E...

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

Não Busco N'esta Vida Glória ou Fama

 

 

Antero Tarquínio de Quental

 


N
ão busco n'esta vida glória ou fama:

Das turbas que me importa o vão ruído?

Hoje, deus... e amanhã, já esquecido,

Como esquece o clarão de extincta chama!

 

Foco incerto, que a luz já mal derrama,

Tal é essa ventura: eccho perdido,

Quanto mais se chamou, mais escondido,

Ficou inerte e mudo á voz que o chama.

 

D'essa coroa é cada flor um engano,

É miragem em nuvem ilusoria,

É mote vão de fabuloso arcano.

 

Mas coroa-me tu: na fronte inglória,

Cinge-me tu o louro soberano...

Verás, verás então se amo essa glória!

 

Antero Tarquínio de Quental (1842 – 1891), sic, in: Sonetos


 

 

 

 

E o Palhaço Acordou da Inglória Fama

 

 

 

 

 o véu se rasgou...

E a procela amainou...

E a noite se aclarou...

E a rata se mandou...

 

 

 

 a caverna1 alumiou...

E o treco se alterou...

E o lobo não ululou...

E a diabo não tentou...

 

 

 

 a zanga se quebrou...

E o ladrão não zurupou...

E o medo não sufocou...

E a dúvida não abalou...

 

 

 

 o palhaço acordou...

E o a priori mixou...

E a Dialética pujou...

E a Razão triunfou...

 

 

 

 a LLuz Illuminou...

E o um-só fraternizou...

E o Portal franqueou...

E o submerso delivrou!

 

 

 

 o Zodíaco virou...

E a Cruz mudançou...

E o   começou...

 

 

 

 

Quando o Nove Começará?

 

 

 

 

_____

Nota:

1. A Alegoria da Caverna (também conhecida como Parábola da Caverna, Mito da Caverna ou Prisioneiros da Caverna) foi escrita pelo filósofo grego Platão (Atenas, 428/427 – Atenas, 348/347 a.C.), e se encontra na obra intitulada A República (Livro VII). Trata-se da exemplificação de como poderemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da Luz (relativa) da Verdade, uma alegoria na qual Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado Ideal. A Alegoria da Caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e da educação como formas de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade (na Filosofia Romana e, posteriormente, no pensamento moderno, o senso comum é o conjunto de opiniões, idéias e concepções que, prevalecendo em um determinado contexto social, se impõem como naturais e necessárias, não evocando, geralmente, reflexões ou questionamentos) para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, e que busca as respostas não no acaso, mas, na causalidade (Lei da Causa e do Efeito). Segundo a Metáfora de Platão, o processo para a obtenção da consciência, isto é, do conhecimento, abrange dois domínios: o domínio das coisas sensíveis (eikasia e pistis) e o domínio das idéias (dianoia e noesis). Para o Filósofo, a realidade está no Mundo das Idéias – um Mundo Real e Verdadeiro – e a maioria da Humanidade vive na condição da ignorância, no mundo das coisas sensíveis – este mundo em que vivemos, miraginamos e nos deixamos iludir – no grau da apreensão de imagens (eikasia), as quais são mutáveis, e, portanto, não são perfeitas como as coisas no Mundo das Idéias, e, por isto, não são objetos suficientemente bons para gerar conhecimentos perfeitos.

Em um texto que escrevi e publiquei há muito tempo ponderei: Enquanto o ente viver prisioneiro de seus sentidos viverá nas sombras da ilusão e só perceberá as aparências sensíveis dos objetos ou suas estátuas. A libertação desta prisão é desejável e é possível. Liberto – porque trabalhou incansavelmente para atingir esta liberação – o ser ascensionará no seio do Verdadeiro Sol rumo à Luz Inextinguível. Mas, compreenderá 'ipso facto' que não existe liberdade individual, solitária. Sentirá, indefectivelmente, que o Universo é orgânico e que todas as coisas e todas as criaturas são uma só. Esta Percepção Iniciática fará com que retorne à todas as cavernas para auxiliar na manumissão de todos aqueles que ainda continuam a viver – como ele um dia viveu – como escravos de suas cobiças, de suas paixões e de seus desejos. Mas, deverá estar preparado e consciente dos riscos que este desprendimento solidário e fraterno pode acarretar. Todo aquele que testemunhe em uma dimensão socrática ou Iniciática corre risco de não ser entendido, de ser humilhado, de ser proclamado louco, de ser excluído e de ser cobardemente assassinado. Contudo, ele verificou, pelas Iniciações que recebeu, que esta vida é transitória, efêmera e ilusória. E é isto o que se disporá a ensinar aos seus irmãos. Reflita bem nisto: não existe liberdade individual, solitária. Enfim, acima da Noesis (Razão Intuitiva) há um ponto mais elevado, mais sutil: a transintuição – que está relacionada com transnoesis ou transrazão, mas, que só poderá ser acedido pela Iniciação.

Para concluir, reflita sobre este fragmento do Mestre Ascensionado Tibetano Djwhal Khul – um Iniciado da Sabedoria Eterna – retirado da obra Os Trabalhos de Hércules, publicada por Alice Ann Bailey: Permanece com a Humanidade, como o Cristo ou como essa Grande Vida [Sanat Kumara] que permanecerão nos locais a Eles designados, até que o último peregrino encontre o Caminho de Casa. Todavia, não são apenas o Cristo e Sanat Kumara que permanecerão ajudando a Humanidade; outros Illuminados e algumas minhocas não iluminadas como eu tomaram a decisão de ficar, enquanto for necessário, indispensável, imprescindível, inevitável. Bem, eu só fico pensando em que um anelídeo oligoqueta como eu poderá ajudar, mas, acho que, minhocando aqui, minhocando ali, alguma coisinha minhonúscula eu poderei ajudar. Então, vamos nessa moçada: o negócio é minhocar! Nem que seja minhonusculamente!

 

Idéias e Coisas
Mundos

Transnoesis (Transrazão Transintuitiva)

Transinteligível (Transnoeta Superiores)
Noesis (Razão Intuitiva)
Inteligível Superior (Noeta Superiores)

Dianoia Razão Discursiva)

Inteligível Inferior (Noeta Inferiores)

Pistis (Fé)

Concreto (Zoa)

Eikasia (Miragens + Ilusões)

Supositório (Eikones)

 

 

A Trajetória de Todos Nós

 

 

Música de fundo:

You Are the Sunshine of My Life
Composição: Stevie Wonder
Interpretação: Ray Conniff e sua orquestra

Fonte:

http://mp3lee.com/pt/index.php?q=
You+Are+The+Sunshine+Of+My+Life

 

Páginas da Internet consultadas:

http://cantinhodatialilica.blogspot.com.br/
2010/02/desenhos-de-crianca-orando.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Alegoria_da_Caverna

https://www.crossed-flag-pins.com/
animated-flag-gif/flags-Portugal.html

http://primeirovigilante.blogspot.com.br/
2011/02/antero-de-quental.html

http://www.citador.pt/poemas.php?
op=10&refid=200809080018

http://libertyinfinity.com/
category/animated-gif/

http://www.picgifs.com/job-
graphics/clown/clown8-896009/

 

Direitos autorais:

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