Há o espaço que separa e prende e o espaço ilimitado. Há o espaço entre um homem e outro, no qual medra a maldade. Este é o limitado espaço da separação. Há separação entre nós, tal como somos, e a imagem que temos de nós mesmos. Há o espaço da separação entre nós e o ideal – o que deveríamos ser. Há o intervalo entre um monte e outro monte. E há, enfim, a beleza do espaço sem o limite do tempo e da linha divisória. [In: A Outra Margem do Caminho, entrevistas realizadas na Índia, na Califórnia e na Europa, de autoria de Jiddu Krishnamurti.]
Se houvesse intervalo entre um pensamento e outro pensamento, o pensamento seria sempre novo, mas, como nenhum intervalo existe, todo pensamento é velho. [Ibidem.]
Assim, a totalidade da consciência – que compreende o consciente e o inconsciente (palavra que, infelizmente, temos de usar) – está encerrada no estreito e limitado espaço da tradição, da cultura, do costume e da lembrança. A tecnologia nos levou à Lua, poderá construir uma ponte em arco sobre um abismo ou estabelecer uma certa ordem dentro do limitado espaço da sociedade, mas, esta ordem, por sua vez, gerará desordem. Enquanto existir o observador [ou seja, dualidade entre o observador e a coisa observada], todo espaço será como o estreito pátio de uma prisão, no qual não há nenhuma espécie de liberdade. A liberdade, portanto, não se encontra dentro da prisão, por mais confortável e adornada que a construamos e a façamos. Não é possível um diálogo com a liberdade entre os limites da memória, da tradição, do coisismo, do achismo, do conhecimento e da experiência. A liberdade exige que se quebrem os muros da prisão, ainda que se ache agradável a limitada desordem, a limitada escravidão e as miragens e ilusões existentes em seu interior. A liberdade não é relativa; ou há liberdade ou não há. O ser-humano-aí-no-mundo estará sempre em conflito consigo mesmo e com o mundo, enquanto estiver emparedado na esfera-prisão que ele próprio criou. Vivendo no meio desta desordem, o ser-humano-aí-no-mundo busca a liberdade em ideologias, em teorias e, particularmente, naquilo a que chama Deus. Estas fugas não são libertadoras, pois, o levam de volta sempre ao mesmo lugar – o pátio da prisão – que separa os homens uns dos outros, [mas, em primeiro lugar, o ser-humano-aí-no-mundo do seu Deus Interior].O fato é que a imaginação, em qualquer forma, destrói a verdade. A liberdade está além do pensamento; significa espaço ilimitado não criado pelo observador. O encontro com a LIBERDADE só poderá acontecer no CORAÇÃO, em SILÊNCIO e pela MEDITAÇÃO. [Ibidem.]
— Em um inverno que já vai longe,
± no meio do século passado,
um ano depois do fim da 2ª Guerra,
no Rio de Janeiro, eu nasci
na Casa de Saúde São Sebastião,
pequenininho e uma gracinha,
como todo mundo que está vivo nasceu.
Como ancorei a fórceps,
talvez, eu não quisesse mesmo vir.
Ainda bem que, temporariamente, olvidei
a Beleza do meu Ninho,
senão, é bem possível,
que eu já estivesse meio variado,
e morando na Casa de Saúde Doutor Eiras
– que foi definitivamente fechada
pela justiça em março de 2012.
Chega de tratar grosseiramente os doentes.
Chega de tratar doente como rato de biotério.
Chega de leucotomia!
Chega de eletroconvulsoterapia!
Até esse nome é difícil de falar.
Mesmo com anestesia geral,
a nossa cuca não foi feita
para ficar levando choque.
Chega de dopantes que derrubam elefantes.
Chega de assassinatos eutanásicos!
Chega de cloroquinações inúteis!
Chega de azitromicinações desúteis!
Chega de manicômios!
Chega de camisas-de-força!
Chega! Chega! Chega!
Chega de toda essa bosta.
A Medicina precisa guinar 180º.
Ninguém pode ser curado desta maneira.
Mais desumano do que um manicômio
só mesmo muitos frenocômios.
Você lembra do filme Um Estranho no Ninho,
One Flew Over The Cuckoo's Nest?
É de dar pena o que fizeram com o
Randle Patrick "Mac" McMurphy,
que virou um vegetal devido a uma lobotomia,
e, por caridade, acabou sendo sufocado
por um nativo americano, o Chief Bromden!
Doentes Mentais
(Chega de Manicômios!)
— Pois é. Nós não costumamos dar valor
ao 'esquecimento' do belo antanho,
porém, é este 'olvido' temporário
– mais do que necessário –
que permite, alenta e catalisa
a nossa peregrinação aqui.
Do contrário, entre lá e aqui,
nem aqui, nem ali, nem lá,
o que – esquizofrenicamente –
seria pior do que filme de terror.
Caveira Lemúrico-atlante
— Seja como for, minha mãe querida,
portuguesa, lavadeira e ignorante,
mas, que me amava
de forma inexcedível,
ministrou, como sabia, a base
na qual me sustento até hoje,
mas, modificada, atualizada
e um tiquinho mais concertada.
Mas, sem estas sopas de cavalo cansado
e estas bolas [leia bôlas] de sardinha,
eu não teria sido mesmo bulhufas,
e minha vida seria um fudehouse de cagalhufas.
Muito obrigado mãe querida!
Acho que nunca disse verdade tão verdadeira.
Sopa de Cavalo Cansado
(Pedaços de pão embebidos em vinho tinto,
que faz levantar até múmia do sarcófago)
— Obrigado, mãe querida,
mas, tive que desaceitar
a religião na qual fui criado,
o Deus que me foi pespegado,
o paradisum deliciarum desenhado,
o laissez-passer assegurado,
o inferno enxofrado
e o romãozinho rançado.
Tive que trocar o velho pelo novo,
a tradição pelo contemporão
e o medievalismo pelo século XXI,
para poder me reinventar.
Ora, ou eu fazia isto
ou minha vida teria sido inútil.
E não há coisa mais dantesca
do que retornar igual ou pior,
mesmo que as intenções sejam boas.
Hoje, por exemplo, com essa Pancoronamia-19,
mudar o protocolo da cloroquina
não tem nada de boa intenção.
A intenção é mais do que má,
porque visa estimular a Economia,
à custa de vidas que poderão cloroquinar.
A Coroação da Cloroquina
— Jogar uma encarnação no
é pior do que sanduíche de urubu
com raspadinha apodrentada:
além de dar uma baita caganeira,
é um crime de lesa-humanidade!
— Todas essas velharias,
que me foram ensinadas com carinho,
só alimentam a Saudade,
impedem a plena LIBERDADE
e nutrem a desconformidade.
— Todas essas velharias,
que me foram ministradas com carinho,
impossibilitam romper com o passado,
impedem a compreensão concertada de O-que-é
e deixam o infeliz baratinado.
— Todas essas velharias
só alimentam o ego e a magia negra,
impedem que o SOL INTERIOR nasça
e nutrem a Noite Negra.
— Todas essas velharias
só alimentam os preconceitos,
impedem a ALFORRIA-MANUMISSÃO
e nutrem o obscurantismo retrógrado.
— Todas essas velharias
só alimentam a masmorra interior,
impedem a INICIAÇÃO
e nutrem a escravidão.
— Todas essas velharias
precisam ser implodidas,
para que aconteça o GRANDE ENCONTRO
entre nós e o nosso Deus Interior.
Velharias
— Enquanto essas velharias
não forem implodidas,
dançaremos tango com o nosso dragão
e poremos lenha na fogueira do nosso Hades.
o inferno e o dragão somos nós que fabricamos.
Música de fundo:
Aloha Los Pescadores (One Flew Over The Cuckoo's Nest)
Compositor: Jack NitzscheFonte:
https://hotplayer.ru/?s=jack_nest
Páginas da Internet consultadas:
https://rogerlancaster.photos/old-things
https://gifer.com/en/gifs/?????
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:
Chloroquine_molecule_spacefill.png
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