ASSIM FALOU ZARATUSTRA

(Parte 2)

 

 

 

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Este estudo se compõe da 2ª parte de uma coletânea de fragmentos garimpados (e, eventualmente, ligeiramente editados e comentados) na obra Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém (em alemão: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen), escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, Reino da Prússia, 15 de outubro de 1844 – Weimar, Império Alemão, 25 de agosto de 1900), que influenciou significativamente o mundo moderno.

 

 

 

Breve Biografia

 

 

 

Friedrich Wilhelm Nietzsche

 

 

 

Friedrich Wilhelm Nietzsche (Röcken, Reino da Prússia, 15 de outubro de 1844 – Weimar, Império Alemão, 25 de agosto de 1900) foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX, nascido na atual Alemanha. Escreveu vários textos criticando a religião, a moral, a cultura contemporânea, a filosofia e a ciência, exibindo uma predileção por metáforas, ironias e aforismos.

 

Suas idéias-chave incluíam a crítica à dicotomia apolíneo/dionisíaca, o perspectivismo, a vontade de poder, a morte de Deus, o Übermensch (Além-homem, Super-homem ou Sobre-homem) e o eterno retorno. Sua filosofia central é a ideia de afirmação da vida, que envolve o questionamento de qualquer doutrina que drene energias, não importando o quão socialmente predominantes essas idéias poderiam ser. Seu questionamento radical do valor e da objetividade da verdade tem sido o foco de extenso comentário, e sua influência continua a ser substancial, especialmente na tradição filosófica continental, compreendendo o Existencialismo, o Pós-modernismo e o Pós-estruturalismo. Suas ideias de superação individual e de transcendência além da estrutura e do contexto tiveram um impacto profundo sobre pensadores do final do século XIX e início do século XX, que usaram estes conceitos como pontos de partida para o desenvolvimento de suas filosofias. Mais recentemente, as reflexões de Nietzsche foram recebidas em várias abordagens filosóficas que se movem além do Humanismo, por exemplo, o Transumanismo.

 

 

 

Fragmentos da Obra

 

 

 

Oh! Como eu gostaria que a sua loucura se chamasse Verdade, Fidelidade e Justiça!

 

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse impiedade!
Oh! Benditos os apiedados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse insolidariedade!
Oh! Benditos os solidarizados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse mortalidade!
Oh! Benditos os multiuniversalizados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse destrutividade!
Oh! Benditos os apaziguados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse vandalidade!
Oh! Benditos os reconciliados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse opressividade!
Oh! Benditos os bem-intencionados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse falsidade!
Oh! Benditos os incontestados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse
newsidade!
Oh! Benditos os ajustados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse crueldade!
Oh! Benditos os apaixonados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse corruptibilidade!
Oh! Benditos os honrados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse transgressividade!
Oh! Benditos os bem-conceituados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse ardilosidade!
Oh! Benditos os justificados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse intolerabilidade!
Oh! Benditos os ameigados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse preconceituosidade!
Oh! Benditos os confraternizados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse lucratividade!
Oh! Benditos os desapegados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse separatividade!
Oh! Benditos os avizinhados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse putinicidade!
Oh! Benditos os irmanados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse escuridade!
Oh! Benditos os alforriados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse cavernosidade!
Oh! Benditos os desacorrentados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse impeditividade!
Oh! Benditos os desempeçados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse credulidade!
Oh! Benditos os verticalizados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse imitabilidade!
Oh! Benditos os desassombrados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse ignorabilidade!
Oh! Benditos os Illustrados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse vaidade!
Oh! Benditos os moderados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse inutilidade!
Oh! Benditos os aproveitados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse abstrusividade!
Oh! Benditos os descrucificados!

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse ceguidade!
Oh! Benditos os Iniciados!

 

 

 

 

Oh! Como eu gostaria que a loucura humana
não se chamasse tenebrosidade!
Oh! Benditos os arizados!

 

Orgulho pela manhã... Submissão à tarde... Por isto, para muitos, a vida é uma carga pesada.

 

Há sempre o seu quê de Loucura no Amor, mas, também, há sempre o seu quê de Razão na Loucura.

 

Muitos não têm confiança em si mesmos, e, por isto, não querem [nem sabem como] subir Às Alturas.

 

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, não desgrudam do passado.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, quanto mais terra-a-terra melhor.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, quanto mais prosaísmo melhor.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, tudo é um imutável deixa-pra-lá.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, não abrem a porta da prisão.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, se escondem da luz do Sol.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, todas as mentiras são verdades.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, desprezam quem se eleva.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, odeiam aqueles que voam.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, invejam sem saber o porquê.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, o hoje contradiz o ontem.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, repetem sem tentar mudar.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, imitam sem nunca encontrar.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, têm medo do Silêncio.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, sonham com a Liberdade.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, o movimento é sempre horário.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, seguem os falsos profetas.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, crêem em demônios inexistentes.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, crêem em deuses inventados.

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, nunca conheceram o

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, vivem sem aprender a

Muitos não têm confiança em si mesmos,
e, por isto, morrem sem ter aprendido a

 

Todos tropeçam no caminho.

 

Terríveis são os que têm dentro de si a terra [a materialidade; tendência para valorizar apenas aquilo que é de ordem material], e que só podem escolher entre as concupiscências e as mortificações.

 

Pobres tísicos da [personalidade-]alma! Mal nasceram e já começam a morrer!

 

Louco é aquele que pertence à vida.

 

Louco é aquele
que é escravo da vida,
porque, sendo escravo da vida,
é escravo da morte
.

O Verdadeiro é aquele
que é
porque, sendo
é

É preciso, portanto,
fazer cessar a vida,
e deixar que nasça a

 

A Boa Guerra [o Bom Combate] é a que santifica [Transmuta] todas as coisas. A revolta é a nobreza do escravo. A Obediência é a Nobreza do Iniciado. Que a Obediência possa, um Dia, ser o próprio mandato de todos nós! Mas, para isto, precisaremos mudar “eu quero [eu exijo][fiat voluntas mea] em “eu devo” [Fiat Voluntas Tua]. O homem [ego] deve ser superado. Portanto, viver uma vida de Obediência à Boa Guerra é preciso. [Deveremos ser e nos sentir gratos pelos nossos inimigos, pois, sempre, as derrotas deles serão os nossos triunfos. Benditos inimigos que nos seduzem. Benditos inimigos que nos conduzem ao pecado. Benditos inimigos que no fazem cair, pois, só assim, nos levantaremos. Benditos inimigos que nos ensinam. Benditos inimigos que nos transmutam. Benditos inimigos que nos libertam.]

 

 

Simbolicamente


 

Não decifraremos o Sagrado A.'.  U.'.  M.'.,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não compreenderemos o Mantra AUM MANI PADME HUM,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não teremos acesso ao VERBUM DIMISSUM ET INENARRABILE,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não avançaremos nas Oitavas da SPIRA LEGIS,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não poderemos ser aceitos como DISCIPULI IN ATRIO,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não ouviremos a VOZ DO SILÊNCIO
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não teremos acesso à SANCTA SAPIENTIA (ShOPhIa),
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não realizaremos a Opus Magnum,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não fabricaremos o Lapis Philosophorum,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não transmutaremos Nigredo em Rubedo,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não transmutaremos em ,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não transmutaremos 666 em 666,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos o Amor,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos a Paz,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos o Bem,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos a Beleza,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos a LLuz,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não ultrapassaremos a morte,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não nos desembaraçaremos da Roda do Samsara,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

 

 

Roda do Samsara

 

 

Não passaremos pela Morte,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não conheceremos a Vida,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não nos livraremos das nossas prisões,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não nos alforriaremos dos nossos demônios,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não sairemos da caverna,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não frutificaremos o deserto,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não atravessaremos a Ponte Illuminada,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não alcançaremos a Illuminação,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não teremos Compreensão,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não saberemos o que é Liberdade,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não mudaremos a nossa Crucificação,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não mudaremos as nossas Crises Interiores,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não mudaremos movimento horário em Movimento Anti-horário,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não poderemos Ascensionar,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não nos tornaremos Super-Homens-Deuses,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não nos unificaremos com tudo e com todos,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

Não poderemos ser Iniciados,
enquanto, dignamente, não travarmos a
Boa Guerra [o Bom Combate].

A Illuminação só será alcançada por aqueles
que se esforçarem e seguirem o Nobre Caminho Óctuplo:

Compreensão Correta;
Pensamento Correto;
Palavra Correta;
Ação Correta;
Modo de Vida Correto;
Esforço Correto;
Atenção Correta;
e
Concentração Correta.

 

 

 

 

O Estado [manipulador] é o mais frio dos monstros. Mente friamente, e só mentira rasteira sai da sua boca. O Estado [manipulador] mente em todas as línguas. Tudo quanto diz mente; tudo quanto tem roubou. Tudo no Estado [manipulador] é falso; morde com dentes roubados. Até as suas entranhas são falsas. O Estado [manipulador] é onde todos, tanto os bons quanto os maus, bebem veneno; é onde todos se perdem a si mesmos; é onde o lento suicídio de todos se chama vida. Todos querem se abeirar do trono. Loucura! Loucura! Loucura! Como se a felicidade estivesse no trono! Freqüentemente, também, o trono está no lodo. Mas, o mundo só é livre para as grandes [personalidades-]alma. Na verdade, quem pouco possui tanto menos é possuído. Bendita seja a nobreza das grandes [personalidades-]alma! Além, onde acaba o Estado, começa o homem que não é supérfluo. Começa o canto dos que são Necessários, a melodia única e insubstituível. Além, onde acaba o Estado [manipulador]... Olhai, meus irmãos! Não vedes o Arco-íris? Não vedes a ponte do Super-homem?

 

A Praça Pública Deste Nosso Século XXI

 

 

 

Onde cessa o principia a praça pública. Onde principia a praça pública principia também o ruído dos grandes cômicos, o zumbido das moscas venenosas e o assédio das pessoas tentando impor ora um "sim", ora um "não". Tudo quanto é grande passa longe da praça pública e da glória, e o destino dos que são grandes não é serem enxota-moscas! Os cômicos têm Espírito, sim, mas, pouca consciência do Espírito. Crêem sempre naquilo pelo qual faz crer mais energicamente crer vaidosamente na infalibilidade de si mesmo [crer no ego]. Amanhã, têm uma nova fé, e, depois de amanhã, têm outra mais nova. Todavia, só crêem em deuses barulhentos [inventados por eles mesmos] que façam muito ruído no mundo, [sem dizer absolutamente nada que preste]. Possuem sentidos rápidos e temperaturas variáveis. Para os grandes cômicos, o sangue é o melhor de todos os argumentos. [Basta ver o que o está fazendo na Ucrânia.] Portanto, os amante da não devem se aproximar dos cômicos opressores nem dos truões ensurdecedores. Nunca a [ainda que relativa] pendeu do braço de nenhum desses aduladores covardes e choramingas interesseiros, que castigam a Humanidade pelas suas virtudes e festejam os seus erros, [pois, deles se aproveitam e levam vantagens]. Todas as benevolências, todas as magnanimidades, todas as complacências, todas as benquerenças e todas as misericórdias são recebidas com desprezo [porque invejam e se sentem pequenos] e retribuem os benefícios com ações dissimuladas. Só no do nosso Coração encontraremos a LLuz e a Paz Profunda. [Ainda que, de certa forma e em um certo sentido, todos nós ainda sejamos moscas], nosso destino não é mesmo ser nem moscas nem enxota-moscas! [In: Assim Falou Zaratustra: um Livro para Todos e para Ninguém (em alemão: Also Sprach Zarathustra: Ein Buch für Alle und Keinen), escrito entre 1883 e 1885 pelo filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX Friedrich Wilhelm Nietzsche.]

 

 

Tentei Voar junto com uma mosca de padaria,
mas, por ela fui rechaçado.

Tentei me Irmanar a uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desconsiderado.

Tentei Ilustrar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desestimado.

Tentei Autentificar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desonrado.

Tentei 'Desmuletar' uma mosca de padaria,
mas, por ela fui menosprezado.

Tentei Ajudar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui depreciado.

Tentei Alimentar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desacatado.

Tentei Desagrilhoar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desdenhado.

Tentei Libertar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desvalorizado.

Tentei 'Dessacarificar' uma mosca de padaria,
mas, por ela fui subestimado.

Tentei Ascensionar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui escorraçado.

Tentei Transmutar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui irreverenciado.

Tentei fazer Enxergar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui esculhambado.

Tentei fazer 'Descocozar' uma mosca de padaria,
mas, por ela fui anarquizado.

Tentei Illuminar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui menoscabado.

Tentei Divinizar uma mosca de padaria,
mas, por ela fui desprezado.

Então, aprendi uma grande lição:
não se intervém diretamente no karma alheio.
Não se deve tentar interferir
em uma experiência educativa que está em curso.
A melhor estratégia é utilizar a Lei da Assunção.
Em , seremos mais úteis do que
opinando, garrulando, objetivamente agindo ou aporrinhando.
Você já percebeu que, quanto a nós, o Unimultiverso é mudo?
Enfim, não podemos fazer o dever de casa dos outros.
Os deveres de casa humildam, educam, mudam e libertam.
Forçar as moscas de padaria a compreender ou enxotá-las
são equívocos equivalentes e infrutíferos.
Mas, não há nada pior no mundo do que matá-las!

 

 

 

 

Muitos têm lodo no fundo da [personalidade-]alma. Coitados deles se o seu lodo possui inteligência! Por isto, nada é mais importante do que a inocência dos sentidos. Será isto aconselhar-vos a castidade? Em alguns, a castidade é uma virtude; mas, em muitos é quase um vício. [E em outros tantos é uma loucura e um instrumento de magia negra, chegando a ser o caminho do inferno, isto é, da lama e da fogueira da [personalidade-]alma!]

 

O que adianta a sensualidade se disfarçar e tomar o nome de compaixão?

 

A nossa fé nos outros revela aquilo que desejaríamos crer em nós mesmos.

 

Repetindo: o homem [ego] deve ser superado! [O precisa nascer!]

 

O homem [ego] deve ser superado!
Nossa res extensa deve ser superada.
Nossos demônios devem ser superados!
Nossas crenças absurdas devem ser superadas!
Nossas ajoelhações devem ser superadas!
Nossos desejos devem ser superados!
Nossas cobiças devem ser superadas!

Nossas paixões devem ser superadas!
Nossos preconceitos devem ser superados!
Nossas intolerâncias devem ser superadas!
Nossa separatividade deve ser superada!
Nossos medos devem ser superados!
Nossos demônios devem ser superados!
Nossos aferramentos devem ser superados!
Nossos imperativos hipotéticos devem ser superados!
Nosso fiat voluntas mea deve ser superado!
Nossa vida deve ser superada!
Nossa morte devem ser superada!
Nossa ignorância deve ser superada!
Nossa escravidão deve ser superada!
Nossa tirania deve ser superada!
Nossa pobreza deve ser superada!
Nossa avareza deve ser superada!
Nossas imitações devem ser superadas!
Nosso karma deve ser superado!
Nossa caverna deve ser superada!
Nosso deserto deve ser superado!
Nossa Noite Negra deve ser superada!
Nossa Magia Negra deve ser superada!
O precisa nascer!

 

Foi o homem quem pôs valores nas coisas a fim de se conservar; foi ele quem deu um sentido às coisas, um sentido humano. A mudança dos valores é mudança de quem cria. Sempre o que há de criar destrói. E assim, a boa consciência se chama rebanho [nós]; só a má consciência diz eu [ego]. [Então, o autor do Êxodo, III: 14, ao invés de ter escrito que, no Monte Sinai, Deus disse a Moisés Ego sum qui sum (Eu sou quem sou), na verdade, deveria ter redigido Ego sum qui sumus (Eu sou quem somos).]

 

Não há ontem.
Não há hoje.
Não há amanhã.
Há, sim, indivisibilidade.

Não há começo.
Não há meio.
Não há fim.
Há, sim, sempre.

Não há prótons.
Não há nêutrons.
Não há elétrons.
Há, sim, átomos.

Não há Átomo Primordial.
Não há Grande Expansão.
Não há Grande Colapso.
Há, sim, Ciclos Cósmicos.

Não há Pecado Original.
Não há pecado venial.
Não há pecado mortal.
Há, sim, ignorância.

Não há perdão.
Não há punição.
Não há indulto.
Há, sim, compensação.

Não há milagre.
Não há privilégio.
Não há por acaso.
Há, sim, Causas —› Efeitos.

Não há cateto oposto.
Não há cateto adjacente.
Não há hipotenusa.
Há, sim, triângulo retângulo.

Não há res extensa (matéria).
Não há res cogitans (espírito).
Não há res divina (deus).
Há, sim, Unicidade.

Não há Poder Executivo.
Não há Poder Legislativo.
Não há Poder Judiciário.
Há, sim, Estado Democrático de Direito.

Não há bem.
Não há mal.
Não há mais ou menos.
Há, sim, Summum Bonum.

Não há plumbum.
Não há aurum.
Não há Lapis Philosophorum.
Há, sim, Opus Magnum.

Não há Conticinium.
Não há Media Nox.
Não há Aurora.
Há, sim, experiência educativa.

Não há esquerda e direita.
Não há em cima e embaixo.
Não há dentro e fora.
Há, sim, Unimultiplicidade.

Não há nascimento.
Não há existência.
Não há morte.
Há, sim, Vida Eterna.

Não há eu.
Não há você.
Não há ele.
Há, sim, nós.

Não há corpo.
Não há personalidade-alma.
Não há espírito.
Há, sim, o Ser-Uno.

Não há Terra.
Não há Sistema Solar.
Não há Via Láctea.
Há, sim, Unimultiverso.

Não há + .
Não há – .
Não há zero.
Há, sim, .

 

Mais elevado que o amor ao próximo é o amor ao longínquo, ao que está por vir, mais alto ainda que o amor ao homem coloco o amor às coisas e aos fantasmas.

 

Quando queremos falar bem de nós, chamamos uma testemunha, e logo que a induzimos a pensar bem de nós, nós mesmos passamos a pensar bem de nós mesmos. [Vaidade mentirosa.] Não só mente o que fala contra a sua consciência, mas, sobretudo, o que fala com a sua inconsciência. [Falsos profetas: vendedores de ilusões, vendedores de milagres, vendedores de perdões, vendedores de salvações, vendedores de águas consagradas, vendedores de feijões mágicos...]

 

A nossa malquerença com respeito a nós mesmos converte a nossa soledade num cativeiro.

 

O Verdadeiro Amigo tem sempre um mundo disponível para dar.

 

Ninguém é tão odiado como aquele que voa.

 

O nosso pior inimigo e o nosso melhor amigo somos nós mesmos.

 

Como queres te renovar sem primeiro te reduzires a cinzas?

 

Um dia, haveremos de gritar: “Tudo é falso!”

 

Todos nós devemos lutar e nos esforçar para encontrar [a Verdade e] o Caminho que nos Guiarão a nós mesmos.

 

Cifre-se toda a nossa honra no Amor! Seja, porém, honra nossa amar sempre mais do que somos amados.

 

Amar mais do que ser amado.
Embelezar mais do que estar ataviado.
Dar mais do que ter recebido.
Ajudar mais do que ter sido ajudado.
Farolizar mais do que ter enxergado.
Facilitar mais do que ter sido beneficiado.
Resguadar mais do que ter sido resguardado.
Compreender mais do que ter compreendido.
Perdoar mais do que ter sido perdoado.
Misericordiar mais do que ter sido comiserado.
Ensinar mais do que ter aprendido.
Ouvir mais do que ter sido escutado.
Tolerar mais do que ter sido preconceituado.
Condescender mais do que ter sido aviltado.
Apiedar-se mais do que ter sido acusado.
Proteger mais do que estar protegido.
Amparar mais do que estar amparado.
Aconchegar mais do que estar aconchegado.
Libertar mais do que estar alforriado.
Alimentar mais do que estar alimentado.
Curar mais do que estar equilibrado.
Harmonizar mais do que estar conformizado.
Felicitar mais do que ter sido parabenizado.
Verticalizar mais do que estar aprumado.
Alegrar mais do que estar saciado.
Doar mais do que ter acumulado.
Pacificar mais do que estar apaziguado.
Transmutar mais do que ter mudado.
Bussolar mais do que estar orientado.
Indigitar mais do que ter encontrado.
Illuminar mais do que
se sentir Divinizado.
Unificar mais do que se sentir unificado.
Sempre mais para o outro do que para si.

 

Aquele que pode trazer a injustiça deve levá-la. [Lei da Causa e do Efeito.]

 

Quem quiser ser verdadeiramente justo, a mentira deverá se transmudar em filantropia.

 

Como poderemos ser verdadeiramente justos? Basta isto: dar a cada um o que é nosso.

 

Seremos dignos de desejar ter um filho? Seremos vitoriosos, vencedores de nós mesmos, soberanos dos nossos sentidos, donos das nossas virtudes?

 

 

Continua...

 

 

Música de fundo:

Also Sprach Zarathustra
Composição: Richard Georg Strauss
Interpretação: Berliner Philharmoniker; maestro: Gustavo Dudamel

Fonte:

https://www.youtube.com/watch?v=Szdziw4tI9o

 

Páginas da Internet consultadas:

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Nietzsche

 

Direitos autorais:

As animações, as fotografias digitais e as mídias digitais que reproduzo (por empréstimo) neste texto têm exclusivamente a finalidade de ilustrar e embelezar o trabalho. Neste sentido, os direitos de copyright são exclusivos de seus autores. Entretanto, como nem sempre sei a quem me dirigir para pedir autorização para utilizá-las, se você encontrar algo aqui postado que lhe pertença e desejar que seja removido, por favor, entre em contato e me avise, que retirarei do ar imediatamente.