Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

O xenofobismo nada mais é do que

um desarrazoamento do pensamento;

mas a injustiça é muito mais do que

um simples incoercível alucinamento.

 

O xenofóbico é um grande ignorante

que eventualmente poderá prejudicar;

já o injusto é um execrando farsante

que, até, poderá chegar a assassinar.

 

O xenofobismo é sempre injusto,

mas a injustiça é (odiosamente) preconceituosa;

só vê o benefício, nunca o custo.

E sempre gera uma experiência dolorosa.

 

Seja como for, há poucas diferenças

entre um xenofóbico e um injusto;

ambos sofrem das mesmas doenças

derivadas de um mal-entendido incombusto.

 

 

 

Acho que este rascunho de poema

acabou ficando um imbróglio impalatável.1

Na realidade, não há qualquer dilema:

 

 

 

 


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Nota:

1. Estive pensando sobre este imbróglio complicado e muito mal elaborado que eu escrevi, e – heureka! – encontrei a solução para não deletar o poema. Simples: já que as doenças são as mesmas – e se não são a as mesmas, pelo menos, vêm da mesma fonte – onde está escrito xenofobismo, leia injustiça, e vice-versa; e onde está escrito injusto, leia xenofóbico, e vice-versa. Há solução para tudo! Seja como for, pelo menos, não me enganei quando usei no poema os vocábulos execrável e abominável como sendo aparentemente distintos. Não são; sei que são equivalentes e sinônimos.

 

Música de fundo:

Anytime

Fonte:

http://www.hotfiles.co.za/midi/CREATIVE/PIANOIMP/