Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

Queremos que nossos venerados Deuses

mimoseiem nossos parentes1 e amigos;1a

e instamos para que esses mesmos Deuses

paralisem nossos desafetos1b e inimigos.1c

 

Auguramos que nossos cultuados Deuses,

com os bons,2 sejam fiéis e piedosos;

e suplicamos para que esses Deuses,

com os maus,2a sejam duros e onerosos.

 

Exortamos, tantas vezes, nossos Deuses

para que sejam tendenciosos e parciais;

e imploramos para que esses Deuses,

outras tantas, sejam expeditos e imparciais.

 

Desejamos que nossos amados Deuses,

algumas vezes, sejam clementes e tolerantes;

e requestamos para que esses Deuses,

diversas vezes, sejam severos e cruciantes.

 

Almejamos que nossos honrados Deuses,

enfim, obsequiem nossas vontades e aspirações;

e reivindicamos para que esses bondosos Deuses

sempre atendam nossas simplacheironas opções.

 

Ora, se os Deuses acreditados fossem punitivos

defeririam todas as nossas tolices e lubricidades;

porém, como todos os Deuses são educativos,

de vez em quando, concedem algumas piedades.

 

Mas, um dia, tudo isso deverá evaporar;

o que hoje ainda é egregórico será pessoal.

Tudo isso, fatalmente, haverá de se dissipar;

o que hoje é coletivo terá expressão individual.

 

Contudo, isso só poderá efetivamente3 acontecer

se e quando decidirmos escutar a Cordis Vox.

Um dia, haveremos de misticamente compreender:

 

 

 

 

 

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Notas:

2 e 2a. Idem nota anterior.