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Notas:
1. Como
introdução ao poema Eros e Psique, escreveu Fernando
Pessoa (Lisboa, 13 de junho de 1888 – Lisboa, 30 de novembro de 1935):
... E assim vedes, meu Irmão, que as verdades que vos foram dadas
no Grau de Neófito, e aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto
Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade. (Do Ritual Do Grau
De Mestre Do Átrio Na Ordem Templária De Portugal).
A
Princesa Encantada
Conta
a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele
tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A
Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe
o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas
cada um cumpre o Destino —
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E,
se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E,
inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Publicado
pela primeira vez in Presença, nos 41-42,
Coimbra, maio de 1934. Acerca da epígrafe que encabeça este
poema, diz o próprio autor a uma interrogação levantada
pelo crítico Adolfo Victor Casais Monteiro (1908-1972), em carta
a este último:
A
citação, epígrafe ao meu poema 'Eros e Psique', de
um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro
Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente –
o que é fato – que me foi permitido folhear os Rituais dos
três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde
cerca de 1888. Se não estivesse em dormência, eu não
citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a
origem) trechos de Rituais que estão em trabalho.]
2. Ainda
que, também, relativa. Não há verdade definitiva. Em
termos metafísicos, a última verdade conhecida será
sempre, talvez, a penúltima. Ou, quem sabe, a antepenúltima.
Páginas
da internet consultadas:
Da ilustração criada por Tatiana Paiva produzi a
animação em flash da Princesa Encantada.
http://www.insite.com.br/art/pessoa/cancioneiro/182.html
Do Star
Fractal produzi a animação em flash Verdades
Relativas.
http://ccl.northwestern.edu/netlogo/models/StarFractal
Fundo
musical:
Welcome
To My Truth
Fonte:
http://www.thailyrics.com/midi/english/index.asp?typ=A