A cebola teve origem no centro da
Ásia, e caminhando para o ocidente, atingiu a Pérsia de onde
se irradiou para a África e por todo continente europeu. Daí,
foi trazida para as Américas, pelos seus primeiros colonizadores.
No Brasil, a introdução da cebola se deu principalmente através
do Rio Grande do Sul, se espalhando por todo o País.
Quando
as cebolas são cortadas, as suas células são quebradas.
As células das cebolas têm duas seções: uma com
enzimas chamadas alinases e outra com sulfuretos (sulfóxidos de aminoácidos).
As enzimas decompõem os sulfuretos produzindo ácido sulfênico.
O ácido sulfênico é instável e decompõe-se
em um gás volátil chamado sin-propanetial-S-óxido.
O gás dissipa-se pelo ar e eventualmente chega aos olhos, onde reage
com a água para formar uma solução muito fraca de ácido
sulfúrico. O ácido sulfúrico irrita as terminações
nervosas do olho, fazendo-os arder. Em resposta a esta irritação,
as glândulas lacrimais entram em ação para diluir e
lavar a irritação. Não obstante, são estes compostos
voláteis que dão o sabor característico à cebola
e o aroma agradável quando cozinhada. Para reduzir a libertação
do gás, recomenda-se descascar a cebola debaixo de água corrente,
ou mesmo debaixo de água. Molhar as mãos e a cebola antes
de a cortar vai reduzir o efeito do gás, porquanto algum do gás
vai reagir com a água das mãos ou da cebola (e não
com a umidade dos olhos). O cheiro das mãos poderá ser eliminado
com limão ou lavando-as em água corrente por alguns instantes,
sem esfregar uma na outra. Cebolas frias tiradas do frigorífico provocarão
menos irritação uma vez que as baixas temperaturas inibem
a difusão das enzimas e do gás. Diferentes espécies
de cebolas libertarão quantidades diferentes de ácidos, portanto
a irritação que provocam também será diferente.
A
cebola possui propriedade antioxidante, que é suficiente para reduzir
o risco de morte por doenças e danos cardíacos. Neste sentido,
a quercetina (presente naturalmente em vegetais como maçã,
cebola, chá e em plantas medicinais como Ginkgo
biloba, Hypericum
perforatum) demonstrou diminuir a incidência de infarto
do miocárdio e derrames cerebrais em pessoas da terceira idade. As
populações que consomem produtos ricos em quercetina estatisticamente
apresentam menores riscos de afecções cardiovasculares. Devido
à inibição da peroxidação lipídica,
a quercetina protege o endotélio da destruição local
por prostaciclina e o fator de relaxamento derivado do endotélio.
A
ação antiinflamatória que muitos flavonóides
possuem relaciona-se em parte com as enzimas implicadas no metabolismo do
ácido araquidônico. No mecanismo antioxidante sobre a peroxidação
lipídica da quercetina está envolvida a via do ácido
araquidônico o qual implica em uma atividade antiinflamatória
paralela.
Um
dos mecanismos de ação da quercetina, como agente antiproliferativo
de células tumorais, é através de sua capacidade antimutagênica
e de seu poder antioxidante. A
adição da quercetina em alguns esquemas antitumorais com drogas
sintéticas tem demonstrado aumento da atividade antitumoral.
Diferentes
estudos têm constatado o fortalecimento do sistema imunológico,
em especial no trato gastrointestinal, a partir da administração
de quercetina. Por exemplo, pacientes com disenteria de Flexner evidenciaram
melhoras clínico-humorais significativas após receber uma
combinação de quercetina e acetato de tocoferol.
Junto
com o sódio tem sido demonstrado melhorar quadros de dispepsia, além
de evidenciar efeitos bacteriostáticos em microorganismos patológicos
do trato digestivo. Um aspecto interessante do efeito antiúlcera
da quercetina é que ela inibe in
vitro o crescimento de Helycobacter
pylori de uma forma dose-dependente. Por outro lado, a quercetina
tem demonstrado poder estabilizador nos mastócitos impedindo a ação
da histamina durante as reações alérgicas e inibindo
a formação de leucotrienos. A
quercetina demonstra exercer um efeito sinérgico com cromoglicato
de sódio.
Também
tem evidenciado um efeito antifúngico em cultivos de Candida
albicans, um fungo oportunista que pode surgir em quadro de
imunodepressão.
A
quercetina demonstrou ser um potente agente antiviral, podendo interferir
com a infectividade e replicação de adenovírus, coronavírus
e rotavírus em cultivos celulares. Neste
sentido, uma combinação de quercetina com rutina demonstrou
reduzir a hemaglutinação, reduzindo a mortalidade de ratos
infectados com o vírus influenza.
Uma
cebola grande ingerida crua, durante crises herpéticas diminui a
duração da crise do herpes.
Como
é conhecida, a catarata é uma complicação relativamente
comum em quadros de diabetes. Entre os mecanismos de ação,
descobriu-se que a enzima aldolase-reductase tem papel gerador de catarata.
Diferentes experiências demonstraram atividade inibitória da
quercetina sobre esta enzima, que seria do tipo não-competitiva e
uma das mais potentes entre os diferentes agentes inibidores testados.
Existem
relatos clínicos significativos, onde vários pacientes descrevem
uma surpreendente melhora de dores de cabeça, febre e dores articulares,
ao ingerir uma cebola inteira crua, no almoço e no jantar, até
a melhora dos sintomas. Isto
pode estar ocorrendo de acordo com alguma substância contida na cebola;
flavonóides, quercetina, atvidade antioxidante, atividade antiinflamatória,
atividade antiviral e diminuição do açúcar no
sangue. Todavia, ainda não se sabe ao certo, qual destes agentes
está influenciando neste processo. Entretanto, os resultados são
indiscutíveis e surpreendentes, visto que a cebola é apenas
um simples alimento do dia a dia.
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