A VIDA É UMA

 

Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

O ocultista aceita a revelação como provinda dos Seres Divinos, mas ainda finitos, ou seja, das vidas manifestadas, nunca da imanifestável Vida Una. Estes Seres Divinos são entidades chamadas Homem Primordial, Dhyani-Buddhas (ou Dhyan Chohans), Rishi-Prajapatis (dos hindus), os Elohim1 (ou Filhos de Deus, dos judeus), enfim, são os Espíritos Planetários de todas as nações que acabaram por se tornar Deuses para os homens.

 

A Doutrina Secreta, vol. I
Helena Petrovna Blavatsky (1831 – 1891)

 

 

 

 

 

 

 

 

A não-substituível e Illuminante revelação

só poderá advir do Deus de nosso Coração.

Os Seres Divinos poderão, sim, nos auxiliar,

mas de forma alguma poderão nos libertar.

 

 

Do pó das estrelas, somos todos originários;

das mesmas estrelas somos todos tributários.

Descemos, sim, mas todos haveremos de subir.

Foi importante vir; é nossa responsabilidade ir.

 

 

Os Dhyani-Buddhas, os Rishi-Prajapatis e os Elohim

não podem nos impor nem o não nem o sim.

Nossa encarnação é um ensaio, um escorço,

e a Illuminação só ocorrerá por luta e esforço.

 

 

Haveremos de entender que a vida é uma,

para o homem, para o vento e para a anhuma.

Não há dois, não há cem, não há cem mil;

são equivalentes o acento circunflexo e o til.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Nota:

1. A primeira frase do Gênesis é BeREShITh BaRA ELOHIM. BeREShITh – que, simbolicamente, significa No começo – equivale às cifras 2–200–1–300–10-400. Estas seis cifras simbolizam as seis forças cósmicas que presidiram a Obra, ainda inconclusa, dos Seis Dias. Este saber também se encontra expresso no Hexagrama de Salomão. BaRA – que significa Criar (no sentido de concepção mental da criação) – possui as cifras 2-200-1. No começo os ELOHIM criaram. Sobre a palavra ELOHIM (ALHIM) duas observações devem ser feitas: sua terminação IM indica caráter plural (AL e ALH) e expressa precisamente Justiça Divina.

Também se pode especular que, no ato de criar, a(s) Divindade(s) coloca(m) a Coroa (ALeF) sobre a Cabeça (RESh) de Sua(s) Criação(ões) (BET). E, neste sentido, há um fato cabalístico interessante a ser ressaltado: a Letra BET tem para valor pleno a cifra 412; e a soma dos valores pleno e oculto da Letra TaV é igualmente 412 (406 + 6)! Nas três primeiras Letras da primeira palavra da primeira frase do Génesis (I, 1) BRA-ShiTh BRA ALHIM ATh..., como nas três primeiras Letras da primeira palavra da primeira frase do Evangelho de S. João (I, 1) BRA-ShITh HaIah Ha-DaBaR..., está inscrita a vocação criadora de AIN SOPh, já que BRA significa falar, criar, e ShITh representa Héxada. BRA criou os ALHIM, e, estes, coletivamente, representam a Divindade manifestada. Esta palavra (ALHIM) é, na realidade, o resultado de AL = Deus, ALH = Deusa e IM = terminação plural. Logo, os ALHIM constituem os Deuses e as Deusas. Em uma palavra: Androginia. A Bíblia – particularmente o Gênesis – está baseada em números e relações geométricas, e a palavra ALHIM, numericamente, está relacionada com o diâmetro e a circunferência. A própria frase inicial do Gênesis, em uma de suas interpretações, pode ser lida da forma: B RAShITh BRA ALHIM ATh HShMIM V ATh HARTz, ou seja: Da sempiterna essência a força dual formou o duplo céu (superior e inferior). A versão No princípio Deus criou os céus e a Terra é oriunda da aglutinação equivocada das Letras hebraicas para efeito puramente teológico e intencionalmente tendencioso, fálico e esquerdizante, vale dizer: B RASh IThBRA ALHIM AThHShMIM V ATh HARTz. É interessante ressaltar que a palavra ALHIM é equivalente a dois conceitos complementares, isto é, Poder do Fogo ou Calor Violento e, neste sentido, não são Deus nem são os Espíritos Planetários Superiores, mas, sim, a legião (exército) das potestades criadoras. Como disse um pensador moderno, A Vontade, aperfeiçoada pelo Sacrifício, progride por meio da Inspiração, através de sucessivas transformações. Logo, é, no mínimo, razoável e racional, que se admita que o Não-condicionado, a Causa sem Causa, o Ilimitado não possa criar (diretamente) o que é dependente, limitado e condicionado, porque isto é inajustável a Ele (Aquilo). Se assim é, a criação como concebida não pode ter sido obra do PRIMEIRO UM. Há, de permeio a tudo isto, uma grande questão metafísica: Há ou haverá uma intencionalidade escatoteleológica no Universo? Esta controversa questão tem produzido as maiores loucuras e barbaridades no correr da história do homem. Mas jamais poderá ser respondida teologicamente. Voltando-se à palavra ALHIM (1-3-5-1-4), circularmente produz LAMIH (3-1-4-1-5), que significa hoste, congregação. Assim, a vocação criadora da(s) Divindade(s) só pode ser compreendida por intermediação descendente no âmbito das oitavas do Teclado Cósmico. Chaos é Theos que se converte em Kósmos. Só no silêncio interior e pela meditação, ao ser ouvida a Voz do Eu dentro do Eu (M.'. S.'.), isto pode ser compreendido. AUM... AUM... AUM... AUM... AUM... AUM... AUM... E que as segundas núpcias se façam... Mas, será que houve mesmo uma criação, no sentido de conceber, tirar aparentemente do inexistente nada, dar existência a, ou tudo isto é meramente simbólico e a coisa toda aconteceu de forma diferente? Cada um encontrará, certamente a resposta in Corde.

 

Música de fundo:

Stardust
Música: Hoagy Carmichael
Letra: Mitchell Parish

Intérprete: Nat King Cole

Fonte:

http://www.umnovoencontromusical.com/filmes.htm