—
Enquanto eu estava vivo,
acreditei em mil demônios.
Depois de morto, constatei
que, sem exceção, todos eles
haviam sido fabricados por mim.
—
Enquanto eu estava vivo,
acreditei que havia um deus onipotente.
Depois de morto, constatei
que sempre houve um Deus, sim,
mas, que esse Eterno Deus, in
potentia, era eu.
— Enquanto eu estava vivo,
acreditei que havia um céu e um inferno.
Depois de morto, constatei
que tanto o céu quanto o inferno,
ocultos, sempre estiveram em meu interior.
—
Enquanto eu estava vivo,
acreditei em milagres, perdão e salvação.
Depois de morto, constatei
que essas coisas são miralusões1
fideístas;
há, sim, Lei, Ordem e Compensação.
— Enquanto eu estava vivo,
acreditei que a vida e a morte
eram coisas distintas e inconciliáveis.
Depois de morto, constatei
que são duas faces de uma mesma moeda.
— Enquanto eu estava vivo,
acreditei que 1 + 1 = 2 e 1 – 1 =
0.
Depois de morto, constatei
que 1 + 1 = 1 e 1 – 1 = 1,
e que o Uni(multi)verso é unimúltiplo.
Uni(multi)verso
(Simbolicamente)
Um
Discípulo que, por sua clarividência, consiga ver o Mundo Espiritual,
não aumentará sua importância depois da morte, se ele
não tiver sido capaz, em vida, de exprimir esses fatos por meio de
conceitos humanos. Depois da morte, somente lhe servirão as coisas
que ele possuir, aqui, de forma conceitual. Estas constituirão as
sementes para a vida depois da morte.
Idealidade:
ser clarividente visionário e, ao mesmo tempo, pensador.
O
que levamos para a vida depois da morte é o que nós adquirimos
aqui com a ajuda de um Pensar Rigoroso. [Pensar
Rigoroso = Compreensão.]
O
que nos vem dos Mundos Superiores não é um presente destinado
a nos facilitar o caminho quando deixarmos o Plano Físico, mas, deve
ser convertido em moeda corrente [sempre
altruísta] nesta Terra. A ajuda
que nos beneficiará após a morte será proporcional
ao que conseguirmos converter em moeda terrestre [sempre
altruísta]. Aí está o essencial.
—
Eu nasci,
e me tornei um Shylock.2
Enquanto vivi,
sempre fui um Shylock.
E morri.
E continuei um Shylock.
E renasci.
E permaneci um Shylock.
Um Dia, Vi,
e deixei de ser um Shylock!
Al
Pacino
[Shylock (The
Merchant of Venice)]
Sem,
pelo pensar,
compreendermos direitinho as coisas dos
Mundos Espirituais, não estaremos protegidos das miralusões.
As
formas e as imagens emprestadas do Plano Físico encontradas nas visões
de um clarividente visionário não pertencem ao Mundo Espiritual;
são apenas uma simbolização do Mundo Espiritual com
meios retirados do Mundo Físico.
—
Pensei que vi
o que não existe.
O que de fato existe
eu ainda não vi.
Quando
se está no Mundo Espiritual, são
os pensamentos que fornecem a substância necessária para a
Compreensão. Quando
penetramos realmente no Mundo Espiritual,
o que impede de perdermos totalmente os objetos das visões são
as sementes que podem germinar a partir do ato de pensar.
Não
podemos levar nada ao Mundo Espiritual, a não ser os pensamentos;
de uma circunferência desenhada, por exemplo, nada do giz, mas, somente
os pensamentos da circunferência.
—
Enquanto eu estava vivo,
juntei uma fortuna incalculável.
Na hora da morte,
quis levar tudinho comigo.
Não levei um tostão furado,
e passei alguns milênios
tentando buscar, aqui na Terra,
a grana que eu havia acumulado.
Um
clarividente meramente
visionário, em realidade, jamais
conseguirá unir o pensamento com a imagem. Por isto, ele nunca terá
a vivência de estar presente com o seu Eu Superior.
O
que é extremamente importante levar em conta e concluir, é
que é verdadeiramente necessário desenvolver o pensar e superar
o comodismo, que consiste em não querer adquirir um saber fundamentado
no conhecimento.
—
Um padre me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um rabino me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um pastor me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um monge me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um xamã me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um dugpa me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um
cartomante me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um
abracadabrista me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um clarividente me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um babá me disse,
eu acreditei e ponto final.
Um aiatolá me disse,
eu acreditei e ponto final.
Rudolf Steiner me disse,
eu acreditei e ponto final.
Todo mundo me disse,
eu acreditei e ponto final.
Meu Deus não me disse,
e eu permaneci um megaboçal!
Dugpa
É
mil vezes melhor ter captado intuitivamente, por meio do pensamento, as
representações espirituais, e,
mais cedo ou mais tarde, conseguir ascender
por si próprio ao Mundo Espiritual, segundo seu carma e seu mérito,
do que primeiro ver, sem ter entendido lhufas aquilo que é comunicado.
Enfim, é mil vezes melhor conhecer a Ciência do Espírito
e ainda não ver, do que ver algo sem ter a possibilidade de permear
os fatos por meio do pensamento, porque, desta maneira, se abrem as portas
da incerteza, [da
crendice, do achismo, do delírio, da fantasia, do coisismo e do et
cetera. É por isto, exatamente por
isto, que está cheio de canalizadores marca roscofe por aí,
que dizem canalizar mensagens, que vão do Boi Xavante (aquele que
fabricou um enorme pirogão de Jequitibá, que descendo o rio,
corria pro mar, e que foi transformado por Jaci em uma piroga de cristal)
a Sanat Kumara! Deus que me perdoe!]
Não
há nada como uma clarividência não esclarecida pelos
pensamentos para alimentar um sentimento de orgulho, e a razão pela
qual isto é particularmente perigoso é que a pessoa em questão,
em geral, ignora que seja orgulhosa, considerando-se até mesmo humilde.
Ela nem consegue julgar quanto orgulho é necessário para fazer
pouco caso do trabalho mental dos seres humanos e atribuir importância
capital a certas inspirações. Esta atitude contém um
extraordinário orgulho disfarçado.
Ninguém
já nasce com todas as faculdades que apresentará mais tarde.
Talvez nasça com as predisposições, mas, as faculdades
têm de ser desenvolvidas, de modo que, realmente, ocorra uma transformação
no cérebro durante a vida. Depois de uma vida dedicada a pensar,
o cérebro se torna diferente do que era antes.
Na
atualidade, uma verdadeira Ciência do Espírito tem a tarefa
de comunicar os resultados da pesquisa espiritual, que estejam permeados
de um teor obtido por meio do pensar, de tal modo que sempre expressem concertadamente
os resultados da investigação clarividente, de
maneira que uma pessoa não clarividente possa compreendê-los
corretamente, mediante o seu pensar. É por isto que, por exemplo,
é possível entendermos o conceito de carma, porque conseguimos
obter uma imagem mental adequada do mesmo, isto é, conseguimos compreender
que um acontecimento posterior sempre será a conseqüência
de uma ocorrência anterior. [Lei
da Causa e do Efeito.] Portanto,
em tudo isto, o importante não é receber comunicações
dos Mundos Superiores. O importante é recebê-las de maneira
que correspondam às nossas condições intelectivas terrenas,
de tal maneira que qualquer pessoa que as receba exatamente possa compreendê-las.
(Simbolicamente)
Quem
desenvolve uma certa clarividência visionária e não
a emprega corretamente, ou seja, quem permanece apenas
no Plano Astral, se expõe ao risco de que se abra
um abismo entre suas visões e o Plano Físico.
Uma
vez que tenhamos aprendido a pensar corretamente, não necessitaremos
mais diretamente do nosso cérebro para pensar. O que constitui o
pensar trabalha junto ao cérebro, mas, a atividade pensante não
precisa diretamente do cérebro. É um absurdo alguém
afirmar que o cérebro pensa. Onde o pensamento se torna puro não
há participação do cérebro. Ele participa apenas
quando ocorre a simbolização.
Ver
psiquicamente muita coisa não é uma garantia de que as visões
correspondam à realidade. Somente pode decidir quem consegue distinguir
entre mera visão e realidade, pois, somente o discernimento consegue
distinguir.
O
grande problema das pessoas que desenvolvem uma clarividência visionária
é que elas erigem uma muralha que as separa do mundo real, e passam
a viver em seus sonhos.
Sonhando
Se
desprezarmos a circunspeção
de pensar
no Plano Físico, flutuaremos no engano. [É
como eu acrescentei mais acima: Si
non cogito, non sum.]
De
maneira geral, uma pessoa que acredita cegamente em outra, acaba se perdendo,
pois, não consegur distinguir entre o que é verdadeiro e o
que é falso.
Não
há nada que possa cultivar tanto o caráter de mentira quanto
uma certa clarividência meramente visionária, a qual não
se apóia no pensamento, não sendo, por isto, controlada pelo
mesmo. Por outro lado, uma tal clarividência ainda vai cultivar uma
outra característica, isto é, uma certa arrogância,
um certo orgulho, que podem chegar até à megalomania. Isto
é ainda mais perigoso porque, normalmente, não é percebido,
[e, se ou
quando é percebido, o cara não dá a mínima.]
De
maneira geral, tudo o que é comunicado do
Plano Astral é um absurdo. [Daí
o perigo gigantesco do Espiritismo e das comunicações mediúnicas.]
Se
desejarmos que na nossa próxima encarnação nos lembremos
da encarnação presente, é preciso que desenvolvamos
o nosso discernimento, cuidando de acompanhar o mundo com pensamentos.
Por
mais que consigamos ver de maneira visionária, isto de nada nos servirá
para uma recordação da encarnação atual. Não
esqueçamos de que tudo depende do nosso carma.
______
Notas:
1. Miralusões
= Miragens + Ilusões.
2. Shylock
é um personagem fictício (um agiota judeu) da peça
The Merchant of
Venice (O Mercador de Veneza), do inexistente dramaturgo
inglês William Shakespeare.
Música
de fundo:
A, a,
a, der Winter der ist da
Fonte:
https://myfreemp3zone.tv/download/
aaa-der-winter-der-ist-da
Páginas
da Internet consultadas:
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