drene energias, não importando o quão socialmente predominantes essas idéias poderiam ser. Seu questionamento radical do valor e da objetividade da verdade tem sido o foco de extenso comentário, e sua influência continua a ser substancial, especialmente na tradição filosófica continental, compreendendo o Existencialismo, o Pós-modernismo e o Pós-estruturalismo. Suas ideias de superação individual e de transcendência além da estrutura e do contexto tiveram um impacto profundo sobre pensadores do final do século XIX e início do século XX, que usaram estes conceitos como pontos de partida para o desenvolvimento de suas filosofias. Mais recentemente, as reflexões de Nietzsche foram recebidas em várias abordagens filosóficas que se movem além do Humanismo, por exemplo, o Transumanismo.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

Como não haverão de ser os precursores sacrificados?

 

Os que não querem se conservar passam para o outro lado!

 

Os presumidos bons cedem, se rendem. As suas memórias, como um eco, repetem as mesmas coisas, e as suas [des]razões obedecem; não se ouvem a si mesmas!

 

Quebrai, quebrai as antigas tábuas: vós que aspirais ao Conhecimento!

 

Eis um bom consolo para os tempos estéreis, para o sono invernal e para os sedentários: tudo é imóvel; tudo permanece imóvel.

 

Sobre as estrelas e sobre o futuro não se tem feito, até hoje, outra coisa senão conjecturar, sem se saber nada, e, por isto, sobre o bem e o mal não se tem feito também outra coisa senão presumir, sem se saber nada.

 

De fato,
não há bem nem mal.
Há, sim, ignorância.
É preciso
quebrar as antigas tábuas.

De fato,
nã há erro nem pecado.
Há, sim, ignorância.
É preciso
quebrar as antigas tábuas.

De fato,
nã há ontem nem amanhã.
Há, sim, ignorância.
É preciso
quebrar as antigas tábuas.

 

É preciso uma nova nobreza, adversária de toda a populaça e de todo o despotismo, e que escreva novamente, em novas tábuas, a palavra “nobre”.

 

A Divindade consiste precisamente em haver Deuses, mas, não Deus!

 

Tudo quanto tem um preço pouco valor tem. [Vou reescrever este fragmento: tudo quanto tem um preço não tem valor algum.]

 

A LLuz não se compra.
A Vida não se compra.
O Svmvm Bonvm não se compra.
O Lapis Philosophorum não se compra.
A Paz Profunda não se compra.
A Beleza não se compra.
O Amor não se compra.
A Transcompreensão não se compra.
A LLiberdade não se compra.
A Divinização não se compra.
A Iniciação não se compra.
O Sempre não se compra.
Todas estas coisas se conquistam.

 

O que importam já os príncipes? Ora, todos os cortesãos julgam que ter a autorização de se sentar faz parte da felicidade depois da morte.

 

Para que viver? Tudo é vão! Viver é trilhar palha; viver é se queimar sem sequer chegar a se aquecer. [, sim, é preciso!]

 

Os loucos deveriam ser amordaçados!

 

Para os porcos tudo é porco. Para os puros tudo é puro.

 

Até nos melhores há qualquer coisa repugnante; até o melhor é coisa que se deve superar. [Sempre haverá um melhor mais concertado do que o antigo melhor.]

 

Quebrai, quebrai, meus irmãos, as velhas tábuas dos devotos!

 

A é uma fonte de ! Mas, para aquele que deixa falar o estômago todas as fontes estão envenenadas.

 

Os fracos se perdem no caminho.

 

A Vontade Liberta, porque a Liberdade é criadora. Para Criar, precisamos Aprender!

 

Tudo o que é de hoje [do tempo que não é ] cai e se desconcerta [acaba sendo destruído].

 

Livrai os vossos olhos do “pró” e do “contra”!

 

Segui os vossos caminhos! E deixai os povos e as nações seguirem os seus!

 

O deve reinar. Onde houver outra doutrina, faltará o .

 

O dia em que não dançarmos, pelo menos uma vez, será, para nós, um dia perdido! E toda a verdade que não trouxer, ao menos, um riso será uma verdade falsa.

 

No matrimônio, grave coisa é ser sempre dois! O matrimônio não deve só multiplicar, mas, principalmente, elevar.

 

O que importa a pátria? [A é outra!]

 

Quando, efetiva e Iniciaticamente, Acordarmos, Acordados ficaremos eternamente.

 

Mortos-vivos, dormindo,
pensamos estar acordados.
Mortos-vivos, ufaneando,
pensamos ser patriotas.
Mortos-vivos, conspirando,
pensamos ser cidadãos.
Mortos-vivos, barreirando,
pensamos ser humanitários.
Mortos-vivos, ignorando,
pensamos saber as coisas.
Mortos-vivos, delirando,
pensamos ser racionais.
Mortos-vivos, quimerizando,
pensamos ser inteligentes.
Mortos-vivos, transgredindo,
pensamos ser cumpridores.
Mortos-vivos, preconceituando,
pensamos ser indefectíveis.
Mortos-vivos, arremedando,
pensamos que somos livres.
Mortos-vivos, enceguecendo,
pensamos que enxergamos.
Mortos-vivos, não ouvindo,
pensamos que escutamos.
Mortos-vivos, só embotando,
pensamos que distinguimos.
Mortos-vivos, adoentando,
pensamos que temos saúde.
Mortos-vivos, não morrendo,
pensamos que estamos .
Mortos-vivos, não ,
pensamos que somos invulneráveis.
Mortos-vivos, não ,
pensamos que somos inatingíveis.
Mortos-vivos, não nos ,
pensamos que somos indeléveis.
Mortos-vivos, neca-pitibiribando,
pensamos que somos tudo!

 

Não serão as palavras e os sons os arco-íris e as pontes ilusórias entre as coisas eternamente separadas? [As coisas só estão separadas aparentemente; tudo é . Ora, se somos nós que separamos as coisas, somos nós que teremos que criar os arco-íris e construir a pontes.]

Como poderá haver qualquer coisa fora de nós? Não há exterior!

 

Falando, bailamos sobre todas as coisas.

 

Para muitos é agradável poder esquecer!

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

Also Sprach Zarathustra
Composição: Richard Georg Strauss
Interpretação: Berliner Philharmoniker; maestro: Gustavo Dudamel

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=Szdziw4tI9o

 

Páginas da Internet consultadas:

https://pt.dreamstime.com/illustration/nietzsche.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche

 

Direitos autorais:

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