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Notas:
1. Por
que tenho repetido tanto que somos responsáveis por tudo? Por uma
simples razão: só nos libertaremos (ou começaremos
a nos libertar) da educação religiosa – geralmente equivocada
– que recebemos, quando compreendermos e realizarmos pela via do entendimento
místico-intuitivo que não há prêmio nem castigo
para absolutamente nada. Não há um deus-salvador-arrebatador
e nem um demônio-vingador-punidor esperando que morramos para nos
receber no céu ou no inferno, com perfumes aromáticos ou com
vapores sulfurinos intoxicantes. Nossas escolhas, estas sim, são
responsabilidades nossas; e, para cada escolha, se e quando for o caso,
haverá uma compensação educativa correspondente, que
poderá levar milênios para que se manifeste e para que seja
cumprida e devidamente apreendida. Ou nos livramos dessa idéia infantil
de que há um paraíso para os bons e um inferno abrasador para
os maus, ou simplesmente teremos jogado no lixo mais uma insubstituível
encarnação. Talvez esta seja a minha maior preocupação
mística: tentar conscientizar as pessoas de que o depois é
agora, de que não há um depois (de delícias ou de padecimentos)
para sempre, e que esse depois-agora só depende de nós. Qualquer
coisa diferente disto é ignorância misturada com fantasia.
E, quando trancamos o nosso Eu Interior (ou Coração Espiritual)
para a Santa LLuz – que simplesmente existe para nos Illuminar
– a coisa é, mais ou menos, como o que mostra a animação
em flash aí embaixo: nos fechamos e afundamos em nossa precariedade
existencial à espera de um milagre salvífico que só
existe em nossa imaginação e na agenda daqueles que vivem
deste funesto comércio.
2. Filisteu,
geralmente, está relacionado ao povo não-semita e inimigo
dos hebreus que habitava a Filistéia ou Palestina, desde o século
XII a.C. A origem dos filisteus ainda hoje é motivo de controvérsias.
Há polêmica até mesmo sobre o fato de se se tratava
de um único povo ou de uma confederação de povos que
migraram do Mar Egeu para o leste do Mar Mediterrâneo no século
XIII a.C. Segundo a Bíblia, historicamente, os filisteus teriam se
originado de Casluim, o qual teria sido um dos filhos de Mizraim, patriarca
dos egípcios e neto de Cam. No entanto, a teoria mais aceita cientificamente
baseia-se na hipótese de que se tratava de um grupo indo-europeu
que veio a conviver, durante séculos, com os povos semitas da região,
hoje conhecida como Israel.
Mas,
História à parte, no caso deste soneto, eu quis me referir
àqueles seres-no-mundo (os filisteus) que são ou
que se mostram incultos, prosaicos, rasteiros, sem elevação
ou largueza de idéias e cujos interesses são estritamente
materiais, vulgares, ilusórios e aprisionadores; e, infelizmente,
também àqueles que são desprovidos de inteligência
e de imaginação artística ou intelectual, pois a falta
de imaginação, em certo sentido, é uma prisão
obliterante e impossibilitadora. Seja como for, como eu escrevi
mais acima, e é fato, em todos os Corações há
um Deus, meio que dormindo! Ele não está ausente nem no Coração
dos filisteus. Poeticamente, eu diria: em todos os Corações
– sejam Corações de filisteus, sejam Corações
de fariseus, sejam Corações de saduceus, sejam Corações
de cananeus, sejam Corações de macabeus, sejam até
Corações de maniqueus – há um Deus esperando
para ser acordado e conosco dançar cheek to cheek, de rostinho
bem colado. Ad semper!
Fundo
musical:
Cheek
To Cheek
Compositor: Irving Berlin
Fonte:
http://www.eadcentral.com/go/1/1/0/
http://www.damav.com/seq/mw/