Rodolfo Domenico Pizzinga

 

 

 

 

 

 

 

Introdução

 

palavra universo vem do latim, universus, a, um (todo, todo inteiro) – unus + versus – que pode ser todo (e é), mas não tem nada de inteiro. Vou explicar isso ao longo do texto. A definição cosmológica de universo normalmente aceita é: conjunto de estrelas, planetas, galáxias e outros objetos celestes inseridos no sistema espaço-temporal que obedecem às leis físicas conhecidas. Aqui surge uma outra questão: será que as leis físicas que regem o nosso universo conhecido são as mesmas que governam todos os demais universos? Essa é a primeira reflexão a respeito da inteireza/multiplicidade do Universo, ainda que ele pareça ser uno, mas ilimitadamente múltiplo. Por outro lado, será também que a matéria primordial – que muitos acreditam ser o hidrogênio – terá sido mesmo algum tipo de matéria? E para se admitir a existência de uma matéria 'material' primordial (e o próprio conceito de primordial), é necessário que se admita um começo e uma criação, o que, para mim, é uma presunção inconsistente. Quem teria criado o criador? Portanto: o que teria dado origem a essa matéria 'material' primordial? Um pouco mais: o que teria dado origem a essa origem? E antes da própria origem? Logo, a idéia de um Big Bang – provocando uma expansão relativamente infinita, para não se sabe onde, do Universo, com uma possível (como contrapartida) contração (Big Crunch) desse mesmo Universo, também para não se sabe onde – é mera especulação, tanto quanto especulação foi a construção geocêntrico-teológica autoritário-inquisitorial católica que tinha como ponto de referência a Terra, criada por Deus para amenizar Sua intergaláctica solidão. A própria teoria astronômica do Big Splash – que postula a formação da Lua através do impacto lateral (a uma velocidade de 40.000 quilômetros por hora) de um planeta desaparecido, conhecido como Theia, com a Terra – proposta pela primeira vez em 1975 por investigadores do Instituto de Ciências Planetárias de Tucson e do Instituto Harvard-Smithsonian de Astrofísica – não se compatibiliza inteiramente com o que expõem e propõem os pesquisadores místicos de todos os tempos. Mas, tentar compreender e explicar as coisas é, de longe, uma coisa ruim; pelo contrário, é muito boa. O único perigo é o que os seres humanos fazem com essas compreensões. Eu só vou relembrar dois estuporados exemplos: Little Boy e Fat Man.

 

 

Big Splash

 

Agora, se se considera o Universo atual apenas como uma instância distinta de um conjunto ou processo mais vasto, a que outros (incontáveis) Big Bangs e Big Crunches deram origem, em um certo sentido, esse entendimento não está tão longe dos conceitos teosóficos de Pralaya e de Manvantara1. Portanto, para se admitir a possibilidade de um Big Bang e de um futuro Big Crunch, é preciso que se admita que ocorram Big Bangs e Big Crunches eternamente. Possivelmente, mais próximo de (tentar) compreender a mecânica universal tenha chegado o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), que propôs a hipótese, na sua Teoria do Eterno Retorno (Ewige Wiederkunft)2de remota inspiração na filosofia pitagórica e na física estóica, que compreendia a aceitação de periódicas destruições do mundo pelo fogo e seu ressurgimento – de que o Universo e todos os entes e acontecimentos nele inseridos se repetem, ou se repetirão, ad semper, da mesma forma. Não sei se da mesma forma (pois seria necessário que eu tivesse consciência de todos os passados e de todos os futuros de todos os entes e de todos os universos), mas a admissibilidade de um nada gerador e a eventualidade de os existentes serem reduzidos a algo semelhante ao inexistente nada, para mim, e para todos os Rosa+Cuzes, são impossibilidades intuitivas evidentes, mas objetivamente indemonstráveis. No mínimo, a essência em cada um de nós é irreduzível. Agora, a manutenção e a fixação cósmica de nossa individualidade (ou, kantianamente, consciência que o eu tem de si mesmo como sujeito do pensamento e do conhecimento de objetos externos) dependem apenas de nós. De qualquer forma, a individualidade como mera individualidade também é uma ilusão. Perigosa ilusão! Para ilustrar esta última reflexão citarei Albert Einstein (1879-1955): A vida não dá nem empresta; não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é retribuir e transferir aquilo que nós oferecemos. Eu teria escrito vida com a letra V maiúscula!

 


Enfim, neste despretensioso texto pretendo refletir um pouco sobre o que é conhecido como universos parallellos e sua relação com o Dia da Transformação, que, como tem sido anunciado, deverá ocorrer em 2034.

 

 

O Dia da Transformação

 

A primeira referência ao ano de 2034 como uma data em que um evento cósmico trará modificações para o planeta Terra aparece, cifrada e obscuramente, em uma das profecias do Papa Iniciado João XXIII. Esta profecia diz explicitamente:

Antes da última luz, os pastores terão reconhecido o sinal. E muitos Pais terão a Mãe; todos irmãos.

Das terras e das águas brotarão catedrais e templos para santos antigos e santos novos, do Nome Eterno. Mas já é tempo de santos.

Todos falarão a mesma língua.

E falarão para orar à Virgem e ao Salvador.

O Reino de Deus chega à Terra; é erguida a Sua Cidade, também para os que não a quiserem.

O Primeiro Sol ilumina a balança do criado.

Abri o coração ao Lírio. A Voz será potente, anunciada pelas trompas.

Luz de Ocidente, última luz antes da Eterna, Desconhecida.

A verdade será mais simples de quanto todos dissemos, escrevemos.

Será um Bom Juízo.

Pai Nosso, que estás nos Céus, vem o Teu Reino.

É feita a Tua Vontade no Céu e na Terra.

SÃO VINTE SÉCULOS MAIS A IDADE DO SALVADOR. (Sublinhado, maiúsculas e negrito meus).

Quando escrevi o texto Aonde Iremos Parar? (A Profecia do Papa João XXIII e o Suplício de Nicholas Berg) apresentei as seguintes ponderações:

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Quaisquer que sejam as interpretações que possam ser dadas a estas palavras do Papa Iniciado, eu estou plenamente convencido de que devem ser levados em consideração, minimamente, os seguintes fatores:

a) 5 de fevereiro de 1962 '– Todos os Planetas dos Antigos' – segundo Raymond Bernard – 'se encontravam reunidos no Signo Zodiacal do Aquário. Nesta data, exatamente, nasceu Aquele Que Era Esperado...'

b) A Idade do Salvador – Certamente, o Papa João estava a se referir à data histórico-simbólica Daquele que representou na Terra o Crestos Solar, isto é, Jesus. Sua vida física – para o mundo – extinguiu-se aos trinta e três anos e meio. A partir daí, viveu apenas em contato com colaboradores íntimos, para concluir a Missão que havia assumido. Este é um resumo de fatos históricos. Mas, a história...

c) 72 – Nomes.

IHVH = IOD + IOD-HE + IOD-HE-VAV + IOD-HE-VAV-HE
IHVH = [10 + (10+5) + (10+5+6) + (10+5+6+5)]
IHVH = 10 + 15 + 21 + 26
IHVH = 72

d) Vinte Séculos = 2000 Anos

Se considerarmos aceitável aproximarmos o tempo de vida pública Daquele que foi o Avatar da Era de Pisces – A Rosa de Sharon – para 34 anos, duas equivalências se apresentam simultaneamente (não estou levando em consideração as mudanças de calendário, nem o fato de Jesus ter, possivelmente, nascido em data diversa da que geralmente é admitida, nem...):

1ª) 1962 + 72 = 2034

2ª) 2000 + 34 = 2034

Meu entendimento das palavras de João é [educativamente] tenebroso. Principalmente, porque 1962 + 72 = 2034. Acredito, por diversos motivos, que nossa Humanidade irá progressiva e assustadoramente vivenciar tempos de muita dor, muito sofrimento, muita incompreensão e muita discórdia. As dissensões serão crescentes e corremos o risco de um novo confronto nuclear. Isto é realmente tenebroso. Até 2034 a Humanidade está sob séria ameaça de se auto-exterminar! Digo isto, porque tenho certeza de que já foi pensada uma solução desta natureza para a questão palestina. Depois... As vibrações trevosas que rondam nosso Planeta, resultado de vinte séculos de hipoteticidades sobrevalorizadas, estão, agora, dramaticamente cobrando o preço da ignorância que nós, seres humanos, nos permitimos chafurdar. Locupletações têm seu preço! Por outro lado, têm descido a este Plano seres que vieram exatamente para fazer cumprir o que deve ser cumprido, pois um único fio de cabelo não cai sem que todo o Universo esteja consciente, ainda que, substantivamente, inconscientemente. A nossa Terra e a nossa Humanidade permitiram que assim sucedesse. [E a Oitava Esfera não dorme!].
O que está acontecendo no Médio Oriente, exatamente no local em que há vinte séculos o Sangue foi jorrado e eterificado pelo bem de todos os seres(?), é a prova cabal de que uma Alquimia Cósmica está em curso. Os diversos modelos político-econômico-religiosos, que vêm se arrastando como sanguessugas da fragilidade individual e coletiva, entregaram de bandeja aos EUA o gatilho para ser apertado. Dívidas externas? Dos países do Terceiro e Quarto Mundos? Que dívidas? Petróleo? Fábricas de bombas? Armas químicas e biológicas? FMI? Banco Mundial? GATT? OMC? OTAN? Surreal Teatro de Operações Desérticas do Supremo Absurdo! Quanta tristeza! [E, recentemente, para complicar ainda mais esse Surreal Teatro de Operações Desérticas do Supremo Absurdo... o euro.]

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Depois, quando escrevi o ensaio Simbolismo Numérico Rosacruz, voltei a especular:

Talvez a Humanidade tenha que aguardar o ano de 2034 (dois mil e trinta e quatro) para poder começar a vislumbrar algum tipo de mudança efetiva, que contemple, realmente, a trilogia propugnada depois da queda do Ancien Régime. Não a fraternidade romântica dos que não sabem o que falam. Não a igualdade ideológica, pois essa é impossível de ser realizada por ser absolutamente desigual. Não a liberdade quimérica de executar o que determina o corpo astral, pois essa liberdade é uma prisão anestesiante. Não há, contudo, por enquanto, as condições necessárias e adequadas em virtude da decadente espiritualidade própria das transições cíclico-planetárias para uma ampla, geral e irrestrita divulgação pública do conhecimento hermético. A bem da mais cristalina verdade, acredito que nunca será divulgado tudo. Até porque certas conquistas são pessoais e intransferíveis. Mas uma ampliação e um aprofundamento substantivo desse Sagrado Saber já estão acontecendo. [A Ordo Svmmvm Bonvm é um exemplo].

Se um alto dignitário da Igreja Católica – Angelo Roncalli (1881-1963) – estiver correto, só por volta de 2030 (dois mil e trinta) este Planeta começará a vislumbrar, tenuemente, a luz que se transformará em LUZ da LLUZ, e que iluminará, efetivamente, os caminhos dessa nova sociedade que povoará a Terra. A Raça que nos sucederá. Até lá, cabe a quem pode, alertar e fazer enxergar os que já conseguem perceber os equívocos tenebrosos destes tempos, e as infinitas possibilidades daqueles que estão a chegar.

Interessantíssimo o número 2030. Se o dividirmos por 7 (sete) o resultado será 290 (duzentos e noventa), ou seja, 290 ciclos de 7 anos. A partir de então terá início o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de sete anos d. C. Isto considerando o calendário atual. Sete é o número que simboliza o fim de um ciclo e o começo de outro.

Cada ano pode, inclusive, ser dividido em 7 ciclos de aproximadamente 52 (cinqüenta e dois) dias. E o dia em 7 ciclos de 3 horas, 25 minutos e, aproximadamente, 43 segundos. A biologia contemporânea conhece profundamente o significado e o valor deste número. Assim, Sete, mais do que simboliza, representa a morte de um ciclo. Sete é a foice. Sete é o fim. Mas não pode ser esquecido o Oito! E o Nove! E há o número 72. E há outros números... Pi (3,1415), por exemplo. ALHIM.

Nesse sentido, observa-se que todas essas operações numéricas indicam que, especulativamente, próximo a 2030 um momento cósmico agonizará e outro começará a se manifestar. Inclusive o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de 7 anos por adição é igual a 12 (doze), número profundamente significativo em KaBaLa [e em Misticismo], e que, por sua vez, por adição de seus algarismos, é igual à Trindade. Entende-se, todavia, que esta compreensão (pensa-se que consciente em Roncalli) esteja vinculada ao término da Era Pisciana e ao início da Era de Aquarius (A Era Mental). As datas, contudo, entre os estudiosos, não são coincidentes para indicar o ocaso de um período e começo do outro. De qualquer forma, creio que o próprio Ciclo Aquariano já teve seu início. E tudo o que se especular a respeito de números, além de estar dependente de um conhecimento real e hermético a respeito da periodicidade dos ciclos cósmicos – que são diversos – quanto aos acontecimentos, estes sofrem influência direta tanto do ser individualmente, como da Humanidade como um todo como massa pensante, atuante e interatuante. Minimamente. Predeterminismo absoluto não há. Isto não posso aceitar. Há sim, possibilidade de que algo ocorra em determinada época, em função de certos fatos – que geram compensações obrigatórias – e da trajetória e dos procedimentos em curso. Mudanças, entretanto, podem ocorrer [e somos livres para promovê-las].

Entrementes, é preciso deixar registrado que a Ordem de Aquarius, na pessoa de seu Presidente, Serge Raynaud de la Ferrière (18 de janeiro de 1916 - 17 de dezembro de 1962), entende que o novo Ciclo Cósmico teria tido início em 1948 (mil novecentos e quarenta e oito). Já Raymond Bernard afirmou que a passagem da Era de Pisces para a de Aquarius teria acontecido em 5 de fevereiro de 1962, quando todos os Planetas dos antigos encontravam-se reunidos no Signo de Aquarius. Acredita-se que esta data é mais concernente com a Tradição, desde sempre idêntica a si mesma.

Todavia, não compreendo que seja pelo imediato fim de um ciclo astrológico que outro comece prontamente a se manifestar. Principalmente na esfera daquilo que comumente é denominado de plano mental do ser humano. A entropia (humana e universal) não se transforma em negentropia assim sem mais nem menos. [E vice-versa]. Isto é simplesmente impossível. Vencer crendices é difícil. Anular a reconstrução idem. Há, em realidade, uma interface de duração variável. Até porque o(s) Universo(s) muda(m) perpétua e permanentemente. Ou seja, algo permanece e nada ocorre de forma radical. Isto é leibniziano, e eu acompanho. A tomada de consciência, assim, é lenta, o aprendizado é moroso. A burocracia mental reage ao novo, e o próprio organismo do homem só se revigora e renasce, por assim dizer, a cada sete anos. A travessia da caverna não é feita de súbito; passo após passo a Luz da LLUZ será alcançada. O que pode ser admitido, isto sim, é que através de mecanismos e práticas especiais, possa haver uma aceleração no processo de compreender. As próprias vicissitudes catalisam a Vontade e acabam impulsionando o ser para Frente e para o Alto. Para o seu próprio Coração. Por isso, acredita-se que, interpretando o pensamento de João XXIII, 2030 represente melhor um tempo de mudança.

Mas qual a importância dessas considerações? Qual sua real utilidade? Seriam confiáveis os resultados dessas operações numéricas? De onde provém tal conhecimento? O fato é que muitas previsões são feitas hoje, tal como ontem, com base em números, e são aceitas como coisa trivial. Uma gestação completa dura, geralmente, 9 (nove) meses. O movimento das marés é absolutamente previsível. Aos 21 (vinte e um) anos o ser humano alcança um nível de desenvolvimento fisiológico e mental que o habilita a assumir responsabilidades específicas ao longo da vida. Aos 28 (vinte e oito) anos, presumivelmente, a quaternidade inferior do ente humano está integralizada. As quatro estações do ano (outono, inverno, primavera e verão) têm períodos definidos e fixos de duração. Cada ano possui 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias. A cada quatro anos ocorre um ano bissexto. Cada dia possui 24 (vinte e quatro) horas. Ao se avançar de um até quatro surge o Dez, a Mãe Universal. Seiscentos e sessenta e seis equivale a trinta e seis. Cento e cinqüenta e três (peixes) equivale a Dezessete. As quatro fases da Lua alternam-se ciclicamente em períodos fixos de tempo. Sistema e ordem, números e princípios geométricos, regem o Universo (Macrocosmo) e o homem (microcosmo). Com isso, todavia, pode-se erroneamente pensar em um predeterminismo absoluto em tudo e para todos. Todavia, não é assim. A inviolável liberdade de escolha faz do ser senhor de sua vida. Morte e Vida dependem exclusivamente dos entes. [A liberdade de escolha] impõe a cada ser, paralelamente às [próprias] escolhas, responsabilidade total por cada ato praticado. A própria consciência (ou inconsciência) – neste caso não se trata de subconsciência de suas ações não o exime de, oportunamente, experimentar o resultado de cada opção. A Lei [educativa] da Retribuição (Lei Do Karma) não é inoperante nem punitiva. Morrer é uma opção.

E assim, na medida em que entra na posse de progressivos e mais profundos conhecimentos sobre si e sobre o mundo, e decodifica que para todo efeito que se manifesta há uma causa operante, lentamente, o ser faz (e fará) as adequações apropriadas e as mudanças obrigatórias. Ou morrerá. Aprende a decantar o líquido sobrenadante e a observar as escórias até então desprezadas como coisa sem valor. Sem invocar poderes presumidamente desconhecidos, invisíveis ou hipotéticos, e sem recorrer a práticas supersticiosas ou crendices de qualquer matiz, a Humanidade está aprendendo que o Universo que conhece – e tudo o que Nele está inserido – se expressa em ciclos. E como afirmou Harvey Spencer Lewis, 'tal periodicidade equivale ao ritmo de certas repetições harmoniosas e compassadas de impulsos que são de natureza cósmica'. O livro 'Autodomínio e o Destino Com os Ciclos da Vida' do autor acima referido discute em profundidade diversos ciclos de influência das forças cósmicas, na saúde, nos negócios, nas doenças, e em outros campos de manifestação da vida. Esta obra foi escrita com base em conhecimentos antiqüíssimos, e as Leis ali expressas sempre foram do conhecimento dos Rosacruzes de todas as Fraternidades autênticas.

A batalha, contudo, é ferocíssima. O lobo interno (Corpo Astral) de cada um – e de todos – não permite facilmente que as trevas sejam dissipadas. O ser cai. Levanta. Torna a cair. Torna a levantar. Um dia ficará de pé. Para sempre. Compreenderá. Saberá. E voltará seus olhos para os que ainda não se recompuseram dos escombros de suas perplexidades, para auxiliá-los nessa jornada fraterna, todavia, obrigatoriamente conquistável. Bem-aventurados os que ajudaram. Bem-aventurados os que aceitaram essa ajuda. Bem-aventurados Sócrates, Platão, Jesus, Plotino, Galileu, Fulcanelli, Harvey Spencer Lewis, Ralph Maxell Lewis, Max Heindel, Raymond Bernard e Christian Bernard. Bem-aventurado Mestre Apis, O Iluminador, e Bem-aventurado meu Irmão +Vicente Velado. Bem-aventurados Akhnaton e Nefertiti. Bem-aventurada a Grande Loja Branca [e a Ordem Rosacruz Verdadeira, Eterna e Invisível] que vêm, através dos séculos, por caminhos desconhecidos, iluminando os passos vaidosos da sociedade humana, muitas vezes indiferente e infensa a esse trabalho sistemático e organizado, ao mesmo tempo filosófico e científico. Bem-aventurado Kut-Hu-Mi.

Pior cego é aquele que insiste em não querer enxergar. E a cegueira consentida só tem demonstrado aos seres humanos que, na maioria das vezes, os produtos de suas ações são a dor, a doença, as desgraças, o comprometimento da fauna, da flora, da atmosfera e dos limnociclos, a fome, a violência e a aniquilação. Contemporaneamente, o horror e terror. A ignorância só gera prejuízo, espera desnecessária e dor inútil. Como disse Goethe (1749-1832): 'Não há nada mais terrível do que uma ignorância ativa'. Ou Browning (1812-1889): 'Ignorância não é inocência, mas crime'. Ou ainda Disraeli (1804-1881) em discurso à Câmara dos Comuns em 18 de maio de 1866: 'A ignorância nunca resolve uma questão'. E como entendo eu: as trevas são a luz dos ignorantes e o preconceito seu instrumento principal.

Mas a Alquimia Interna chegará para todos. Todos haverão de ser graduados. Ninguém ficará de fora. Rogo para que isto não aconteça. Se esta simplíssima Lei Cósmica já tivesse por todos sido percebida, as locupletações e os (pré)conceitos teriam sido abolidos, e as ações – individuais e dos governos – estariam bussoladas para o bem comum. Próximos estão os tempos dessa compreensão. Próximo está o dia no qual com o Fogo, no Fogo e pelo Fogo as transmutações serão usuais e corriqueiras, porque é apenas pelo Fogo (Fogo Crístico) que a Natureza pode ser renovada. [Igne Natura Renovatur Integra]. Esta é a Senda que a consciência humana está percorrendo: eikasia, pistis, dianoia, noesis. Transnoesis. YNRI (em verdade, YN-RI). Em IeSOD novas experiências aguardam a consciência humana em expansão.

 

 

Sob estes aspectos místicos e profundamente esotérico-KaBaLísticos, o ano de 2030 passa a ter um significado relativo, pois no inexistente tempo, impossível de ser sentido, outros 2030 [certamente] aconteceram! Passado, presente e futuro só existem na consciência objetiva do ser. 2030 pode receber uma interpretação mais adequada se for entendido, portanto, como tempo de mutação, como foram, por exemplo o nascimento de José (consagrado iniciaticamente como Jhesu, a Rosa de Sharon, o Grande AMeN da Era Pisciana), a Revolução Francesa e a Queda do Muro de Berlim. O próprio September Eleven Two Thousand One foi um dramático e terrível tempo de mutação.

Pode-se especular, ainda, que do início da Era de Aquarius até 2030, a Humanidade esteja passando por uma espécie de preparação bafejada por grandes descobertas, sobretudo no campo tecnológico, para, a partir de então, pelo entendimento dos efeitos deletérios que a própria expansão desenfreada da ciência de ponta acabou por produzir (efeitos laterais e subprodutos tóxicos e mutagênicos), redirecione as pesquisas para o Bom e para o Sumo Bem do Planeta em sua totalidade. 2030 seria, assim, um marco, uma espécie de patamar ou limite máximo negativo na história recente da Humanidade, transição para uma verdadeira nova era de compreensão, paz, amor, saúde, e saciedade. 2030 não é, portanto, conclusivamente, uma data; antes é um ponto em meio a uma fronteira experiencial. Atrição, contrição, iluminação. Longo e árduo é o caminho que do inferno conduz à LLUZ. Longa e árdua é a Senda que transporta ao Reino Interno de Sabedoria ilimitada, de Paz ilimitada e de LLUZ ilimitada. Longa, árdua e solitária. Entretanto, Angelo Roncalli não se referiu exatamente a 2030, mas sim a vinte séculos mais a idade do Salvador, o que resulta [aproximadamente] em 2033 (dois mil e trinta e três). Se se recordar, todavia, que o Ministério histórico de Jesus começou aos trinta anos e terminou fisicamente aos trinta e três anos e seis meses, aproximadamente em 2034 as mudanças já estarão em curso para alcançarem seu clímax em 2106. Até doze anos houve um Jesus; de doze a trinta, outro; de trinta a trinta e três anos e meio, um terceiro; e, após a crucifixão, um último. [Quatro]. No todo todos são um. [Como os universos]. Este também se constitui em um mistério da Trindade. Verdadeiramente a vida pública de Jesus teve duração de três anos e meio. Mil duzentos e sessenta dias. 1260. Quarenta e dois meses. 42. Que se consulte o Livro da Revelação Joanita... Entretanto, há mais Simbolismo Místico em tudo isso, do que podem imaginar nossas vãs presunções de saber alguma coisa. Portanto, trinta e três anos e seis meses são, repete-se, aproximadamente, iguais a 34, que remete a 2034 [e ao Dia da Transformação].

Por último é absolutamente fundamental salientar que as considerações aduzidas sobre os anos 2030, 2033 (ou 2034) e 2106 são exclusivamente da lavra deste pesquisador. Tentar interpretar profecias alheias é temerário. O que foi pensado neste ensaio não se constituiu, propriamente, de uma interpretação: mais se procurou compreender o pensamento do Papa Iniciado. Com muito cuidado, aliás. Nesse sentido, as lucubrações sobre as datas supraditas exprimem, a título privado e especulativo, tão-somente uma hipótese elucubrativa. 1962 + 72 = 2034. 1962 + 72 + 72 = 2106. Contudo, acima de qualquer especulação, há os livres-arbítrios humanos, singulares e coletivos.

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Seguindo. O Frater Vicente Velado, há algum tempo, vem anunciando o dia 15 de fevereiro de 2034 como o Dia da Transformação. No trabalho A Nova Era Mental (Anunciação de Boas Novas para o Planeta Terra Como Parte do Processo Universal de Evolução), do qual reproduzirei um pequeno fragmento e o comentarei, escreveu o Frater Velado:

http://svmmvmbonvm.org/aum_muh.html

... não estou anunciando uma espécie de 'fim dos tempos' ou de 'Juízo Final', mas, muito pelo contrário, o alvorecer de uma Nova Era (Novus Ordo Seclorum), que não é apenas terrestre, mas para todo este atual Universo, com todos os seus Planos físicos e de energia autoconsciente delimitada. Um gigantesco asteróide encontra-se em viagem que poderia ser vista como rota de colisão com a Terra, e a intercessão, segundo cálculos dos nossos cientistas (da Lua de Khem), se dará na data terrestre de 15 de fevereiro do ano ocidental de 2034... O planeta como um todo será preservado, principalmente a parte em que se encontra a América Latina... A ação propriamente dita, que incluirá a Terra nos eventos cósmicos do Dia da Transformação Planetária, dar-se-á pelo resvalar de auras (a aura da Terra em atrito com a aura do asteróide)... No próximo Dia da Transformação Planetária... um novo contexto mundial cósmico será definido... e a atual Terra fará uma projeção do seu 'summum bonum' à Quarta Dimensão, configurando um novo planeta espiritual, que ocupará o lugar a ser deixado vago por Uranos 2, que nesse Dia ascenderá a uma nova Dimensão. Concomitantemente, um mundo da Segunda Dimensão fará idêntica projeção para a Terceira, substituindo a atual Terra como estação intermediária na escala evolutiva.


 

Até aqui, o que se pode depreender? Primeiro e mais importante: o Cósmico (ou o que se entenda por Deus ou Divindade) não é punitivo. Os ciclos da vida (e da Vida) são o que são porque são. E serão. Mas esse processo de ascensão pode dar a ilusória impressão de que as coisas saem de uma instância para se estabelecerem temporariamente em outra. De que há, enfim, algum tipo de evolução, como o seu inverso. A linguagem dificulta, e muito, o entendimento dos mecanismos físico-metafísicos de funcionamento do Universo, pois, como disse Einstein, não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis do Universo; o único caminho é o da intuição. Então, se intuirmos que nada pode existir fora do Universo total, evoluir para onde? Porém, na ausência (ou impossibilidade) de um conceito ou palavra que explique esses mecanismos físico-metafísicos que aludi acima e que vêm sendo exaustivamente examinados pelo Frater Velado, que fundamentalmente devem e precisam ser intuídos, é comum se usar a palavra evolução para explicá-los. A própria Física primeiro intui, depois tenta encontrar uma adequação/comprovação matemática para as intuições intuídas, como é o caso, hoje, por exemplo, da décima primeira dimensão. Assim sendo, refletindo sobre o pequeno excerto de Vicente Velado, para o qual fiz a animação acima, imaginar que tudo e todos possam ser elevados, no Dia da Transformação, para uma Dimensão superior, é uma impossibilidade. Este é o segundo ponto. Imaginar que possa haver algum tipo de irresolução harmônica, jeitinho, salvação religiosa, perdão etc., é o mesmo que acreditar, por exemplo, que confissão, comunhão, remissão absoluta das babaquices temporais (tanto em vida quanto na morte) e nove primeiras sextas-feiras garantam o céu ad sæcula sæculorum, ad æernum, in æternum, in sæcula sæculorum, in sæcula, in sæculum sæculi, in sæculum, in sempiterna sæcula, per omne sæculum, per omnia sæcula sæculorum... Se fosse assim, seria muito fácil. Mas se assim fosse, quem não professasse essa crença ou não soubesse que isso poderia funcionar dessa forma iria torrar no inferno. (Esse argumento que acabei de utilizar para contraditar essas convicções sem quaisquer justificativas racionais ou místicas é tão ridículo quanto as próprias convicções). O fato é que, de alguma forma, as coisas têm que casar; é necessário que duas coisas sejam e estejam em harmonia para que possam coexistir em um mesmo Plano. Então, por que tanta miséria, tanta desarmonia, tanta incompreensão, tanta violência, tanta injustiça et cetera? Discutirei isso nas conclusões. Por enquanto, apenas pergunto: será possível que celerados, sacrílegos, abomináveis, facínoras e criminosos possam ser recebidos com festa e admitidos no âmbito da Grande Loja Branca ou da Ordem Rosa+Cruz Verdadeira, Eterna e Invisível?

No momento, vou concluir este item dizendo o óbvio: tudo depende de nós. Não há maneira hábil, esperta ou astuciosa de nos livrarmos de nossas sacaníssimas omissões ou comissões. Ou compreendemos e transmutamos já nossas escórias, ou iremos conviver com elas depois de morrermos, independentemente de o Dia da Transformação existir ou não existir, acontecer ou não acontecer, estar próximo ou distante. Seja como for, quando morrermos passaremos pelo nosso Dia da Transformação pessoal, e desceremos, queiramos ou não, ao nosso adulado inferno pessoal para revisitarmos essas mesmas escórias que insistimos em fabricar com a maior sem-cerimônia. O que eu posso dizer, neste momento, é que sempre que escrevo essas coisas fico muito emocionado.

 

 

Universos Parallellos

 

 

 

 

Seria possível conceber uma teoria (Teoria das Supercordas, por exemplo) que sintetize o funcionamento dos ilimitados universos que compõem o ilimitado Universus Totalis e o comportamento das mais ínfimas partículas desse mesmo Universo em uma única equação? Esse era o sonho de Einstein, ou seja, unificar a Teoria Geral da Relatividade (que tenta explicar como a gravidade opera em grandes dimensões) com a Mecânica Quântica (que tenta explicar como as leis da Física operam no extremo oposto, ou seja, no âmbito das subpartículas atômicas). Resumo: será possível unificar o grande e o pequeno em uma única teoria? Se isso for possível, como unificar os diferentes padrões de vibração do Teclado Universal em uma única equação matemática? Reduzindo todas essas questões a uma simples equação, eu proponho o mais do que óbvio:

 

Indiscutivelmente, o Universo é uno e não existem apenas três dimensões. Então, como será fisicamente possível que o Universo global funcione enclausurado, como querem os físicos contemporâneos, em apenas 11 (onze) dimensões? Por outro lado, da direita para a esquerda, para frente e para trás e para cima e para baixo (e vice-versa) são as bases da Terceira Dimensão, sentida e percebida objetivamente tendo a luz3 como farol iluminador de nossas percepções. Mas será que os outros universos precisam de luz? Desse mesmo tipo de luz que nos ilumina e permite que existamos? Ou será utilizado um outro tipo de energia ainda desconhecido para nós? Não custa lembrar que a descoberta dos elementos polônio e rádio foram anunciados por Marie Curie (1867-1934) e seu marido Pierre Curie (1859-1906) só em 1898, respectivamente em julho e dezembro. Também não custa recordar que a televisão, o telefone celular e o computador são coisas recentíssimas. E continuamos a fazer guerras e a nos matarmos por vaidades e inutilidades.

Contudo, apenas para efeito didático, vamos trabalhar juntos e admitir que existam apenas onze dimensões. Então, imaginemos um bolo redondo dividido em onze fatias. Nós, habitantes deste mundo tridimensional, em termos objetivos, só percebemos e realizamos, geralmente, o que se passa nesta dimensão, ou seja: na fatia do bolo referente à Terceira Dimensão. Mas o Universo global, com suas realidades paralelas, inclui as demais fatias com todos os seus elementos constitutivos, os quais não acessamos com os nossos sentidos físicos e nem sequer fazemos idéia de como funcionam. Considerando que a vida é uma decorrência natural da Vida universal, seria preconceituoso não se admitir que as outras dez dimensões não estejam tão vivas quanto a nossa e que não sejam igualmente providas de algum tipo de vida. Logo, se isso pode ser considerado plausível – isto é, que há vida nas outras dez dimensões – da mesma forma que percebemos o que se passa na Terceira Dimensão, mas não percebemos o que se passa nas dimensões superiores, pode ser razoável que seres de dimensões superiores, além de perceberem o que se passa em suas respectivas dimensões, percebam o que se passa em dimensões inferiores, e particularmente o que está acontecendo na Terceira Dimensão. Assim, o que para nós não existe, para os seres de dimensões superiores é uma realidade em suas próprias dimensões e em dimensões inferiores, não tendo acesso, entretanto, como nós, ao que se passa em dimensões mais elevadas que as suas próprias. Mas, será que, de alguma forma, o que não é para nós uma realidade objetiva, poderá se tornar uma realidade psíquica ou espiritual, ainda que efêmera? Será que poderemos ter acesso àquilo que comumente é denominado de universos parallellos? Será que podemos viver conscientemente, ainda que temporariamente, naquilo que poderia ser denominado de mundo dos sonhos?

 

 

Uma pista preliminar para tentar examinar essa questão está em nossos sonhos (e pesadelos), nos quais ocorre uma espécie de supersimetria4 às avessas. A eventual perda das informações do que acontece nesses momentos é porque simplesmente quase não conseguimos registrar (melhor seria dizer: reter na consciência) o que se passa em nossas projeções astrais involuntárias. Na maioria das vezes, elas são, para nós, experiências inconscientes. Mas, as informações, tal qual nos buracos negros, não se perdem, e, amiúde, sofremos mudanças (para melhor ou para pior) decorrentes dessas experiências projetivas das quais normalmente não temos a menor consciência (objetiva), e quando fortuitamente acontecem não sabemos como e porque aconteceram. Todavia, é possível se alcançar algum tipo de domínio nessa matéria e ter experiências projetivas com plena consciência, e verificar que, na realidade, não existem universos parallellos como estados paralelos distintos e inalcançáveis.

 

 

Todavia, conforme explica Raymond Bernard, o qualificativo paralelo é inexato. No sentido de satisfazer seus leitores religiosos, Raymond utiliza a idéia de Deus (que pode, sem perda de conteúdo, ser substituída por Universo ou Cósmico) para dar uma explicação irrefutável. Escreveu: Se Deus, que é tudo, é ao mesmo tempo o início e o fim, a origem e o último, isso significa, naturalmente, que Ele é tanto o detalhe quanto o único, tanto a complexidade quanto a unidade, que Ele é Ele mesmo até o infinito do complexo e a volta a Ele mesmo, pois Ele é o centro e a circunferência. Logo, a idéia de universos parallellos será inexata se refletir a convicção de que haja, ou de que possa haver, uma superposição de planos vibratórios ou de dimensões à semelhança das folhas escamiformes e em camadas de uma cebola. Ora, como conceber uma separação sensível entre Planos se suas vibrações estão, por assim dizer, misturadas umas com as outras? Não podem existir espaços ou intervalos entre os Planos ou entre as Dimensões. Tudo é um. Mas são exatamente as freqüências vibratórias que distinguem um Plano de outro e uma Dimensão de outra. Como explica Raymond: Todas as vibrações de um mesmo Plano formam a natureza, as características, desse Plano. O Plano Físico, por exemplo, tal qual ele nos aparece, não é outra coisa senão uma massa vibratória de freqüência coletiva única que nossa percepção unifica e torna compacta por nossa consciência. O mundo existe fora de nós, mas nós não o vemos como ele é. Nós o vemos como devemos vê-lo para a realização de nossa função humana, e assim com os outros Planos ditos 'paralelos', com suas particularidades, sua vida própria e suas atividades distintas. A animação abaixo está longe de representar as reflexões acima, mas, pelo menos, tenta mostrar que tudo é vibração, e que nada pode ser sem vibrar ou estar em movimento. Vácuo ou inexistência de movimento não podem existir no Universo.

 

 

A experiência de outros mundos pode ser alcançada de duas maneiras: ou se conhece o mecanismo místico-iniciático para vivenciar essa experiência ou se passa por ela inadvertidamente quando as condições necessárias são preenchidas sem o conhecimento da mente objetiva. Isso é possível, de uma forma ou de outra, porque o homem é um ser total, reflexo do Universo, podendo, assim, entrar em comunhão com o todo ou com apenas uma de suas expressões. Tudo que acabou de ser dito vale para qualquer ente do Universo, em qualquer universo, em qualquer dimensão. Sem exceção.

Há, em decorrência de tudo isso, um fato extraordinário: O homem vive simultaneamente em seu mundo e nos mundos paralelos, assim como ele vive no que ele reconhece como o visível e no que para ele é o invisível. Novamente devo insistir que isto também vale para qualquer ente do Universo, em qualquer universo, em qualquer dimensão. Então, talvez eu não tenha sido exato, um pouco mais acima, quando afirmei que seres de Dimensões superiores, além de perceberem o que se passa em suas respectivas dimensões, percebam o que se passa em dimensões inferiores, e particularmente o que está acontecendo na Terceira Dimensão. Isto é e não é bem assim. É em parte; e é apenas para alguns, mas não para todos. E mesmo que fosse para todos, pode-se presumir que eles já tenham compreendido que não devem interferir diretamente na história dos seres desta Dimensão.

 

Conclusão

 

De tudo o que foi dito, algumas coisas devem ser reexaminadas. Primeiro: há um só Plano universal, há um só Teclado Cósmico. As ilimitadas faixas vibratórias desse Teclado é que são didaticamente apresentadas como Dimensões ou Planos específicos. Segundo: ainda que tudo esteja misturado no Eterno Um, essa misturação não é desordenada nem caótica, cada ente, ou conjunto de entes, atuando em sua circunscrição vibratória própria. Terceiro: só se pode acessar um Plano mais elevado se nos colocarmos freqüencialmente em harmonia com esse Plano, isto é, o Plano não vem a nós, nós é que devemos ir a ele. Quarto: não existe milagre. O que, às vezes, parece ser um milagre nada mais é do que a operacionalidade de uma Lei Cósmica ainda desconhecida para nós. Quinto: miséria, desarmonia, incompreensão, violência, injustiça etc. decorrem de desajustes vibratórios de e entre freqüentadores de uma mesma faixa vibratória. É necessário que se entenda que uma faixa vibratória não é composta de uma única freqüência; por isso é uma faixa. Todos aprendem com todos. Entre o limite inferior e o limite superior de uma faixa, ilimitadas possibilidades de manifestações podem acontecer. O que não é possível são dissonâncias de uma faixa inferior se expressarem em uma faixa superior. Então, respondendo a uma pergunta que fiz mais acima, penso que celerados, sacrílegos, abomináveis, facínoras e criminosos não possam ser recebidos com festa e admitidos no âmbito da Grande Loja Branca ou da Ordem Rosa+Cruz Verdadeira, Eterna e Invisível, simplesmente porque não teriam como suportar os níveis vibratórios e ali subsistir. Sexto: O que tudo isso tem efetivamente a ver com o Dia da Transformação? Ainda que cada um de nós vá vivenciar pessoalmente o seu Dia da Transformação, todo ciclo tem começo e tem fim. De entropia em entropia – ... Manvantara... Pralaya... Manvantara... caminha o ilimitado Universo com todos os seus ilimitados universos e com todo os seus entes. O que é fácil de ser admitido é que Aqueles que Podem, que existem em Planos Dimensionais mais refinados e mais elevados do que o nosso, estejam, de alguma forma, auxiliando particularmente a compreensão dos seres da Terra para que esse evento cósmico irredutível possa ser vivenciado o mais conscientemente possível. Entretanto, contraditoriamente, parece que a violência em todos os seus matizes tem recrudescido. É assim mesmo. Quando se aproxima uma mudança de ciclo, a separação entre a larica e o trigo se torna mais evidente, mais dramática e mais dolorosa. O fato inconteste é que só será promovido aquele que tiver mérito para isso. Não haverá perdão ou milagre para os celerados, sacrílegos, abomináveis, facínoras e criminosos. O Cósmico educa, mas não dá cola.

 

Rio de Janeiro, 1º de janeiro de 2007.

 

 

 

 

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Notas:

1. Pralaya (fase de inspiração), segundo a Teosofia, é o período de tempo do ciclo de existência dos planetas em que não ocorre atividade. Ele dura, segundo o computo dos Brâmanes, 4.320.000.000 anos. O período de atividade, chamado Manvantara (fase de expiração), tem a mesma duração. Estes Manvantaras e Pralayas sucederam eternamente, e continuarão a suceder periodicamente e para sempre. Tomando 360 Manvantaras e igual número de Pralayas, obtém-se um Ano de Brahman. A duração de 100 Anos de Brahman forma uma Vida de Brahman, também chamado de MahaManvantara, durando no total 311.040.000.000.000 anos. Este é, segundo Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), o período de atividade do cosmo, seguindo-se um período de inatividade, chamado MahaPralaya, de igual duração. Na Doutrina Secreta, Volume I, p. 73, ensinou Blavatsky: A Doutrina Esotérica ensina (...) que a Essência Una, infinita e desconhecida existe em toda a eternidade, e que ora é ativa [Manvantara], ora é passiva [Pralaya], em sucessões alternadas, regulares e harmônicas. Na linguagem poética de Manu, esses estados chamam-se Dias e Noites de Brahman. Este [Brahman] se encontra desperto ou adormecido. (...) Ao se iniciar um período de atividade, dá-se uma expansão daquela Essência Divina (...) do mesmo modo, quando sobrevém a condição passiva, efetua-se a contração da Essência Divina, e a obra anterior da criação se desfaz gradual e progressivamente, o universo visível se desintegra, os seus materiais se dispersam, e somente as 'trevas' solitárias se estendem, uma vez mais, sobre a face do 'abismo'. (...) uma expiração da essência desconhecida produz o mundo [o Universo], e uma inspiração o faz desaparecer.

2. E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: '– Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes. E não haverá nela nada de novo. Cada dor e cada prazer, cada pensamento e cada suspiro, tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar; e tudo na mesma ordem e seqüência, e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!'. Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderias: '– Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!' Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse. A pergunta diante de tudo e de cada coisa – 'Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?' pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo, e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?

Para refletir: se admitirmos o Universo como sendo finito, porém ilimitado, ele deve possuir um número gigantesco, mas finito, de elementos básicos. Então, todas as combinações possíveis deste número finito de elementos acabariam se repetindo, se repetindo, se repetindo... no tempo que não é tempo. Esta é, provavelmente, a única hipótese que respeita a conservação de energia do Universo (em um sistema isolado, a energia pode ser transformada; contudo, a energia total do sistema permanece inalterável).

O  número  de combinações deste Universo seria algo inimaginável, mas seria finito, e certamente haveria de se repetir ad semper. Assim, todas as mais insignificantes variantes possíveis seriam (re)vividas eternamente. Nietzsche descreve seu estado de estupefação e horror diante desta aterradora hipótese. Nada caminha em linha reta. Nada tem um começo ou um fim. Nada tem um princípio ou um objetivo. Tudo é um infinito e gigantesco ciclo de repetições que envolvem combinações finitas. Sempre estamos em um ponto intermediário deste ciclo. Nunca chegaremos a um fim. Nunca houve um começo. Estamos eternamente condenados a repetir exatamente o que eternamente estamos a repetir. (Editado do pensamento de Malaquias Malazartes).

3. A luz tem velocidade invariante igual a c em relação a qualquer sistema de coordenadas inercial. A velocidade da luz no vácuo, simbolizada pela letra c, é de 299.792.458 m.s-1, o mesmo que 1.079.252.848,8 km.h-1. O símbolo c origina-se do latim celeritas, celeridade, velocidade ou rapidez. Abaixo está reproduzida uma animação da velocidade da luz entre a Terra e a Lua (em escala).

4. Segundo o cosmologista Brian Greene, a supersimetria é um conceito que emerge das supercordas e sugere que, para cada subpartícula atômica conhecida, haja uma subpartícula complementar, simétrica. Essas partículas, ainda desconhecidas, deveriam ser mais pesadas do que as conhecidas, o que faz com que elas necessitem de mais energia para ser criadas.

Fundo musical:

Hashtronaut Bottle Universe

Fonte:

http://www.synthmusicdirect.com/chart.htm

Páginas da Internet consultadas:

http://en.wikipedia.org/wiki/Speed_of_light

http://revistaepoca.globo.com/
Epoca/0,6993,EPT791042-1666,00.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pralaya

http://commons.wikimedia.org/wiki/Commons:
Featured_picture_candidates/Log/January_2005

http://educaterra.terra.com.br/
voltaire/artigos/nietzsche_pensamento.htm

http://filosofilo.blogspot.com/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Eterno_retorno

http://pt.wikipedia.org/wiki/Universo

http://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Splash

Bibliografia:

BERNARD, Raymond. Encontros com o insólito. Tradução: Equipe Renes. Coordenação: Maria A. Moura. Supervisão: Carlos Alberto Squeff Soares. Rio de Janeiro: Editora Renes, s.d.

BLAVATSKY, H. P. A doutrina secreta (síntese da ciência, da religião e da filosofia). Vol. I. Tradução de Raymundo Mendes Sobral. São Paulo: Pensamento, 2000.

CARPI, Pier. As profecias do Papa João XXIII. 2ª ed. Tradução de Rolando Roque da Siva. Rio de Janeiro: DIFEL, 1977.

LEWIS, Harvey Spencer. Preguntas y Respuestas Rosacruces com la Historia Completa de la Orden Rosacruz. 5ª ed. Gran Logia Suprema de AMORC. Tokio: Tosho Printing Co., LTD., 1965.

_____. Auto-domínio e o destino (com os ciclos da vida). Suprema Grande Loja da AMORC. Tradução: Isabel Schlittler. Curitiba/Paraná: Departamento de Publicações da AMORC, 1965.