David
Bohm e Jiddu Krishnamurti:
Externamente, as teorias são necessárias
e úteis na organização dos fatos a respeito da matéria.
[Por exemplo, E = mc2.]
Contudo, interna e psicologicamente, elas atrapalham e, de todo,
são inúteis, porque o observador é diferente da coisa
observada [apesar de, inexoravelmente,
o observador e a coisa observada serem e estarem
unificados]. Por
que isto é assim? Por que isto acontece? Teorizar significa uma maneira
e uma necessidade de observar as coisas, que depende do ponto de vista de
cada pessoa, que, de modo geral, é limitado, arbitrário e
extremamente preconceituoso. E uma teoria alicerçada e estruturada
particularmente sobre preconceitos é, ipso facto, sempre uma teoria
preconceituosa e inútil. E isto só provoca sofrimento, porque
o sofrimento está vinculado à maneira [não
isenta] de observar as coisas. Tudo isto decorre do fato de
os seres-humanos-aí-no-mundo, geralmente, não serem racionais,
e, como regra, cada pessoa estar procurando apenas sua própria individualidade
e sua exclusiva satisfação. O fato é que a possibilidade
de qualquer descoberta ser efetiva e fidedigna depende de as pessoas sentirem
que a meta de descobrir a verdade [que
é/será sempre relativa] está além
da egoística satisfação pessoal. [Isto
é um bom tema para meditação.] [David Bohm e Jiddu
Krishnamurti. In: A Eliminação do Tempo Psicológico
(em inglês, The
Ending of Time)].
Zeus
—
De um bloco de mármore de Carrara
–
à minha imagem e semelhança –
esculpi
uma linda estátua.
E
esta estátua de pedra
–
esculpida à minha imagem e semelhança –
passou
a ser o meu Zeus Monoteístico,
Absoluto
e Incondicional,
Pai
do Bem e da Felicidade,
inimigo
do mal, do infortúnio e da desgraça.
Zeus
—
Um Zeus onipoderoso
cujo
poder é ilimitado e irrestrito
e
que cultuei, venerei e idolatrei.
Um
Zeus onisciente
que
tem saber absoluto
e
que amei, acarinhei e vulgarizei.
Um
Zeus oniparente
que
tudo gerou
e
que, ferreamente, a todos constrangi.
E,
em nome Dele,
teorizei
uma nova religião.
E,
em nome Dele,
instituí
um novo catecismo.
E,
em nome Dele,
prescrevi
deveres e encargos.
E,
em nome Dele,
preceituei
regras e princípios.
E,
em nome Dele,
normatizei
permissões e proibições.
E,
em nome Dele,
padronizei
limites e durações.
E,
em nome Dele,
desenhei
um paraíso de delícias.
E,
neste paraíso prazeroso,
coloquei
os santos
e
os bem-comportados.
E,
em nome Dele,
fabriquei
um inferno de aflições.
E,
neste inferno afligente,
coloquei
os demônios
e os malcomportados.
E,
em nome Dele,
abençoei
os conversos.
E,
em nome Dele,
perdoei
os pecadores.
E,
em nome Dele,
criei
os dogmas.
E,
em nome Dele,
enumerei
os pecados.
E,
em nome Dele,
estabeleci
os prêmios e as punições.
E,
em nome Dele,
galardoei
os leais e os devotados.
E,
em nome Dele,
condenei
e castiguei os incréus.
E,
em nome Dele,
excomunguei
os ateus.
E,
em nome Dele,
sonhei
e delirei.
E,
em nome Dele,
vivi
e morri.
E,
em nome Dele,
dividi a Humanidade.
E,
em nome Dele,
gerei o preconceito.
E,
em nome Dele,
concebi as expedições
militares e religiosas.
E,
em nome Dele,
provoquei o ódio
e
as guerras denominadas santas.
E,
em nome Dele,
combati as heresias
e
puni os heresiarcas.
E,
em nome Dele,
inquisicionei e torturei.
E,
em nome Dele,
assassinei e queimei.
E,
em nome Dele e da paz,
dei existência à cizânia.
E,
em nome Dele e da fé,
surgiram os movimentos reformistas.
E,
em nome Dele,
acabei
desunindo, exterminando
e
me autodestruindo!
Sim,
eu fiz tudo isto
porque
irracionalizei
o
que achei que era racional.
E
tudo começou em um
bloco
de mármore de Carrara!
Música
de fundo:
March
of the Templars
Compositor: Alexandre Guiraud Genre
Fonte:
https://templars.fandom.com/wiki/File:March_of_the_Templars
Páginas
da Internet consultadas:
https://gifer.com/en/LDIc
https://br.pinterest.com/pin/533324780864221474/
https://giphy.com/
https://imgur.com/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zeus
https://hanatemplate.com/
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