Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Zarathustra
Zarathustra
(Pintura de Raffaello Sanzio, 1483 – 1520)

 

 

 

 

Prefácio

 

 

 

Escutai com vossos ouvidos tudo o que é o bem. Cada homem deve decidir, por si mesmo, antes da consumação final, qual será sua escolha. Porque os dois espíritos primordiais que estarão à sua frente, serão o Bem e o Mal. Os justos terão escolhido entre os dois, e terão escolhido bem. Contudo, os insensatos não terão sabido escolher. E quando estes dois espíritos voltarem a se encontrar, na origem, estabelecerão a vida e a não-vida. E ao fim de todas as coisas, a má existência será para o que seguiu a mentira. O melhor pensamento será para aqueles que seguiram o caminho do bem. (Zarathustra).

 

O Zoroastrismo é uma religião positivista, ética, baseada no conhecimento e na responsabilidade individual surgida na antiga Pérsia (formalmente, um sinônimo para o Irã, embora esta última seja a forma pela qual a Pérsia pós-1935 é mais conhecida no Ocidente), e seus preceitos e ensinamentos estão contidos nas escrituras sagradas hoje conhecidas como Zend Avesta. A base do Avesta é um conjunto de hinos (ou gathas) que falam do Deus criador Ahura Mazda. O Avatar do Zoroastrismo, Profeta Zarathustra, foi eremita por dez anos, durante os quais, envergando apenas vestes de pele de carneiro, viveu em uma floresta de cedros, alimentando-se apenas de leite e de pão que lhe eram levados por pastores. Conta sua história oficial que todos os dias ele era despertado por uma águia, na hora em que o Sol ia nascer. Após anos de meditação e de vida santa, Zarathustra ouviu a voz de Ahura Mazda – o Deus do Bem – que lhe fez revelações, interativamente. É esta interação que o Zend Avesta descreve. Zarathustra pregava a prática do bem e instituiu o culto ao Fogo Sagrado, que simbolizava a Divindade a ele revelada. Mas, o Mal mostrou seu poder e sua face: o Profeta de Ahura Mazda terminou assassinado, aos 77 anos, por um fanático, dentro do próprio local de culto ao Fogo Sagrado. No entanto, o Bem terminaria vencendo, porque o Zoroastrismo se propagou e teve enorme influência sobre ocultistas e místicos, inclusive ocidentais, como a ativista, escritora, ocultista, teósofa russa e uma das fundadoras da Sociedade Teosófica Helena Petrovna Blavatsky (1831 - 1891) e muitos esoteristas modernos. A importância do Zoroastrismo é tal, no contexto das religiões comparadas, que a Ordem Rosacruz, AMORC, de origem Kemética (Antigo Egito), em seus ensinamentos, dedica-lhe extensa monografia especial. E mais, o filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844 – 1900) apoderou-se do nome Zarathustra para escrever Also Sprach Zarathustra, Ein Buch für Alle und Keinen (Assim Falou Zaratustra, um Livro Para Todos e Para Ninguém), livro que influenciou significativamente o mundo moderno. A figura de Nietzsche foi particularmente promovida na Alemanha Nazi. Em Minha Luta, Adolf Hitler (1889 – 1945) descreve-se como a encarnação do super-homem (Übermensch). A propaganda nazi, inclusive, colocava os soldados alemães na posição desse super-homem, e o livro de Nietzsche era dado a ler aos soldados na frente de batalha, para motivar o exército. Isto também já acontecera na Primeira Guerra Mundial. Como dizia o filósofo alemão Martin Heidegger (1889 – 1976), na Alemanha se era contra ou a favor de Nietzsche. Enfim, a obra narra as andanças e os ensinamentos de um filósofo, que se autonomeou Zarathustra, após a fundação do Zoroastrismo, na antiga Pérsia. Para explorar muitas das idéias contidas na obra, Nietzsche usa uma forma poética e fictícia, freqüentemente satirizando o Novo Testamento. O centro do Zarathustra nietzschiano é a noção de que os seres humanos são uma forma transicional entre macacos, o que o filósofo chama de Übermensch, literalmente além-do-homem, normalmente traduzido como super-homem. O nome é um dos muitos trocadilhos no livro, e se refere mais claramente à imagem do Sol vindo além do horizonte ao amanhecer como a simples noção de vitória.

 

Atualmente o Irã é um território islamizado, mas ainda lá subsistem zoroastrianos. As principais características do Zoroastrismo são a profunda noção de dualidade (um dualismo cósmico e teogônico intimamente relacionado ao dualismo moral), a não-existência de templos, a não-representação de figuras da Divindade (que, como Allah, é abstrata) e as crenças na imortalidade da alma, na ressurreição, no Juízo Final e na vinda de um Messias. Uma das mais antigas religiões da Humanidade, o Zoroastrismo parece ser um preâmbulo para o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Os princípios do Zoroastrismo consistem no monoteísmo, com Ahura Mazda ou Ormuzd Mazda sábio, criador e que a todos acolhe, sem distinção. Este Deus zoroastriano é ajudado por seis espíritos (Imortais Sagrados) que o auxiliam na realização de seus desígnios: Vohû Mano (Espírito do Bem), Asa-Vahista (Retidão Suprema), Khsathra Varya (Governo Ideal), Spenta Armaiti (Piedade Sagrada), Haurvatãt (Perfeição) e Ameretãt (Imortalidade). Juntos, travam luta permanente contra o Grande Sabotador, Angra Mainyu (ou Ahriman), por sua vez acompanhado de entidades demoníacas encravadas no mau pensamento, na mentira, na rebelião, no mau governo, na doença e na morte, que procuram corromper os homens trazendo o mal para o mundo.


 

 

 

Introdução e Breve Biografia de Zarathustra

 

 

 

Há muito tempo, em meados do século VII a. C. nas estepes a perder de vista da Ásia Central, perto do Mar de Aral, havia uma pequena vila de casas de adobe, onde vivia a família Spitama. Um dia, no sexto dia da primavera, um menino nasceu naquela família, que, segundo consta, ao invés de chorar, pelo contrário, riu sonoramente. Seu nome: Zarathustra. Acabou se tornando o fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo, religião adotada oficialmente pelos Aquemênidas (558 – 330 a. C), que viram seu apogeu sob o Governo de Ciro II da Pérsia. O sacerdote da pequena vila de casas de adobe, uma mistura de ignorante, de medroso e de preconceituoso recomendou a Pourushaspa, o pai de Zarathustra: — Pourushaspa Spitama, vim lhe avisar. Seu filho é um mau sinal para a nossa vila porque riu ao nascer. Ele nasceu com um demônio no corpo. Mate-o ou os deuses destruirão seus cavalos e plantações. Onde já se viu rir ao nascer nesse mundo triste e escuro! Os deuses estão furiosos!

 

Ao crescer, Zarathustra perambulava pelas estepes indagando-se: Quem fez o Sol e as estrelas do céu? Quem criou as águas e as plantas? E quem faz a Lua crescer e minguar? Quem implantou nas pessoas a sua natural bondade e justiça?

 

Contam que, um dia, Zarathustra estava meditando às margens de um rio, quando um Ser estranho lhe apareceu. Ele era indescritível, tal a sua beleza e brilho. Zarathustra perguntou-lhe quem era ele, ao que teve como resposta: — Sou Vohû Mano, a Boa Mente. Vim lhe buscar. E tomando-lhe a mão, o levou para um lugar muito bonito, onde sete outros seres os esperavam. A Boa Mente disse-lhe então: — Zaratustra, se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda, Deus que tudo cria e sustenta, assim escolheu partilhar a sua Divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar esta mensagem libertadora a todas as pessoas. Zarathustra contestou: — Por que eu? Não sou poderoso e nem tenho recursos! Os outros seres responderam em coro: — Você tem tudo o que precisa, o que todos igualmente têm: bons pensamentos, boas palavras e boas ações.

 

Desde tenra idade, Zarathustra possuía uma sabedoria extraordinária, manifestada em sua conversação e em sua maneira de ser. Aos sete anos já teria começado a cultivar o silêncio. A sua vida foi salva muitas vezes dos inimigos que queriam martirizá-lo a fim de que não chegasse à maturidade e cumprisse a sua missão divina. Aos quinze anos de idade realizou valiosas obras religiosas e chegou a ser conhecido por sua grande bondade para com os pobres, anciãos, enfermos e animais. Dos 20 aos 30 anos, segundo narrativas que chegaram a nós, Zarathustra viveu quase sempre isolado, habitando no alto de uma montanha, em cavernas sagradas. Não ingeria nenhum alimento de origem animal. Em outros relatos, teria ido ao deserto, onde fora tentado pelo diabo, mas não sucumbiu à tentação, de modo semelhante a Jesus, nos 40 dias de provação no deserto. Após sete anos de solidão completa, regressou ao seu povo, e com a idade de 30 anos recebeu a revelação divina por meio de sete visões ou idéias.

 

Na doutrina zaratustriana, antes de o mundo existir, reinavam dois espíritos ou princípios antagônicos: os espíritos do Bem (Ahura Mazda, Spenta Mainyu, ou Ormuzd) e do Mal (Angra Mainyu ou Arimã). Divindades menores, gênios e espíritos ajudavam Ahura Mazda a governar o mundo e a combater Arimã e a legião do mal. Entre as divindades auxiliares, como consta no Avesta, a mais importante era Mithra, um Deus benéfico que exercia funções de juiz das almas. No final do século III d. C, a religião de Mithra fundiu-se com cultos solares de procedência oriental, configurando-se no culto do Sol. Arimã é representado como uma serpente. Criador de tudo que há de ruim (crime, mentira, dor, secas, trevas, doenças, pecados, entre outros), ele é o espírito hostil, destruidor, que vive no deserto entre sombras eternas. Ahura Mazda, no entanto, é o Criador original, organizador do mundo de modo perfeito. Ahura Mazda é representado também como o Divino Lavrador, o que mostra o enraizamento do culto na civilização agrícola, na qual o cultivo da terra era um dever sagrado. No plano cosmológico, contudo, ele é o criador do Universo e da raça humana, com poderes para sustentar e prover todos os seres, na Luz e na glória supremas.

 

A doutrina de Zarathustra é escatológica. De acordo com os seus preceitos, o mundo duraria doze mil anos. No fim de nove mil anos, ocorreria a segunda vinda de Zarathustra como um sinal e uma promessa de redenção final dos bons. Isso seria seguido do nascimento miraculoso do 'Saoshyant', equivalente ao Messias hebreu, cuja missão seria aperfeiçoar os bons para o fim do mundo, da história humana, enfim, para a vitória do Bem sobre as forças do Mal. A cada mil anos viria um profeta/messias ('Saoshyant').

 

Aos 77 anos de idade, ele teria morrido assassinado enquanto rezava no templo, diante do Fogo Sagrado. Segundo alguns relatos, o seu túmulo estaria em Persépolis.

 

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

 

Na Pedra Filosofal virtual deste Terceiro Milênio – a Internet – como a bem definiu o Frater Vicente Velado, Abade para o Terceiro Mundo da Ordo Svmmvm Bonvm, garimpei tudo o que encontrei sobre Zarathustra e sobre o Zoaroastrismo para compor este trabalho-estudo, que, na verdade, já se inicia no próximo item: Sobre Zarathustra e Sobre o Zoroastrismo (Comentários). Alguns livros também foram consultados, mas a fonte primária da pesquisa foi a World Wide Web. No final, todos os Websites consultados e os livros pesquisados estão referenciados. Informo, finalmente, que não me preocupei em seguir à risca a metodologia científica estabelecida nas Academias; preocupei-me, sim, muito mais, com a mensagem zoroastriana, pois, sendo atual em muitos aspectos, é isto que interessa no que concerne à libertação e à Illuminação de mentes e de Corações, como os meus. Aliás, quem tem acompanhado o que tenho escrito já deve ter percebido que prefiro a forma coloquial, informal. Penso que o rigor rigoroso (tautologia à parte) da Metodologia Científica, da qual sou professor até hoje no Instituto de Desenvolvimento Humano e Gestão Empresarial - IDHGE, tem cabimento em outro contexto. Aqui, nem tanto; só um pouquinho. Aplicada rigorosamente, mutatis mutandis, seria mais ou menos ou tal e qual a esses discursos monocórdios e sacais feitos na segunda pessoa do plural, que ninguém entende nada, e que acaba ficando prestando atenção se o palestrador comete ou não um erro de concordância. Ora, bilaquianamente, depois destas explicações, apreciaria que pensásseis e que dissésseis com vossos botões: — Em vosso monólogo-diálogo com vossa alma, ó argüente, estais coberto de fulgente e platônica dianoia.

 

Pensem, agora, por outro lado, en passant e apenas como exemplo, em um imbróglio latino-americano – bolivariano, mas nem tanto – bem atual e recente, que todos estão acompanhando, e que apresentarei em forma de espasmos literários não-ritmados:

 

1º - Incursão colombiana recente para matar o número 2 das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia – Ejército del Pueblo (FARC) causa um conflito tripartite.

2º - Raúl Reyes – o alvo marxista-leninista puro e duro da caçada – acaba sendo morto na fronteira da Colômbia com o Equador.

3º - Crise diplomática entre Colômbia, Equador e Venezuela tem início.

4º - O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordena a saída de todos os funcionários da embaixada em Bogotá. — Por favor, Chanceler Nicolás Maduro, feche a Embaixada e mande que todos voltem.

5º - Dez batalhões das Forças Armadas venezuelanas são mandados para a fronteira com a Colômbia.

6º - O Presidente do Equador, Rafael Correa, anuncia a retirada de seu embaixador em Bogotá e também mobiliza tropas na fronteira com a Colômbia.

7º - Aonde iremos parar? O grande maçom Simón José Antonio de la Santísima Trinidad Bolívar Palacios y Blanco (1783 – 1830) – El Libertador – deve estar revoluteando bolivarianamente em seu sepulcro por ver os ideais que nortearam o seu emocionado Juramento do Monte Sacro terem sido esquecidos!

8º - Pax Profundis! Paz Profunda! Ushta te! Alegria Radiante para você! (Isto está longe de ser mais um espasmo referente à crise colombiano-equatoriano-venezuelana; é um voto-desejo do meu imo Coração.)

 

Por isto, e por muito mais, revisitar Zarathustra é importante.

 

 

 

 

Sobre Zarathustra e o Zoroastrismo

(Comentários)

 

 

 

O Zoroastrismo é a mais velha das religiões do mundo que foram reveladas, e provavelmente tem mais influência sobre a Humanidade, de forma direta ou indireta, do que qualquer outra fé isoladamente (...) Zarathustra foi, então, o primeiro a ensinar doutrinas como a de que as pessoas serão julgadas depois que morrerem, a da existência do Céu e do Inferno, a da futura ressurreição do corpo, a do Juízo Final e a da vida eterna reunindo corpo e alma. Essas doutrinas iriam se tornar preceitos de fé familiares para a maioria da Humanidade por meio de empréstimos feitos pelo Judaísmo, pelo Cristianismo e pelo Islã... (Mary Boyce).

 

Maniqueu acreditava-se o último de uma longa sucessão de profetas – que teria começado com Adão e incluía Buddha, Zarathustra e Jesus – e portador de uma mensagem universal destinada a substituir todas as religiões. Para garantir a unidade de sua doutrina, registrou-a por escrito e deu-lhe forma canônica. Pretendia fundar uma religião ecumênica e universal, que integrasse as verdades parciais de todas as revelações anteriores, especialmente as do Zoroastrismo, do Budismo e do Cristianismo. (Wikipédia).

 

O Zoroastrismo é considerado como a primeira manifestação de um monoteísmo ético, e, segundo os historiadores, algumas das suas concepções religiosas influenciaram o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. [Carlos Roberto (Amon Sol)].

 

A doutrina pregada por Zarathustra não tem nada a ver com o dualismo que se tornou presente no Zoroastrismo de séculos depois. Os cristãos tomaram por base o Zoroastrismo deformado, dualista, trabalhado pela força negativa e não os ensinos primitivos de Zarathustra. (José Laércio do Egito, FRC).

 

Não é justo que o Zoroastrismo, do próprio Profeta, seja considerado dualista, desde que ele fala de Ahura Mazda como único em seu nível, isto é: no plano mais alto da existência, só há um Deus. Mas, somente em um plano imediatamente abaixo é que Ahura Mazda, mesmo sendo UNO (monismo), manifesta-se dentro da criação inicialmente sob duas formas opostas (dualismo), e abaixo desse nível revela-se sob diferentes aspectos. Sendo assim, não é absurdo descrever o Zoroastrismo como um politeísmo modificado. (José Laércio do Egito, FRC).

 

Nos 'Gathas', Zarathustra fala do Princípio Transcendente ao Universo e do dualismo presente. Coloca o monismo fora do Universo e o dualismo dentro dele. Esse dualismo se manifesta sob múltiplos aspectos, sendo o dualismo básico aquele constituído pela verdade e pela mentira ('Asha' e 'Druj'), que também significa a ordem cósmica estabelecida e os elementos que tentam destruí-la. Esse dualismo permanece durante todas as fases do Zoroastrismo. A mentira, igualmente, significa a subversão da ordem política estabelecida. (José Laércio do Egito, FRC).

 

A religião zoroastriana, a partir do momento em que deixou de ser a oficial, rápida e irreversivelmente entrou em decadência. Em todas as fases, o Zoroastrismo manteve uma característica básica: religião de livre-arbítrio na qual o homem é julgado de acordo com a natureza dos seus pensamentos, das suas palavras e dos seus atos, isto é, no que pensou, no que disse e no que fez durante sua vida. A recompensa para os bons é o Paraíso – a 'Melhor Existência'; e para os maus, o Inferno – uma 'Existência Infernal'. (José Laércio do Egito, FRC).

 

Zarathustra, após uma fatigante caminhada, chegou a um vale onde viu uma fonte cristalina, na qual uma linda mulher vestida de branco enchia um cântaro, à qual ele perguntou que vale e que fonte eram aqueles. A jovem respondeu que o vale pertencia ao Patriarca Vohûmano, Guardião do Fogo Puro e servo do Altíssimo. A jovem, então, acrescentou: — 'Aquele que beber desta água sofrerá inextinguível sede, uma sede que só Deus pode saciar'. (José Laércio do Egito, FRC).

 

Não se pode dizer que a Doutrina do Fogo foi trazido à Terra por Zarathustra, desde que antes dele esses conhecimentos já eram muito antigos, como se pode perceber por um hino védico que diz: 'O Agni! Fogo Sagrado! Fogo purificador! Tu, adormecido na madeira, a subir em chamas brilhantes no altar, tu és o Coração do Sacrifício, o ousado impulso da prece, a Fagulha Divina oculta em todas as coisas, a Alma Gloriosa do Sol'... (José Laércio do Egito, FRC).

 

O Zoroastrismo tinha uma idéia metafísica da natureza do Inferno e do Céu, pois lhes dava mais uma conotação de estados interiores, de níveis de consciência, do que propriamente de um lugar físico. Na atualidade, são poucas as religiões que têm esse conceito metafísico da natureza do mal e do bem. (José Laércio do Egito, FRC).

 

Para Zarathustra o melhor servidor do Divino é aquele que tem o Coração puro, limpo das maldades humanas. Em seu Coração não se abrigam as forças antagônicas que conduzem o ser ao desequilíbrio, e só aquele que alcançou, ao longo das encarnações, esta harmonia cósmica no 'Chakra' Cardíaco é o mais apto a conduzir os demais na Senda Iniciática. (Dorje Isundru).

 

A doutrina de Zarathustra, que viveu por volta do século VI a. C., foi adotada pelos persas, civilização de origem ariana que a disseminou por todas as regiões conquistadas, influenciando decisivamente o pensamento judaico-cristão, notadamente quanto à escatologia e ao dualismo de sua concepção de mundo... Pode-se dizer que Zaratustra foi o primeiro profeta 'milenarista' da nossa história. (Eugenio Lara).

 

O terceiro grande mago do Oriente foi Zarathustra... Zarathustra não foi um espírito universal, como agora se diria; mas um perfeito conhecedor da índole do povo do centro asiático, e apenas a ele dirigiu todos os seus cuidados. Aquelas gentes recompensaram-no com idêntico amor e consideraram-no o primeiríssimo profeta a eles enviado por Deus. (P. Borrelli).

 

Em uma vasta meseta da Ásia, circunscrita pelos rios Indo e Tigre, e pelo mar Cáspio, formava-se uma nova raça, mistura de persas, medas e de assírios, a raça irânica ou persa. Nos alvores de sua civilização, para restaurar e harmonizar o culto religioso, desceu entre eles um Grande Iniciado – Zarathustra. Este Grande Ser destruiu a idolatria e levantou o estandarte do grande Deus, o Deus Único, o Verbo Solar: Ahura Mazda. (Santiago Bovísio).

 

Os sistemas Budista, Vedantino e Mago (ou Zoroastriano) eram ensinados na Escola Teosófica Eclética juntamente com todas as filosofias da Grécia. Por isto, aquela característica proeminentemente budista e hindu registrada entre os antigos teosofistas de Alexandria no tocante ao respeito devido aos pais e aos mais velhos, a afeição fraternal por toda a raça humana e um sentimento compassivo até pelos animais irracionais. Ao mesmo tempo em que procuravam estabelecer um sistema de disciplina moral que incutia no povo a obrigação de viver segundo as leis dos respectivos países e de purificar a mente pela busca e pela contemplação da única Verdade Absoluta, seu principal objetivo – que, acreditavam, conquistaria todos os demais – consistia em extrair dos diversos ensinamentos religiosos, como de um instrumento de muitas cordas, uma harmonia perfeita e melodiosa capaz de ecoar em todo Coração verdadeiramente amante da verdade. (Helena Petrovna Blavatsky).

 

Portanto, Teosofia é a arcaica Religião-Sabedoria, a doutrina esotérica que já era conhecida em todo país pretensamente civilizado. Uma 'Sabedoria' que todas as velhas escrituras mostram como emanação do Princípio Divino e cuja absoluta compreensão é tipificada por nomes como o do Buda hindu, o do Nebo babilônico, o do Thot de Menfis, o de Hermes da Grécia, e ainda nas invocações de algumas deusas – Metis, Neitha, Athena, a Sophia [ShOPhIa = 396] gnóstica e, finalmente, nos Vedas, do Verbo 'Saber'. Sob essa designação, todos os filósofos do Oriente e Ocidente, os Hierofantes do velho Egito, os 'Rishis' da Aryavarta e os 'Theodidaktoi' da Grécia incluíam todo o conhecimento das coisas ocultas e essencialmente Divinas. As séries secular e popular da 'Mercavah' dos Rabinos hebreus eram, assim, designadas como sendo apenas o veículo, a capa externa que continha o Conhecimento Esotérico Superior. Os Magos de Zarathustra eram instruídos e iniciados nas cavernas e lojas secretas da Bactriana [região histórica cuja capital era a cidade de Bactros (atual Balkh, que fazia parte do coração persa medieval e hoje integra o Afeganistão) e que se localizava ao norte do Hindu Kush e ao sul do Rio Amu Dária (ou Oxus). A área pertence, hoje, em grande parte, ao Afeganistão.]. Os Hierofantes egípcios e gregos possuíam as suas aporrêtas [palavra grega relacionada com instruções esotéricas secretas e discursos iniciáticos apresentados durante as cerimônias nos mistérios egípcios e gregos], durante as quais os 'Mystês' se transformavam em 'Epoptês' – Videntes [Aqueles que Vêem].

 

A Fé Bahá'í é a mais jovem das religiões mundiais independentes. O seu fundador – Bahá'u'lláh (1817-1892) é considerado pelos bahá'ís como o mais recente Mensageiro na linha dos Mensageiros de Deus, que remonta aos primórdios da História e da qual fazem parte Abraão, Moisés, Buda, Zarathustra, Cristo e Maomé. (Temas Bahá'ís).

 

Zarathustra, Thoth, Hermes e inúmeros outros personagens, que se imortalizaram ao longo dos séculos, necessariamente não tiveram existência real. Em Magia e em Kabala [KaBaLa], por exemplo, nomes e personagens quase sempre são simbólicos e axiomáticos. Isto não invalida, ao mesmo tempo, a realidade histórica desses mesmos personagens. Veja-se o caso do Cristo. Existiu e existe o Cristo histórico, o Cristo Cósmico e o Cristo mítico ou simbólico, sem que se esqueça, evidentemente, do Cristo Interno e individual de cada um. (Analu Menezes). [A KaBaLa é a alma ou o espírito da Tradição. O Três preside a KaBaLa, a KaBaLa preside o Universo, e o Universo e o(s) ser(es) constituem uma única célula. Por isto, pensamentos, palavras e ações não se esgotam em si. E assim, não se move um grão de areia sem que todo o Universo não seja, de uma forma ou de outra, afetado em sua estrutura. Causa ‹–› efeito ‹–› causa ‹–› efeito ‹–› causa... Quanto aos 32 Caminhos de Sabedoria expostos no Sepher Yezirah, por um lado, representam a soma dos 10 Sephiroth e das 22 Letras, e, por outro, são o resultado da soma do valor numérico externo da primeira Letra e da última Letra do Pentateuco hebreu, BET e LaMeD, ou seja, 2 + 30 = 32. Trinta e dois é também a quinta potência do número dois (25 = 32). Mistério! E quando a Illuminação acontece, o Iniciado compreende e realiza que Dois são Um e que Um são Três, e que todos estão unidos. Somos todos Um.]

 

Aqueles que aspiram à Alta Ciência têm em Zarathustra as seguintes orientações: 1ª - É preciso estudar e conhecer as leis misteriosas do equilíbrio que submetem ao império do bem até as potências do mal; 2ª - É preciso purificar o corpo e a alma pelas provações e pelas lutas, e vencer os fantasmas da alucinação e do medo; e 3ª - É preciso ter vencido os vícios, as paixões e as limitações pessoais. (Analu Menezes).

 

Durante a longa residência na Pérsia, os judeus travaram conhecimento com um novo sistema religioso. Os persas seguiam um grande mestre de nome Zarathustra, ou Zoroastro. Zarathustra considerava a vida como uma eterna luta entre o bem e o mal. O deus do Bem, Ormuzd [Ahura Mazda], estava sempre em guerra com o deus do Mal e da ignorância – Ahriman [Angra Mainyu]. Ora, isto era uma idéia nova para a maior parte dos judeus. Até então haviam eles reconhecido a um senhor único, ao qual deram o nome de Jeová. Quando as coisas corriam mal, quando eles eram derrotados nas batalhas ou assolados por moléstias, invariavelmente atribuíam o desastre à falta de devoção do povo. A idéia de que o pecado proviesse de interferência de um espírito do mal, nunca lhes ocorrera. A própria serpente no Paraíso parecia-lhes menos culpada do que Adão e Eva, os quais conscientemente haviam desobedecido à vontade divina. Sob a influência das doutrinas de Zarathustra, os judeus começaram a crer na existência de um espírito que procurava desfazer a obra de Jeová. E a esse adversário deram o nome de Satã. Passaram a odiá-lo e a temê-lo, e no ano 331 convenceram-se de que Satã andava pela Terra. [A História da Bíblia, Hendrik Willem Van Loon, com tradução de Monteiro Lobato, Ed. Cultrix, Cap. XVIII – Judéia, Província Grega, pág. 122].

 

Satanás não é um conceito original da Bíblia, e, sim, introduzido nela a partir do Zoroastrismo Persa... E foi do Zoroastrismo que os judeus aprenderam a crença em um ‘Ahriman’, um diabo pessoal, que, em hebraico, eles chamaram de ‘Satanás’. Por isto, o seu aparecimento na Bíblia só ocorre no Livro de Jó e nos outros livros escritos após o exílio Babilônico, do ano de 538 a. C. para cá. Nestes livros, já aparece a influência do Zoroastrismo persa. Observe, ainda, que a tentação do Adão e Eva é feita pela serpente e não por Satanás, demonstrando, assim, que o escritor do Gênesis não conhecia Satanás. Os sábios judaicos, interpretando o Eclesiastes X:11, afirmam que, na verdade, a cobra que seduziu Adão e Eva era o Anjo Samael, que apareceu na Terra sob forma de serpente. E que Ele é conhecido como o ‘dono da língua’. O Anjo Samael, que apareceu sob a forma de serpente, usou sua língua, e este poder pode ser usado somente para dominar o sábio. Ele não pode prevalecer sobre um ignorante. Assim, está evidenciado que Satanás não é um conceito original da Bíblia, e sim, introduzido nela, a partir do Zoroastrismo Persa. Passa a existir, a partir daí, ‘uma lenda’ entre o povo judeu de que Satanás é considerado como o rei dos demônios, que se rebelara contra Deus sendo expulso do Céu. Ao exilar-se do Céu, levou consigo uma hoste de anjos caídos, e tornou-se seu líder. A rebelião começou quando ele, Satanás, o maior dos anjos, com o dobro de asas, recusou prestar homenagem a Adão. Afirmam ainda que esteve por trás do pecado de Adão e Eva, no Jardim do Éden, mantendo relação sexual com Eva, sendo, portanto, pai de Caim. Ajudou Noé a embriagar-se com vinho e tentou persuadir Abraão a não obedecer a Deus no episódio do sacrifício do seu filho Isaac. (Severino Celestino da Silva).

 

O Zoroastrismo foi uma das mais antigas religiões a ensinar o triunfo final do bem sobre o mal. No fim, haverá punição para os maus e recompensa para os bons. (Severino Celestino da Silva).

 

Há muito tempo que se vem confundindo a Magia com o prestígio dos charlatães, com as alucinações dos doentes e com os crimes de certos malfeitores excepcionais. Porém, a Magia é a ciência exata e absoluta da Natureza e de suas leis. A Magia é a ciência dos antigos Magos. A tradição dá ainda a estes Magos o título de Reis, porque a Iniciação à Magia constitui a Verdadeira Realeza: a Arte Real ou o Sanctum Regnum (Santo Reino). A Magia era a ciência de Abraão e de Orfeu, de Confúcio e de Zoroastro. Os dogmas da Magia foram esculpidos sobre as mesas de pedra de Enoch e de Zoroastro... As práticas mágicas da Pérsia possuíam uma tradição das mais remotas, com origens recuadas até o neolítico de onde vieram os Cultos da Luz, do Fogo e da Água. O precursor desta magia é o mítico Zoroastro ou Zarathustra. (Éliphas Lèvi).

 

Os dogmas do verdadeiro Zoroastro são os mesmos da pura Cabala e suas idéias sobre a divindade são as mesmas que as dos Pais da Igreja. Apenas diferem os nomes: Zoroastro chama Tríade o que chamamos de Trindade. As três pessoas divinas, ele chama de as Três Profundidades. A Profundidade primeira ou Paternal é a fonte de Fé; a Segunda ou Profundidade do Verbo é a fonte da Verdade; a terceira ou Ação Criadora, é a fonte do Amor. (Éliphas Lèvi).

... No Irã e em Israel, Zarathustra e os profetas hebreus desenvolveram, respectivamente, diferentes versões do monoteísmo. (Karen Armstrong).

 

 

 

 

Ensinamentos Zoroastrianos

 

 

 

 

Regra de ouro do Zoroastrismo (Zoroastrianismo ou Masdeísmo): O homem deve tratar o outro do mesmo modo como deseja ser tratado. Age como gostarias que agissem contigo.

 

O Zoroastrismo prescreve a fé em um Deus único, Ahura Mazda [Aura-Mazda, Ahura Masda ou, em persa tardio, Ormuzd], o Senhor Sábio, a quem se credita o papel de criador e guia absoluto do Universo.

 

Existe só um Deus que, embora transcendente, está em relação constante e direta com os seres humanos.

 

É dever de cada ser humano (e extensivo à cada geração sucessiva) usar a mente para fortalecer os horizontes do conhecimento, averiguar a verdade, corrigir o contexto do mundo e implementar tudo isto em sua vida.

 

Ahura Mazda deu para todo ser humano uma 'Vohû Manah' (Mente Boa) para ajudá-lo a seguir no caminho da retidão. Isto é o que nos faz tão diferentes de todas as outras espécies neste Planeta. Nós fomos dotados de uma mente, de forma que podemos pensar e distinguir, separar, diferenciar e escolher entre direito e injustiça, entre bem e mal.

 

Se nós não vivermos em harmonia com a Natureza, teremos conseqüências catastróficas. Por isto, é tão importante fazer deste mundo um lugar melhor, não só para esta geração, mas para a que vier.

 

Os seres humanos são os colegas de trabalho de Ahura Mazda, mas nós não somos escravos Dele. Nós não somos forçados a fazer algo ou mesmo ser alguém que não queiramos ser.

 

O mito mais importante é o da disputa entre Ahura Mazda e Angra Mainyu, o 'Espírito Hostil' [ou Ahriman, que age acompanhado de entidades demoníacas responsáveis por maus pensamentos, mentiras, rebeliões, maus Governos, doenças e mortes], e que consiste na luta de dois tipos de seres divinos. Esta luta aparece sob uma dupla forma: a material e a espiritual. No caso da luta material, Angra Mainyu quer invadir o Céu, mas é repelido para o Inferno. Na luta espiritual ou mística, Angra Mainyu, princípio da obscuridade, da desordem, do mal, é repelido por Ahura Mazda, Deus da Luz, da Ordem e do Bem. No primeiro caso, a arma de Angra Mainyu é 'Atar', o relâmpago; no segundo caso, são a piedade e a oração, personificadas sob o nome 'Vohû Mano'.

 

Deus é UM; sagrado; bom; o criador de todas as coisas, tanto materiais como espirituais, através de seu Espírito Santo; a vida e O que dá a vida. Ele é bom porque é produtivo e faz com que tudo se desenvolva. Sua 'Unicidade', entretanto, é uma unidade na diversidade, uma vez que Ele se manifesta sob vários aspectos; o Espírito Santo, através de quem Deus cria; o bom pensamento, através do qual inspira o profeta e santifica o homem; a verdade, a retidão, ou Ordem Cósmica ('Asha'), pela qual mostra aos homens como se ajustarem ao Cosmos pela honradez; a soberania através, através da qual regula a criação. Totalidade, que é a plenitude de seu Ser; moralidade, pela qual derrota a morte...

 

Asha [Ordem Cósmica] é o melhor bem. Ela é Alegria Radiante. A Alegria Radiante vem à pessoa que pratica o bem somente por apreciá-lo como bem.

 

Tanto a organização como a liderança devem se basear na livre escolha levando-se em conta a retidão e a capacidade. A Boa Mente torna possível essa escolha, de forma que as ações da vida sejam motivadas em nós pelo Deus de Sabedoria. A Boa Organização reabilita os seres oprimidos.

 

O homem de mente pura e correto, ó Ahura Mazda, cuja alma é em harmonia com a verdade, reflete apenas sobre Ti e dedica a Ti suas boas ações. Ó Ahura Mazda, deixe-nos aproximar de Ti, louvando-Te e entoando a Ti Tuas canções.

 

Entre as condutas proibidas pelo Masdeísmo destacavam-se a gula, o orgulho, a indolência, a cobiça, a ira, a luxúria, o adultério, o aborto, a calúnia e a dissipação. Cobrar juros a um integrante da religião era considerado o pior dos pecados. Reprovava-se duramente o acúmulo de riquezas. Virtudes, como justiça, retidão, cooperação, verdade e bondade surgem com o princípio organizador do Deus Asha, que só se pode manifestar com o esforço individual de cultivar a Tríplice Bondade. Esta prática do bem leva ao bem-estar individual e, conseqüentemente, coletivo. A comunidade somente pode surgir quando o individuo se vê como autônomo, e, desse modo, pode descobrir o outro como pessoa. O ego é valorizado como fonte para o reconhecimento do próximo. Cultivado de forma sadia, o ego torna-se forte e poderoso para o homem observar a si próprio como membro da comunidade e capaz de contribuir para o bom relacionamento harmonioso com os outros seres.

 

Era proibido infligir sofrimento a si, jejuar e mesmo suportar dores excessivas, visto o fato de essas práticas prejudicarem a alma e o corpo, e impedirem os seres humanos de exercerem os deveres de cultivar a terra e de procriar. Essas prescrições fomentavam a temperança e não a abstinência. Assim, as exortações e interdições destinavam-se a proporcionar aos homens uma boa conduta, além de reprimir os maus impulsos.

 

A base da doutrina de Zarathustra é o dualismo bem-mal. O cerne da religião consiste em evitar o mal por intermédio de uma distinção rigorosa entre bem e mal. Além disso, é necessário cultivar a sabedoria e a virtude, por meio de sete ideais, personificados em sete espíritos, os Imortais Sagrados: o próprio Ahura Mazda, concebido como criador e 'Espírito Santo'; VohûManõ, o Espírito do Bem; Asa-Vahista, que simboliza a Retidão Suprema; Khsathra Varya, o Espírito do Governo Ideal; Spenta Armaiti, a Piedade Sagrada; Haurvatãt, a Perfeição; e Ameretãt, a Imortalidade. Estes deuses enfrentam constantemente as forças do mal, os maus pensamentos, a mentira, a rebelião, a doença e a morte. O príncipe destas forças é Angra Mainyu.

 

Base ética do Zoroastrismo: manutenção da vida e luta contra o mal. Bons pensamentos, boas palavras e boas obras.

 

Três Mandamentos básicos: 1º - falar a verdade; 2º - cumprir com o prometido; e 3º - manter-se livre de dívidas.

 

Com Sincera, Pura e Amorosa Devoção a Ahura Mazda somos apreciadores da Mente Pura, das Palavras proferidas com Veracidade e Bondade, das Ações praticadas com Benevolência para com todos, agora e daqui por diante, que estão sendo realizadas e as que já foram no passado. Assim, reverenciamo-las com esta homenagem e fazemos isto desde que somos apreciadores de tudo que provém do Bom.

 

O Pensamento Puro os conduzirão para as ações apropriadas e amorosamente verão, finalmente, o Supremo Ahura Mazda, e desfrutarão da Beatitude da Luz e do Amor Divino.

 

Três Princípios básicos: 1º - pureza e moralidade em ações; 2º - pureza e moralidade em pensamentos; e 3º - pureza e moralidade em palavras.

 

 

Faravahar
Faravahar1

 

 

 

O que vale mais em um trabalho é a dedicação do trabalhador.

 

O Zoroastrismo repousa no postulado básico da grande contradição dualista - bem e mal - presente em todos os elementos do nosso mundo; mas a bondade irá triunfar e os mortos ressuscitarão.

 

O Zoroastrismo desenvolveu uma avançada visão metafísica, na qual os pensamentos geram realidade. Quando o homem nutre bons pensamentos, o Universo passa a conspirar a seu favor. Quando elabora maus pensamentos, isola-se e enfrenta toda sorte de dissabores; é uma religião baseada na Ética, no conhecimento e na responsabilidade individual.

 

É melhor cultivar seis jeiras2 de terra árida do que ganhar vinte e quatro batalhas.

 

Na imortalidade, a alma do justo estará sempre em alegria, mas a alma do mentiroso estará em tormento.

 

O Espírito Santíssimo escolhe o bem, e o imitam aqueles que querem agradar a Ahura Mazda, por meio de boas ações. Os demônios escolheram mal entre eles, pois a loucura os dominou enquanto deliberavam, e se decidiram pelo mau pensamento. Então, utilizaram a violência para debilitar o mundo dos homens.


O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia obter com mil orações sem nada fazer.


Aquele que diz uma palavra injusta pode enganar o seu semelhante, mas não enganará a Deus.


Deus está sempre à tua porta, na pessoa dos teus irmãos de todo o mundo.

 

Todo aquele cujas boas obras excedam em três gramas a seus pecados irá para o céu; todo aquele cujo pecado seja maior irá para o inferno. No entanto, aquele em que ambos sejam iguais, permanecerá no 'Hamistikan' até obter um corpo futuro ou a ressurreição.

 

O que semeia milho semeia a religião. Não trabalhar é um pecado.

 

O bem e o mal se resolvem dentro da mente humana.

 

Disse a Boa Mente a Zarathustra: Se você quiser pode encontrar em você mesmo todas as respostas que tanto busca, e também questões mais interessantes ainda. Ahura Mazda – Deus que tudo cria e tudo sustenta assim escolheu partilhar a sua Divindade com os seres que cria. Agora, sabendo disso, você pode anunciar esta mensagem libertadora a todas as pessoas.

 

A alma é imortal; mas esta imortalidade é produto de uma opção humana.

 

Escutai com vossos ouvidos tudo o que é o bem. Cada homem deve decidir, por si mesmo, antes da consumação final, qual será sua escolha. Porque os dois espíritos primordiais que estarão à sua frente, serão o Bem e o Mal. Os justos terão escolhido entre os dois, e terão escolhido bem. Contudo, os insensatos não terão sabido escolher. E quando esses dois espíritos voltarem a se encontrar, na origem, estabelecerão a vida e a não-vida. E ao fim de todas as coisas, a má existência será para o que seguiu a mentira. O melhor pensamento será para aqueles que seguiram o caminho do bem.

 

Se duvidas, cala-te.

 

A consciência individual constitui o cume de toda a criação animal e sua destruição é uma violação do pensamento da existência coletiva e equivale a um crime.

 

A doutrina de Zarathustra é escatológica. De acordo com os seus preceitos, o mundo duraria doze mil anos. No fim de nove mil anos, ocorreria a segunda vinda de Zarathustra como um sinal e uma promessa de redenção final dos bons. Isto seria seguido do nascimento miraculoso do Saoshyant [Aquele que trará benefício], equivalente ao messias hebreu, cuja missão seria aperfeiçoar os bons para o fim do mundo, da história humana, enfim, para a vitória do bem sobre as forças do mal. A cada mil anos viria um profeta/messias (Saoshyant).

 

Zarathustra propõe que o homem encontre o seu lugar no Planeta de forma harmoniosa, buscando o equilíbrio com o meio (natural e social), respeitando e protegendo terra, água, ar, Fogo e a comunidade. O cultivo da mente, de palavras e de ações boas é de livre escolha: o indivíduo deve decidir perante as circunstâncias que se apresentam em determinado fato. A boa deliberação, ou seja, uma boa reflexão a respeito de cada ação faz surgir uma responsabilidade social para colaborar com o projeto que Deus propôs ao mundo. Os seres humanos, portanto, possuem livre-arbítrio e são livres para pecar ou para praticar boas ações. Mas serão recompensados ou punidos na vida futura conforme a sua conduta.

 

A Natureza nos ensina, por indução, que existem demônios incorpóreos... O Fogo, sempre agitado e movendo-se na atmosfera, pode tomar uma configuração semelhante à dos corpos. Digamos melhor: afirmemos a existência de um Fogo cheio de imagens e de ecos... E quando vires brilhar este Fogo incorpóreo, este Fogo sagrado cujas flechas atravessam as profundezas do mundo, ouve o que Ele te dirá! [Segundo Éliphas Lèvy, este 'Fogo', a que Zarathustra se referiu, é a Luz Astral com sua força configurativa e sua potência para refletir o Verbo e repercutir a Voz. O conhecimento da Luz Astral era o começo da Iniciação Mágica.]

 

Não. Não existe a não ser um Deus, e seu adversário. Outros deuses não são mais do que espíritos subordinados, não deuses. Este Deus, Ahura Mazda, se revelou a mim, Zarathustra. Este Deus dá ao homem livre-arbítrio e o coloca perante uma escolha: o mundo está cheio de mentiras, de espíritos maus que o tentam; o homem deve seguir a Ahura Mazda e à verdade.

 

Agora, quero proclamar, ante aqueles que queiram ouvir, estas coisas que todo homem sábio deve recordar ao cantar hinos de louvor a Ahura Mazda, e fazer orações ao bom pensamento e à felicidade que vêm com as luzes celestes e só pode ser visto por aquele que pensa com Sabedoria.

 

Oh! mortais! Se obedecerdes aos mandamentos de Ahura Mazda – que ordena a felicidade e o sofrimento, o castigo longo dos mentirosos e dos maus e a bênção dos bons tereis a felicidade eterna!

 

Bem e mal não são apenas valores morais reguladores da vida cotidiana dos humanos, mas, são transfigurados em princípios cósmicos, em perpétua discórdia. Da luta entre o bem e o mal, originam-se todas as alternativas da vida do Universo e da Humanidade. Bem e mal são princípios criadores e estruturadores do Universo, que podem ser observados em a Natureza e se encontram presentes na alma humana. A vida humana é uma luta incessante para atingir a bondade e a pureza, para vencer Angra Mainyu e toda a sua legião de demônios cuja vontade é destruir o mundo criado por Ahura Mazda.

 

Antes de o mundo existir, reinavam dois espíritos ou princípios antagônicos: o espírito do Bem (Ahura Mazda, Spenta Mainyu ou Ormuzd) e do Mal (Angra Mainyu ou Arimã).

 

Não basta fazer o bem. É preciso fazê-lo com prudência.

 

O Zoroastrismo encoraja o homem a uma atitude de luta contra as forças do mal. Mantendo-se puro, terá a merecida recompensa da Luz Eterna.

 

O Casamento [Alquímico] é uma ponte que conduz ao céu.

 

Crenças dos Zoroastristas: 1ª - Eu creio que há dois grandes seres no Universo; um que é Ahura Mazda, criador dos homens e de todas as coisas boas, da beleza e da verdade; e outro, Angra Mainyu, vivificador de todo o mal e do que é horrível e destrutível; 2ª - Eu creio que os homens são livres para se direcionarem para o bem ou para mal, e quando toda a Humanidade estiver em harmonia com Ahura Mazda, Angra Mainyu será derrotado; 3ª - Eu creio que a alma é imortal e que poderá vencer a morte e o inferno. O bom seguirá para o céu; o mau cairá dentro do inferno; 4ª - Eu creio que um Salvador, nascido de uma virgem, com o nome de Saoshyant, irá aparecer no final dos tempos. Reviverá os mortos, recompensará os bons e punirá os maus; e, portanto, Ahura Mazda irá reinar; 5ª - Eu creio em Zarathustra, o primeiro profeta de Deus; 6ª - Eu creio na autoridade das Escrituras do Zend Avesta; 7ª - Eu creio que a pureza é a primeira virtude. A segunda é a verdade. A terceira é a caridade. Eu creio que as pessoas devem se dirigir para as coisas boas em pensamentos, em palavras e em obras; 8ª - Eu creio que o casamento se sobrepõe à continência, que as ações se sobrepõem à contemplação e que o perdão se sobrepõe à vingança; e 9ª - Eu creio em Deus como Luz Eterna, Retidão, Justiça, Bondade e Amor; Força do Espírito, Piedade e Fé; Riqueza, Perfeição e Imortalidade. Creio que a Sua maior representação simbólica de adoração é o Fogo purificador.3

 

Muitas vezes, Zarathustra ouviu a voz de Ahura Mazda, que lhe falava em uma Voz Interior ou por meio de imagens ardentes, e assim tantas coisas lhes foram transmitidas pela Voz Divina... Sendo assim, todo o Zend Avesta é um diálogo entre Ahura Mazda e Zarathustra. 'Do Fogo S agrado – segredou Ormuzd – recebi a existência!' [Grifo meu. In Corde loquitur nostro Vox Dei. Em nosso Coração fala a Voz de Deus.]

 

Depois da morte, a alma paira sobre o cadáver ou ao seu redor, durante três dias. Depois disso segue para a 'Cinvat' (Ponte do Julgamento) para conhecer o seu destino, que lhe será transmitido pelos três Juízes: Mithra, Sraosha, e Rashnu. A alma das pessoas justas mantem-se segura em cima da ponte, e, dali, rumará para a Eternidade no Céu (‘Vahishta de Auhu’ ou ‘Nmana de Garo’), a Morada de Deus e dos seus anjos santificados. A alma impura, fatalmente, cairá da ponte e será precipitada no Inferno (‘Auhu de Duzh’).

 

Onde devo buscar apoio e proteção? Quem virá me ajudar? Meus parentes me abandonaram e meus amigos se mantêm afastados. Meus companheiros de trabalho não me trazem esperanças. As leis do país estão todas inclinadas para a falsidade. Como posso receber Teu favor, ó Ahura, para cumprir com minha missão?


Estou bem ciente – ó Mazda – de minha inabilidade e insignificantes possessões. Minha riqueza é pequena e são poucos os amigos que possam me apoiar. A Ti eu apelo – ó Ahura – como um amado que espera o amor, a bondade e a felicidade de seu amante. Permita-me desfrutar o Poder do Amor e do Bom Pensamento, ó meu Senhor, com Asha, a Lei Eterna da Verdade e Pureza.


Ó Mazda, quando devem alvorecer os dias de boa sorte? Quando os povos do mundo irão para 'Asha'? Quando devem os Salvadores da Humanidade guiar os povos com seu Conhecimento, Sabedoria e Ensinos Eficazes? A quem deve o Bom Pensamento mostrar inclinação? Eu escolho a Ti, ó Ahura, como meu Mestre e Orientador Amoroso.


Os enganadores tentam impedir aqueles que estão avançando apoiados por 'Asha' para o seu objetivo Sagrado, ou seja, a Retidão, a Veracidade e o Progresso da província e do país. Eles são conhecidos para suas ações hostis e destrutivas. As pessoas que se opõem a estes seguidores da maldade – ó Mazda – serão conduzidos com Alma e Coração para o mundo da real e Verdadeira Sabedoria.


O homem forte e sábio que dá boas-vindas com consideração e respeito a um suplicante, mesmo que seja seguidor da Verdade ou da mentira, de acordo com a Lei Divina, é um Verdadeiro seguidor de 'Asha' e sua vida será plena de Retidão. É um homem sábio – ó Mazda – aquele que preserva a vida e reconduz as Almas perdidas para o Trajeto do Conhecimento e da autoconfiança.


Aquele que não guia uma pessoa para a Retidão torna-se também um seguidor da mentira. Aquele que deseja a Vitória e apóia os seguidores da falsidade transformar-se-á também em seguidor destes; e aquele que representa o homem Verdadeiro e ama-os, será considerado Íntegro. Esta é a Tua Lei Eterna – ó Ahura – desde que criaste o ser humano.


Quando os agressivos seguidores da falsidade se defrontarem comigo com violência, quem – ó Mazda – será o meu protetor, exceto aquele que é o possuidor do Fogo Divino ('Asha') e Tua Vohû Manah ? À ação destes dois juntos, ó Ahura, a Lei Eterna da Verdade será cumprida? Declara-me claramente esta Sabedoria Sagrada, ó meu Senhor, de modo que minha Alma e minha consciência possam realizar esta Verdade.


Aquele que pensa em ferir a vida com suas más ações, não me ferirá, e o resultado deste ódio recairá sobre ele mesmo. Suas ações perversas e odiosas impedirão seu próprio crescimento para uma Vida Perfeita e laboriosa. Ó Mazda, guarda as pessoas bem intencionadas da raiva, do ódio e de uma vida pervertida.


Quem foi o Primeiro e Grande Mestre que ensinou essa Tua Lei Eterna, a mais digna de ser invocada? O Senhor da Verdade, Santamente Justo e Atuante? Esforçar-nos-emos, ó meu Senhor, para sermos merecedores da revelação dos Mistérios de Vida e da Lei Eterna de 'Asha' com 'Vohû Manah', e para nos tornarmos cientes da Lei da Verdade como declarado pelo Criador.


O homem ou a mulher que executam o trabalho que foi declarado como o melhor por Ti – ó Ahura Mazda – neste mundo, desfrutarão as recompensas de 'Asha' e 'Khshathra'
[uma vida completamente dedicada à Verdade, à Retidão e à a Pureza]. As recompensas da Força Espiritual e do serviço da Humanidade podem ser conseguidas somente com 'Vohû Manah'. Ensiná-los-ei, ó meu Senhor, a adorarem somente a Ti, e guiá-los-ei quando marcharem pela Ponte de Chinvato [ponte do julgamento onde o bem e o mal são julgados].

 

Aqueles que satisfazem e ajudam Zarathustra Spitama a cumprir sua missão, verdadeiramente serão ilustres e corretos. As eles, Mazda Ahura concederá a Melhor Vida, e 'Vohû Manah ' estenderá seu Amor com abundância. Devemos considerá-los, Ó meu Senhor, estreitamente ligados com Asha e em harmonia com a Lei de Ahura.

 

Verdadeiramente, prometo àquele que me ajuda com amor e coração sincero no cumprimento de minha missão, o melhor presente de 'Vohû Manah '. Entretanto, será o oposto para aquele que se opõe a nós. Ó Ahura Mazda, cumprirei Teu desejo porque este é realmente a escolha da minha Mente e do meu Coração.


Quem ajuda na missão de Zarathustra, desfrutará Vida Eterna como recompensa. Seus sinceros desejos serão realizados neste mundo. Tudo isto, ó Mazda, Tu o Mais Sábio, revelou-me.

 

Oração de Zarathustra (1):

De joelhos, com as mãos estendidas,
imploro-Vos, meu Senhor:
Ó Espírito Invisível e Benevolente!
Concedei-me nesta hora de alegria,
toda retidão da ação,
toda sabedoria da mente pura,
para que eu possa levar alegria à Alma da Criação.

 

Oração de Zarathustra (2):

Tudo o que deveria ter pensado, e não pensei;
Tudo o que deveria ter dito, e não disse;
Tudo o que deveria ter feito, e não fiz;
Tudo o que não deveria ter pensado, mas pensei;
Tudo o que não deveria ter falado, mas falei;
Tudo o que não deveria ter feito, mas fiz;
Por pensamentos, palavras e ações, imploro o perdão e arrependo-me com penitência.

 

Oração de Zarathustra (3):

Eu oro a Ti, ó Mazda, com as mãos estendidas para o Teu Iluminado Espírito Beneficente. Espero que com Asha eu possa usufruir os dons de Vohû Manah e assim trazer contentamento para a Alma da Criação.

 

Oração de Zarathustra (4):

Ó Ahura Mazda, causa primeira da Vida!
Eu me aproximo e vejo a Ti através do Bom Pensamento e com o Coração Puro. Ó Supremo Criador!
Conceda-me favoravelmente em ambos os mundos, material e espiritual, as melhores bênçãos que fazem os fiéis felizes e que só podem ser alcançadas com a Mente Pura, Retidão e Verdade.

 

Oração de Zarathustra (5):

Ó Mazda, com Vohû Manah e Asha, emanações divinas do Bom Pensamento e da Verdade!
Cantarei, agora, com entusiasmo as canções de exaltação que ainda não foram ouvidas por ninguém em qualquer distância.
Espero que o Bom Pensamento, a Verdade e o Poder permaneçam sempre comigo, e que a Pura Armaiti cresça em meu Coração com a Verdadeira e Pura Felicidade
.

 

Oração de Zarathustra (6):

Com a Iluminada Mente Pura elevarei minha Alma ciente das bênçãos que o Todo-poderoso derramará sobre aqueles que realizam ações benevolentes para todos. Ensinarei às pessoas para que se empenhem sempre com a Verdade, com a Justiça e com a Bondade.

 

Oração de Zarathustra (7):

Ó Asha, manifestação da Verdade, da Ordem e da Retidão!
Quando verei a Ti?
Ó Vohû Manah , Iluminada Mente Pura!
Devo Te reconhecer possuído pela Verdadeira Sabedoria?
Aproximo-me do Senhor Ahura Mazda, o mais Poderoso da Vida, obedecendo a Voz Silenciosa da Boa Consciência.
Que eu possa com palavras iluminadas e discurso eloqüente guiar aqueles que caíram no erro de volta ao Caminho mais elevado, o da Verdade, da Retidão e da Justiça, com reconhecimento do Supremo Ahura Mazda.

 

Oração de Zarathustra (8):

Ó Senhor!
Venha a nós com Vohû Manah e Asha.
Ó Sábio Ahura!
De acordo com os Teus Sagrados Ensinos, conceda-nos saúde e vida longa, força e alegria, para que possamos superar a rivalidade de nossos opositores.

 

Oração de Zarathustra (9):

Ó Asha Radiante!
Concede-nos as benévolas bênçãos que fluem da Iluminada Mente Pura.
Ó Armaiti!
Realiza os desejos de Vishtaspa e de todos os nossos leais seguidores.
Ó Mazda, Suprema Sabedoria!
Concede aos Teus fiéis colaboradores a Força Espiritual de modo que a Tua Iluminada Mensagem possa ser compartilhada com todo mundo.

 

Oração de Zarathustra (10):

Ó Ahura Mazda!
Eu me empenho constantemente para Te oferecer minhas canções de louvor com Pureza. Nunca vacilarei com Asha, Vohû Manah e Khshathra, desde que aprendi que são verdadeiramente manifestações de Teu Poder Divino e dignas de nossas sinceras e exaltadas reverências.

 

Oração de Zarathustra (11):

Ó Mazda, origem predominante da Vida!
Que eu possa, com estas orações, desfrutar das benévolas bênçãos do Bom Pensamento e da Verdade. Guia-me com o Teu Progressivo e Iluminado Espírito Beneficente e com a Tua Sabedoria, para que eu possa proclamar ao mundo esta Suprema Verdade.

 

 

 




 

 

 

 

Palavras Finais

 

 

 

 

 

 

Zarathustra compôs o Ashem Vohû ou Oração de Vohû. Nesta Oração zoroastriana, que faz lembrar um círculo, a primeira e a última palavras são exatamente as mesmas:

 

 

 

Ashem Vohû vahistem astî ushtâ astî
ushâ ahmâi hyat ashâi vahishtâi ashem.

 

(Asha é o melhor Bem.
É a Alegria Radiante que vem à pessoa
– que pratica o Bem

somente por apreciá-Lo como Asha).

 

 

 

 

O caminho de retidão e de verdade é o único que liberta. Somente Ushtâ – a Felicidade Brilhante ou Alegria Radiante a Verdade (relativa) trará felicidade e alforria. A bondade forçada, interesseira e hipotética não tem qualquer valor e jamais libertará. O resumo deste ensinamento zoroastriano é que devemos, todas as manhãs, pedir um Ashem Vohû, e, firmemente, nos comprometermos a ter bons pensamentos, pronunciar boas palavras e praticar boas ações, agindo com retidão (categoricamente) para tornar este mundo um lugar melhor, mais harmônico e mais equilibrado. Que assim seja!

 

Ushta te! Alegria Radiante para você!

 

 

 

 

 

 

 

 


_______

Notas:

1. O Faravahar (ou Ferohar, Foroohar e ainda Forouhar), um dos símbolos mais conhecidos do Zoroastrismo, representa a alma humana antes do nascimento e depois da morte. A criatura alada simboliza a verdade, a grandeza e o potencial do ser humano. A coroa é a sua autonomia, as asas as possibilidades infinitas e o círculo a perfeição que traz em si.

2. Jeira = Medida ou extensão agrária que varia de 19 a 36 hectares, segundo o uso dado às terras. Medida de área de terras equivalente a 400 braças quadradas (0,2 hectare). Entre os antigos romanos, unidade de superfície ou unidade agrária (que correspondia a 28.800 pés quadrados, ou seja, 24,978312 ares). Porção de terreno em que se podem semear quatro alqueires de trigo.

3. Zarathustra não ensinou a adoração do Fogo, mas procurou utilizar a chama como um símbolo do Espírito puro e sábio da dominação universal e suprema [um símbolo da LLuz e do Sagrado]. É bem verdade que muitos dos seus seguidores, posteriormente, não apenas reverenciaram esse Fogo simbólico, mas adoraram-no. (O Livro de Urantia).

 

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LÈVY, Éliphas. Dogma e ritual da alta magia. São Paulo: Pensamento, s. d.

_____. A chave dos grandes mistérios. São Paulo: Pensamento, s. d.

_____. História da magia. São Paulo: Pensamento, s. d.

_____. Os mistérios da Cabala. Lisboa: Edições Alfaómega, 1979.

 

Fundo musical:

Zarathustra (Eumir Deodato)

Fonte:

http://www.midipedia.net/fichiers/midi/Z/Z/?C=M;O=A