Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

Qui cantat bis orat. Quem canta ora em dobro. Agostinho de Hipona

 

 

 

 

 

 

 

Temos que ultrapassar

o canalhismo casuístico,

o cacoetezinho fideístico,

o vai-não-vai alienístico.

 

 

 

 

Temos que despedaçar

a crendice retrocessora,

a hipótese apertadora,

a fixação aprisionadora.

 

 

 

 

Temos que aniquilar

a sujeição abafante,

a imitação aberrante,

a vassalagem limitante.

 

 

 

 

Temos que nos livrar

da paixão e do almejo,

do mandê e do malfazejo,

do mirim e do badejo.

 

 

 

 

Temos que silenciar

o coisa-à-toa interior,

o descaso degradador,

 

 

 

 

Temos que conquistar

o Recato e a Pureza,

a Pudor e a Candideza,

o Bem, a Paz e a Beleza.

 

 

 

 

São mil coisas a mudar

que uma vida é tão pouco

pra deixar de ser tarouco.

Só mesmo virando Louco!

 

 

 

 

E não adianta aparentar.

É indispensável ser sincero,

substituir o falso pelo vero,

e, lá dentro, não ser fero.

 

 

 

 

Temos que Viver e Cantar

– com a Alma e o Coração –

o Som que abre o Portão