Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

ontinuamos poluindo...

E avacalhando.

Continuamos destruindo...

E abastardando.

Estamos adulterando...

E corrompendo.

Estamos nos matando...

E remetendo.

 

A Natureza agüenta...

Mas nem tanto!

É só ouvir o seu lamento...

E os nossos filhos?

Deixaremos que herança?

E os nossos netos?

Será como a futurança?

 

Escamotear... Adulterar...

Acanalhar... Apoucar...

Enricar... Obsoletar...

Enfraquentar... Adoentar...

E isto é apenasmente

na primeira conjugação!

Nas outras, é muito pior:

a podridão vira abvacuação!

 

Depois, se (ou quando) o treco

estiver daquele jeito,

não irá adiantar nada

nos deuses botar defeito.

Parimos o Mateus?

Teremos que o mateusar.

Fabricamos a Hidra?1

Teremos que a hidragüentar.

 

Mas, esta desgraceira toda,

por acaso, tem solução?

Eu sou superotimista;

nem sequer penso no não.

Todavia, nosso Coração

precisa já ser ouvido,

senão, cada vez mais,

tudo fará menos sentido.

 

Sonha quem ajoelha e espera

por uma Intervenção Divina!

Sonha quem, na Nova Era,

um anjo mudará a sina.

Sonha quem pensa que Deus

arrebatará os devotos

e infernará os ateus.

Oh!, sonhosos anhotos!

 

 

 

 

 

 

 

 

Enquanto sonham os anhotos,

a Terra vomita e dá arrotos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. A Hidra de Lerna era um animal fantástico da mitologia grega, filha dos monstros Tifão e Equidna, que habitava um pântano junto ao lago de Lerna, na Argólida, costa leste do Peloponeso. A Hidra tinha corpo de dragão e nove cabeças de serpente (algumas versões falam em sete cabeças e outras em números muito maiores), cujo hálito era venenoso e que as cabeças podiam se regenerar. A Hidra era tão venenosa que matava os homens apenas com o seu hálito; se alguém chegasse perto dela enquanto ela estava dormindo, apenas de cheirar o seu rastro a pessoa já morria em terrível tormento. A Hidra foi derrotada por Héracles (Hércules, na mitologia romana), em seu segundo trabalho. Inicialmente, Hércules tentou esmagar as cabeças, mas a cada cabeça que esmagava surgiam duas no lugar. Decidiu, então, mudar de tática, e, para que as cabeças não se regenerassem, pediu ao sobrinho Iolau para que as queimasse com um tição logo após o corte, cicatrizando desta forma a ferida. Sobrou, então, apenas a cabeça do meio, considerada imortal. Héracles cortou e enterrou a última cabeça com uma enorme pedra. Assim, o monstro foi morto. Segundo a tradição, o monstro foi criado por Hera para matar Héracles. Quando percebeu que Héracles iria matar a serpente, Hera enviou-lhe a ajuda de um enorme caranguejo, mas Héracles pisou-o e o animal converteu-se na constelação de caranguejo (ou Câncer). Instruído por Minerva, Héracles, após matar a Hidra, aproveitou para banhar suas flechas no sangue do monstro, para torná-las venenosas. Euristeu não considerou este trabalho válido (Héracles deveria cumprir dez trabalhos, e não doze), pois o herói teve ajuda. Hércules morreu, mais tarde, na Frígia, por causa do veneno da Hidra: após ferir mortalmente o centauro Nesso com flexas envenenadas no sangue da Hidra, este deu seu sangue a Dejanira, dizendo que era uma poção do amor, para ser usada na roupa. Dejanira acreditou, e, quando sentiu ciúmes de Íole, usou o sangue de Nesso para banhar as roupas de Hércules, que sentiu dores de queimadura insuportáveis, preferindo o suicídio na pira crematória.

Fonte desta nota:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidra_de_Lerna

 

Música de fundo:

High Hopes
Compositores: Jimmy Van Heusen (música) & Sammy Cahn (letra)
Interpretação: Frank Sinatra

Fonte:

http://www.4shared.com/get/GoaMF
nOv/Frank_Sinatra_-_High_Hopes.html