A
vida não dá nem empresta. Não se comove nem
se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir
[reciprocar]
e transferir aquilo que nós lhe oferecemos.
A
vida é como jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola
verde, ela voltará verde. Se for jogada uma bola azul, ela
voltará azul. Se a bola for jogada fraca, ela voltará
fraca. Se a bola for jogada com força, ela voltará
com força. Por isto, se você não estiver pronto
para recebê-la de volta, nunca jogue uma bola na vida.
O
ser humano vivencia a si mesmo, aos seus pensamentos, como algo
separado do resto do Universo – em uma espécie de ilusão
de ótica de sua consciência. E esta ilusão é
um tipo de prisão que o restringe aos seus desejos pessoais,
aos seus conceitos e ao seu afeto apenas pelas pessoas mais próximas.
Nossa principal tarefa é nos livrarmos desta prisão,
ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele
possa abranger todos os seres vivos e toda a Natureza em sua beleza.
Ninguém conseguirá atingir completamente este objetivo,
mas lutar pela sua realização já é,
por si só, parte de nossa liberação e o alicerce
de nossa segurança interior.
Algo
só é impossível até que alguém
duvide e prove o contrário. A maioria de nós prefere
olhar para fora e não para dentro de si mesmo.
Nenhum
problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência
que o criou. É preciso ir mais longe. Eu penso várias
vezes e nada descubro. Deixo de pensar, mergulho em um grande silêncio
e a verdade me é revelada.
A imaginação
é mais importante do que o conhecimento. O conhecimento é
limitado. A imaginação dá a volta ao mundo.
O
sábio – consciente da Lei de Causalidade de qualquer
acontecimento – decifra o futuro e o passado, que estão
submetidos às mesmas regras de necessidade e de determinismo
[retribuição
ou reciprocidade]. Sua religiosidade consiste em se espantar,
em se extasiar diante da harmonia das Leis da Natureza, revelando
uma inteligência tão superior que todo o seu talento
e todos os seus pensamentos não podem desvendar, a não
ser seu próprio nada irrisório. Este sentimento desenvolve
a regra dominante da sua vida, de sua coragem, na medida em que
supera a escravidão dos desejos egoístas.
Não posso imaginar
um Deus que recompensa e castiga os objetos de sua criação,
cujos propósitos estão modelados com base em nossos
próprios propósitos. Em resumo: um Deus que não
é senão um reflexo da fragilidade humana.
Acredito
no Deus de Espinosa, revelado na harmonia de tudo o que existe;
mas não acredito em um Deus que se preocupa com o destino
e com as ações dos homens.
Minha religiosidade consiste
na humilde admiração do espírito infinitamente
superior que se revela no pouco que nós, com nossa dedução
fraca e transitória, podemos compreender da realidade. Moralidade
é da mais alta importância – mas para nós,
não para Deus.
A
religião do futuro será uma Religião Cósmica
baseada na experiência e que recusará todos os dogmatismos.
Se houvesse alguma religião que pudesse lidar com as necessidades
científicas, essa seria o Budismo.
A
investigação científica se
baseia na idéia de que tudo o que ocorre está determinado
pelas Leis da Natureza... Por esta razão, um investigador
científico dificilmente se verá inclinado a crer que
os acontecimentos possam ser influenciados pela oração
ou por um desejo dirigido a um ser sobrenatural.
Albert
Einstein (1879 – 1955)