VRIL, O PODER DA RAÇA FUTURA
(Parte 3)

 

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Estudo

 

 

Edward George Bulwer-Lytton

 

 

Este estudo (parte 3 e última) objetivou garimpar na obra Vril, o Poder da Raça Futura (Vril: The Power of the Coming Race), de autoria de Edward George Bulwer-Lytton e publicada em 1871, alguns fragmentos importantes e disponibilizá-los para reflexão. Eventualmente, em um fragmento ou outro, apresentarei uma breve reflexão sobre o tema. O Vril, citado por Bulwer-Lytton, é uma energia que invade tudo e dá um poder ilimitado àquele que seja capaz de dominá-la. A Sociedade Thule (Thule-Gesellschaft), uma sociedade ocultista ligada ao Nazismo, ansiou alcançar esta forma de energia, mas, obviamente, se de fato ela existe, não conseguiu.

 

 

Breve Biografia

 

 

Edward George Bulwer-Lytton

 

 

Lord Edward George Bulwer-Lytton é conhecido como o autor de Os Últimos Dias de Pompéia (1834), um grande clássico da literatura inglesa e, sobretudo, pelo romance ocultista Zanoni (1842). Nasceu em Londres, em 25 de maio de 1803, numa família aristocrática, e já compunha versos desde os dez anos de idade. Estudou em Cambridge, onde se destacou como poeta e dramaturgo. Em 1831, ingressou na política e foi Ministro de Assuntos Exteriores, aproveitando para fazer contato com sociedades secretas chinesas. Seu habilidoso trabalho na política lhe valeu o título de Primeiro Barão de Lytton.

 

Além de político destacado, foi também ocultista praticante, interessado nos mais diversos fenômenos paranormais, e seu interesse pela magia e pelo espiritualismo o levaram a conhecer o célebre ocultista francês Éliphas Lévi. A Sociedade Rosacruz Inglesa, fundada em 1867 por Robert Wentworth Little, elegeu Bulwer-Lytton como Grande Patrono, mas, ele escreveu para a Sociedade dizendo-se extremamente surpreso por este título e o recusou. No entanto, muitos grupos esotéricos têm reivindicado a filiação de Bulwer-Lytton, principalmente porque alguns de seus escritos, como Zanoni, contêm noções esotéricas e rosacruzes. Diz- se também que teria sido membro da Irmandade Hermética de Luxor, ultra-secreta sociedade rosacruz que, segundo autores esotéricos, teve um papel importante na política, na cultura e no espiritualismo do século XIX. Mas, em público, o escritor não costumava falar de sua relação com os fenômenos psíquicos, embora na sua autobiografia sejam encontrdas referências ao médium Douglas Home e a algumas sessões espíritas, que teria participado junto com o seu filho. Nada mais natural, portanto, que o misticismo e o sobrenatural tenham inspirado várias obras do novelista.

 

Uma de suas obras mais curiosas é Vril, o Poder da Raça Futura (Vril: The Power of the Coming Race). Atraído pelo gênero fantástico nas suas diversas vertentes, Lytton publicou este romance em 1871, uma obra que tem a originalidade de abordar assuntos que se tornariam correntes na ficção-científica. Em muitos aspectos, trata-se de um texto antecipador, abrangendo temas que vão do feminismo – passando por reformas políticas e sociais – a invenções tecnológicas. Pode-se estabelecer um elo entre a obra de Lytton e a Utopia, de Thomas More, e, sobretudo, com alguns textos de Júlio Verne e H. G. Wells. O mito da Atlântida, a existência de prodigiosas forças eletromagnéticas, as potencialidades da ciência e da tecnologia, a adoção de modelos sociais avançados – tudo isso permeia a história desta raça futura, que, um dia, surgirá das profundezas da Terra e dominará o mundo.

 

Enfim, no mundo utópico de Lytton, o ideal socialista foi plenamente alcançado. Ali reinam a igualdade absoluta e a harmonia não só entre homens e mulheres, mas, também, entre as classes sociais. O mais humilde cidadão goza da mesma consideração de um magistrado supremo. Não há vaidade, egoísmo, culto à personalidade ou amor à fama. Os mais elevados cargos da comunidade não trazem consigo privilégios nem vantagens pecuniárias. Todo cidadão coloca o bem-estar da comunidade acima de tudo, até mesmo da sua própria sobrevivência.

 

Em 4 de janeiro de 1873, Bulwer-Lytton começou a se queixar de dores agudas e zumbidos em ambos os ouvidos e, alguns dias mais tarde, ficou cego. Após uma agonia prolongada de 14 dias, em que, inclusive, sofreu ataques epiléticos, Bulwer-Lytton acabou por falecer em 18 de janeiro de 1873, vítima de uma otite (inflamação da pele que recobre a orelha externa, causada por bactérias ou cogumelos microscópicos), que se alastrou para o cérebro. Este final dolorido e dramático do Iniciado Rosacruz Bulwer-Lytton me determina a, educativamente, recordar e comentar:

 

Não há santo nem pecador,
religioso nem quem não tem fé,
verticalizado nem horizontalizado,
protegedor nem iconoclasta,
filantropo nem antropófobo,
defensor da vida nem genocida,
preservacionista nem destruidor,
privilegiado nem desfavorecido,
bem-nascido nem malfadado,
com-tudo-de-tudo nem sem-nada,
soberano nem escudeiro,
quem-seja nem quem-não-seja,
que não esteja submetido à Lei
– à Lei Cósmica Unimultiversal.
Muitos seres-humanos-aí-no-mundo,
ilustres exemplos de honradez e dignidade
– bem conhecidos por todos nós –
foram desrespeitados, humilhados,
supliciados, crucificados, fogueirados...
Mas, por que isto sempre ocorreu,
ocorre hoje e continuará a ocorrer?
Por que a Lei da Causa e do Efeito
(irmã gêmea da Lei do Renascimento)
– que Educa para haver Libertação –
não resguarda nem exime ninguém,
não exclui nem desobriga ninguém,
não acoberta nem favorece ninguém,
e as diversas formas de compensação,
algumas vezes, aparentemente, são
inabituais, infreqüentes e insólitas.
Repito e sublinho: aparentemente.
Seja como for, injustiça, desequilíbrio,
demasia e deficiência não existem.

Para que possamos nos Alforriar
–› Compreender –› nos Divinizar
– o Svmmvm Bonvm da existência –
o karma terreno deverá ser zerado,
e isto deverá ser in totum cumprido,
o que, eventualmente, será pela dor,
o Primeiro Degrau da Escada Tríplice.

 

 

Escada de Três Degraus (Não-excludentes)

 


Finalmente, o que tudo isto significa?
Significa que, em cada encarnação,
todos nós, sem exceção, temos uma
parcela de karma a ser compensado.
Chiar e blasfemar só pioram as coisas.
Paciência... Humildade... Dignidade...
Todos nós haveremos de chegar
Todos que se esforçarem e merecerem.

 

 

Simbolicamente


 

Fragmentos da Obra

 

 

A eqüidade, que é a essência feliz de uma comunidade, é sempre perdida, quando se escolhe qualquer indivíduo como destaque, [isto é, como mais importante]. Mas, por quê? Porque, a partir do momento que, em uma comunidade, alguém é escolhido como destaque, são despertadas as más paixões, que devem dormir. Outros homens passam a cobiçar o mesmo elogio. Surge a inveja, e, com ela, o ódio, que traz calúnia e perseguição.

 

Tanto a crítica quanto o elogio produzem no criticado ou no elogiado, como conseqüência do aumento da sensibilidade, uma constituição mental doentia.

 

Quem estudar livros antigos sempre encontrará algo novo neles; e quem ler livros novos também sempre encontrará neles algo de velho.

 

 

Nihil novi sub Sole (Não há nada de novo sob o Sol)
Nihil novi sub Luna (Não há nada de novo sob a Lua)
Nihil novi super Terram (Não há nada de novo sobre a Terra)
Nihil novi in Unimultiversum (Não há nada de novo no Unimultiverso)

 

 

O que deve mover um cientista é o Amor à Verdade, sem levar em conta a fama.

 

Os homens precisam exercitar tanto a mente quanto o corpo, e o exercício constante é melhor do que o exercício violento. [Eu sempre estudei regularmente. Nunca virei uma noite estudando nem me esgotei fazendo exercícios físicos. Aprendi com minha mãe que tudo o que é demais é moléstia. E moléstias matam!]

 

 

Exercício Violento
(
Esse cara fez isso por 3 horas sem parar, teve um infarto e morreu!)

 

 

Aqueles que são cruéis, desumanos, assassinos e têm uma existência miserável em conflito perpétuo, necessariamente, tendem à horrível dissolução.1

 

De uma forma ou de outra, acabará, na Terra, a absurda diferença de condição entre os muitos que não têm nada e os poucos que têm tudo.

 

 

 

 

Nas numerosas sociedades em que a febre predominante é a competição, sempre haverá muitos que perdem e poucos que ganham.

 

Todos os arrogantes e cruéis provocarão suas próprias destruições.

 

Até hoje, neste começo de século XXI, temos o descaramento insalubre de chamar certos princípios capitalistas e escravizadores de comércio de "lei da civilização".

 

 

 

 

Para que a pobreza acabe e não haja pobres de nenhuma espécie, é necessário que a população não ultrapasse a capacidade produtiva de um domínio. Em geral, quanto menor for a comunidade, desde que o território que ocupe produza plenamente, maior será o bem-estar de cada um dos seus membros. Todavia, acima de tudo, quanto mais feliz e mais calmo for todo o corpo político, mais perfeitos serão os produtos de sua indústria.

 

O mais alto grau de civilização e o mais alto grau de felicidade de um povo só poderão ser efetivados, se o mais alto grau de desenvolvimento intelectual for alcançado. [Isto é equivalente a se dizer que as dores, as privações e as necessidades um povo são e estão diretamente vinculadas à insuficiência cultural, à ignorância e à mediocridade dos seus cidadãos.]

 

 

 

 

Quando a mente e o Coração das criaturas são ou se tornam inatuantes ou amortecidos, ipso facto, elas se transformam em mandíbulas, garras e barriga.

 

Tornei-me antidemocrata e anti-republicano,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me anticonstitucionalista e a favor da ilegalidade,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Sublevei-me contra o Estado Democrático de Direito,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Menospreciei a Brava Gente Brasileira,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Participei da criação do gabinete do ódio,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me um divulgador de mentiras despatrióticas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei uma imediata intervenção cirúrgico-militar,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a volta da ditadura, do AI-5, da censura e da tortura,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei o fechamento do Supremo Tribunal Federal,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei o fechamento do Congresso Nacional,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a criação do orçamento secreto,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a manutenção do foro privilegiado,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a corrupção e as rachadinhas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Contestei os cientistas e a pesquisa científica,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a imunidade de rebanho por contaminação,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei o tratamento precoce para a COVID-19,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a infringência das medidas não-farmacológicas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei o saçarico e o beijinho, beijinho, pau, pau,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me antivacinista e defensor do jacaré,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me um destruidor da Floresta Amazônica,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me coveiro dos meus correligionários. imitadores e apoiadores,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me coveiro da cultura e da educação,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a invasão das terras indígenas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei o garimpo ilegal de ouro nas terras indígenas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a extração ilegal de madeira,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Fui solidário com os destrutores do meio ambiente,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Aviltei os LGBTQIA+, as mulheres, os índios e os quilombolas,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apesar de, na verdade, não ser um religioso convicto,
tentei transformar o Estado laico em um Estado religioso,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apaguei a luz do Sol e entenebreci o Planeta,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Não me importei com os doentes e os que sofrem,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me um catalisador de aflições e de sofrimentos,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Tornei-me um fabricante de viúvas e de órfãos,
e me transformei em
mandíbulas, garras e barriga.

Apoiei a invasão da Ucrânia e o genocídio dos ucranianos,
e me transformei em
uma não-entidade absoluta.2

 

Entre os Vril-ya, todos os jovens formam uma Democracia, e todos os adultos formam uma Aristocracia.

 

No mundo subterrâneo dos Vril-ya, onde não há dia nem noite, é absolutamente comum o desejo de ajudar, de socorrer, de proteger, de confortar e de abençoar. [Todavia, entre nós, que habitamos a superfície da Terra, é mais comum do que incomum o desejo de levar vantagem, de deixar-pra-lá, de abandonar, de criticar e de humilhar. Por isto (e pela desarmonia produzida pela montanha das nossas incomplacências), nos afligimos, sofremos, choramos, acabamos doentes e morremos, geralmente, de doenças gravíssimas e incuráveis. Já comentei que o triângulo básico regedor de uma vida digna, harmônica, proporcionada, coerente e saudável é constituído de pensamentos dignos, bons e altruístas (e das ações correspondentes deles derivadas), da alegria de viver (e de compartilhar essa alegria) e da ingesta diária de muita água (água dentro, água fora, água perto). Mas, o padrasto-produtor do nosso karma samsárico (tanto individual quanto coletivo) e das necessárias, insubstituíveis e educativas compensações é o conjunto dos nossos tenebrosos pensamentos, que, usualmente, se traduzem em palavras inarmônicas e lesivas e ações egoístas e criminosas. Há uma palavra (ultrapassável) que sintetiza tudo isto: ignorância.]

 

 

Zee, com suas asas mecânicas, e o visitante do Mundo dos Vril-ya
(Desenho original existente na obra)

 

Todo homem civilizado e moral, por mais equivocado que esteja, prefere o caminho mais correto, ainda que seja contra suas inclinações, seus interesses e sua segurança.

 

Os Vril-ya têm o hábito de não destruir vidas.

 

Onde há discussão, a paixão obscurece o julgamento.

 

A pior escolha feita por aqueles que não têm motivos para escolher errado é preferível à melhor escolha feita por muitos que têm muitos motivos para não escolher corretamente.

 

Se os alimentos forem diversificados e nutritivos, não haverá necessidade de consumirmos carne animal.

 

A bebida principal dos Vril-ya é a água. [Água dentro, água fora, água perto.]

 

A necessidade dos pobres é a vergonha dos ricos.

 

Entre os Vril-ya, a partida de uma pessoa para a sua Grande Aventura [desencarnação] não é um momento sombrio e repugnante; é uma festa alegre, embora calma, e não uma cerimônia religiosa ou sagrada. Os Vril-ya não enterram seus parentes; o corpo morto é reduzido a um punhado de pó por um mecanismo acionado pelo elemento Vril. Na linguagem dos Vril-ya, por ocasião das exéquias, o hino fúnebre que é cantado se chama Canção do Nascimento. [De fato, em um sentido profundamente esotérico, ao encarnarmos, em um certo sentido, morremos, e ao desencarnarmos, efetivamente, (re)nascemos. Mas, isto precisa mudar ou ser transracionalmente transmutado, isto é: ao invés de apenas vivermos, precisamos aprender (Consciente e Iniciaticamente) a VIVER, e ao invés de morrermos, precisamos aprender (Consciente e Iniciaticamente) a MORRER. Precisamos compreender que a vida (encarnação) é, digamos assim, um empréstimo temporário educativo indispensável, e a morte (desencarnação) é, por assim dizer, uma reivindicação cósmica inevitável. A vida e a própria morte são transitórias e mundanas; a MORTE e a VIDA são eternas e intemporais. Por último, como nós não possuímos o Vril, a forma mais salubre de dispor de um cadáver é através da cremação. O enterramento, no mínimo, é poluidor.]

 

Lamentavelmente, para nós, que habitamos a superfície da Terra, ainda é ± impossível nos livrarmos das idéias e dos conceitos inspirados pela vaidade e pela ambição – [desejos, cobiças e paixões] que, instintivamente, nos fazem construir castelos fantásticos e utópicos no ar.

 

 

 

 

Apesar dos nossos sonhos de perfeição, da nossa insaciável aspiração a uma esfera de ser melhor, mais elevada e mais calma, harmônica e coerente, nós, mortais na superfície da Terra, ainda não estamos cultural e intelectualmente prontos nem dispostos a desfrutar da felicidade que sonhamos e com a qual aspiramos. [E por que isto, até este momento, é assim? Por diversos motivos, mas, basicamente, porque a perfeição com a qual sonhamos, paradoxalmente, é uma perfeição imperfeita, defeituosa e infecunda, porque está fundamentada em um triângulo maldito: preconceito, egoísmo e separatividade.]

 

 

 

Ora, se eu nasci branco,
por que devo viver em proximidade com negros?

Se eu sou citadino,
por que devo ter relações amistosas com índios?

Se eu moro em Ipanema,
por que devo conviver em paz com quilombolas?

Se eu lutei, me esforcei e venci,
por que devo dar ajuda aos sem-teto?

Se eu lutei, me esforcei e venci,
por que devo prestar socorro aos sem-trabalho?

Se eu lutei, me esforcei e venci,
por que devo dar assistência aos sem-ventura?

Se eu tenho dois olhos e enxergo,
por que devo dar esmola aos ceguinhos?

Se eu tenho duas pernas e ando,
por que devo amparar quem tem perna-de-pau?

Se eu sou nacional-socialista,
por que devo respeitar e acatar os judeus e os ciganos?

Se eu sou machochô,
por que devo respeitar e acatar os gays?

Se eu tenho aquilo roxo,
por que devo respeitar quem tem aquilo cinza?

Se eu sou inteligente e culto,
por que devo respeitar e acatar os analfabetos?

Se eu sou rico e poderoso,
por que devo respeitar os pobres e miseráveis?

Se eu preciso e tenho que vencer a todo custo,
por que não devo divulgar news?

Se eu sou o detentor eleito para o cargo,
por que não devo fazer rachadinha?

Se eu sou um senador eleito da república,
por que não posso esconder dindim na cueca?

Se eu sou um deputado eleito da república,
por que não posso mamar no orçamento secreto?

Se eu sou um sacerdote ordenado,
por que não posso pedofilizar os impúberes?

Se eu tenho a chave da gaiola,
por que não posso comer a perereca?

Se eu tenho um par de binóculos,
por que não posso ficar de olho na butique dela?

Se eu sou o rei dos truques, dos ardis e das tramóias,
por que não posso dar o golpe do baú?

Se eu fui pupilo do Bernie Madoff,1
por que não posso bolar um esquema em pirâmide indefectível?

Se eu sou mais malandro que todo mundo,
por que não posso levar vantagem?

Se eu sou o presidente da república,
por que devo respeitar os meus adversários políticos?

Se eu tenho a caneta que assina,
por que devo respeitar quem depende da caneta?

Se eu sou o ministro do meio ambiente,
por que devo respeitar a Amazônia e o Pantanal?

Se eu sou o dono da empresa,
por que devo respeitar os meus operários?

Se eu sou brasileiro,
por que devo respeitar e acatar os africanos?

Se eu sou de direita,
por que devo respeitar e acatar os que são de esquerda?

Se eu sou arbitrário,
por que devo respeitar e acatar os que são democratas?

Se eu sou gostoso e bonitão,
por que devo respeitar e acatar os que são feianchões?

Se eu sou o cabeça-de-casal,
por que devo respeitar quem depende de mim?

Se eu tenho as bombas e os canhões,
por que devo respeitar meus vizinhos mais fracos?

Se eu sou religioso,
por que devo respeitar e acatar os ateus?

Se eu sou um missionário iluminado,
por que devo respeitar os fracos e pecadores?

Se eu já estou salvo por Deus,
por que devo respeitar e acatar os condenados?

 

Os Vril-ya constituem um Estado [Filosófico, Espiritual e Avançado, por assim dizer,] em que a guerra, com todas as suas calamidades inerentes, é considerada impossível. Um Estado em que a liberdade de todos e de cada um é assegurada no mais alto grau, sem nenhuma das animosidades que, no nosso mundo superior, tornam a liberdade dependente de uma luta perpétua entre partidos hostis entre si. Um Estado em que a corrupção, que denigre todas as Democracias, é tão desconhecida quanto os descontentes que minam os tronos das monarquias. Lá, a eqüidade não é meramente um nome ou um conceito esquisito, mas, uma realidade. As pessoas não buscam a riqueza, porque ela não é invejada. Os problemas relacionados à classe trabalhadora, até então insolúveis na superfície terrestre, causa de tanto antagonismo e de tanto ressentimento entre as classes, foram resolvidos pelo simples processo de fazer desaparecer completamente a distinção e a separação dos trabalhadores como classe. [A maior desgraça da nossa Humanidade é a Grande Heresia da Separatividade, que não se restringe apenas ao nível das idéias, mas, em todos os planos, atua para deformar, desfigurar, deturpar, desnaturar e monstrualizar inteiramente as relações humanas.] Quanto aos Vril-ya, todos são trabalhadores e trabalham no que gostam. Invenções mecânicas, construídas sobre princípios desconhecidos ainda pela nossa Humanidade, acionadas por um elemento infinitamente mais poderoso e mais fácil de manusear do que a eletricidade ou o vapor o Vril dirigidas, inclusive, por crianças, cuja força nunca falha, mas, ao contrário, desfrutam, em suas ocupações, como se fossem um esporte ou um passatempo, são suficientes para criar uma riqueza pública, inteiramente dedicada ao bem-estar geral. Então, entre os Vril-ya, não há animosidade, conflito de interesses, brigas, contendas, pendências e reclamações. Os vícios, que corroem nossas cidades, são desconhecidos lá. Diversões abundam, sim, mas, todas elas são de caráter inocente. Nenhuma diversão dá origem à embriaguez, à desordem ou à doença. Enfim, o sonho dos sábios está sendo realizado pelos Vril-ya.

 

 

Entre muitas outras,
as grandes questões
deste século XXI que
terão que ser resolvidas são:
até quando
fabricaremos ?

Até quando
emporcalharemos e esquentaremos a Terra?

Até quando
poluiremos a atmosfera?

Até quando
poluiremos o solo?

Até quando
poluiremos os mares?

Até quando
poluiremos os rios?

Até quando
poluiremos a nossa personalidade-alma?

Até quando
poluiremos as personalidades-alma dos outros?

Até quando
pronunciaremos palavras inarmônicas e lesivas?

Até quando
praticaremos ações egoístas e criminosas?

Até quando
pedofilizaremos os impúberes?

Até quando
estupraremos as mulheres?

Até quando
escravizaremos os nossos irmãos?

Até quando
imporemos o mais-trabalho?

Até quando
realizaremos a mais-valia?

Até quando
derreteremos os glaciares?

Até quando
patrocinaremos guerras?

Até quando
garimparemos ?

Até quando
desacataremos a ?

Até quando
repudiaremos a ?

Até quando
pariremos news?

Até quando
ludibriaremos os incautos?

Até quando
seremos negacionistas?

Até quando
seremos antivacinistas?

Até quando
seremos preconceituosos?

Até quando
seremos intolerantes?

Até quando
seremos belígeros?

Até quando
seremos outrofóbicos?

Até quando
seremos corruptos?

Até quando
seremos corruptores?

Até quando
seremos separacionistas?

Até quando
seremos hipotéticos?

Até quando
destruiremos as esperanças?

Até quando
desrespeitaremos os povos primitivos?

Até quando
desrespeitaremos os quilombolas?

Até quando
desrespeitaremos a 3ª Hierarquia?

Até quando
desrespeitaremos a 2ª Hierarquia?

Até quando
desrespeitaremos a 1ª Hierarquia?

Até quando
seremos antidemocratas?

Até quando
seremos anti-republicanos?

Até quando
seremos autoritários?

Até quando
seremos totalitários?

Até quando

Até quando
não nos importaremos?

Até quando
deixaremos-pra-lá?

Até quando
seremos cruéis e desfraternos?

Até quando
seremos cúmplices dos tiranos?

Até quando
seremos cúmplices dos censuradores?

Até quando
seremos cúmplices dos torturadores?

Até quando
seremos cúmplices dos imisericordiosos?

Até quando
seremos cúmplices dos anexadores?

Até quando
seremos quiméricos e delirantes?

Até quando
viveremos para levar vantagem?

Até quando
desrespeitaremos os ecossistemas?

Até quando
creremos em milagres impossíveis?

Até quando
creremos em H2Os consagradas?

Até quando
creremos em feijões mágicos?

Até quando
creremos em demônios inexistentes?

Até quando
creremos em um inferno inexistente?

Até quando
creremos em deuses inexistentes?

Até quando
creremos em um paraíso inexistente?

Até quando
creremos em bem-aventuranças impossíveis?

Até quando
creremos em perdões impossíveis?

Até quando
creremos em intermediários divinos impossíveis?

Até quando
creremos em privilégios impossíveis?

Até quando
creremos em mandingas escalafobéticas?

Até quando
creremos em rituais extravagantes?

Até quando
creremos em salvadores marca roscofe?

Até quando
dependeremos de redentores pretensamente verdadeiros?

Até quando
surfaremos na onda de picaretas aproveitadores do tipo João de Deus?

Até quando
viveremos sem

Até quando
morreremos sem

Até quando

Até quando
andaremos na senda torta?

Até quando
nós nos suicidaremos?

Até quando
nós assassinaremos?

Até quando
viveremos esquerdeados?

Até quando
seremos catalisadores negros de dores, de aflições e de desgraças?

 

 

Catálise Negra

 

 

Até quando
seremos magos negros,
e concorreremos para nos tornar
não-entidades absolutas?

 

Como nós, da superfície da Terra, ainda somos superlativamente ignorantes, cobrimos o rosto com as mãos e rogamos ÀQUELE, cuja presença [em nosso interior] olvidamos tão amiúde! [Na verdade, não olvidamos; nem sabemos que ELE existe!]

 

Nenhum Vril-ya teme a morte. [Talvez, porque cada um e todos eles saibam que não existe morte.] O medo da morte é apenas um instinto das criaturas inferiores, nas quais a Convicção [Iniciática] da existência de OUTRA VIDA não se manifestou ainda. O Bem Supremo está em toda parte. Onde Ele poderá não estar?

 

 

Buraco Negro

 

 

Por sermos incultos e ignaros,
professamos que haja morte,
e sofremos e nos desesperamos.
O desconhecido, para nós,
é um verdadeiro filme de terror,
um tenebroso buraco negro.
Entretanto, não existe morte.
No Unimultiverso, só há vida,
que, na verdade, é
= Movimento + Mudança.
Movimento ininterrupto; Mudança constante.
sem começo nem fim,
pois, ex nihilo nihil fit,
nada surge do nada.
E, se nada surge do nada,
nada poderá retornar ao nada.
Morrer, como chamamos
– da mesma forma que nascer –
é uma mudança de plano,
uma mudança dimensional.
Mudança dimensional educativa.
Só há uma Spira Legis,
mas, as Oitavas são ilimitadas.
Como regra, princípio ou norma,
pelas Oitavas ascensionamos.
Mas, para ,
precisaremos apre(e)nder
a para ,
e, então, já
e ,
Mas, como isto é possível?
Ouvindo a ,
que só será ouvida em

Se este raciocínio é verdadeiro,
por que guerras e matanças?
Por que preconceitos desirmãos?
Por que desirmandade apocópica?
Por que solidão e indiferença?
Por que orfandade e ansiedade?
Por que acumulação e propriedade?
Por que privilégios separadores?
Por que mentiras desnorteadoras?
Por que tanta imisericórdia cruel?
Por que importantizar o que é fútil?
Por que futilizar o que é importante?
Por que prisão em o-que-não-é?
Por que desprezo ao
Por que desprezo ao Bem Supremo,
que está em tudo e em nós também?

Nós somos responsáveis por tudo.
Nós somos os padrastos das nossas
dores, opressões e desesperanças.

Para podermos nos ,
precisaremos .
nos

 

Até quando, aqui, na superfície da nossa Terra, todos os dias, levaremos uma vida acinzentada e desbotada por nossas tristezas, nossos defeitos, nossos preconceitos, nossas separatividades, nossos desejos, nossas cobiças e nossas paixões?

 

Até quando, por ignorância,
trocaremos a ATUALIDADE pela realidade,
o ESPAÇO-TEMPO pelo espaço-tempo,
a ETERNIDADE pela efemeridade,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
mentiremos para nós mesmos e para os outros,
viveremos encavernados no deserto,
substituiremos O-QUE-É por o-que-não-é,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
continuaremos a ser separacionistas,
preconceituosos, outrofóbicos, ambiciosos,
despóticos, cruéis, magos negros...
E recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
optaremos por autoritários e não por benevolentes,
escolheremos a ditadura ao invés da Democracia,
anteporemos a censura e a tortura à Liberdade,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
existiremos como múmias paralíticas imitadoras,
viveremos ao invés de VIVER,
morreremos ao invés de MORRER,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
desprezaremos a Vida Eterna,
assassinaremos e nos suicidaremos,
nos suicidaremos e assassinaremos,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
escolheremos o ódio ao invés do Amor,
a feiúra ao invés da Beleza,
as trevas ao invés da LLuz,
e recusaremos a nos tornar Deuses?

Até quando, por ignorância,
preferiremos a Senda da Esquerda,
nos tornaremos
não-entidades absolutas,
cairemos na Oitava Esfera,
2
e recusaremos a nos tornar Deuses?

 

 

 

______

Nota:

1. Bernard Lawrence "Bernie" Madoff (Queens, Nova Iorque, 29 de abril de 1938 – Carolina do Norte, 14 de abril de 2021) foi o presidente de uma sociedade de investimento que tem o seu nome e que fundou em 1960. Esta sociedade foi uma das mais importantes de Wall Street. Madoff também foi uma das principais figuras da filantropia judaica. Em dezembro de 2008, Madoff foi detido pelo FBI e acusado de fraude. O juiz federal Louis L. Stanton congelou os ativos de Madoff. Suspeita-se que a fraude (fraude bancária, fraude fiscal, fraude de investimento, lavagem de dinheiro, formação de esquema de pirâmide, estelionato e desvio de dinheiro) tenha alcançado mais de 65 bilhões de dólares, o que a torna numa das maiores fraudes financeiras levadas a cabo por uma só pessoa. Bernie morreu em 14 de abril de 2021, na prisão onde cumpria a pena a que foi condenado, devido a causas naturais.

 

Bernie Madoff

 

2. Volto a recordar um Ensinamento Esotérico do Mestre Ascensionado Kut Hu Mi: Na Oitava Esfera, caem somente as não-entidades absolutas. Esses 'fracassos da Natureza' serão completamente remodelados. Suas Mônadas Divinas se separaram dos Cinco Princípios durante suas vidas terrestres (tenha isso acontecido no nascimento anterior ou em vários nascimentos anteriores, pois tais casos existem nos nossos registros), posto que viveram como seres-humanos-sem-alma. Essas pessoas foram abandonadas pelo seu Sexto Princípio, enquanto que o Sétimo por ter perdido o seu 'vahan' (ou veículo) não pode existir independentemente por mais tempo; seu Quinto Princípio ou alma animal, naturalmente, desce 'ao poço sem fundo'. (Negritos e sublinhados meus). Portanto, ou ultrapassamos a nossa ignorância multimilenar e o nosso estado assassino-suicida de barbárie e selvageria ou, necessariamente, seremos entropizados. A Monda Cósmica é permanente.

 

Música de fundo:

Anima Mundi
Composição e interpretação: Dionysus

Fonte:

https://mp3era.xyz/download/dionysus-anima-mundi.html

 

Páginas da Internet consultadas:

https://www.quantamagazine.org/

https://gfycat.com/discover/catalysis-gifs

https://tenor.com/search/blood-diamond-gifs

https://gfycat.com/stickers/search/clive+dove

https://www.allwavingflags.com/2018/04/united-nations-flag.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/Bernard_Madoff

https://giphy.com/explore/skull

https://www.bing.com/?form=REDIRERR

https://limpinhoecheiroso.com/tag/mais-valia/

https://www.cleanpng.com/

https://fonsschiedon.com/

https://dribbble.com/shots/3309764-Push-ups

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Direitos autorais:

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