VLADIMIR LENIN (Pensamentos)

 

 

 

Vladimir Lenin

Vladimir Lenin

 

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Objetivo do Trabalho

 

 

 

Este trabalho objetiva revisitar alguns pensamentos de Vladimir Lenin, muitos absolutamente irretorquíveis, um revolucionário russo responsável, em grande parte, pela execução da Revolução Russa de 1917 – um período de conflitos, iniciados em 1917, que derrubou a autocracia russa e levou ao poder o Partido Bolchevique. Recém-industrializada e sofrendo com a Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha uma grande massa de operários e camponeses trabalhando muito e ganhando pouco. Além disto, o Governo absolutista do Czar Nicolau II desagradava o povo, que queria uma liderança menos opressiva e mais democrática. Isto levou a manifestações populares que fizeram o monarca renunciar e, no fim do processo, deram origem à União Soviética, o primeiro país socialista do mundo, que durou até 1991.

 

 

 

Breve Nota Biográfica

 

 

 

Vladimir Lenin

 

 

Vladimir Ilyitch Ulyanov, mais conhecido como Lenin, foi um importante revolucionário, líder da Revolução Russa de 1917 e estadista russo. Nasceu em 22 de abril de 1870 na cidade russa de Simbirsk (atual Ulyanovsk) e morreu em 21 de janeiro de 1924 em Gorki (próximo a Moscou).

 

Lenin, aos 19 anos de idade, sofreu um grande trauma familiar. Seu irmão mais velho, Alexandre Ulyanov, foi executado pelas forças czaristas, por ter sido acusado de participar de um golpe contra o Czar Alexandre III.

 

Em 1887 foi estudar direito em Kasan (cidade na República do Tartaristão – Federação Russa).

 

Em 1895, Lenin foi preso por participar de um movimento que propagava idéias marxistas entre trabalhadores de fábricas de São Petersburgo. Na ocasião foi enviado para cumprir pena na Sibéria (extremo norte da Rússia).

 

Em 1900, já libertado, Lenin foi viver exilado na Suíça como líder do Partido Bolchevique. Foi de fundamental importância na organização partidária e na propagação das idéias marxistas que faziam oposição ao sistema czarista na Rússia.

 

Com o início do processo revolucionário, Lenin retornou para a Rússia para liderar a revolução bolchevique. Em outubro de 1917, assumiu o Governo da Rússia e implantou o Socialismo. Uma das primeiras medidas tomadas por Lenin foi retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial.

 

Lenin resistiu com força ao movimento contra-revolucionário (1918 - 1921). Nacionalizou indústrias e bancos, controlou as terras agrícolas e estabeleceu um forte controle político e econômico.

 

Em 1921, implantou a Nova Política Econômica (NEP) na Rússia. O objetivo era dar um pouco mais de liberdade para o comércio e para a agricultura para que a Economia russa pudesse crescer.

 

Em 1922, criou, em conjunto com os sovietes, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

 

Até os dias de hoje ainda é um mistério a causa da morte de Lenin. Mas as prováveis causas são: morte por sífilis ou por causa de uma bala no pescoço que ficou incrustada desde a época em que sofreu uma (das inúmeras) tentativa de assassinato. Os médicos até hoje estão divididos quanto à causa, porque apesar de se saber, por relatos médicos, que poderia ter tido sífilis, seu corpo não apresentava sintomas da doença.

 

Lenin sofreu vários acidentes vasculares cerebrais. O primeiro em 26 de maio de 1922, o segundo em 16 de dezembro de 1922, o terceiro em 10 de março de 1923, vindo a falecer em 21 de janeiro de 1924.

 

 

 

Pensamentos Leninianos

 

 

 

Vladimir Lenin

Vladimir Lenin
(Pintura feita por Isaak Brodski)

 

 

Os capitalistas chamam 'liberdade' a dos ricos de enriquecer e a dos operários para morrer de fome. Os capitalistas chamam liberdade de imprensa a compra dela pelos ricos, servindo-se da riqueza para fabricar e falsificar a opinião pública.

 

 

 

 

Sem teoria revolucionária, não há movimento revolucionário.

 

Enquanto o Capitalismo e o Socialismo existirem, não poderemos viver em paz. No fim, um ou outro terá de triunfar – um réquiem será cantado sobre a República Soviética ou sobre o mundo capitalista.

 

A guerra imperialista é o início da guerra civil em toda a Europa... A revolução mundial socialista já amanheceu... Alemanha está fervendo... Qualquer dia, o conjunto do Capitalismo europeu poderá falhar... Marinheiros, camaradas, temos que lutar por uma revolução socialista, lutar até que o proletariado tenha a vitória completa! Viva a revolução socialista no mundo!

 

O desenvolvimento pacífico de qualquer revolução é, em geral, extremamente raro e difícil... mas... um desenvolvimento pacífico da revolução é possível e provável, se todo o poder for transferido para os sovietes. A luta dos partidos pelo poder dentro dos sovietes pode decorrer pacificamente, se os sovietes foram feitos totalmente democráticos.

 

O Comunismo é o poder soviético além da eletrificação de todo o país... Devemos mostrar aos camponeses que a organização da indústria com base na tecnologia moderna e avançada, na eletrificação, que irá fornecer um 'link' entre as cidades e o País, irá pôr fim à divisão entre cidade e campo, será possível levantar o nível de cultura no campo, e para vencer, mesmo nos cantos mais remotos da Terra, a ignorância, o atraso, a pobreza e a barbárie da doença.

 

A polícia czarista, em aliança com os latifundiários e os capitalistas, organizou perseguições contra os judeus. Não são os judeus que são os inimigos do povo trabalhador. Os inimigos dos trabalhadores são os capitalistas de todos os países. Entre os judeus, há pessoas trabalhadoras, e eles formam a maioria. Eles são nossos irmãos, que, como nós, são oprimidas pelo Capital, pois eles são nossos companheiros na luta pelo Socialismo. Os capitalistas se esforçam para semear e fomentar o ódio entre trabalhadores de diferentes credos, nações e raças diferentes. Judeus ricos, como russos ricos, e os ricos em todos os países, estão em aliança para oprimir, esmagar, roubar e desunir os trabalhadores. Vergonha para aqueles que fomentam ódio contra os judeus, que fomentam o ódio para com outras nações.

 

Devemos colocar para baixo toda a resistência, com tal brutalidade que não vai ser esquecida por várias décadas... Quanto maior o número de representantes do clero reacionário e da burguesia reacionária conseguirmos executar melhor.

 

O resultado da luta será determinado pelo fato de que a Rússia, a Índia, a China e outros países contam com a imensa maioria da população do globo. E durante os últimos anos, é esta maioria que foi arrastada para a luta pela emancipação com extraordinária rapidez, de modo que a este respeito não pode haver a menor dúvida de qual será o resultado final da luta mundial. Neste sentido, a vitória completa do Socialismo está totalmente e absolutamente assegurada.

 

Paz: uma trégua para a guerra.

 

Os fatos são teimosos.

 

Um imbecil pode, por si só, levantar dez vezes mais problemas que dez sábios juntos não conseguiriam resolver.

 

O Partido é a mente, a honra e a consciência da nossa época.

 

 


 

Os capitalistas são tão capazes de auto-sacrifício como de se auto-erguerem pelos seus próprios atacadores.

 

 

Tio Patinhas (Scrooge McDuck)

 

A liberdade é uma coisa tão preciosa que deveria ser racionada.

 

A morte de uma organização acontece quando os de baixo já não querem e os de cima já não podem.

 

É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com o nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Acredite nos sonhos.

 

O crime é produto dos excessos sociais.

 

A teoria sem a prática nada vale, a prática sem a teoria é cega.

 

Na sua luta pelo poder, o proletariado tem como única arma a organização.

 

As revoluções são as festas dos oprimidos e dos explorados.

 

Idéias são mais letais do que armas.

 

 

 

Toda instituição tem sua estrutura natural e inevitavelmente determinada pelo conteúdo de sua ação.

 

A verdade é sempre revolucionária.

 

A revolução começa em casa.

 

O Marxismo é onipotente porque é verdade.

 

O Imperialismo surgiu como desenvolvimento e continuação direta das propriedades fundamentais do Capitalismo.

 

Você se torna um comunista quando enriquece sua mente com todos os tesouros criados pela Humanidade.

 

A razão humana descobriu diversas coisas maravilhosas a respeito da Natureza, e descobrirá ainda mais, aumentando, assim, seu poder sobre ela.

 

A consciência do homem não apenas reflete o mundo objetivo, sendo, também, sua criadora.

 

Todas as maravilhas da Ciência e as conquistas da Cultura pertencem à nação como um todo.

 

Toda cozinheira deve aprender a governar o Estado.

 

 

 

 

Nada sei sobre a poesia, mas, quando se trata de política, eu posso garantir o está absolutamente correto.

 

O Estado somos nós.

 

Um passo atrás para dois passos à frente.

 

Dêem-me quatro anos para ensinar às crianças, e as sementes que eu plantar jamais serão extirpadas.

 

Ditadura é o poder baseado diretamente na força e irreprimido por quaisquer leis.

 

O Imperialismo é, de certo modo, o estágio de transição do Capitalismo para o Socialismo... É Capitalismo moribundo, não morto.

 

Poderá uma nação que oprime outras nações ser livre? Não, não poderá.

 

Se o Socialismo somente poderá ser realizado quando o desenvolvimento intelectual de todos os povos o permitir, não veremos Socialismo, pelo menos, por uns quinhentos anos.

 

Somente depois de ter desarmado a burguesia, o proletariado será capaz de, sem destruir sua missão histórica mundial, atirar todos os armamentos no depósito de ferro-velho.

 

Paz, terra e pão: todo poder aos sovietes.

 

Salvo o poder, tudo é ilusão.

 

 

 

 

O proletariado deve reivindicar a liberdade de separação política para as colônias e as nações oprimidas pelo seu país. Caso contrário, o internacionalismo proletário se tornará um conceito vazio e verbal, e serão impossíveis a confiança e a solidariedade entre os trabalhadores da nação opressora e os da nação oprimida.

 

O Estado é a arma de repressão de uma classe sobre outra.

 

A revolução não se faz, mas se organiza.

 

Muitas vezes, é verdade, que, em política, você aprende com o inimigo.

 

A Democracia é uma forma de Governo em que a cada quatro anos é permutado o tirano que está no poder.

 

A vitória da revolução será a ditadura do proletariado e o campesinato.

 

O Capital se converte em trabalho do modo de produção que prosperou junto com ele e sob a sua proteção.

 

A crítica tem que se limitar a comparar e contrastar um fato com outro fato, não com a idéia.

 

Revolução é guerra – a única, em verdade, legítima, justa e grande, entre quantas a história conheceu.

 

A tomada do poder deve ser a obra da insurreição; sua meta política se verá depois de termos tomado o poder.

 

Sem aniquilar a organização econômica baseada na reciprocidade de relações entre as nações é impossível acabar com os abalos internacionais.

 

O Governo hesita. Há que acabar com ele, custe o que custar! Demorar em agir equivale a morrer.

 

A crise está madura! Contemporizar é um crime! É preciso realizar imediatamente a revolução e tomar o poder, caso contrário, tudo está perdido!

 

Agora, desde que apareceu 'O Capital',1 a concepção materialista da História deixou de ser uma hipótese, para se converter em uma tese demonstrada com argumentos científicos.

 

A Economia de Mercado – que necessariamente gera a concorrência entre os produtores de mercadorias é baseada na desigualdade, sendo a ruína de uns [poucos] e o enriquecimento de outros [muitos].

 

Karl Marx concebeu o movimento social como um processo natural regido por leis que não são independentes da vontade, da consciência e da intenção dos homens, mas, que, ademais, determinam sua vontade, sua consciência e suas intenções.

 

Quem ignora que, ao examinar qualquer fenômeno social no processo de seu desenvolvimento, sempre se encontrarão nele vestígios do passado, bases do presente e germens do futuro?

 

O presente é usado em lugar do futuro quando o futuro é tido por inevitável e indubitável.

 

A idéia de determinismo,2 que estabelece a necessidade de ações do homem e rejeita o livre-arbítrio, não nega em absoluto a inteligência e a consciência do homem, como tão-pouco o valor das suas ações.

 

Não se pode raciocinar sobre a alma sem explicar em particular os processos psíquicos. Aqui, o progresso deve consistir precisamente em abandonar as teorias gerais e os sistemas filosóficos sobre o que é a alma, e saber proporcionar uma base científica para estudar os fatos que caracterizam tais ou quais processos mentais.

 

Claramente, a idéia fundamental de Karl Marx sobre o processo natural de desenvolvimento socioeconômico mina as raízes morais da Sociologia. Mas, como Karl Marx chegou à esta idéia básica? Ele o fez destacando os vários campos da vida da sociedade e da Economia, distinguindo de todas as relações sociais as relações de produção, por serem fundamentais e primárias, isto é, as que determinam todas as demais.

 

Karl Marx e Friedrich Engels denominaram de 'método dialético' (por oposição ao 'método metafísico') simplesmente ao método científico, em Sociologia, consistente com o fato de que a sociedade é considerada um organismo vivo em constante desenvolvimento (e não algo mecanicamente coeso, e que, por isto, permite toda sorte de combinações arbitrárias de elementos sociais separados), para cujo estudo é necessário fazer uma análise objetiva das relações de produção, que constituem uma formação social determinada, e investigar as leis de seu funcionamento e desenvolvimento.

 

De fato, a instituição da herança pressupõe a existência propriedade privada, e esta surge somente com o surgimento do intercâmbio.

 

Tanto a propriedade privada como a herança são categorias de sistemas sociais onde se formaram famílias isoladas pouco numerosas (monogâmicas), nas quais começou a se desenvolver o intercâmbio.

 

O Marxismo – totalmente hostil a todas as fórmulas abstratas, a todas as receitas e a todas doutrinas exige que se preste muita atenção à luta das massas em curso, que, com o desenvolvimento do movimento, com o crescimento da consciência de massa e com a intensificação das crises econômicas e políticas, engendra constantemente novos e cada vez mais diversos métodos de defesa e de ataque.

 

Podemos e devemos, naturalmente, desafiar os monopólios e as instituições similares, uma vez que, obviamente, agravam a situação do trabalhador.

 

Solicitar a este Governo que apóie uma paz democrática é equivalente a predicar virtude a um explorador de bordel.

 

Poderão acontecer situações em que os interesses da Humanidade deverão priorizar os interesses do proletariado.

 

Na verdade, perder de vista a luta de classes demonstra a mais grosseira incompreensão do Marxismo.

 

Se você não é parte da solução, você é parte do problema.

 

Marx não tinha nenhuma dúvida quanto à subordinação da questão nacional à questão do trabalho.

 

Nós chamamos Comunismo a um regime em que os homens se habituam a cumprir as obrigações sociais sem aparelhos coercitivos especiais, em que o trabalho gratuito para o bem comum se torna um fenômeno geral.

 

Uma das condições principais da vitória da revolução socialista é que a classe operária adquira consciência da sua dominação e a realize na prática durante o período de transição do Capitalismo para o Socialismo. A dominação da vanguarda de todos os trabalhadores e explorados, isto é, do proletariado, é necessária neste período de transição para destruir completamente as classes, para esmagar a resistência dos exploradores, para unir toda a massa dos trabalhadores e explorados, oprimida, embrutecida e dispersa pelo Capitalismo em volta dos operários das cidades, na mais estreita aliança com eles.

 

Não se pode vencer o Capitalismo sem tomar os bancos e sem abolir a propriedade privada dos meios de produção, mas é impossível realizar esta medida revolucionária sem organizar a direção democrática por todo o povo dos meios de produção arrancados à burguesia, sem incorporar toda a massa dos trabalhadores, proletários, semiproletários e pequenos camponeses, na organização democrática das suas fileiras, das suas forças e da sua participação no Estado.

 

Precisamente, agora, podemos dizer que, na realidade, temos a possibilidade de construir uma organização de poder que suprima qualquer poder e todo Estado. Todavia, isto só será exeqüível quando não houver vestígio de exploração, quer dizer, isto só será possível em uma sociedade socialista.

 

Em uma sociedade baseada na luta de classes, não pode haver ciência social 'imparcial'. De uma forma ou de outra, toda a ciência oficial e liberal defende a escravidão assalariada, enquanto o Marxismo declarou uma guerra implacável a esta escravidão. Esperar que a ciência fosse imparcial em uma sociedade de escravidão assalariada seria uma ingenuidade tão pueril como esperar que os fabricantes sejam imparciais quanto à questão da conveniência de aumentar os salários dos operários diminuindo os lucros do Capital.

 

A História da Filosofia e a história da ciência social ensinam com toda a clareza que no Marxismo não há nada que se assemelhe ao 'sectarismo', no sentido de uma doutrina fechada em si mesma, petrificada, surgida à margem da estrada real do desenvolvimento da civilização mundial. Pelo contrário, o gênio de Marx reside precisamente em ter dado respostas às questões que o pensamento avançado da Humanidade tinha já colocado. A sua doutrina surgiu como a continuação direta e imediata das doutrinas dos representantes mais eminentes da Filosofia, da Economia Política e do Socialismo.

 

O Marxismo é o sucessor legítimo do que de melhor criou a Humanidade no século XIX: a Filosofia Alemã, a Economia Política Inglesa e o Socialismo Francês.

 

o Idealismo Filosófico se reduz sempre, de um modo ou de outro, à defesa ou ao apoio da religião.

 

A relatividade do conhecimento humano nos dá um reflexo da matéria em constante desenvolvimento.

 

 

 

 

Assim como o conhecimento do homem reflete a natureza que existe independentemente dele, isto é, a matéria em desenvolvimento, também o conhecimento social do homem (ou seja: as diversas opiniões e doutrinas filosóficas, religiosas, políticas etc.) reflete o regime econômico da sociedade. As instituições políticas são a superestrutura que se ergue sobre a base econômica. Desta forma, vemos, por exemplo, como as diversas formas políticas dos Estados europeus modernos servem para reforçar a dominação da burguesia sobre o proletariado.

 

Marx mostrou que o valor de qualquer mercadoria é determinado pela quantidade de tempo de trabalho socialmente necessário investido na sua produção.

 

A troca de mercadorias exprime a ligação que se estabelece, por meio do mercado, entre os diferentes produtores. O dinheiro indica que esta ligação se torna cada vez mais estreita, unindo indissoluvelmente num todo a vida econômica dos diferentes produtores. O Capital significa um maior desenvolvimento desta ligação: a força de trabalho do homem se torna uma mercadoria. O operário assalariado vende a sua força de trabalho ao proprietário de terra, das fábricas, dos instrumentos de trabalho. O operário emprega uma parte do dia de trabalho para cobrir o custo do seu sustento e de sua família (salário); durante a outra parte do dia, trabalha gratuitamente, criando para o capitalista a mais-valia – fonte dos lucros, fonte da riqueza da classe capitalista.

 

A teoria da mais-valia constitui a pedra angular da Teoria Econômica de Marx.

 

 

 

 

O Capital, criado pelo trabalho do operário, oprime o operário, arruína o pequeno patrão e cria um exército de desempregados. Na indústria, é imediatamente visível o triunfo da grande produção; mas, também na agricultura nos deparamos com o mesmo fenômeno: aumenta a superioridade da grande exploração agrícola capitalista, cresce o emprego de maquinaria, a propriedade camponesa cai nas garras do Capital financeiro, declina e se arruína sob o peso da técnica atrasada. Na agricultura, o declínio da pequena produção se reveste de outras formas, mas este declínio é um fato indiscutível.

 

Esmagando a pequena produção, o Capital faz aumentar a produtividade do trabalho e cria uma situação de monopólio para os consórcios dos grandes capitalistas. A própria produção vai adquirindo cada vez mais um caráter social – centenas de milhares e milhões de operários são reunidos em um organismo econômico coordenado enquanto um punhado de capitalistas se apropria do produto do trabalho comum. Crescem a anarquia da produção, as crises, a corrida louca aos mercados e a escassez de meios de subsistência para as massas da população.

 

Ao fazer aumentar a dependência dos operários relativamente ao Capital, o regime capitalista cria a grande força do trabalho unido.

 

O Socialismo primitivo era um Socialismo Utópico, pois criticava a sociedade capitalista, condenava-a, amaldiçoava-a, sonhava com a sua destruição e fantasiava sobre um regime melhor. Queria convencer os ricos da imoralidade da exploração. Mas, o Socialismo Utópico não podia indicar uma saída real. Não sabia explicar a natureza da escravidão assalariada no Capitalismo, nem foi capaz de descobrir as leis do seu desenvolvimento, nem encontrar a força social capaz de se tornar a criadora da nova sociedade.

 

A luta de classes é a base e a força motriz de todo o desenvolvimento.

 

 

 

Em política, os homens sempre foram vítimas ingênuas do engano dos outros e do próprio, e continuarão a sê-lo enquanto não aprenderem a descobrir por trás de todas as frases, declarações e promessas morais, religiosas, políticas e sociais os interesses de uma ou de outra classe.

 

Os partidários de reformas e melhoramentos ver-se-ão sempre enganados pelos defensores do velho, enquanto não compreenderem que toda instituição velha, por mais bárbara e apodrecida que pareça, se mantém pela força de uma ou de outra classe dominante. E para vencer a resistência dessas classes só há um meio: encontrar, educar e organizar para a luta, na própria sociedade que nos rodeia, os elementos que possam – e, pela sua situação social, devam formar a força capaz de varrer o velho e criar o novo.

 

Só o Materialismo Filosófico de Marx indicou ao proletariado a saída da escravidão espiritual em que vegetaram até hoje todas as classes oprimidas. Só a Teoria Econômica de Marx explicou a situação real do proletariado no conjunto do regime capitalista.

 

Dar à burguesia a arma da liberdade de imprensa é facilitar a ajuda a causa do inimigo. Nós não desejamos um fim suicida. Então, não a daremos.

 

Quando a organização falha, muitas vezes, se culpa a ideologia.

 

Todos querem a liberdade, mas, poucos sabem para quê.

 

O Materialismo não é 'em essência, uma concepção científica da História', como pensa o Senhor Mikhailovsky,3 mas, a única concepção científica dela.

 

A História consiste precisamente de ações de indivíduos, que são, sem dúvida, os atores.

 

Um capitalista devora muitos outros.

 

 

 

 

Comunismo = Poder aos sovietes + eletrificação de todo o país.

 

Não pinteis o nacionalismo de vermelho.

 

A organização é boa, mas o controle é melhor.

 

A análise concreta da situação concreta é a alma viva – a essência do Marxismo.

 

Bukharin4 não é apenas o teórico mais valioso e destacado do Partido, mas é, também, merecidamente, considerado o preferido de todo o Partido. Entretanto, seus conceitos teóricos só podem ser considerados, sob todos os aspectos, marxistas, com a maior reserva, porque há nele algo de escolástico (não estudou nunca e creio que jamais compreendeu completamente a Dialética).

 

A liberdade é uma grande palavra, mas, foi sob a bandeira da liberdade da indústria que foram empreendidas as piores guerras de pilhagem. Foi sob a bandeira da liberdade do trabalho que os trabalhadores foram espoliados.

 

Não manchem a grande palavra liberdade, porque também nós somos livres para ir aonde nos aprouver, livres para combater não só o pântano, como também aqueles que para lá se dirigem!

 

Do Capitalismo, a Humanidade só pode passar diretamente ao Socialismo, quer dizer, à posse comum dos meios de produção e à distribuição dos produtos segundo o trabalho de cada um. Mas, o nosso Partido vê mais longe: o Socialismo deve infalivelmente se transformar, pouco a pouco, em Comunismo, que tem inscrito na sua bandeira o lema: 'De cada um segundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas necessidades.'

 

Sempre atrás de um extremista se esconde um oportunista.

 

O Estado Soviético é o proletariado organizado como classe dominante.

 

A classe operária deve quebrar, demolir a máquina de Estado que encontra montada, e não se limitar simplesmente à sua conquista.

 

Supressão de todos os gastos de representação e de todos os privilégios pecuniários dos funcionários, redução dos vencimentos de todos os funcionários do Estado ao nível do salário de um operário. É aqui exatamente que se manifesta com a maior evidência a viragem da Democracia burguesa à Democracia proletária, da Democracia dos opressores à Democracia das classes oprimidas, do Estado como força especial para a repressão de uma classe determinada à repressão dos opressores pela força geral da maioria do povo, dos operários e dos camponeses.

 

O Estado burguês deverá desaparecer, e a forma transitória do seu desaparecimento (passagem do Estado para o não-Estado) será o proletariado organizado como classe dominante.

 

Onde existe repressão há violência; não há liberdade e nem Democracia.

 

No Capitalismo, temos o Estado no sentido estrito da palavra – uma máquina especial para a repressão de uma classe por outra e, além do mais, da maioria pela minoria. É evidente que o êxito de uma empresa como a repressão sistemática da maioria dos explorados por uma minoria de exploradores requer uma crueldade extraordinária, uma repressão bestial; requer mares de sangue através dos quais a Humanidade segue o seu caminho em estado de escravidão, de servidão e de trabalho assalariado.

 

Enquanto existir o Estado, não haverá liberdade. Quando houver liberdade, não haverá Estado.

 

Todos os países capitalistas, inclusive os mais desenvolvidos, são como verdadeiras penitenciárias para o operariado.

 

Só um reacionário, inimigo da classe operária e lacaio da burguesia, pode se dedicar, agora, a pintar os encantos da Democracia burguesa e a tagarelar acerca da Democracia pura. A Democracia burguesa foi progressista em comparação coma Idade Média, e havia que utilizá-la. Porém, agora é insuficiente para a classe operária. Agora, há que olhar para frente e não para trás, há que substituir a Democracia burguesia Pela Democracia proletária.

 

A História demonstra que todo Estado é uma força especial de repressão sobre a classe operária.

 

Se fizermos abstração das chamadas doutrinas religiosas, dos artifícios, das especulações filosóficas, das diversas concepções criadas pelos sábios burgueses, e investigarmos de modo profundo a verdade da questão, veremos que o Estado se reduz precisamente a esse aparato de Governo destacado da sociedade humana. Quando aparece esse grupo especial de homens, que não se ocupa de outra coisa que governar, e que para fazê-lo necessita de um aparelho especial de coerção, de submetimento da vontade alheia pela violência – cárceres, destacamentos especiais, tropas etc. – é quando aparece o Estado.

 

A luta para arrancar o proletariado da esfera de influência de burguesia, em geral, e da burguesia imperialista, em particular, é impossível sem combater os preconceitos oportunistas acerca do Estado.

 

Um erro 'sem importância' à primeira vista pode acarretar as mais deploráveis conseqüências.

 

Os dirigentes, em particular, deverão se instruir cada vez mais sobre todas as questões teóricas, libertar-se cada vez mais da influência das frases tradicionais, pertencentes às concepções obsoletas do mundo, e jamais se esquecer de que o Socialismo, desde que se tornou uma Ciência, exige ser tratado, isto é, estudado, como uma Ciência.

 

Uma mentira repetida muitas vezes se torna uma grande verdade.

 

O Capitalismo venceu no mundo inteiro, mas, esta vitória não é mais do que o prelúdio do triunfo do trabalho sobre o Capital.

 

 

 

 

 

Mudanças

 

 

 

Capitali$mo:

um polvo de zil tentáculos.

Mai$-valia:

a madrasta dos obstáculos.

 

Mudanças

não florescem pela violência.

Mudanças

só se fazem com inteligência.

 

Inteligência

– ataviada com entusiasmo.

Inteligência

 

Toda coação

para a noite sempre desloca.

Toda opressão

uma reação sempre provoca.

 

Oh! Quantas

tristezas ainda entristaremos?

Oh! Quantas

lágrimas ainda choraremos?

 

Mas, em nós,

existe um Lapis Vermelho

que açaima o algoz

e universaliza o Espelho!

 

Oh!, Espelho!

Espelho meu, quem sou eu?

Um fedelho

que saltita... E não Morreu!

 

 

 

 

 

 

______

Notas:

1. O Capital (em alemão: Das Kapital) é um conjunto de livros (sendo o primeiro de 1867) de Karl Marx (1818 – 1883) como crítica ao Capitalismo (crítica à Economia Política). Muitos consideram esta obra o marco do pensamento socialista marxista. Nesta obra, existem muitos conceitos econômicos complexos, como mais-valia, Capital Constante, Capital Variável, uma análise sobre o salário e sobre a acumulação primitiva, resumindo, sobre todos os aspectos, o modo de produção capitalista, incluindo uma crítica sobre a Teoria do Valor-trabalho de Adam Smith (1723 – 1790) e outros assuntos referentes aos economistas clássicos.

2. O determinismo é a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade. Embora, em seu sentido mais vulgar, determinismo se refira a uma causalidade reducionista (redução de todos os fenômenos do Universo, por exemplo, à Mecânica ou à Química), causalidade não necessariamente é sinônimo de reducionismo. Há vários tipos de determinismo, cada um definido pelo modo como determinação e causalidade são conceitualizados. Os três tipos básicos de determinismo são: pré-determinismo (determinismo no qual a determinação é colocada no passado, em uma cadeia causal totalmente explicada pelas condições iniciais do Universo), pós-determinismo (determinismo no qual a determinação é posta no futuro pela admissibilidade imaginativa de alguma entidade exterior ao Universo causal) e co-determinismo (determinismo no qual a determinação é colocada no presente ou na simultaneidade dos processos).

3. Nikolai Georgievich Garin-Mikhailovsky (1852 – 1906) foi um engenheiro, escritor e ensaísta russo.

4. Nikolai Ivanovich Bukharin (1888 – 1938) foi um revolucionário e intelectual bolchevique, e, mais tarde, um político soviético.

 

Páginas da Internet consultadas:

https://cogumelosmagicos.org/comunidade/threads/n%C3
%A3o-seja-um-troll-manual-de-trollagem-na-internet.4570/

http://media.beta.photobucket.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista

http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao
-76/esquina/classe-e-luta-de-classes

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http://tudoempalavras.bloguepessoal.com/
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Vladimir-Lenin-_Frases_.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Determinismo

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/vladimir-lenin_3.html

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/vladimir-lenin_2.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Capital

http://www.frasesypensamientos.com.ar/
autor/vladimir-lenin.html

http://www.grandesmensagens.com.br/
frases-de-lenin.html

http://www.frasesfamosas.com.br/
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http://www.suapesquisa.com/
biografias/lenin.htm

http://pensador.uol.com.br/
frases_de_lenin/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lenin

http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%
C3%A7%C3%A3o_Russa_de_1917

http://pt.wikiquote.org/wiki/Vladimir_Lenin

 

Música de fundo:

A Internacional Socialista
Composição: Eugène Pottier (letra) & Pierre De Geyter (música)

Fonte:

http://electrofresh.com/midi-92024-download
-hino_da_a_internacional_socialista.html

 

Direitos autorais:

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